TJRN - 0803269-50.2024.8.20.5107
1ª instância - Juizado Especial Civel, Criminal e da Fazenda Publica da Comarca de Nova Cruz
Polo Ativo
Polo Passivo
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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                                            05/09/2025 14:23 Conclusos para decisão 
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                                            10/08/2025 10:55 Juntada de Petição de petição 
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                                            23/07/2025 10:54 Juntada de Petição de contrarrazões 
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                                            23/07/2025 08:03 Juntada de Petição de embargos de declaração 
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                                            22/07/2025 01:35 Publicado Intimação em 22/07/2025. 
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                                            22/07/2025 01:35 Disponibilizado no DJ Eletrônico em 21/07/2025 
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                                            21/07/2025 00:00 Intimação PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Juizado da Fazenda Pública da Comarca de Nova Cruz Rua Djalma de Melo Paiva, NOVA CRUZ - RN - CEP: 59215-000 Contato: (84) 3673-9715 - Email: [email protected] PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA (14695) Processo n.°: 0803269-50.2024.8.20.5107 Promovente: GENILSON BARBOSA DA SILVA Promovido: MUNICIPIO DE MONTANHAS SENTENÇA GENILSON BARBOSA DA SILVA ajuizou a presente ação ordinária em desfavor do MUNICÍPIO DE MONTANHAS, ambos qualificados nos autos.
 
 Aduz o autor que: é servidor efetivo do demandado desde 20/12/1996, no cargo de vigilante; o demandado pagou a menor as verbas que lhe eram devidas a título de gratificação natalina e de terço constitucional de férias, por não computar no cálculo o adicional por tempo de serviço (quinquênio).
 
 Requer seja o demandado condenado a: incluir o Adicional de Tempo de Serviço, ADTS, na base de cálculo da gratificação natalina e do terço constitucional de férias e a lhe pagar as diferenças devidas pela não inclusão das referidas vantagens no pagamento do adicional de férias e da gratificação natalina das prestações não atingidas pela prescrição quinquenal, com as devidas correções monetárias.
 
 Em sua contestação (ID 142255625), o demandado impugna o pedido de justiça gratuita e suscita as preliminares de conexão entre este processo e os de n.° 0802266-60.2024.8.20.5107 e 0802264-90.2024.8.20.5107; incompetência do Juizado por complexidade da causa.
 
 No mérito, alega que o autor recebe o valor devido, e a pretensão autoral encontra óbice no limite prudencial da lei de responsabilidade fiscal.
 
 Requer a improcedência dos pedidos iniciais.
 
 Réplica no ID 148804550. É o que importa relatar.
 
 Decido.
 
 Ao tempo em que CONCEDO os benefícios da gratuidade de justiça ao autor, REJEITO a impugnação ao pedido formulada em contestação, uma vez que, dos elementos coligidos aos autos, é possível constatar-se que o autor faz jus ao referido benefício, visto que inexiste provas hábeis a afastar a presunção a hipossuficiência legalmente presumida (art. 99, §3º, do CPC).
 
 Desacolho a preliminar de incompetência do Juizado, por não verificar necessidade de perícia contábil para o deslinde do feito.
 
 Também desacolho a preliminar de conexão entre este processo e os de n.° 0802266-60.2024.8.20.5107 e 0802264-90.2024.8.20.5107, porque os autores são pessoas diferentes, não havendo que se falar em conexão entre eles.
 
 Ab initio, declaro prescritas as verbas anteriores a 16/11/2019.
 
 O faço com base na súmula 85 do STJ, que dispõe: "Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do quinquênio anterior à propositura da ação." No caso em desate, a relação jurídica é de trato sucessivo, de modo que cabe a aplicação da Súmula 85 do STJ, razão pela qual aplico a prescrição quinquenal para declarar prescritas as parcelas anteriores a 16/11/2019, tendo em vista que a presente demanda somente foi ajuizada em 16/11/2024.
 
 No mérito, os pedidos autorais merecem acolhimento.
 
 A Constituição Federal registra: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; Por seu turno, o Regime Jurídico Único do Município de Montanhas (Lei Complementar n° 332/2008) disciplina: Art. 31.
 
 A remuneração do servidor público compõe-se de vencimentos e vantagens pecuniárias. (...) Art. 55.
 
 Além do vencimento, podem ser pagas ao servidor as seguintes vantagens: I – Indenizações II - Gratificações; III – Adicionais. (...) Art. 71 A gratificação natalina, devida a ocupante de cargo efetivo ou em comissão corresponde a 1/12 (um doze anos) da remuneração a que fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. (...) Do Adicional por Tempo de Serviço Art. 75.
 
