TRF1 - 0002045-91.2010.4.01.3902
2ª instância - Câmara / Desembargador(a) Gab. 39 - Des. Fed. Jamil Rosa de Jesus Oliveira
Processos Relacionados - Outras Instâncias
Polo Ativo
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Polo Passivo
Assistente Desinteressado Amicus Curiae
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
-
13/05/2025 00:00
Intimação
JUSTIÇA FEDERAL Tribunal Regional Federal da 1ª Região PROCESSO: 0002045-91.2010.4.01.3902 PROCESSO REFERÊNCIA: 0002045-91.2010.4.01.3902 CLASSE: APELAÇÃO / REMESSA NECESSÁRIA (1728) POLO ATIVO: UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) POLO PASSIVO:TRANSPORTES BERTOLINI LTDA REPRESENTANTE(S) POLO PASSIVO: MARCELO PEDROSO ILARRAZ - RS43422 RELATOR(A):HUGO LEONARDO ABAS FRAZAO PODER JUDICIÁRIO Tribunal Regional Federal da 1ª Região Gab. 39 - DESEMBARGADOR FEDERAL JAMIL ROSA DE JESUS OLIVEIRA Processo Judicial Eletrônico APELAÇÃO / REMESSA NECESSÁRIA (1728) n. 0002045-91.2010.4.01.3902 R E L A T Ó R I O Trata-se de reexame necessário e apelação interposta pela União (Fazenda Nacional) contra sentença proferida pelo Juízo da 2ª Vara da Subseção Judiciária de Santarém/PA, que, nos autos do mandado de segurança n. 0002045-91.2010.4.01.3902, impetrado por Transportes Bertolini Ltda., determinou a suspensão imediata da obrigatoriedade do recolhimento de contribuições previdenciárias incidentes sobre o aviso prévio indenizado, bem como assegurou à impetrante o direito à compensação dos valores pagos indevidamente a partir de 12/01/2009, corrigidos pela taxa SELIC.
A Fazenda Nacional interpôs apelação, sustentando, que o aviso prévio indenizado possui natureza remuneratória, devendo, portanto, integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária.
Alegou ainda que a revogação do dispositivo do Regulamento da Previdência Social que previa a exclusão da verba da base de cálculo (art. 214, § 9º, inciso V, alínea "f", do Decreto n. 3.048/1999) foi legítima e compatível com o sistema jurídico tributário.
A impetrante, em contrarrazões, sustentou que a exigência de contribuição previdenciária sobre o aviso prévio indenizado é ilegal e inconstitucional, uma vez que a verba possui natureza indenizatória, não se enquadrando no conceito de salário de contribuição estabelecido no art. 28 da Lei n. 8.212/1991.
Argumentou ainda que a jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dos Tribunais Regionais Federais é favorável à exclusão dessa verba da base de cálculo da contribuição previdenciária.
O Ministério Público Federal manifestou-se pelo improvimento do recurso e da remessa necessária. É o relatório.
PODER JUDICIÁRIO Processo Judicial Eletrônico Tribunal Regional Federal da 1ª Região Gab. 39 - DESEMBARGADOR FEDERAL JAMIL ROSA DE JESUS OLIVEIRA APELAÇÃO / REMESSA NECESSÁRIA (1728) n. 0002045-91.2010.4.01.3902 V O T O A apelação preenche os requisitos subjetivos e objetivos de admissibilidade, razão pela qual deve ser conhecida.
A controvérsia recursal cinge-se à incidência da contribuição previdenciária sobre o aviso prévio indenizado e à possibilidade de compensação dos valores indevidamente recolhidos a partir de 12/01/2009.
Mérito No mérito, a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que não incide contribuição previdenciária sobre o aviso prévio indenizado, considerando-se a natureza indenizatória da verba, conforme decidido no Recurso Especial n. 1.230.957/RS, submetido ao rito dos recursos repetitivos.
No julgamento do referido tema (Tema 478 do STJ), fixou-se a seguinte tese: "Não incide contribuição previdenciária sobre os valores pagos a título de aviso prévio indenizado, por não se tratar de verba salarial." Portanto, não assiste razão à Fazenda Nacional ao pleitear a reforma da sentença nesse ponto, visto que a decisão impugnada está em consonância com a orientação consolidada nos tribunais superiores.
No que concerne ao direito de compensação, a sentença garantiu à impetrante a compensação dos valores pagos indevidamente a partir de 12/01/2009, corrigidos pela taxa SELIC.
A Fazenda Nacional sustenta a impossibilidade dessa compensação, ao fundamento de que não haveria previsão legal expressa para tanto.
No entanto, a pretensão recursal não merece acolhida.
Nos termos do art. 170 do Código Tributário Nacional, a compensação tributária é admitida nos casos de tributos pagos indevidamente ou a maior, desde que respeitadas as limitações legais.
O art. 26, parágrafo único, da Lei n. 11.457/2007, embora discipline a compensação de contribuições previdenciárias, não impede a restituição do indébito nos moldes já estabelecidos pela sentença.
