TJCE - 3000219-31.2023.8.06.0157
1ª instância - Vara Unica da Comarca de Reriutaba
Polo Ativo
Polo Passivo
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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                                            19/06/2025 14:29 Arquivado Definitivamente 
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                                            19/06/2025 14:28 Expedição de Outros documentos. 
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                                            13/06/2025 15:33 Juntada de Petição de Petição (outras) 
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                                            12/06/2025 11:04 Juntada de Outros documentos 
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                                            17/04/2025 16:26 Juntada de Petição de procuração 
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                                            18/02/2025 16:55 Proferido despacho de mero expediente 
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                                            19/08/2024 16:35 Juntada de Petição de petição 
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                                            30/07/2024 11:30 Conclusos para despacho 
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                                            30/07/2024 11:29 Juntada de Certidão 
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                                            30/07/2024 11:28 Juntada de Certidão 
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                                            30/07/2024 11:28 Transitado em Julgado em 16/04/2024 
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                                            16/04/2024 01:51 Decorrido prazo de BANCO BRADESCO S.A. em 15/04/2024 23:59. 
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                                            16/04/2024 01:51 Decorrido prazo de BANCO BRADESCO S.A. em 15/04/2024 23:59. 
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                                            09/04/2024 02:30 Decorrido prazo de MARIA HELENA TORRES SOUSA em 08/04/2024 23:59. 
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                                            09/04/2024 00:17 Decorrido prazo de BANCO BRADESCO S.A. em 08/04/2024 23:59. 
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                                            20/03/2024 12:41 Erro ou recusa na comunicação 
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                                            20/03/2024 00:00 Publicado Sentença em 20/03/2024. Documento: 82773927 
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                                            19/03/2024 23:50 Juntada de Petição de pedido (outros) 
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                                            19/03/2024 11:58 Juntada de Petição de ciência 
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                                            19/03/2024 00:00 Disponibilizado no DJ Eletrônico em 19/03/2024 Documento: 82773927 
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                                            19/03/2024 00:00 Intimação PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO CEARÁ Comarca de Reriutaba Vara Única da Comarca de Reriutaba Av.
 
 José Cassimiro de Abreu, S/N, Carão - CEP 62260-000, Fone: (88) 3637-2045, Reriutaba-CE - E-mail: [email protected] Processo: 3000219-31.2023.8.06.0157 Promovente: MARIA HELENA TORRES SOUSA Promovido: BANCO BRADESCO S.A. SENTENÇA Trata-se de CUMPRIMENTO DE SENTENÇA iniciado por MARIA HELENA TORRES SOUSA em face de BANCO BRADESCO S.A. Após o requerimento do cumprimento de sentença, o promovido acostou a petição de ID 80887846, demonstrando o pagamento da presente execução, no valor requerido pelo exequente, pleiteando assim a extinção do feito, nos termos do art. 924, II do CPC. É o breve relatório. Preceitua o art. 924, inciso II do Novo Código de Processo Civil: "Art. 924.
 
 Extingue-se a execução quando: (...) II - a obrigação for satisfeita;" Conforme se extrai dos autos, a dívida em questão foi devidamente satisfeita. Ante o exposto, JULGO EXTINTA a presente execução, nos termos do art. 924, II do NCPC. Publique-se.
 
 Registre-se.
 
 Expeça-se o competente alvará para levantamento do valor depositado ID 80887847.
 
 Intimem-se as partes, pelo DJE.
 
 Após, ARQUIVEM-SE os autos. Expedientes necessários. Reriutaba/CE, 15 de março de 2024. Renata Martins Dias d'Ávila Juíza Leiga
 
 Vistos. Homologo a minuta de sentença elaborada pela Juíza Leiga para que produza os seus jurídicos e legais efeitos, nos termos do art. 40 da Lei nº. 9.099/95. Intimem-se.
 
