TJAM - 0600468-18.2022.8.04.2600
1ª instância - Vara da Comarca de Barcelos
Polo Ativo
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Polo Passivo
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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15/07/2025 10:59
Juntada de ANÁLISE DE PROVIMENTO
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15/07/2025 02:15
DECORRIDO PRAZO DE BANCO BRADESCO S/A
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15/07/2025 02:15
DECORRIDO PRAZO DE ARMÉDIO PEPES GOMES REPRESENTADO(A) POR FLAVIO RAFAEL PERDIGAO GUERRA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA
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24/06/2025 15:33
DISPONIBILIZAÇÃO NO DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO
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24/06/2025 15:33
DISPONIBILIZAÇÃO NO DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO
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24/06/2025 00:00
Intimação
Para advogados/curador/defensor de ARMÉDIO PEPES GOMES representado(a) por FLAVIO RAFAEL PERDIGAO GUERRA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA com prazo de 10 dias úteis - Referente ao evento EXTINTA A EXECUÇÃO OU O CUMPRIMENTO DA SENTENÇA (17/06/2025). -
23/06/2025 10:39
Arquivado Definitivamente
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23/06/2025 10:38
Juntada de ATO ORDINATÓRIO
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23/06/2025 10:31
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
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23/06/2025 10:31
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
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17/06/2025 11:39
Extinta a execução ou o cumprimento da sentença
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05/05/2025 11:59
Conclusos para decisão
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05/05/2025 11:59
Juntada de Certidão
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24/02/2025 22:15
Juntada de PROVIMENTO (CORREIÇÃO)
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18/12/2024 11:21
Juntada de PROVIMENTO (CORREIÇÃO)
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03/12/2024 02:21
DECORRIDO PRAZO DE BANCO BRADESCO S/A
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25/11/2024 00:07
LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
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14/11/2024 12:14
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
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14/11/2024 12:14
Juntada de PENHORA NÃO REALIZADA SISBAJUD
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14/11/2024 01:25
DECORRIDO PRAZO DE ARMÉDIO PEPES GOMES REPRESENTADO(A) POR FLAVIO RAFAEL PERDIGAO GUERRA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA
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13/11/2024 05:28
Juntada de PROVIMENTO (CORREIÇÃO)
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15/10/2024 13:08
LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
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14/10/2024 12:35
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
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14/10/2024 12:35
Juntada de PENHORA SOLICITADA SISBAJUD
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05/10/2024 00:10
DECORRIDO PRAZO DE BANCO BRADESCO S/A
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01/10/2024 09:36
Decisão interlocutória
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30/09/2024 09:57
Conclusos para decisão
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27/09/2024 12:58
Juntada de Petição de manifestação DO RÉU
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14/09/2024 00:04
LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
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03/09/2024 13:29
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
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03/09/2024 10:36
Proferido despacho de mero expediente
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02/09/2024 11:59
Conclusos para decisão
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02/09/2024 11:59
Juntada de Certidão DE DECURSO DE PRAZO
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31/08/2024 00:24
DECORRIDO PRAZO DE ARMÉDIO PEPES GOMES REPRESENTADO(A) POR FLAVIO RAFAEL PERDIGAO GUERRA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA
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02/08/2024 11:43
LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
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02/08/2024 10:35
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
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01/08/2024 12:11
Proferido despacho de mero expediente
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31/07/2024 11:19
Conclusos para decisão
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31/07/2024 11:19
Juntada de Certidão
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17/07/2024 01:26
DECORRIDO PRAZO DE BANCO BRADESCO S/A
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11/07/2024 01:17
DECORRIDO PRAZO DE BANCO BRADESCO S/A
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10/07/2024 02:22
DECORRIDO PRAZO DE ARMÉDIO PEPES GOMES REPRESENTADO(A) POR FLAVIO RAFAEL PERDIGAO GUERRA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA
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02/07/2024 00:53
LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
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21/06/2024 15:07
LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
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21/06/2024 00:00
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
