TRF1 - 1003937-15.2024.4.01.3906
1ª instância - Paragominas
Polo Passivo
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Assistente Desinteressado Amicus Curiae
Partes
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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25/07/2025 11:08
Arquivado Definitivamente
-
25/07/2025 11:08
Juntada de Certidão
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16/07/2025 03:20
Decorrido prazo de INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em 15/07/2025 23:59.
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18/06/2025 23:57
Juntada de resposta
-
18/06/2025 00:00
Intimação
PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRO GRAU SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE PARAGOMINAS Nº do processo: 1003937-15.2024.4.01.3906 Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) AUTOR: M.
T.
D.
C.
M.
Advogados do(a) AUTOR: LUANE CARVALHO DE LIMA - PA34395, VITORIA CONCEICAO BEZERRA DE CARVALHO PRUDENCIO - PA32695 REU: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Tipo: A SENTENÇA RELATÓRIO Cuida-se de ação em que a parte autora postula, em face ao INSS, a concessão do benefício de pensão por morte (rural).
O INSS, devidamente citado, requereu a improcedência do feito.
Essa é a síntese do necessário a ser relatado.
FUNDAMENTAÇÃO A pensão por morte é benefício previdenciário devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, conforme consta do art. 74 da Lei 8.213/1991.
Com base nesse artigo, são requisitos essenciais para a concessão do benefício de pensão por morte: a) Qualidade de segurado do instituidor da pensão ao tempo do óbito; b) Qualidade de dependente da parte requerente; c) Dependência econômica quando a lei exigir; O cumprimento do período de carência (assim entendida como o número mínimo de contribuições necessárias para o deferimento do benefício) está dispensado pelo art. 26, I da Lei 8.213/1991.
Além dos requisitos mencionados, a Lei 13.135/2015 passou a exigir outros requisitos para concessão da Pensão por Morte.
De acordo com as regras previstas no art. 77, § 2º, V, c da Lei 8.213/1991 - em relação aos óbitos ocorridos a partir de 01/03/2015 - para concessão da pensão por morte ao cônjuge ou companheiro, o segurado deverá verter 18 contribuições mensais e comprovar pelo menos 2 anos de casamento ou união estável.
As alterações da lei afirmam, ainda, que a duração da concessão da pensão dependerá da idade do cônjuge ou companheiro na data do óbito do segurado, nos termos no art. 77, § 2º, V, c, itens de 1 a 6 da Lei previdenciária.
Por fim, caso o segurado não tenha vertido as 18 contribuições mensais ou na hipótese de o casamento ou união estável ter iniciado há pelo menos 02 anos, a pensão por morte será cessada no prazo de 04 meses (art. 77, § 2º, V, b da Lei 8.213/1991).
Art. 77 A pensão por morte, havendo mais de um pensionista: § 2o O direito à percepção de cada cota individual cessará: V - para cônjuge ou companheiro: a) se inválido ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da deficiência, respeitados os períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas b e c; b) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado; c) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do beneficiário na data de óbito do segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união estável: 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade.
Em relação aos filhos menores de 21 anos, ressalte-se, não há necessidade de comprovar que o segurado tenha vertido as 18 contribuições mensais, conforme dispõe o art. 77, § 2º, II da Lei 8.213/1991.
Quanto à qualidade de segurado especial, a caracterização do instituidor como segurado especial, por sua vez, depende da comprovação de que o exercício da atividade rural se dá em economia familiar, em condição de mútua dependência e colaboração, que é indispensável à própria subsistência e que não há a utilização de empregados, conforme prescreve o art. 11, VII, § 1.º, da Lei n.º 8.213/91.
Noutro giro, cabe anotar que, a teor do disposto na Súmula nº 34, da Turma Nacional de Uniformização, "Para fins de comprovação de labor rural, o início de prova material deve ser contemporâneo a época dos fatos a provar".