 Registre-se. Reriutaba/CE, 15 de março de 2024. Luiz Eduardo Viana Pequeno Juiz de Direito
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                                            18/03/2024 08:13 Expedida/certificada a comunicação eletrônica Documento: 82773927 
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                                            18/03/2024 08:13 Expedição de Outros documentos. 
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                                            18/03/2024 08:13 Extinta a execução ou o cumprimento da sentença 
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                                            15/03/2024 13:37 Conclusos para julgamento 
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                                            15/03/2024 13:36 Classe retificada de PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) para CUMPRIMENTO DE SENTENÇA (156) 
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                                            07/03/2024 15:39 Juntada de Petição de petição 
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                                            16/02/2024 00:00 Publicado Intimação em 16/02/2024. Documento: 79330667 
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                                            15/02/2024 00:00 Disponibilizado no DJ Eletrônico em 15/02/2024 Documento: 79330667 
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                                            14/02/2024 15:14 Expedida/certificada a comunicação eletrônica Documento: 79330667 
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                                            14/02/2024 10:55 Proferido despacho de mero expediente 
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                                            07/02/2024 19:55 Conclusos para despacho 
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                                            07/02/2024 17:41 Juntada de Petição de execução / cumprimento de sentença 
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                                            31/01/2024 14:52 Juntada de Petição de petição 
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                                            24/01/2024 23:59 Publicado Intimação em 24/01/2024. Documento: 78537192 
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                                            23/01/2024 00:00 Disponibilizado no DJ Eletrônico em 23/01/2024 Documento: 78537192 
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                                            22/01/2024 16:37 Expedida/certificada a comunicação eletrônica Documento: 78537192 
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                                            22/01/2024 16:36 Juntada de Certidão 
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                                            22/01/2024 16:36 Transitado em Julgado em 22/01/2024 
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                                            27/10/2023 02:46 Decorrido prazo de Banco Bradesco S.A em 26/10/2023 23:59. 
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                                            26/10/2023 08:33 Audiência Conciliação cancelada para 01/03/2024 08:30 Vara Única da Comarca de Reriutaba. 
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                                            10/10/2023 00:00 Publicado Sentença em 10/10/2023. Documento: 69842421 
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                                            09/10/2023 00:00 Intimação PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO CEARÁ Comarca de Reriutaba Vara Única da Comarca de Reriutaba Av.
 
 José Cassimiro de Abreu, S/N, Carão - CEP 62260-000, Fone: (88) 3637-2045, Reriutaba-CE - E-mail: [email protected] Processo: 3000219-31.2023.8.06.0157 Promovente: MARIA HELENA TORRES SOUSA Promovido: Banco Bradesco S.A SENTENÇA Trata-se de Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Indenização por Danos Morais e Materiais com Pedido de Liminar ajuizada por MARIA HELENA TORRES SOUSA em face de BANCO BRADESCO S/A, já qualificados nos presentes autos.
 
 Dispensado o relatório, nos termos do art. 38, da Lei 9.099/95. FUNDAMENTAÇÃO. O presente feito deve ser julgado antecipadamente, na forma da regra contida no art. 355, I, do CPC/2015, que assim estabelece: "Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: I - não houver necessidade de produção de outras provas;" In casu, a matéria prescinde de maiores dilação probatórias, especialmente ante a documentação carreada aos autos. DA PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA ARGUIDA PELO BANCO BRADESCO S/A.
 
 De início, rejeita-se a preliminar de ilegitimidade passiva levantada pelo Banco Bradesco S/A, uma vez que referida instituição é parte integrante da cadeia de fornecedores de serviço e responde solidariamente pelos danos causados aos consumidores (art. 7º, parágrafo único e 25, § 1º do CDC), de modo que pertinente sua figuração como ré na presente demanda.
 
 Com efeito, o referido banco, responsável pela conta corrente da autora, permitiu os descontos ora impugnados pela parte promovente, de forma que patente sua legitimidade para responder no presente feito.
 
 Nesse sentido, o seguinte precedente: APELAÇÕES CÍVEIS AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS RECURSO DO RÉU.
 
 PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA REJEITADA MÉRITO NÃO CONHECIMENTO VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE RECURSO DA AUTORA CONTRATO DE SEGURO CONTRATAÇÃO NÃO COMPROVADA DESCONTOS EM CONTA BANCÁRIA DANO MORAL CONFIGURADO FIXAÇÃO EM QUANTUM RAZOÁVEL JUROS DE MORA COM INCIDÊNCIA A PARTIR DO EVENTO DANOSO. 1.
 
 Discute-se nos presente recursos: em preliminar, a) a ilegitimidade passiva da ré e, no mérito, b) a responsabilidade da consumidora pelo evento; c) a ocorrência, ou não, de dano moral na espécie; d) a restituição de valores; e e) o termo inicial dos juros de mora. 2.
 