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21/06/2024 00:00
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
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21/06/2024 00:00
Juntada de ATO ORDINATÓRIO
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16/06/2024 00:01
LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
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05/06/2024 08:52
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
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05/06/2024 08:52
Juntada de Certidão DE DECURSO DE PRAZO
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08/05/2024 00:11
DECORRIDO PRAZO DE ARMÉDIO PEPES GOMES REPRESENTADO(A) POR FLAVIO RAFAEL PERDIGAO GUERRA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA
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22/03/2024 00:00
LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
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11/03/2024 09:07
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
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09/03/2024 15:02
Decisão interlocutória
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05/03/2024 10:38
Conclusos para decisão
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01/03/2024 00:06
DECORRIDO PRAZO DE ARMÉDIO PEPES GOMES REPRESENTADO(A) POR FLAVIO RAFAEL PERDIGAO GUERRA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA
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05/02/2024 00:01
LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
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25/01/2024 11:34
EVOLUÍDA A CLASSE DE PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL PARA CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
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25/01/2024 11:33
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
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25/01/2024 10:59
Proferido despacho de mero expediente
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23/01/2024 10:50
Conclusos para decisão
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23/01/2024 10:49
Processo Desarquivado
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22/01/2024 18:36
Juntada de Petição de manifestação DA PARTE
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10/03/2023 13:37
Juntada de Petição de manifestação DA PARTE
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08/02/2023 00:03
DECORRIDO PRAZO DE BANCO BRADESCO S/A
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02/02/2023 11:33
Arquivado Definitivamente
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02/02/2023 11:33
TRANSITADO EM JULGADO EM 02/02/2023
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02/02/2023 00:04
DECORRIDO PRAZO DE ARMÉDIO PEPES GOMES REPRESENTADO(A) POR FLAVIO RAFAEL PERDIGAO GUERRA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA
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25/01/2023 15:59
LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
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24/01/2023 13:13
ALVARÁ ENVIADO
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24/01/2023 13:10
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
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24/01/2023 13:07
HABILITAÇÃO DE PARTE EM PROCESSO
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13/01/2023 17:17
Juntada de PETIÇÃO DE REQUERIMENTO DE DILIGÊNCIA
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13/01/2023 13:53
Juntada de Petição de manifestação DA PARTE
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14/12/2022 04:53
LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
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13/12/2022 11:46
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
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13/12/2022 11:01
Decisão interlocutória
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07/12/2022 12:59
Conclusos para decisão
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07/12/2022 12:58
Processo Desarquivado
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07/12/2022 10:01
Juntada de PETIÇÃO DE SOLICITAÇÃO A EXECUÇÃO
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05/12/2022 09:21
Arquivado Definitivamente
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05/12/2022 09:21
TRANSITADO EM JULGADO EM 05/12/2022
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30/11/2022 10:14
Juntada de PROVIMENTO (CORREIÇÃO)
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26/11/2022 00:04
DECORRIDO PRAZO DE BANCO BRADESCO S/A
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25/11/2022 00:07
DECORRIDO PRAZO DE ARMÉDIO PEPES GOMES REPRESENTADO(A) POR FLAVIO RAFAEL PERDIGAO GUERRA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA
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10/11/2022 07:23
LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
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09/11/2022 09:30
LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
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09/11/2022 09:30
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
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09/11/2022 09:30
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
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09/11/2022 00:00
Edital
SENTENÇA Vistos etc.
BANCO BRADESCO S.A opôs os presentes Embargos de Declaração da sentença de item 21.1, alegando que houve contradição e obscuridade, haja vista que este Juízo julgou procedente o pleito autoral, considerando a prescrição decenal para fins de restituição dos danos materiais.
Vieram-me os autos conclusos para desenlace.
Eis o relatório sucinto do feito.
