TJES - 5013119-42.2022.8.08.0011
2ª instância - Câmara / Desembargador(a) Gab. Desemb. Ney Batista Coutinho - Vitoria
Processos Relacionados - Outras Instâncias
Polo Ativo
Polo Passivo
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
-
18/08/2025 00:04
Publicado Intimação - Diário em 18/08/2025.
-
16/08/2025 00:07
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 15/08/2025
-
15/08/2025 00:00
Intimação
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL.
APELAÇÃO CÍVEL.
AÇÃO MONITÓRIA.
DÍVIDA LÍQUIDA COM VENCIMENTO CERTO.
ENCARGOS MORATÓRIOS.
TERMO INICIAL.
APLICAÇÃO DA TAXA SELIC.
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL.
RECURSO PROVIDO.
I.
CASO EM EXAME Apelação cível interposta por CP COMERCIAL S.A. contra sentença proferida na ação monitória ajuizada contra EGRAN COMÉRCIO DE MÁRMORES E GRANITOS EIRELI, em que o juízo de origem constituiu título executivo judicial no valor de R$ 30.656,53, com correção monetária pelo INPC até a data da citação e, a partir de então, incidência de juros moratórios pela taxa SELIC, vedada a cumulação com correção monetária.
A parte autora pleiteia a incidência dos encargos moratórios (correção monetária e juros) desde o vencimento das faturas representadas pelas notas fiscais.
II.
QUESTÃO EM DISCUSSÃO Há duas questões em discussão: (i) definir se é cabível o conhecimento da apelação interposta contra decisão que, embora de natureza interlocutória, foi formalmente qualificada como sentença; (ii) estabelecer o termo inicial dos encargos moratórios incidentes sobre dívida líquida e com vencimento certo em ação monitória.
III.
RAZÕES DE DECIDIR A jurisprudência do STJ afirma que, em regra, o ato que converte o mandado monitório em executivo, ante a ausência de embargos, não tem conteúdo decisório, podendo ser, excepcionalmente, impugnado por agravo de instrumento, quando houver pronunciamento que fixa valores ou define encargos (REsp 2.011.406/PB). É admissível a aplicação do princípio da fungibilidade recursal quando a parte é induzida a erro pelo magistrado, inexistindo má-fé ou erro grosseiro, sobretudo se a decisão é qualificada como sentença e contém resolução de mérito (AgInt no AREsp 1.515.577/PR; AgInt no REsp 2.001.357/PR).
A dívida discutida consiste em obrigação líquida, positiva e com vencimento certo, oriunda de notas fiscais e respectivas faturas, o que impõe a incidência da correção monetária desde o vencimento, conforme art. 389 do Código Civil, com o objetivo de preservar o valor real da obrigação.
Os juros de mora devem incidir desde o vencimento da obrigação, nos termos do art. 397 do Código Civil, por se tratar de mora ex re em dívida certa e com termo.
O STJ possui entendimento consolidado de que, em ações monitórias, os encargos moratórios incidem a partir do vencimento da obrigação, se positiva, líquida e com vencimento certo (AgInt nos EDcl no AREsp 2.366.728/MS; AgInt no AREsp 2.170.689/GO).
Sendo a taxa SELIC índice que incorpora juros de mora e correção monetária, deve ser aplicada de forma exclusiva desde o vencimento de cada fatura.
IV.
DISPOSITIVO E TESE Recurso provido.
Tese de julgamento: Admite-se a fungibilidade recursal quando o magistrado qualifica equivocadamente como sentença decisão com conteúdo interlocutório, induzindo a parte a erro, desde que ausente má-fé ou erro grosseiro.
Em ação monitória que versa sobre dívida líquida e com vencimento certo, a correção monetária e os juros de mora incidem a partir do vencimento da obrigação.
A taxa SELIC, por aglutinar juros moratórios e correção monetária, deve ser aplicada de forma exclusiva desde o vencimento da dívida.
Dispositivos relevantes citados: CC, arts. 389 e 397; CPC/2015, arts. 701, § 2º, e 1.015, parágrafo único.
Jurisprudência relevante citada: STJ, REsp nº 2.011.406/PB, rel.
Min.
Nancy Andrighi, Terceira Turma, j. 12.12.2023, DJe 15.12.2023; STJ, AgInt no AREsp nº 1.515.577/PR, rel.
Min.
Marco Aurélio Bellizze, j. 28.08.2023, DJe 30.08.2023; STJ, AgInt nos EDcl no AREsp nº 2.366.728/MS, rel.
Min.
Marco Buzzi, j. 29.04.2024, DJe 02.05.2024; STJ, AgInt no AREsp nº 2.170.689/GO, rel.
Min.
Marco Buzzi, j. 17.04.2023, DJe 20.04.2023. -
14/08/2025 14:04
Expedição de Intimação - Diário.
-
13/08/2025 16:00
Conhecido o recurso de CP COMERCIAL S/A - CNPJ: 08.***.***/0010-14 (APELANTE) e provido
-
24/07/2025 14:24
Juntada de Certidão - julgamento
-
24/07/2025 14:10
Deliberado em Sessão - Julgado - Mérito
-
24/07/2025 13:21
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 03/07/2025
-
02/07/2025 19:31
Inclusão em pauta para julgamento de mérito
-
10/06/2025 15:34
Processo devolvido à Secretaria
-
10/06/2025 15:34
Pedido de inclusão em pauta
-
30/01/2025 21:28
Recebidos os autos
-
30/01/2025 21:28
Conclusos para despacho a HELOISA CARIELLO
-
30/01/2025 21:28
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
30/01/2025
Ultima Atualização
18/08/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
Acórdão • Arquivo
Relatório • Arquivo
Sentença • Arquivo
Sentença • Arquivo
Informações relacionadas
Processo nº 5000038-77.2025.8.08.0057
Vera Lucia Freitas da Silva Pinheiro
Instituto Nacional do Seguro Social
Advogado: Analu Capacio Cuerci Falcao
1ª instância - TJES
Ajuizamento: 04/02/2025 11:04
Processo nº 5001199-54.2022.8.08.0049
Giovani Pravato
Altair Martinusso Filete
Advogado: Milena de Oliveira Bolzan
1ª instância - TJES
Ajuizamento: 31/08/2022 12:17
Processo nº 0000042-57.2023.8.08.0030
Ministerio Publico do Estado do Espirito...
Luciano de Lima Vieira
Advogado: Manoela Cardoso de Almeida Jorge
1ª instância - TJES
Ajuizamento: 26/01/2023 00:00
Processo nº 5001420-63.2022.8.08.0008
Municipio de Barra de Sao Francisco
Thamyres Cirilo Lopes Ferreira
Advogado: Joao Manuel de Sousa Saraiva
1ª instância - TJES
Ajuizamento: 30/06/2022 08:56
Processo nº 5013119-42.2022.8.08.0011
Cantu Comercio de Pneumaticos LTDA.
Egran Comercio de Marmores e Granitos Ei...
Advogado: Andre Eduardo Bravo
1ª instância - TJES
Ajuizamento: 28/10/2022 10:26