TJMA - 0800317-93.2022.8.10.0048
1ª instância - 2ª Vara de Itapecuru-Mirim
Polo Ativo
Polo Passivo
Partes
Advogados
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
-
26/01/2023 11:08
Arquivado Definitivamente
-
26/01/2023 11:08
Transitado em Julgado em 25/01/2023
-
26/01/2023 00:43
Decorrido prazo de GILVAN MELO SOUSA em 25/01/2023 23:59.
-
26/01/2023 00:43
Decorrido prazo de SUAREIDE REGO DE ARAUJO em 25/01/2023 23:59.
-
26/12/2022 01:43
Publicado Intimação em 30/11/2022.
-
26/12/2022 01:43
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 29/11/2022
-
29/11/2022 00:00
Intimação
Processo nº. 0800317-93.2022.8.10.0048 PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) Autor: ANDREZA COSTA GOMES Advogado: SUAREIDE REGO DE ARAUJO OAB: MA12508-A Endereço: desconhecido Réu: BANCO PANAMERICANO S.A.
Advogado: GILVAN MELO SOUSA OAB: CE16383-A Endereço: AFONSO CELSO, 196, AP 1301, ALDEOTA, FORTALEZA - CE - CEP: 60140-190 INTIMAÇÃO/S E N T E N Ç A
I - RELATÓRIO Trata-se de AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO COM RESERVA DE MARGEM CONSIGNÁVEL, movida por ANDREZA COSTA GOMES em face do BANCO PANAMERICANO S/A, todos devidamente qualificados nos autos.
A parte autora alega, em síntese, que percebeu uma redução em seu benefício previdenciário.
Procurando o INSS, constatou a realização de empréstimo em seu benefício, com relação ao réu.
Alega, ainda, que não realizou qualquer tipo de negócio jurídico com o demandado.
Assim, requer o cancelamento do contrato objeto da presente lide, a devolução, em dobro, das quantias descontadas e condenação por danos morais, bem como deferimento de benefício da justiça gratuita.
O pedido de tutela de urgência foi indeferido (ID 60735598).
Regularmente citado, o réu apresentou contestação, alegando, basicamente, que não cometeu nenhum ato ilícito, abusivo ou motivador de responsabilidade na órbita da responsabilidade civil, uma vez, que fora realizado entre as partes um negócio jurídico válido, sustenta ainda, a inexistência de danos materiais e danos morais.
Com isso, pugna pelo indeferimento do pleito autoral (ID 64833367).
Audiência de conciliação realizada em 19/04/2022 (ID 65012624).
Intimada especificamente para tanto, a parte autora deixou transcorrer o prazo para apresentar réplica à contestação, consoante certidão de ID 67300915.
Intimadas para informarem se tinham interesse na produção de outras provas, o réu pugnou pela produção de prova oral, consistente no depoimento pessoal da demandante (ID 76968973).
A autora quedou-se inerte, consoante certidão de ID 80597575. É o relatório.
Decido.
II- FUNDAMENTAÇÃO II.1 Do julgamento antecipado da lide (CPC, 355, I).
No caso vertente, avalio que estão contidos no caderno processual todos os elementos probatórios aptos a ensejar o julgamento seguro da demanda, já que as provas documentais existentes nos autos são aptas a subsidiar meu livre convencimento motivado, razão pela qual passo ao julgamento antecipado do mérito, na forma preconizada no artigo 355, I do Código de Processo Civil.
Consequentemente, indefiro o pedido de produção de prova oral postulado pelo réu.
II. 3 Do mérito.
No mérito, deve ser aplicado o entendimento firmado no julgamento do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR) nº 53983/2016, no qual ficaram fixadas as teses sobre as consignações: 1ª TESE: "Independentemente da inversão do ônus da prova - que deve ser decretada apenas nas hipóteses autorizadas pelo art. 6° VIII do CDC, segundo avaliação do magistrado no caso concreto -, cabe à instituição financeira/ré, enquanto fato impeditivo e modificativo do direito do consumidor/autor (CPC, art. 373, II), o ônus de provar que houve a contratação do empréstimo consignado, mediante a juntada do instrumento do contrato ou outro documento capaz de revelar a manifestação de vontade do consumidor no sentido de firmar o negócio, permanecendo com o consumidor/autor, quando alegar que não recebeu o valor do empréstimo, o dever de colaborar com a justiça (CPC, art. 6°) e fazer a juntada do seu extrato bancário, podendo, ainda, solicitar em juízo que o banco faça a referida juntada, não sendo os extratos bancários no entanto, documentos indispensáveis à propositura da ação.