O que tudo bem visto, examinado e ponderado, passo a DECIDIR: Os embargos de declaração são admitidos, em regra, nas hipóteses expressamente previstas no artigo 1.022 do Código de Processo Civil, isto é, esclarecer obscuridade ou eliminar contradição, suprir omissão, ou, ainda, nas hipóteses de corrigir erro material.
Nos dizeres de NELSON NERY e ROSA MARIA NERY: "Os embargos de declaração têm finalidade de complementar a decisão omissa ou, ainda, de aclará-la, dissipando obscuridades ou contradições.
Não tem caráter substitutivo da decisão embargada, mas sim integrativo ou aclaratório".
Evidencia-se, assim, que os aclaratórios visam apenas garantir a inteligibilidade, a inteireza e a harmonia lógica da decisão nos exatos termos do artigo 1022, I e II do Código de Processo Civil.
De fato, a referida decisão não limitou o valor da condenação nos termos do pleito inicial, quais sejam, referente aos descontos realizados no período de JANEIRO DE 2017 a MAIO DE 2022.
Sendo assim, destaca-se o erro a ser suprido na presente oportunidade, sem que, entretanto, se modifique o entendimento já declinado.
Não há, portanto, efeito infringente.
Ante o exposto, acolho os Embargos de Declaração apenas para corrigir a contradição apontada, passando a constar no item b da sentença proferida: "[b] CONDENAR o banco requerido, à restituição em dobro do valor indevidamente cobrado a título de tarifa bancária, no período de JANEIRO DE 2017 a MAIO DE 2022, sobre os quais deverão incidir correção monetária pelo índice INPC/IBGE e juros de 1% ao mês, ambos a contar de cada desconto (art. 398 do CC/02 c/c Súmula 43/STJ), nos termos do art. 487, I, do CPC." Mantêm-se os demais termos da decisão Embargada.
Publique-se.
Registre-se.
Intimem-se.
Transitada em julgado esta sentença, intime-se o credor, na pessoa de seu advogado, para providenciar o cumprimento de sentença adequado a sua pretensão.
Barcelos, 08 de Novembro de 2022.
Tamiris Gualberto Figueirêdo Juíza de Direito -
08/11/2022 16:16
Embargos de Declaração Acolhidos EM PARTE
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04/11/2022 11:36
CONCLUSOS PARA SENTENÇA
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04/11/2022 00:07
DECORRIDO PRAZO DE ARMÉDIO PEPES GOMES REPRESENTADO(A) POR FLAVIO RAFAEL PERDIGAO GUERRA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA
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04/11/2022 00:06
DECORRIDO PRAZO DE ARMÉDIO PEPES GOMES REPRESENTADO(A) POR FLAVIO RAFAEL PERDIGAO GUERRA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA
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24/10/2022 00:01
LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
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22/10/2022 00:06
DECORRIDO PRAZO DE BANCO BRADESCO S/A
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16/10/2022 00:00
LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
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13/10/2022 09:35
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
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13/10/2022 09:34
Juntada de ATO ORDINATÓRIO
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11/10/2022 14:01
Juntada de Petição de embargos de declaração
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06/10/2022 06:18
LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
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06/10/2022 00:00
Edital
SENTENÇA Relatório dispensado (Lei n. 9.099/95, art. 38) A prova, no presente caso, é meramente documental e as provas acostadas aos autos mostram-se suficientes para o correto deslinde do feito, cabendo ao juiz da causa decidir pela necessidade ou não de oitiva pessoal das partes e produção de novas provas.
Assim, entendo pelo julgamento antecipado da lide, não importando tal decisão em cerceamento do direito de defesa, como se depreende do seguinte julgado: JUIZADO ESPECIAL CÍVEL.
AÇÃO DE INEXIGIBILIDADE C/C INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL.
DIREITO DO CONSUMIDOR.
NEGATIVAÇÃO INDEVIDA.
ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA PELA NÃO REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO.
PROVA EMINENTEMENTE DOCUMENTAL.
SUFICIÊNCIA DO ACERVO PROBATÓRIO QUE CABE AO JUIZ INFERIR.