 O adicional por tempo de serviço é devido à razão de 5% (cinco por cento) por quinquênio de serviço público efetivo, até o limite de 07 (sete) quinquênios (...) Do Adicional pelo Exercício de Atividade Penosa, Insalubre ou Perigosa Art. 77 A atividade exercida, habitualmente, em locais insalubres, ou em contato permanente com substâncias tóxicas ou radioativas ou com risco de vida, assegura ao servidor a percepção de adicional, calculado sobre o vencimento do cargo efetivo: (...) Adicional de férias Art. 83 É devido ao servidor, ao entrar em gozo de férias, adicional de 1/3 (um terço) da remuneração do período correspondente, que lhe é pago independente de solicitação.
 
 Art. 84 O servidor efetivo ou em comissão faz jus a 30 (trinta) dias consecutivos de férias anuais remuneradas, que podem ser acumuladas até o máximo de 02 (dois) períodos, no caso de necessidade do serviço, previamente justificada em despacho da autoridade competente, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica. (...) Art. 85 A remuneração mensal do servidor, no período correspondente as férias, é paga com o acréscimo de um terço do seu valor normal, até 02 (dois) dias antes da data em que devem ter início.
 
 Parágrafo Único - O terço a que se refere este artigo é calculado sobre a remuneração total do período de férias, no caso de serem elas superiores a 30 (trinta) dias.
 
 Sabe-se que a remuneração do servidor público é composta do vencimento do cargo e demais vantagens pecuniárias.
 
 Da análise dos dispositivos transcritos, o adicional por tempo de serviço (quinquênio) é verba paga com habitualidade ao autor, o que evidencia a sua natureza salarial, consoante os artigos acima em destaque.
 
 Com efeito, todas as verbas salariais, sejam de natureza permanente ou propter laborem, devem integrar a base de cálculo do 13º salário e do terço constitucional de férias, porquanto tais verbas são calculadas com base na remuneração integral do servidor.
 
 Sobre a matéria, a jurisprudência pátria é pacífica, veja-se: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO.
 
 AÇÃO COBRANÇA.
 
 SERVIDORA MUNICIPAL EFETIVA.
 
 GRATIFICAÇÃO NATALINA E TERÇO DE FÉRIAS.
 
 PAGAMENTO REALIZADO A MENOR.
 
 CONSTITUIÇÃO FEDERAL QUE PREVÊ PAGAMENTO COM BASE NA REMUNERAÇÃO.
 
 COMPLEMENTAÇÃO.
 
 NECESSIDADE.
 
 CONSECTÁRIOS LEGAIS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DEVIDAMENTE FIXADOS.
 
 DESPROVIMENTO. - Nos termos da disposição contida no artigo 7º, VIII da Carta Magna, o valor correspondente ao 13º e terço de férias salário deve ser calculado com base na remuneração integral dos servidores, sendo ela composta não só do vencimento básico, mas também de todas as parcelas recebidas pelo funcionário, tais como os adicionais e as gratificações. - A manutenção da sentença condenatória é medida que se impõe, quando não comprovado, pela edilidade, o pagamento das diferenças relativas ao décimo terceiro salário e abono de férias, postulados por servidora ocupante de cargo efetivo do Município, agindo com acerto a Julgadora Monocrática, ao compelir o apelante a realizar o complemento dos valores. (TJ-PB - AC: 08009323420228150181, Relator: Des.
 
 João Batista Barbosa (novo), 3ª Câmara Cível – Publicado: 26/07/2023) AÇÃO DE COBRANÇA.
 
 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
 
 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE.
 
 MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA.
 
 PAGAMENTO DA DIFERENÇA NOS REFLEXOS DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE, NAS FÉRIAS E 13º SALÁRIO.
 
 POSSIBILIDADE.
 
 PROVIMENTO DO APELO.
 
 Com relação à incidência do adicional de insalubridade no cálculo para pagamento de férias e seu terço constitucional, o entendimento do STJ ( AgRg no AREsp 485961/CE) é que mesmo se tratando de gratificação com natureza propter laborem, caso se revista de generalidade, deve continuar a ser recebida pelo servidor, ainda que não esteja em efetivo serviço.
 
 Outrossim, a previsão contida no inciso VIII, do art. 7º, da Constituição da Republica, dispõe que o pagamento do décimo terceiro salário deve ser pago com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria, portanto, equivale ao vencimento acrescido das vantagens pecuniárias, pouco importando se são permanentes ou transitórias.
 