 A instituição financeira que autorizou os descontos bancários com seguro não contratado pela parte autora possui legitimidade passiva para figurar no polo passivo da demanda, pois a discussão travada nos autos passa pela questão da inexistência de autorização para débito em conta bancária da consumidora.
 
 Preliminar rejeitada. (...). (TJMS.
 
 Apelação Cível n. 0801762-72.2019.8.12.0024, Aparecida do Taboado, 3ª Câmara Cível, Relator (a): Des.
 
 Paulo Alberto de Oliveira, j: 27/04/2020, p: 29/04/2020) APELAÇÃO CÍVEL.
 
 AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DANOS MORAIS E MATERIAIS.
 
 SEGURO NÃO CONTRATADOS.
 
 DÉBITO EM CONTA CORRENTE.
 
 SENTENÇA PROCEDENTE EM PARTE.
 
 DANO MORAL CARACTERIZADO. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM.
 
 REJEIÇÃO.
 
 Legitimidade passiva da instituição financeira que realizou os descontos em conta corrente de seu cliente.
 
 A responsabilidade dos bancos, pelos danos causados aos seus clientes, é objetiva, isto é, independentemente da existência de ato culposo, conforme dispõe o art. 14, caput, do CDC.
 
 Falha na prestação de serviço caracterizada.
 
 Devolução em dobro do dano material.
 
 Dano moral configurado por não se tratar de mero aborrecimento tanto que exigiu o ingresso em juízo, inviabilizada a solução por via administrativa por conta exclusiva do apelado.
 
 Quantum fixado em 3.000,00 (três mil reais), que atende os princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
 
 Inteligência da súmula 343 do STJ.
 
 DESPROVIMENTO DO RECURSO. (TJ-RJ - APL: 00160322620158190204 RIO DE JANEIRO BANGU REGIONAL 4 VARA CIVEL, Relator: ANTONIO CARLOS DOS SANTOS BITENCOURT, Data de Julgamento: 07/06/2017, VIGÉSIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR, Data de Publicação: 12/06/2017) Por tais razões, indefiro a preliminar suscitada. DO MÉRITO. Inicialmente, destaco a aplicação do Código de Defesa do Consumidor na relação travada entre as partes. No mérito, o pedido é procedente. Com efeito, o ponto nodal da questão é saber se as cobranças das parcelas sob a rubrica "PAGTO COBRANCA 0000021 4739358 PSERV" no valor de R$ 36,00 vide id.
 
 Num. 28054618 - Pág. 5 é devida. Nessa toada, tenho que, por se tratar de consumidor hipossuficiente, é inviável exigir que apresente prova de fato negativo, isto é, de que não contratou o serviço de seguro, cabendo ao réu, na condição de fornecedor do serviço, demonstrar que a parte autora requisitou o serviço em questão. Ocorre que assim não o fez.
 
 Com efeito, o requerido sequer juntou cópia de contrato em que o consumidor tivesse requisitado o serviço, concordado com o pagamento de quaisquer valores.
 
 Também não foi trazido os documentos da parte, que, na suposta contratação, certamente seriam retidos. Ora, por se tratar de consumidor hipossuficiente, é inviável exigir que apresente prova de fato negativo, isto é, de que não contratou o serviço de seguro de vida, cabendo ao réu, na condição de fornecedor do serviço, demonstrar que a parte autora contratou o seguro e concordou com os descontos mensais.
 
 Ocorre que assim não o fez. Ressalte-se ainda que a responsabilidade do réu é objetiva, decorrente do risco da própria atividade.
 
 Ao disponibilizar a contratação de seguros que não foram requeridos pelo consumidor, o banco responde objetivamente.
 
 Ora, esse risco é computado pelo banco e remunerado por meio das inúmeras taxas cobradas dos correntistas. A jurisprudência tem perfilhado o mesmo entendimento.
 
 Veja-se. "RECURSO INOMINADO.
 
 RESPONSABILIDADE CIVIL.
 
 CONSUMIDOR.
 
 EMPRÉSTIMO CONSIGNADO.
 
 AUSÊNCIA DE PROVA DA CONTRATAÇÃO. ÔNUS QUE INCUMBIA AO RÉU.
 
 DESCONTO EM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.
 
 CANCELAMENTO DOS DESCONTOS.
 
 DEVOLUÇÃO DO VALOR DESCONTADO INDEVIDAMENTE NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO.
 
 DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS. 1.
 