CERCEAMENTO NÃO CONFIGURADO.
MÉRITO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO FORNECEDOR DO SERVIÇO.
INVERSÃO DO ÔNUS PROBATÓRIO.
FORNECEDOR QUE NÃO SE DESINCUMBIU DO ÔNUS DE COMPROVAR A EVENTUAL CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR OU DE TERCEIRO OU A INEXISTÊNCIA DO DEFEITO.
TEORIA DO RISCO DA ATIVIDADE.
DANO MORAL NÃO CONFIGURADO.
INSCRIÇÕES PRÉ-EXISTENTES.
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.
SENTENÇA REFORMADA.
SEM CUSTAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. - Trata-se de recurso inominado interposto contra r. sentença que julgou procedente o pleito de inexigibilidade do débito e baixa da negativação indevida, bem como os danos morais consequentes. - De início, cumpre rechaçar a preliminar de nulidade do decisum pelo alegado cerceamento de defesa ante a não realização de audiência de instrução e julgamento para oitiva pessoal da parte recorrida, uma vez que a prova, no presente caso, é essencialmente documental e a suficiência do acervo probatório para o correto deslinde do feito é prerrogativa do juiz da causa, que é quem deve decidir pela necessidade ou não de oitiva pessoal das partes. - Passo ao mérito. - In casu, a questão de direito material deve ser dirimida à luz das normas protetivas do CDC. - Como bem observado pelo magistrado a quo, impende observar que o recorrente não se desincumbiu de seu ônus (art. 14, § 3º do CDC) de provar que o serviço cujo inadimplemento deu origem ao débito inscrito no rol dos maus pagadores foi efetivamente contratado pela parte recorrida. - Com efeito, alega o recorrente que a renegociação cujo inadimplemento deu origem à negativação se realizou de maneira presencial, com o comparecimento da parte recorrida frente ao gerente de uma de suas agências (f. 62), assim, deveria ter juntado documento devidamente assinado pelo consumidor, procedimento padrão nesses casos, a fim de comprovar a legitimidade do procedimento, não bastando a simples alegação de que a confirmação se deu pelo uso de senha pessoal, procedimento este do qual também inexiste qualquer prova idônea a comprová-lo e que garanta a sua fidedignidade. - No tocante ao abalo moral, da análise dos autos infiro que não afigura-se na espécie eis que a parte autora já possuía, ao tempo da inscrição, outras negativações (fls. 27/30), não havendo, pois, em casos tais, como haver qualquer reparação (STJ, Sumula 385), ainda que em discussão a inscrição preexistente. - Recurso conhecido e provido apenas para julgar improcedente o pedido de reparação moral desprovido consoante a fundamentação supra.
No mais, incólume a sentença vergastada. - Sem custas e honorários advocatícios. - É como voto. (Relator (a): Luís Márcio Nascimento Albuquerque; Comarca: Capital - Fórum Ministro Henoch Reis; Órgão julgador: 3ª Turma Recursal; Data do julgamento: 10/12/2021; Data de registro: 16/12/2021) Assim, passo ao julgamento da demanda.
Trata-se de ação de repetição de indébito proposta por ARMÉDIO PEPES GOMES em face de BANCO BRADESCO S/A, em que a parte requerente pugna, em síntese, pela condenação da instituição financeira a restituição dos valores descontados a título de e Cesta Fácil Econômica, que reputa ilegal e abusiva, bem como a condenação da parte requerida ao pagamento de indenização por danos morais decorrentes do ato ilícito.
Primeiramente, quanto à alegação de existência de conexão com o processo nº 0600469-03.2022.8.04.2600, aduzida pelo réu em sede de defesa, importa frisar que não resta configurada.
Em se tratando de demandas oriundas de contratos diversos, não há correlação de causa de pedir, restando afastada a conexão.
Também não merece guarida a preliminar de falta de interesse de agir ante a ausência de prévio requerimento administrativo, porquanto não há no ordenamento jurídico a imposição legal no sentido de que o consumidor, antes do ajuizamento da ação, deva requerer seu direito na instância administrativa.
