TJES - 5000549-42.2023.8.08.0026
1ª instância - Vara Civel, Faz.publ. Reg.publ. e Meio Amb. - Itapemirim
Polo Passivo
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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26/05/2025 17:26
Expedição de Certidão.
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26/05/2025 09:08
Juntada de Petição de contrarrazões
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15/05/2025 00:54
Publicado Intimação - Diário em 07/05/2025.
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15/05/2025 00:54
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 06/05/2025
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06/05/2025 00:00
Intimação
PROCESSO Nº 5000549-42.2023.8.08.0026 MONITÓRIA (40) AUTOR: DACASA FINANCEIRA S/A - SOCIEDADE DE CREDITO FINANCIAME REU: MARISTELA GAVA GOMES Fica(m) a(s) parte(s) devidamente intimada(s), através dos seu(s) respetivo(a)(s) advogado(a)(s): > AUTOR: DACASA FINANCEIRA S/A - SOCIEDADE DE CREDITO FINANCIAME - Advogado do(a) AUTOR: NAVIA CRISTINA KNUP PEREIRA - ES24769 FINALIDADE: APRESENTAR RÉPLICA NO PRAZO LEGAL - apelação - (ID 64109127) Itapemirim, 4 de maio de 2025 DIRETOR DE SECRETARIA [Documento assinado eletronicamente] -
05/05/2025 16:53
Expedição de Intimação - Diário.
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12/03/2025 13:00
Juntada de Petição de Petição (outras)
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27/02/2025 16:29
Expedição de Certidão.
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27/02/2025 13:18
Juntada de Petição de apelação
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14/02/2025 19:24
Publicado Intimação - Diário em 14/02/2025.
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14/02/2025 19:24
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 13/02/2025
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13/02/2025 00:00
Intimação
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO Juízo de Itapemirim - 1ª Vara Cível Rua Melchíades Félix de Souza, 200, Fórum Desembargador Freitas Barbosa, Serramar, ITAPEMIRIM - ES - CEP: 29330-000 Telefone:(28) 35297600 PROCESSO Nº 5000549-42.2023.8.08.0026 MONITÓRIA (40) AUTOR: DACASA FINANCEIRA S/A - SOCIEDADE DE CREDITO FINANCIAME REU: MARISTELA GAVA GOMES Advogado do(a) AUTOR: DIEGO MONTEIRO BAPTISTA - RJ153999 SENTENÇA Cuida-se de ação monitória ajuizada pela DACASA FINANCEIRA S.A – SOCIEDADE DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO em face de MARISTELA GAVA GOMES, visando o adimplemento de dívida relativa aos contratos de financiamento firmado entre as partes, mediante assinatura do termo de adesão constante do ID nº 22768217.
Em síntese, aduz a parte autora que firmara relação jurídica com a demandada, a qual restara inadimplida, resultando num débito de R$10.379,60, razão pela qual propôs a presente ação, objetivando a satisfação de seu crédito.
Devidamente citada, a requerida apresentou embargos à monitória com reconvenção no id 45619350.
Na reconvenção, pleiteara a revisão do ajuste de reconhecimento da abusividade de determinado encargos incidentes sobre o pacto.
Houve impugnação aos embargos no id 51369856.
Vieram os autos conclusos. É o relatório.
Decido.
Não havendo questões preliminares pendentes de apreciação, passo à apreciação do mérito, eis que compreendo que a matéria subjacente se apresenta claramente comprovada nos autos, sendo passível de formação de compreensão sem a necessidade de produção de outras provas (art. 355, I, CPC).
Consigno, inicialmente, que a parte requerida pleiteou o benefício da gratuidade da justiça em sede de embargos.
Assinalo que o conceito de pobreza para o fim de concessão dos benefícios da justiça gratuita é jurídico, ou seja, não significa em completa privação de bens, mas dificuldade momentânea de arcar com as custas processuais sem que haja prejuízo de seu próprio sustento ou de sua família, sobretudo porque o conceito de “pobreza jurídica” não se confunde com o de miserabilidade.