Ademais, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE n. 1.063.187/SC (Tema 118 da Repercussão Geral), reafirmou o entendimento de que o contribuinte pode pleitear a repetição do indébito tributário ou a compensação, observando-se o prazo prescricional de cinco anos.
Como a sentença já respeitou esse limite temporal, não há razão jurídica para afastar o direito da impetrante à compensação dos valores indevidamente recolhidos.
Dessa forma, a sentença deve ser mantida na íntegra, tanto no que se refere à exclusão do aviso prévio indenizado da base de cálculo da contribuição previdenciária quanto na garantia do direito à compensação dos valores indevidamente recolhidos a partir de 12/01/2009.
Conclusão Em face do exposto, nego provimento à apelação da União (Fazenda Nacional) e à remessa necessária. É como voto.
PODER JUDICIÁRIO Tribunal Regional Federal da 1ª Região Gab. 39 - DESEMBARGADOR FEDERAL JAMIL ROSA DE JESUS OLIVEIRA Processo Judicial Eletrônico PROCESSO: 0002045-91.2010.4.01.3902 PROCESSO REFERÊNCIA: 0002045-91.2010.4.01.3902 CLASSE: APELAÇÃO / REMESSA NECESSÁRIA (1728) POLO ATIVO: UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) POLO PASSIVO:TRANSPORTES BERTOLINI LTDA REPRESENTANTES POLO PASSIVO: MARCELO PEDROSO ILARRAZ - RS43422 E M E N T A DIREITO TRIBUTÁRIO.
MANDADO DE SEGURANÇA.
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE AVISO PRÉVIO INDENIZADO.
IMPOSSIBILIDADE.
COMPENSAÇÃO DOS VALORES RECOLHIDOS INDEVIDAMENTE.
RECURSO DESPROVIDO.
I.
Caso em exame Trata-se de reexame necessário e apelação interposta pela União (Fazenda Nacional) contra sentença que determinou a suspensão da obrigatoriedade do recolhimento de contribuição previdenciária sobre aviso prévio indenizado e assegurou à impetrante o direito à compensação dos valores pagos indevidamente a partir de 12/01/2009, corrigidos pela taxa SELIC.
II.
Questão em discussão 2.
A controvérsia recursal cinge-se à incidência da contribuição previdenciária sobre o aviso prévio indenizado e à possibilidade de compensação dos valores indevidamente recolhidos a partir de 12/01/2009.
III.
Razões de decidir 3.
O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial n. 1.230.957/RS, submetido ao rito dos recursos repetitivos (Tema 478), consolidou o entendimento de que não incide contribuição previdenciária sobre os valores pagos a título de aviso prévio indenizado, pois não possuem natureza salarial.
O art. 170 do Código Tributário Nacional permite a compensação de tributos pagos indevidamente, observadas as limitações legais.
Ademais, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE n. 1.063.187/SC (Tema 118 da Repercussão Geral), reafirmou o direito do contribuinte à repetição do indébito tributário ou à compensação, respeitado o prazo prescricional de cinco anos.
Dessa forma, correta a sentença que afastou a exigência da contribuição previdenciária sobre o aviso prévio indenizado e reconheceu o direito da impetrante à compensação dos valores indevidamente recolhidos a partir de 12/01/2009.
IV.
Dispositivo e tese 6.
Apelação da União (Fazenda Nacional) e remessa oficial desprovidas.
Tese de julgamento: “Não incide contribuição previdenciária sobre os valores pagos a título de aviso prévio indenizado, pois não possuem natureza salarial.
O contribuinte tem direito à compensação dos valores indevidamente recolhidos, respeitado o prazo prescricional de cinco anos.” Dispositivos relevantes citados: CTN, art. 170; Lei n. 8.212/1991, art. 28; Lei n. 11.457/2007, art. 26, parágrafo único.
Jurisprudência relevante citada: STJ, REsp 1.230.957/RS, Rel.
Min.
Mauro Campbell Marques, 1ª Seção, j. 26.06.2013 (Tema 478); STF, RE 1.063.187/SC, Rel.
Min.
Edson Fachin, Plenário, j. 06.02.2020 (Tema 118).
A C Ó R D Ã O Decide a Turma, à unanimidade, negar provimento à apelação e à remessa oficial. 13ª Turma do TRF da 1ª Região – 25/04/2025.
Juiz Federal HUGO LEONARDO ABAS FRAZÃO Relator, em auxílio -
25/03/2025 00:00
Intimação
Justiça Federal Tribunal Regional Federal da 1ª Região , 24 de março de 2025.
Intimação da Pauta de Julgamentos Destinatário: Usuário do sistema 2 APELANTE: UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) APELADO: TRANSPORTES BERTOLINI LTDA Advogado do(a) APELADO: MARCELO PEDROSO ILARRAZ REGISTRADO(A) CIVILMENTE COMO MARCELO PEDROSO ILARRAZ - RS43422 O processo nº 0002045-91.2010.4.01.3902 (APELAÇÃO / REMESSA NECESSÁRIA (1728)) foi incluído na sessão de julgamento abaixo indicada, podendo, entretanto, nesta ou nas subsequentes, serem julgados os processos adiados ou remanescentes.