Desse modo, a ausência de tal medida administrativa não obsta o acesso da parte à via judicial, sob pena de afronta à regra do art. 5º, XXXV, da Constituição Federal.
Ademais, a apresentação de contestação revela a resistência à pretensão autoral.
Por outro lado, assiste-lhe parcial razão, com relação à prescrição, conquanto o prazo aplicável seja diverso daquele indicado na contestação, porquanto o caso em exame revolve matéria afeta à responsabilidade contratual.
Sobre o tema, a 2ª seção do STJ, em decisão por maioria, definiu que se aplica o prazo de 10 anos para prescrição nas controvérsias relacionadas à responsabilidade contratual: EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL.
RESPONSABILIDADE CIVIL.
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO.
INADIMPLEMENTO CONTRATUAL.
PRAZO DECENAL.
INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA.
REGIMES JURÍDICOS DISTINTOS.
UNIFICAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE.
ISONOMIA.
OFENSA.
AUSÊNCIA. 1.
Ação ajuizada em 14/08/2007.
Embargos de divergência em recurso especial opostos em 24/08/2017 e atribuído a este gabinete em 13/10/2017. 2.
O propósito recursal consiste em determinar qual o prazo de prescrição aplicável às hipóteses de pretensão fundamentadas em inadimplemento contratual, especificamente, se nessas hipóteses o período é trienal (art. 206, § 3, V, do CC/2002) ou decenal (art. 205 do CC/2002). 3.
Quanto à alegada divergência sobre o art. 200 do CC/2002, aplica-se a Súmula 168/STJ ("Não cabem embargos de divergência quando a jurisprudência do Tribunal se firmou no mesmo sentido do acórdão embargado"). 4.
O instituto da prescrição tem por finalidade conferir certeza às relações jurídicas, na busca de estabilidade, porquanto não seria possível suportar uma perpétua situação de insegurança. 5.
Nas controvérsias relacionadas à responsabilidade contratual, aplica-se a regra geral (art. 205 CC/02) que prevê dez anos de prazo prescricional e, quando se tratar de responsabilidade extracontratual, aplica-se o disposto no art. 206, § 3º, V, do CC/02, com prazo de três anos. 6.
Para o efeito da incidência do prazo prescricional, o termo "reparação civil" não abrange a composição da toda e qualquer consequência negativa, patrimonial ou extrapatrimonial, do descumprimento de um dever jurídico, mas, de modo geral, designa indenização por perdas e danos, estando associada às hipóteses de responsabilidade civil, ou seja, tem por antecedente o ato ilícito. 7.
Por observância à lógica e à coerência, o mesmo prazo prescricional de dez anos deve ser aplicado a todas as pretensões do credor nas hipóteses de inadimplemento contratual, incluindo o da reparação de perdas e danos por ele causados. 8.
Há muitas diferenças de ordem fática, de bens jurídicos protegidos e regimes jurídicos aplicáveis entre responsabilidade contratual e extracontratual que largamente justificam o tratamento distinto atribuído pelo legislador pátrio, sem qualquer ofensa ao princípio da isonomia. 9.
Embargos de divergência parcialmente conhecidos e, nessa parte, não providos. (STJ - EREsp: 1280825 RJ 2011/0190397-7, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 27/06/2018, S2 - SEGUNDA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 02/08/2018) (g. n.).
A ação foi ajuizada em 14/06/2022.
Aplicado o prazo prescricional decenal, a prescrição atingiria apenas valores anteriores a 14/06/2012.
Como, no caso, os primeiros descontos são datados de 2017, não há prescrição a ser reconhecida.
No mérito, a instituição financeira, por seu turno, defende a legalidade da cobrança de tarifa de pacote de serviços e a inexistência de ato ilícito e, por conseguinte, a inexistência de dano material e moral indenizáveis.