Válido lembrar, ainda, que a concessão dos benefícios da assistência judiciária apenas suspende a execução das verbas de sucumbência (honorários e custas processuais).
Assim, caso sobrevenha alteração na situação econômica da parte beneficiária para melhor, poderá o credor executá-las, desde que não prescritas.
Nesse diapasão, verifico que o embargante apresentou declaração de hipossuficiência de id 45619351.
Por tais razões, defiro o benefício da gratuidade da justiça em favor do embargante.
Noutro giro, INDEFIRO o pedido de aplicação da inversão do ônus da prova postulado pela embargante, uma vez que não é permitido ao juiz inverter o ônus da prova em sede de sentença, por implicar em cerceamento de defesa e violação ao princípio do devido processo legal.
Nesse sentido: PROCESSO CIVIL - RECURSO ESPECIAL - CONSUMIDOR - INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA - MOMENTO OPORTUNO - INSTÂNCIA DE ORIGEM QUE CONCRETIZOU A INVERSÃO, NO MOMENTO DA SENTENÇA - PRETENDIDA REFORMA - ACOLHIMENTO - RECURSO ESPECIAL CONHECIDO EM PARTE E, NESSA EXTENSÃO, PROVIDO.
A inversão do ônus da prova, prevista no artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, como exceção à regra do artigo 333 do Código de Processo Civil, sempre deve vir acompanhada de decisão devidamente fundamentada, e o momento apropriado para tal reconhecimento se dá antes do término da instrução processual, inadmitida a aplicação da regra só quando da sentença proferida.
Neste sentido: O recurso deve ser parcialmente acolhido, anulando-se o processo desde o julgado de primeiro grau, a fim de que retornem os autos à origem, para retomada da fase probatória, com o magistrado, se reconhecer que é o caso de inversão do ônus, avalie a necessidade de novas provas e, se for o caso, defira as provas requeridas pelas partes.
Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, provido." (REsp 881.651/BA, Rel.
Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, QUARTA TURMA, julgado em 10.04.2007, DJ 21.05.2007 p. 592).
Ademais, analisando detidamente os autos, verifico que a inversão do ônus da prova postulada pela parte autora possui como pressupostos a verossimilhança de suas alegações ou a sua hipossuficiência.
Como cediço, a hipossuficiência do consumidor não se confunde com a sua vulnerabilidade, esta já pressuposta pelo Art. 4º, inciso I do Código de Defesa do Consumidor iuris et de iure.
No magistério de Roberto Senise Lisboa, à hipossuficiência socioeconômica, presente apenas quando evidentemente comprovada nos autos, se soma a "[...] situação jurídica que impede o consumidor de obter a prova que se tornaria indispensável para responsabilizar o fornecedor pelo dano verificado (hipossuficiência técnica)".
No caso vertente, não reconheço essa disparidade evidente, havendo meios de ambas as partes produzirem as provas que desejam para a comprovação dos fatos por ela alegados, devendo ser mantida a distribuição do ônus probandi regular do processo civil.
Tenho que a quaestio dos autos pode ser apreciada por ambas as partes, em pé de igualdade.
Muito embora não se imagine, evidentemente, que a requerente possui infinitos recursos em seu benefício, a matéria de fundo se limita a quanto desses recursos, se utilizados, desequilibraria a relação probatória em seu favor.
E observo que, pelas questões discutidas, que muito pouco a superior capacidade econômica da requerente/reconvinda poderia fazer em seu benefício, in concreto.
Enfim, uma vez que a hipossuficiência deve ser analisada em cada caso concreto - até porque, se não o fosse, a inversão seria ope legis e não ope iudicis - observo que no caso vertente, essa não se materializou.