Nas hipóteses em que o consumidor/autor impugnar a autenticidade da assinatura aposta no instrumento de contrato acostado no processo, cabe à instituição financeira o ônus de provar essa autenticidade (CPC, art. 429 II), por meio de perícia grafotécnica ou mediante os meios de prova". 2ª TESE: "A pessoa analfabeta é plenamente capaz para os atos da vida civil (CC, art. 2°) e pode exarar sua manifestação de vontade por quaisquer meios admitidos em direito, não sendo necessária a utilização de procuração pública ou de escritura pública para a contratação de empréstimo consignado, de sorte que eventual vício existente na contratação do empréstimo deve ser discutido à luz das hipóteses legais que autorizam a anulação por defeito do negócio jurídico (CC, arts. 138, 145, 151, 156, 157 e 158)". 3ª TESE: "É cabível a repetição do indébito em dobro nos casos de empréstimos consignados quando a instituição financeira não conseguir comprovar a validade do contrato celebrado com a parte autora, restando configurada má-fé da instituição, resguardas as hipóteses de enganos justificáveis". 4ª TESE: "Não estando vedada pelo ordenamento jurídico, é lícita a contratação de quaisquer modalidades de mútuo financeiro, de modo que, havendo vício na contratação, sua anulação deve ser discutida à luz das hipóteses legais que versam sobre os defeitos do negócio jurídico (CC, arts.138, 145, 151, 156, 157 e 158) e dos deveres legais de probidade, boa-fé (CC, art. 422) e de informação adequada e clara sobre os diferentes produtos, especificando corretamente as características do contrato (art. 4°, IV e art. 6°, III, do CDC), observando-se, todavia, a possibilidade de convalidação do negócio anulável, segundo os princípios da conservação dos negócios jurídicos (CC, art. 170)".
Assim, consoante o art. 985, inciso I do Código de Processo Civil, após o julgamento do IRDR, a tese jurídica será aplicada a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região.
Isso significa que o IRDR veicula um precedente obrigatório e não meramente persuasivo, o que se amolda ao art. 926 do CPC, segundo o qual os juízes e tribunais devem velar pela estabilidade da jurisprudência, mantendo-a íntegra, estável e coerente.
O ponto nodal da lide se reveste em saber se a contratação existiu e se, por consequência, o réu tinha autorização a parte autora para promover descontos mensais em seus proventos.
Nesse sentido, incumbe a parte autora demonstrar a existência dos descontos, o que restou incontroverso nos autos.
Por outro lado, o ônus da prova coube ao réu em corroborar provas que legitimassem os descontos questionados.
No caso em comento, o réu comprovou a existência de fato impeditivo/modificativo do direito alegado pela parte autora, nos termos no art.373, II, do CPC, pois demonstrou que houve a contratação de um empréstimo consignado, mediante a juntada do instrumento do contrato (ID 64833369) e comprovante de transferência-TED (ID 64834577).
Importante ressaltar, que tais documentos não foram impugnados pela parte autora, portanto, são considerados autênticos e fazem prova do seu conteúdo (art. 411, III, CPC).
Dessa forma, pelos elementos dos autos é possível se aferir que a contratação do empréstimo não foi fraudulenta, tendo a parte autora anuído com o disposto no termo de adesão, fornecendo validade ao contrato.
Assim, a demandante deve cumprir com sua parte na avença, efetuando o pagamento das prestações mensais se recebeu o numerário a título de empréstimo, pois a boa-fé contratual deve ser observada por ambas as partes.
Ser indenizada pela instituição financeira ré, sem a consequente devolução do valor recebido a título de mútuo, representaria enriquecimento sem causa da parte autora, o que repugna não só o direito, como o próprio sentido de dever contratual e moral.
As partes nos negócios jurídicos precisam manter um mínimo de lealdade em suas obrigações, seja contratual, seja judicial, não podendo trazer temeridade à ordem social, sob pena de estar quebrando a crescente e, hoje, codificada (CDC e CC), boa-fé objetiva.