O tema em análise foi objeto de Incidente de Uniformização de Jurisprudência (Processo nº 0000511-49.2018.8.04.9000), julgado pela Turma de Uniformização TJAM, no dia 12/04/2019 (DJe n. 2627, fl. 435, disp. em 03/06/2019).
Na ocasião, foram sedimentadas as seguintes teses: 1. É vedado às instituições financeiras realizar descontos a título de tarifa de pacote de serviços bancários sem prévia e expressa autorização do consumidor, mediante contrato com cláusula específica e destacada, nos termos do art. 54, § 4º, do CDC. 2.
O desconto indevido da cesta de serviços bancários não configura ocorrência de danos morais in re ipsa, devendo a repercussão danosa ser verificada pelo julgador no caso concreto. 3.
A reiteração de descontos de valores a título de tarifa de pacote de serviços bancários não é engano justificável.
Presentes tais requisitos (má-fé e inexistência de engano justificável) a indenização por danos materiais deve ser na forma do art. 42, parágrafo único, do CDC.
A relação travada entre as partes é de consumo, já que a parte autora e o banco requerido se enquadram no conceito de consumidor e fornecedor de produtos e serviços, respectivamente, conforme preceitua os artigos 2º e 3º, do Código de Defesa do Consumidor.
Nesse raciocínio, a responsabilidade da fornecedora de produtos e serviços é objetiva e somente pode ser afastada quando restar demonstrada a inocorrência de falha ou que eventual fato do serviço decorreu de culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, à luz do que preceitua o art. 14, do CDC.
Ainda, sendo a relação estabelecida entre as partes de consumo, cabível a inversão do ônus da prova, na forma do artigo 6º, VIII, do CDC, notadamente porque a alegação da parte consumidora é verossímil, inclusive quando corroboradas aos documentos juntados.
Portanto, incumbe ao banco réu comprovar, no presente caso, que a parte autora solicitou e/ou autorizou a contratação dos serviços originários da tarifa bancária ora discutida, para que pudesse haver os descontos sob essa rubrica.
Contudo, o banco requerido não juntou aos autos contrato assinado pela parte autora para demonstrar a solicitação ou anuência pelo serviço debitado em sua conta bancária. Neste ponto, impende ressaltar que a Resolução n. 3.919/2010 garante ao cliente a opção de optar pela utilização de reduzidos serviços bancários sob o pálio da gratuidade, de modo que a utilização de pacotes ou cestas deve ser precedida de específico contrato.
A imposição de pacote de cesta de serviços fere o direito de escolha do autor, bem como o dever de informação e transparência do Requerido ao consumidor.
Ademais, foram comprovados os descontos mediante a juntada de extratos bancários pela parte requerente, em que foram constatados descontos referentes a tarifa impugnada.
Logo, ausente prova da contratação e/ou anuência da parte autora, configura-se a ilegalidade da cobrança a título de tarifa de pacote de serviços bancários (art. 6°, III do CDC) e, por conseguinte, necessário o acolhimento do pedido de repetição de indébito em dobro, (CDC, art. 42, parágrafo único), na forma do Incidente de Uniformização de Jurisprudência acima referido, porquanto indevidos os descontos de valores da conta bancária da parte autora.
O valor devido será apurado em cumprimento de sentença, a partir dos extratos bancários juntados aos autos e de outros que se fizerem necessários ao cálculo, observado o limite temporal dos dez anos anteriores ao ajuizamento da ação e das cobranças efetuadas após a sua propositura.
Registre-se, por oportuno, que a não fixação de valor certo não torna a sentença ilíquida, porquanto a apuração do saldo devedor depende de meros cálculos aritméticos, a cargo da própria parte.
Como não há fato novo a ser comprovado, tampouco o objeto exige, a liquidação por arbitramento ou pelo procedimento comum é desnecessária.
Basta ao credor, por meio do extrato bancário, identificar os valores cobrados a título de cesta básica e promover a atualização da dívida, na forma determinada.