Presentes os pressupostos processuais, bem como as condições da ação, e não havendo questão de ordem processual pendente nos autos, passo ao exame do mérito.
Conforme relatoriado, busca a parte autora, com a presente, o adimplemento da dívida relativa ao contrato celebrado com a parte requerida, cujo débito perfaz o montante de R$10.379,60.
Ação monitória se encontra lastreada em contrato e demonstrativos de débitos que satisfazem o CPC, art. 700, I.
Nesse sentido, verifico que a parte autora provou os fato constitutivos de seu direito, em conformidade com o art. 373 do CPC, trazendo aos autos os documentos referentes ao termo de adesão contraído pela parte demandada (id 22768217).
Dessa forma, comprovada a origem do débito, surge para o réu o dever de efetuar o pagamento do valor que é de direito do credor.
Ocorre, entretanto, que em embargos à monitória com reconvenção, o embargante, apesar de reconhecer a relação jurídica travada entre as partes, aduz que “que a taxa de juros praticada pela instituição financeira, no momento da negociação, extrapola, em muito, a taxa média de mercado para essa espécie contratual”, o que adiante será analisado. É cediço que os juros remuneratórios são devidos pelo empréstimo do dinheiro, sendo exigíveis até o vencimento da dívida, não estando as instituições financeiras sujeitas ao limite de 12% ao ano, previsto na denominada Lei de Usura.
Por outro lado, verifico que a parte requerida/embargante não demonstrara de modo consistente ter a requerente se distanciado de modo excessivo/arbitrários das taxas de juros aplicadas pelo mercado financeiro, de modo que não se viabiliza o acolhimento da alegação de abusividade do pacto, consoante entendimento jurisprudencial muito bem retratado no excerto abaixo: APELAÇÃO CÍVEL.
AÇÃO ANULATÓRIA DE TÍTULO CUMULADA COM CANCELAMENTO DE PROTESTO.
CHEQUE.
DISCUSSÃO DA CAUSA DEBENDI.
POSSIBILIDADE.
ALEGAÇÃO DE PRÁTICA DE AGIOTAGEM. ÔNUS PROBATÓRIO DA DEVEDORA.
INEXIGIBILIDADE NÃO DEMONSTRADA.
IMPROCEDÊNCIA.
CAUÇÃO.
LEVANTAMENTO PELO CREDOR.
AUSÊNCIA DE PREJUÍZO.
IMPOSSIBILIDADE.
APELO PARCIALMENTE PROVIDO.
SENTENÇA REFORMADA EM PARTE. 1.
O cheque, título autônomo e abstrato, induz presunção relativa acerca da relação jurídica que o originou, sendo prescindível a investigação da causa debendi. 2.
Pela dinâmica da distribuição do ônus probatório caberá à devedora derruir a presunção de que goza o título, nos termos do disposto no art. 373, I, do CPC de 2015. 3.
Não demonstrada a ilegitimidade da causa de emissão do cheque ou inexigibilidade da dívida nele encartada, correta a decisão que julga improcedente o pedido anulatório do título. 4.
Não demonstrado que o deferimento da liminar de sustação dos efeitos do protesto tenha acarretado prejuízo ao credor, se revela inaplicável a disposição do art. 302 do CPC de 2015, de modo que o valor depositado a título de caução poderá ser levantado pela própria devedora depositante, cabendo ao credor, neste caso, buscar a satisfação de seu crédito pela via legal apropriada. (TJMG; APCV 1.0372.12.000142-8/004; Rel.
Des.
José Marcos Vieira; Julg. 26/07/2017; DJEMG 04/08/2017).
O contrato em questão contém informações precisas e as características da operação são ademais, claramente apresentadas em tópicos próprios e de fácil percepção.
Não tinha a requerida/embargante qualquer obrigação de subscrição da cédula e nem que isto ocorresse com a requerente, pois conta o mercado financeiro com inúmeras instituições de crédito das quais poderiam se utilizar, inclusive de modo a alcançar taxas de juros que lhe fossem mais convenientes.