Ademais, o STJ e o TRF da 1ª Região são firmes, no sentido de não se admitir demonstração de atividade rural, por meio de prova exclusivamente testemunhal, o que me impede a concessão do benefício com base somente em depoimento de testemunhas.
Quanto à qualidade de dependente da parte autora, aplica-se o preceituado no art. 16, §5º da lei 8.21/91, com redação acrescentada pela Lei 13.846/2019, a saber: as provas de união estável e de dependência econômica exigem início de prova material contemporânea dos fatos, produzido em período não superior a 24 (vinte e quatro) meses anterior à data do óbito ou do recolhimento à prisão do segurado, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no regulamento.
Dispensada audiência, eis que os autos tramitam pelo rito da instrução concentrada, implantada neste Juízo em comum acordo com o INSS e ao qual a parte autora aderiu, formalizando negócio jurídico processual.
Sendo esse o contexto normativo, passa-se à análise do caso concreto.
O óbito do pretenso instituidor, Paulo Roberto Moura Mesquita, ocorrido em 20/09/2021, está devidamente comprovado pela certidão de óbito anexada aos autos.
Em sua contestação, o INSS requereu a improcedência do pedido, sob o argumento de ausência de início de prova material que comprove o exercício de atividade rural por parte do falecido.
Para comprovar a qualidade de dependente, a parte autora apresentou a certidão de nascimento, por meio da qual comprova que é filha do falecido.
Visando demonstrar a qualidade de segurado do instituidor, a parte autora juntou declaração emitida pela Prefeitura de Garrafão do Norte, através do setor de tributos, informando que a mãe da menor postulante ao benefício trabalha em área pertencente ao patrimônio do município.
Os demais documentos anexados aos autos possuem data posterior ao falecimento do pretenso instituidor da pensão, não sendo documentos contemporâneos aos fatos, ou não são em nome do de cujus.
Em depoimento pessoal, a representante legal da autora afirmou ter sido esposa do falecido, com quem teve três filhos.
Declarou que o falecido era agricultor, exercendo suas atividades em terras situadas no patrimônio municipal, e que residiam na Vila Livramento, zona rural de Garrafão do Norte.
Informou que ambos cultivavam mandioca, milho, arroz e feijão, com a produção destinada ao sustento familiar.
Acrescentou, ainda, que continua trabalhando na agricultura.
As testemunhas arroladas confirmaram o depoimento da autora.
Não obstante as alegações constantes da inicial, entendo que não restou demonstrada a qualidade de segurado especial do falecido.
Apesar de terem sido apresentados documentos que indicam residência em zona rural e mencionam a atividade de agricultor, não foi juntado aos autos qualquer documento em nome do falecido que comprove vínculo direto com a atividade rural ou a posse de terra produtiva.
Diante da ausência de prova material suficiente, torna-se inviável a comprovação do efetivo exercício da atividade rural, requisito indispensável para a concessão do benefício pleiteado.
Assim, considerando a falta de comprovação da qualidade de segurada especial da instituidora à época do óbito, concluo que a pretensão não merece prosperar.
DISPOSITIVO Diante do exposto, julgo a demanda improcedente e declaro extinto o processo com resolução de mérito, nos termos do art. 487, I, do CPC.
Após trânsito em julgado, arquivem-se os autos, independentemente de novo despacho.
Interposto recurso, intime-se o recorrido para, querendo, apresentar contrarrazões no prazo legal.
Em seguida, remetam-se os autos à Egrégia Turma recursal, com as homenagens de praxe.
Sem custas e sem honorários (Lei 9.099/95, art. 55[7]).
Defiro o pedido de justiça gratuita.
Intimem-se.
Cumpra-se.
Paragominas/PA, (data da assinatura do documento).
Assinatura Eletrônica Juiz Federal ____________________ [1] Lei 10.259/01.
Art. 1o São instituídos os Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Justiça Federal, aos quais se aplica, no que não conflitar com esta Lei, o disposto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995. [2] Lei 9.099/95.