Sessão de Julgamento Data: 25/04/2025 a 05-05-2025 Horário: 00:01 Local: SESSÃO VIRTUAL - GAB39 -2- - Observação: Sessão virtual nos termos da Resolução PRESI 10118537 e da Portaria 01/2023 do Presidente da 13ª Turma.
A sustentação pelo advogado, na sessão virtual, quando solicitada e cabível, deverá ser apresentada via e-mail, a Coordenadoria Processante, em até 48 (quarenta e oito) horas ANTES do início da sessão virtual, por qualquer mídia suportada pelo PJE (vídeo gravado), cuja duração não poderá ultrapassar o prazo regimental de 15 minutos, ou, NO MESMO PRAZO, juntar diretamente nos autos, desde que nos informe, via e-mail, que assim o fez.
Será excluído da sessão virtual, a qualquer tempo, enquanto não encerrada, o processo destacado a pedido de qualquer desembargador.
AS SOLICITACÕES DE RETIRADA DE PAUTA DA SESSÃO VIRTUAL E INCLUSÃO EM SESSÃO PRESENCIAL OU SESSÃO PRESENCIAL COM SUPORTE DE VÍDEO, PARA FINS DE SUSTENTACAO ORAL PRESENCIAL AO VIVO, DEVERÃO SER APRESENTADAS, VIA E-MAIL, A COORDENADORIA PROCESSANTE, ATÉ 48 HORAS ANTES DO DIA DE INÍCIO DA SESSÃO VIRTUAL.
E-MAIL DA TURMA: [email protected] -
01/06/2022 15:08
Conclusos para decisão
-
11/11/2019 15:34
Expedição de Outros documentos.
-
08/11/2019 08:20
Juntada de Petição (outras)
-
08/11/2019 08:20
Juntada de Petição (outras)
-
07/10/2019 10:24
MIGRAÇÃO PARA O PJE ORDENADA
-
22/05/2013 11:18
CONCLUSÃO PARA RELATÓRIO E VOTO
-
22/05/2013 11:16
PROCESSO RECEBIDO - NO(A) GAB. DESEM. FED. JOSÉ AMILCAR
-
07/05/2013 15:58
PROCESSO REMETIDO - REMETIDO PARA GAB. DESEM. FED. JOSÉ AMILCAR
-
06/05/2013 21:12
REDISTRIBUIÇÃO POR TRANSFERÊNCIA - A(O) DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ AMILCAR MACHADO
-
06/12/2012 16:36
CONCLUSÃO PARA RELATÓRIO E VOTO
-
06/12/2012 16:34
PROCESSO RECEBIDO - NO(A) GAB. DESEM. FED. CATÃO ALVES
-
23/11/2012 12:02
PROCESSO REMETIDO - PARA GAB. DESEM. FED. CATÃO ALVES
-
23/11/2012 11:35
PETIÇÃO JUNTADA - nr. 2991981 PARECER (DO MPF)
-
22/11/2012 12:32
PROCESSO DEVOLVIDO PELA PROCURADORIA REGIONAL DA REPUBLICA - NO(A) SETIMA TURMA
-
19/11/2012 18:23
VISTA A PROCURADORIA REGIONAL DA REPUBLICA
-
19/11/2012 18:20
DISTRIBUIÇÃO AUTOMÁTICA - Ao DESEMBARGADOR FEDERAL CATÃO ALVES
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
13/05/2023
Ultima Atualização
13/05/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
ACÓRDÃO • Arquivo
ACÓRDÃO • Arquivo
ACÓRDÃO • Arquivo
Informações relacionadas
Processo nº 1042222-34.2019.4.01.0000
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Edu...
Maria do Socorro Pelaes
Advogado: Rosiclei Mendonca Ferreira
2ª instância - TRF1
Ajuizamento: 11/12/2019 20:48
Processo nº 1029120-61.2018.4.01.3400
Federacao Estadual Unica, Democratica Do...
Procuradoria da Fazenda Nacional
Advogado: Bruno Monteiro de Castro Amaral
2ª instância - TRF1
Ajuizamento: 13/05/2023 19:29
Processo nº 1001575-45.2025.4.01.3311
Rogerio Nascimento dos Santos
Instituto Nacional do Seguro Social - In...
Advogado: Ariosvaldo Ribeiro Vieira
1ª instância - TRF1
Ajuizamento: 03/04/2025 10:48
Processo nº 1025248-91.2025.4.01.3400
Dayane Souza dos Santos
Ordem dos Advogados do Brasil Conselho F...
Advogado: Mariana Anita Migliorini Pinheiro
1ª instância - TRF1
Ajuizamento: 21/03/2025 11:29
Processo nº 0002045-91.2010.4.01.3902
Transportes Bertolini LTDA
Delegado da Receita Federal do Brasil No...
Advogado: Marcelo Pedroso Ilarraz
1ª instância - TRF1
Ajuizamento: 02/06/2010 14:08