 Afirma a parte autora que foi surpreendida com descontos em seu benefício previdenciário de valores decorrentes de empréstimo consignado, embora não tenha feito nenhuma contratação neste sentido. 2.
 
 A parte requerida não comprovou a regularidade da contratação e dos descontos realizados no benefício previdenciário recebido pela ré. 3.
 
 Situação que demonstra a falha na prestação dos serviços da empresa requerida, não havendo que se falar em exceções previstas no § 3º do art. 14 do CDC (...) SENTENÇA MANTIDA.
 
 RECURSO IMPROVIDO.
 
 UNÂNIME. (TJRS, Recurso Cível Nº *10.***.*97-09, Quarta Turma Recursal Cível, Turmas Recursais,...
 
 Relator: Glaucia Dipp Dreher, Julgado em 22/09/2015)." "DIREITO PROCESSUAL CIVIL.
 
 CERCEAMENTO DE DEFESA AUSÊNCIA DE PREJUÍZO.
 
 NULIDADE INEXISTENTE DIREITO DO CONSUMIDOR.
 
 CONTRATOS DE EMPRÉSTIMOS FRAUDULENTOS.
 
 DEFEITO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. ÔNUS DA PROVA DO FORNECEDOR.
 
 DESCONTOS INDEVIDOS EM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.
 
 RESTITUIÇÃO SIMPLES.
 
 DANO MORAL CARACTERIZADO.
 
 COMPENSAÇÃO.
 
 PROPORCIONALIDADE. (...) II.
 
 Pela teoria do risco do negócio ou da atividade, explicitamente albergada pelo artigo 14, caput, do Código de Defesa do Consumidor, as instituições bancárias respondem objetivamente pelas vicissitudes empresariais que envolvem a prestação de serviços. III.
 
 Uma vez negada a contratação de empréstimos bancários, à instituição financeira incumbe comprovar a inexistência de defeito na prestação do serviço, segundo a inteligência do artigo 14, § 3º, inciso II, do Código de Defesa do Consumidor. IV.
 
 Se o banco se omite completamente na arena probatória e deixa de demonstrar a integridade dos seus sistemas e operações, não há como aliviar a sua responsabilidade civil. V.
 
 Descontos de empréstimos não contraídos, ocasionados por contratação proveniente de fraude, longe de representar eximente indenizatória, evidencia falha na prestação dos serviços que testifica de modo insuperável a responsabilidade civil da instituição financeira. VI.
 
 Devem ser restituídos ao consumidor os valores indevidamente descontados de seu benefício previdenciário. (...) (APC 20.***.***/2269-29 Relator(a):JAMES EDUARDO OLIVEIRA Julgamento: 15/07/2015 Órgão Julgador: 4ª Turma Cível Publicação: Publicado no DJE : 04/09/2015)" "EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL.
 
 NULIDADE CONTRATUAL.
 
 REPETIÇÃO DE INDÉBITO COM INDENIZAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS.
 
 EMPRÉSTIMO CONSIGNADO.
 
 APOSENTADO DO INSS.
 
 DESCONTOS INDEVIDOS.
 
 PROTEÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR -CDC, ART. 42.
 
 RESTITUIÇÃO EM DOBRO DOS VALORES INDEVIDAMENTE DESCONTADOS.
 
 RESPONSABILIDADE CIVIL DO BANCO.
 
 TEORIA DO DIÁLOGO DAS FONTES 1.
 
 O ato praticado pelo Apelante em cobrar empréstimo consignado não autorizado em benefício de aposentado não respeitando os ditames da lei, afronta o direito do consumidor em face da inexistência da autorização deste empréstimo, presume-se que a cobrança indevida desses valores faz com que a Ré seja condenada a devolver em dobro, os valores descontados, é assim que apresenta o parágrafo único do art. 42 do CDC.(...)(AC 00001486020128180051 PI 201400010086161 Relator(a): Des.
 
 José James Gomes Pereira Julgamento: 07/04/2015 Órgão Julgador: 2ª Câmara Especializada Cível Publicação: 28/04/2015)" Uma vez demonstrada a conduta ilegal da parte requerida, passo a analisar os pedidos trazidos na exordial. No que concerne ao pedido de danos materiais tenho que estes são devidos. Com efeito, não sendo hipótese de engano justificável - como no presente caso em que houve patente falha na instituição financeira em apreço - o valor a ser devolvido, de forma dobrada, será o total de descontos a título de "PAGTO COBRANCA 0000021 4739358 PSERV" no valor de R$ 36,00 até a data da efetiva exclusão/cessação dos referidos descontos. Nesse sentido, o art. 42, parágrafo único, do CDC: "Art. 42.
 
 Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
 
 Parágrafo único.
 
 O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável." Ademais, a parte autora trouxe no id.
 
 Num. 28054618 - Pág. 5, extrato da conta corrente demonstrado a ocorrência do débito.
 
 Quanto ao pedido de indenização por danos morais, também entendo os mesmos devidos. Com efeito, é entendimento majoritário no âmbito doutrinário e jurisprudencial que descontos indevidos em contas bancárias são passíveis de gerar indenização por danos morais. Nesse sentido: INDENIZATÓRIA - envio de cartão de crédito sem prévia solicitação do consumidor cartão que sequer foi desbloqueado - cobrança mensal de anuidade em conta corrente impossibilidade, já que o serviço não foi utilizado - prática mercadológica vedada por lei (art. 39, II, do CDC) danos morais caracterizados incidência da Súmula 532/STJ - repetição simples do indébito, porquanto não comprovada má-fé do réu demanda procedente recurso parcialmente provido. (TJSP - Apelação nº 1071107-59.2015.8.26.0100 - Rel.
 
 Des.
 
 Jovino de Sylos - j. 24/05/2016). Ação de reparação por danos materiais e morais - Cartão de crédito não desbloqueado - Cobrança de anuidade - Inadmissibilidade - As administradoras de cartões de crédito podem cobrar taxas, conhecidas por anuidades ou anualidades, pela utilização do cartão, que não é o caso, porque dele não se utilizou a autora, ou pela disponibilização do cartão, o que só se concretiza após o procedimento do 'desbloqueio', também não utilizado, o que evidencia intenção segura de desinteresse da autora no uso do cartão Indenização - Danos morais - Pretensão de redução do 'quantum' indenizatório - Inadmissibilidade - A jurisprudência vem iterativamente decidindo que o 'quantum' indenizatório deve encerar uma sanção para que não dê ensejo à repetição do evento e para compensar os transtornos e constrangimentos a que foi submetido o autor - Levando-se em conta essas considerações e os parâmetros utilizados por esta C.
 
 Câmara, em casos idênticos, afigura-se adequado o 'quantum' indenizatório fixado em 1º grau - Recursos improvidos" (Ap nº 003139-59.2010.8.26.064, 14ª Câmara de Direito Privado, v.u., Rel.
 
 Des.
 
 PEDRO ABLAS, j. em 28.3.2012) Pertinente ao valor do dano moral a ser fixado, consoante ensina Yussef Said Cahali - in Dano Moral, 2ª edição, editora RT -, a reparação do dano moral se faz por arbitramento, mercê de inexistir parâmetros legais para sua fixação. Note-se que a jurisprudência vem afastando a incidência de critérios fixos para fixação do dano moral, como previsto em poucas leis extravagante.
 
 Nessa linha de entendimento foi editada, pelo Superior Tribunal de Justiça, a Súmula 281, verbis: "a indenização por dano moral não está sujeita à tarifação prevista na Lei de Imprensa". Continuando nessa trilha de entendimento, assinala Sílvio de Salvo Venosa, em obra já citada, que "a reparação do dano moral deve guiar-se especialmente pela índole dos sofrimentos ou mal-estar de quem os padece, não estando sujeita a padrões predeterminados ou matemáticos". Não pode a indenização por dano moral servir como fonte de enriquecimento, devendo tal guardar a devida razoabilidade diante do caso concreto. Sobre o princípio da razoabilidade no tema sub oculi, vejamos a lição de Caio Mário da Silva Pereira - in Instituições de Direito civil, 8ª edição, vol.
 
 II -, que ressalta a importância da observância de tais preceitos, verbis: "... e se em qualquer caso se dá à vítima uma reparação de dano vitando, e não de lucro copiendo, mais do que nunca há de estar presente a preocupação de conter a reparação do razoável, para que jamais se converta em fonte de enriquecimento".
 
 A razoabilidade também deve ser analisada in reverso, ou seja, também não pode ser fixado um valor ínfimo, ao ponto de tornar a indenização inexpressiva, consoante moderna jurisprudência, inclusive do colendo STJ, que assim vem decidindo, v.g.
 