Por derradeiro, os elementos acima apontados são suficientes para a resolução da lide.
Os demais argumentos apresentados pelas partes não são capazes de infirmar a conclusão deste Juízo.
Nesse sentido, adota-se a técnica da fundamentação suficiente (CPC, art. 489, §1º, IV do CPC).
No tocante aos danos morais pleiteados, segundo o entendimento deste juízo, é in re ipsa, não exigindo maiores delongas sobre o tema.
Na fixação do montante devido, o prudente arbítrio do julgador deve considerar os fins pedagógico e punitivo da reparação moral, sem embargo de sopesar as circunstâncias próprias do agravo causado ao consumidor.
Nesse trilhar, arbitro a quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a título de danos morais, por entender que a quantia atende aos parâmetros mencionados.
Do exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos formulados inicial para: [a] DETERMINAR que o banco requerido se abstenha de debitar/cobrar valores da conta corrente da parte autora, a título de tarifa Cesta Fácil Econômica; [b] CONDENAR o banco requerido, à restituição em dobro do valor indevidamente cobrado a título de tarifa Cesta Fácil Econômica, observada a prescrição decenal, sobre os quais deverão incidir correção monetária pelo índice INPC/IBGE e juros de 1% ao mês, ambos a contar de cada desconto (art. 398 do CC/02 c/c Súmula 43/STJ), nos termos do art. 487, I, do CPC. [c] CONDENAR o requerido ao pagamento de indenização por dano moral, que ora arbitro em R$2.000,00 (dois mil reais), sobre a qual deverá incidir juros mensais de 1% e correção monetária oficial (INPC), desde a fixação.
Sem despesas processuais e honorários advocatícios (Lei n. 9.099/95, art. 55).
Decorrido o prazo recursal, certifique-se o trânsito em julgado.
Após, oportunamente, arquivem-se.
Publique-se.
Registre-se.
Intimem-se.
Barcelos, 05 de Outubro de 2022.
Tamiris Gualberto Figueirêdo Juíza de Direito -
05/10/2022 10:19
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
-
05/10/2022 10:19
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
-
05/10/2022 10:09
JULGADA PROCEDENTE A AÇÃO
-
30/09/2022 11:05
CONCLUSOS PARA SENTENÇA
-
22/09/2022 00:04
DECORRIDO PRAZO DE ARMÉDIO PEPES GOMES REPRESENTADO(A) POR FLAVIO RAFAEL PERDIGAO GUERRA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA
-
29/08/2022 00:02
LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
-
18/08/2022 13:52
EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
-
18/08/2022 13:52
Juntada de ATO ORDINATÓRIO
-
16/08/2022 00:04
DECORRIDO PRAZO DE BANCO BRADESCO S/A
-
11/08/2022 13:01
Juntada de Petição de contestação
-
23/07/2022 00:00
LEITURA DE CITAÇÃO REALIZADA
-
12/07/2022 11:20
EXPEDIÇÃO DE CITAÇÃO ONLINE
-
12/07/2022 11:19
DESABILITAÇÃO DE PARTE EM PROCESSO
-
12/07/2022 11:18
HABILITAÇÃO DE PARTE EM PROCESSO
-
06/07/2022 19:09
Decisão interlocutória
-
27/06/2022 17:04
Juntada de PETIÇÃO DE REQUERIMENTO DE HABILITAÇÃO
-
15/06/2022 11:26
Recebidos os autos
-
15/06/2022 11:26
Juntada de ANOTAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO
-
15/06/2022 08:33
Conclusos para decisão
-
14/06/2022 08:36
Recebidos os autos
-
14/06/2022 08:36
REMETIDOS OS AUTOS PARA DISTRIBUIDOR
-
14/06/2022 08:36
DISTRIBUÍDO PARA COMPETÊNCIA EXCLUSIVA
-
14/06/2022 08:36
Juntada de PETIÇÃO DE INICIAL
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
14/06/2022
Ultima Atualização
15/07/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
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