 Assim, no que se refere aos reflexos do adicional de insalubridade, estes são devidos apenas quanto ao décimo terceiro e às férias, acrescidas de um terço, porquanto tais verbas são calculadas com base na remuneração integral do servidor. (TJ-PB - APL: 00117040820158152001, Relator: Des.
 
 Gabinete (vago), 2ª Câmara Cível - publicado em 21/09/2023).
 
 O autor logrou demonstrar que tais vantagens não foram computadas na base de cálculo para fins de pagamento do 13º salário e do terço constitucional de férias, conforme as fichas financeiras no ID 136414700.
 
 O demandado, ao contrário, não logrou desincumbir-se do ônus da prova a seu cargo na forma do art. 373, II, do CPC, tendo em vista que não comprovou o correto pagamento das verbas pleiteadas.
 
 Neste contexto, são devidas ao autor as diferenças não adimplidas em razão da exclusão do adicional do quinquênio (natureza permanente) na base de cálculo do terço de férias e do 13º salário.
 
 Isto posto, por tudo que consta dos autos e com espeque no art. 487.
 
 I, do CPC, JULGO PROCEDENTE os pedidos iniciais e, por conseguinte, CONDENO o ente demandado a: a) corrigir a base de cálculo do 13º salário e do adicional de férias (1/3) do autor, nos próximos pagamentos dessa natureza, incluindo os valores percebidos com natureza salarial, mormente o adicional de quinquênio; b) pagar os valores retroativos devidos relativo às diferenças remuneratórias em face do pagamento a menor do 13º salário, pela não utilização na base de cálculo dos valores percebidos a título de quinquênio a contar de novembro de 2019 (prescrição quinquenal) até a sua correta implantação; e c) pagar os valores retroativos devidos relativo às diferenças remuneratórias em face do pagamento a menor do adicional de férias, pela não utilização na base de cálculo dos valores percebidos a título de quinquênio a contar de novembro de 2019 (prescrição quinquenal) até a sua correta implantação.
 
 Os valores devidos deverão ser corrigidos pela tabela da Justiça Federal (IPCA-E), mês a mês, desde a data em que deveriam ter sido pagas ordinariamente pela Administração até 08 de dezembro de 2021, e acrescidos de juros de mora, à taxa básica de juros da caderneta de poupança, desde a citação até 08 de dezembro de 2021; e a partir de 09 de dezembro de 2021, de acordo com o art.3º da EC nº113/2021, far-se-á a incidência, uma única vez, até o efetivo pagamento, da taxa SELIC, acumulada mensalmente.
 
 Em todo caso, deve-se excluir os valores eventualmente já pagos na seara administrativa, Sem custas processuais nem honorários, por força dos artigos 54 e 55 da Lei nº 9.099/95.
 
 Sentença não sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório, com fulcro na Lei nº 12.153/09, artigo 11.
 
 P.
 
 Intimem-se as partes.
 
 Transitada em julgado, não havendo requerimentos, arquivem-se os autos.
 
 Nova Cruz/RN, data registrada no sistema.
 
 MIRIAM JÁCOME DE CARVALHO SIMÕES Juíza de Direito (documento assinado digitalmente na forma da Lei n.° 11.419/2006)
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                                            18/07/2025 09:48 Expedição de Outros documentos. 
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                                            18/07/2025 09:48 Expedição de Outros documentos. 
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                                            17/07/2025 21:33 Concedida a Assistência Judiciária Gratuita a GENILSON BARBOSA DA SILVA. 
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                                            17/07/2025 21:33 Julgado procedente o pedido 
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                                            21/05/2025 09:05 Conclusos para despacho 
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                                            15/04/2025 10:16 Juntada de Petição de petição 
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                                            15/04/2025 08:36 Expedição de Outros documentos. 
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                                            13/02/2025 00:03 Decorrido prazo de MUNICIPIO DE MONTANHAS em 12/02/2025 23:59. 
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                                            13/02/2025 00:03 Decorrido prazo de MUNICIPIO DE MONTANHAS em 12/02/2025 23:59. 
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                                            07/02/2025 14:00 Juntada de Petição de contestação 
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                                            25/11/2024 13:58 Expedição de Outros documentos. 
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                                            25/11/2024 08:50 Proferido despacho de mero expediente 
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                                            16/11/2024 20:40 Conclusos para despacho 
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                                            16/11/2024 20:40 Distribuído por sorteio 
Detalhes
                                            Situação
                                            Ativo                                        
                                            Ajuizamento
                                            16/11/2024                                        
                                            Ultima Atualização
                                            05/09/2025                                        
                                            Valor da Causa
                                            R$ 0,00                                        
Detalhes
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Sentença • Arquivo
Despacho • Arquivo
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