Ademais, sequer se cogitou, à vista dos argumentos deduzidos, uma circunstância que pudesse constituir coação ou estado de perigo.
A parte demandada sequer controvertera a subscrição do título em questão ou mesmo a fruição do valor tomado.
Neste contexto, não subsiste razão para o acolhimento dos embargos monitórios e da reconvenção apresentados pela parte demandada.
Pelo exposto, rejeito os embargos monitórios opostos e JULGO PROCEDENTE o pedido contido na peça inicial, constituindo, de pleno direito, o título acostado aos autos (Ids nº 22768218 a 22768219).
CONDENO a parte requerida a pagar à autora a quantia R$10.379,60, cujo montante deve ser atualizado monetariamente a partir do vencimento do débito e acrescido de juros legais a contar da citação.
IMPROCEDENTE a postulação formulada em sede de reconvenção, nos termos da fundamentação escandida supra.
Por consequência, RESOLVO O MÉRITO do processo, nos termos do art. 487, I, CPC.
Constituído de pleno direito o título, na forma do art. 701, §2º, CPC, converta-se o mandado monitório em mandado executivo, citando-se a requerida na forma do art. 829, CPC.
Em atenção ao princípio da sucumbência, condeno a requerida ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como dos honorários advocatícios da parte adversária, tanto da ação quanto da reconvenção, que fixo em 10% (dez por cento) do valor da condenação (art. 85, §2º, CPC), devidamente atualizado.
Suspensa a exigibilidade, eis que amparada pela gratuidade judiciária.
Publique-se.
Registre-se.
Intimem-se.
ITAPEMIRIM-ES, 12 de dezembro de 2024.
Juiz(a) de Direito -
12/02/2025 17:56
Expedição de Intimação eletrônica.
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12/02/2025 17:55
Expedida/certificada a intimação eletrônica
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12/12/2024 16:38
Julgado procedente o pedido de DACASA FINANCEIRA S/A - SOCIEDADE DE CREDITO FINANCIAME - CNPJ: 27.***.***/0001-65 (AUTOR).
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26/11/2024 17:13
Conclusos para despacho
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24/09/2024 16:59
Juntada de Petição de impugnação aos embargos
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05/09/2024 10:10
Expedida/certificada a intimação eletrônica
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27/06/2024 10:51
Juntada de Petição de Petição (outras)
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08/06/2024 16:49
Expedição de Certidão.
-
22/04/2024 15:07
Juntada de
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18/04/2024 14:29
Expedição de Mandado - citação.
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05/04/2024 14:34
Juntada de Petição de Petição (outras)
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21/03/2024 13:52
Expedida/certificada a intimação eletrônica
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20/12/2023 17:28
Expedição de Certidão.
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20/11/2023 12:17
Juntada de
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20/11/2023 12:14
Expedição de Mandado - citação.
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14/08/2023 18:06
Processo Inspecionado
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14/08/2023 18:06
Proferido despacho de mero expediente
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04/08/2023 13:19
Conclusos para despacho
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04/08/2023 12:59
Juntada de Petição de Petição (outras)
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14/07/2023 15:49
Expedição de intimação eletrônica.
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28/03/2023 14:51
Processo Inspecionado
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28/03/2023 14:51
Assistência Judiciária Gratuita não concedida a DACASA FINANCEIRA S/A - SOCIEDADE DE CREDITO FINANCIAME - CNPJ: 27.***.***/0001-65 (AUTOR).
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23/03/2023 13:30
Conclusos para despacho
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23/03/2023 13:28
Expedição de Certidão.
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15/03/2023 12:18
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
15/03/2023
Ultima Atualização
06/05/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Detalhes
Documentos
Sentença • Arquivo
Sentença • Arquivo
Despacho - Mandado • Arquivo
Despacho - Mandado • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
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