Art. 38.
A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. [3] Lei 8.213/91. § 3º.
A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta Lei, inclusive mediante justificação administrativa ou judicial, conforme o disposto no art. 108, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento. [4] Súmula nº 149 STJ.
A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade rurícola, para efeito da obtenção de benefício previdenciário. [5] Decreto 3.048/99.
Art. 62.
A prova de tempo de serviço, considerado tempo de contribuição na forma do art. 60, observado o disposto no art. 19 e, no que couber, as peculiaridades do segurado de que tratam as alíneas "j" e "l" do inciso V do caput do art. 9º e do art. 11, é feita mediante documentos que comprovem o exercício de atividade nos períodos a serem contados, devendo esses documentos ser contemporâneos dos fatos a comprovar e mencionar as datas de início e término e, quando se tratar de trabalhador avulso, a duração do trabalho e a condição em que foi prestado [6] Súmula 34 TNU.
Para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de prova material deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar. [7] Lei 9.099/91.
Art. 55.
A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé.
Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa. -
17/06/2025 11:02
Processo devolvido à Secretaria
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17/06/2025 11:02
Juntada de Certidão
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17/06/2025 11:02
Expedida/certificada a comunicação eletrônica
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17/06/2025 11:02
Expedição de Publicação ao Diário de Justiça Eletrônico Nacional.
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17/06/2025 11:02
Expedição de Publicação ao Diário de Justiça Eletrônico Nacional.
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17/06/2025 11:02
Concedida a gratuidade da justiça a M. T. D. C. M. - CPF: *93.***.*07-51 (AUTOR)
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17/06/2025 11:02
Julgado improcedente o pedido
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12/02/2025 09:23
Conclusos para julgamento
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12/02/2025 00:06
Decorrido prazo de MARIA TAINARA DA COSTA MESQUITA em 11/02/2025 23:59.
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28/01/2025 13:20
Juntada de Certidão
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28/01/2025 13:20
Expedida/certificada a comunicação eletrônica
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28/01/2025 13:20
Ato ordinatório praticado
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28/01/2025 13:20
Levantada a suspensão ou sobrestamento dos autos
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29/10/2024 15:14
Juntada de contestação
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23/10/2024 17:17
Processo Suspenso ou Sobrestado Por decisão judicial
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17/10/2024 16:03
Processo devolvido à Secretaria
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17/10/2024 16:03
Juntada de Certidão
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17/10/2024 16:03
Expedida/certificada a comunicação eletrônica
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17/10/2024 16:03
Proferido despacho de mero expediente
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17/10/2024 15:37
Conclusos para despacho
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08/09/2024 20:38
Juntada de petição intercorrente
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28/08/2024 10:37
Juntada de Certidão
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28/08/2024 10:37
Expedida/certificada a comunicação eletrônica
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28/08/2024 10:37
Ato ordinatório praticado
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15/06/2024 03:07
Juntada de dossiê - prevjud
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15/06/2024 03:07
Juntada de dossiê - prevjud
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15/06/2024 03:07
Juntada de dossiê - prevjud
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15/06/2024 03:06
Juntada de dossiê - prevjud
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14/06/2024 15:04
Remetidos os Autos (em diligência) da Distribuição ao Juizado Especial Cível e Criminal Adjunto à Vara Federal da SSJ de Paragominas-PA
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14/06/2024 15:04
Juntada de Informação de Prevenção
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13/06/2024 23:27
Recebido pelo Distribuidor
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13/06/2024 23:27
Juntada de Certidão
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13/06/2024 23:27
Autos incluídos no Juízo 100% Digital
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13/06/2024 23:27
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
13/06/2024
Ultima Atualização
25/07/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
Sentença Tipo A • Arquivo
Ato ordinatório • Arquivo
Ato ordinatório • Arquivo
Despacho • Arquivo
Ato ordinatório • Arquivo
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