 AgRg no Ag 1365895/RS. Também, deve a indenização servir de advertência ao ofensor, evitando-se, dessa forma, a reincidência, exteriorizando seu caráter punitivo e preventivo, através da fixação de um valor razoável. Podemos afirmar, em suma, que na fixação do quantum correspondente ao dano moral atentará o julgador para o princípio da razoabilidade, em face da natureza compensatória, satisfativa - não de equivalência - da indenização e, diante do caso concreto, avaliará o grau de culpa e a capacidade socioeconômica das partes, valendo-se, ainda, das circunstâncias em que ocorreu o evento e as consequências advindas ao ofendido. Nessa esteira, na situação retratada, o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) prestigia os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, considerando principalmente que se trata de único desconto e do valor debitado. DISPOSITIVO DIANTE DO EXPOSTO, com fundamento no art. 487, I do CPC-2015, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial em face do BANCO BRADESCO S/A, com resolução do mérito, para: a) Declarar a inexistência do contrato em questão e a irregularidade dos débitos "PAGTO COBRANCA 0000021 4739358 PSERV" no valor de R$ 36,00, para cessarem todos os efeitos dele decorrentes; b) Condenar a parte promovida a restituir em dobro todas as parcelas descontadas indevidamente até a efetiva suspensão, nos termos do art. 42, parágrafo único do CDC, uma vez que não se trata de hipótese de engano justificável.
 
 Tais valores deverão ser acrescidos de juros de mora de 1% ao mês e correção monetária (INPC), ambos a partir da primeira cobrança indevida (súmulas 43 e 54 do STJ); c) Condenar a parte promovida ao pagamento de R$ 1.000,00 (mil reais) ao autor a título de indenização por danos morais, com correção monetária (INPC) contada da data desta sentença (sumula 362, STJ) e juros de mora de 1% desde o evento danoso, sumula 54 STJ. Sem custas e honorários nesta fase (artigo 55, da Lei 9.099/95). Publique-se.
 
 Registre-se.
 
 Após Intimem-se as partes, por seus causídicos, da presente sentença. Transitada em julgado, intime-se novamente a parte autora, por seu causídico, para dar início ao cumprimento de sentença, sob pena de arquivamento do feito. Expedientes necessários.
 
 Reriutaba-CE, 02 de outubro de 2023. Ricardo Barbosa Silva Juiz Leigo DESPACHO/DECISÃO
 
 Vistos.
 
 Homologo a minuta de sentença elaborada pelo Juiz Leigo para que produza os seus jurídicos e legais efeitos, nos termos do art. 40, da Lei nº 9.099/95.
 
 Publique-se.
 
 Registre-se.
 
 Reriutaba-CE, 02 de outubro de 2023. Luiz Eduardo Viana Pequeno Juiz de Direito
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                                            09/10/2023 00:00 Disponibilizado no DJ Eletrônico em 09/10/2023 Documento: 69842421 
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                                            08/10/2023 17:17 Juntada de Petição de ciência 
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                                            06/10/2023 10:27 Expedida/certificada a comunicação eletrônica Documento: 69842421 
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                                            06/10/2023 10:27 Julgado procedente o pedido 
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                                            02/10/2023 14:46 Conclusos para julgamento 
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                                            29/09/2023 01:07 Decorrido prazo de Banco Bradesco S.A em 28/09/2023 23:59. 
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                                            27/09/2023 17:22 Juntada de Petição de réplica 
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                                            18/09/2023 21:26 Juntada de Petição de contestação 
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                                            04/09/2023 20:06 Expedição de Outros documentos. 
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                                            30/08/2023 14:13 Juntada de Petição de Petição (outras) 
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                                            21/08/2023 11:28 Proferido despacho de mero expediente 
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                                            03/07/2023 17:24 Juntada de Petição de Petição (outras) 
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                                            13/04/2023 11:24 Juntada de Petição de pedido (outros) 
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                                            14/02/2023 16:51 Conclusos para decisão 
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                                            14/02/2023 16:51 Expedição de Outros documentos. 
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                                            14/02/2023 16:51 Audiência Conciliação designada para 01/03/2024 08:30 Vara Única da Comarca de Reriutaba. 
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                                            14/02/2023 16:51 Distribuído por sorteio 
Detalhes
                                            Situação
                                            Ativo                                        
                                            Ajuizamento
                                            14/02/2023                                        
                                            Ultima Atualização
                                            19/03/2024                                        
                                            Valor da Causa
                                            R$ 0,00                                        
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