III – DISPOSITIVO EM FACE DO EXPOSTO, e considerando tudo mais que dos autos consta, JULGO IMPROCEDENTES os pedidos formulados na inicial, extinguindo o processo, com resolução de mérito, nos termos do art.487, I, do CPC.
Condeno a parte autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que arbitro em 20% sobre o valor da causa, nos termos do art.85, do CPC.
Contudo, ante o benefício da assistência judiciária gratuita concedido anteriormente, a condenação em custas e honorários advocatícios, ora imposta, ficará suspensa enquanto persistir o estado de pobreza até o prazo máximo de cinco anos a contar do trânsito em julgados desta, quando, então, a dívida será extinta pela prescrição.
Após trânsito em julgado, dê-se baixa na distribuição e arquivem-se os autos.
P.R.I Itapecuru Mirim/MA, data do sistema.
Mirella Cezar Freitas Juíza de Direito Titular da 2ª vara da Comarca de Itapecuru Mirim/MA -
28/11/2022 10:57
Enviado ao Diário da Justiça Eletrônico
-
25/11/2022 14:55
Julgado improcedente o pedido
-
16/11/2022 15:25
Conclusos para julgamento
-
16/11/2022 15:24
Juntada de Certidão
-
26/09/2022 13:47
Juntada de petição
-
06/09/2022 22:47
Publicado Intimação em 06/09/2022.
-
06/09/2022 22:47
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 05/09/2022
-
02/09/2022 19:33
Enviado ao Diário da Justiça Eletrônico
-
12/07/2022 22:10
Proferido despacho de mero expediente
-
31/05/2022 15:55
Juntada de petição
-
19/05/2022 14:40
Conclusos para despacho
-
19/05/2022 14:39
Juntada de Certidão
-
22/04/2022 14:41
Decorrido prazo de SUAREIDE REGO DE ARAUJO em 19/04/2022 09:20.
-
22/04/2022 13:33
Decorrido prazo de SUAREIDE REGO DE ARAUJO em 19/04/2022 09:20.
-
21/04/2022 12:19
Decorrido prazo de BANCO PAN S/A em 19/04/2022 09:20.
-
19/04/2022 09:49
Audiência Conciliação realizada para 19/04/2022 09:20 2ª Vara de Itapecuru Mirim.
-
19/04/2022 08:09
Juntada de petição
-
31/03/2022 11:14
Juntada de Certidão
-
22/03/2022 09:16
Expedição de Aviso de recebimento (AR).
-
22/03/2022 00:00
Intimação
Processo nº. 0800317-93.2022.8.10.0048 PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) Autor: ANDREZA COSTA GOMES Advogado: SUAREIDE REGO DE ARAUJO OAB: MA12508-A Endereço: desconhecido Réu: BANCO PAN S/A INTIMAÇÃO FINALIDADE: Intimação das parte(s) para comparecer(em) a audiência designada para o dia 19/04/2022 09:20, que será realizada por vídeo conferência, indicando nos autos o número do telefone WHATSAPP E/OU EMAIL para envio do link para acesso à sala de vídeo conferência no horário agendado. Dado e passado nesta cidade de Itapecuru-Mirim (MA), Estado do Maranhão, aos Segunda-feira, 21 de Março de 2022 RAQUEL GOUDARD Secretária Judicial da 2ª Vara de Itapecuru-Mirim (Assinado de ordem do MM.
Juiz, nos termos do Provimento nº. 001/2007/CGJ/MA). -
21/03/2022 15:34
Juntada de Mandado
-
21/03/2022 14:07
Enviado ao Diário da Justiça Eletrônico
-
21/03/2022 14:07
Enviado ao Diário da Justiça Eletrônico
-
21/03/2022 14:05
Audiência Conciliação designada para 19/04/2022 09:20 2ª Vara de Itapecuru Mirim.
-
21/03/2022 14:04
Juntada de Certidão
-
14/02/2022 15:57
Não Concedida a Antecipação de tutela
-
10/01/2022 17:33
Conclusos para decisão
-
10/01/2022 17:33
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
10/01/2022
Ultima Atualização
29/11/2022
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
Sentença • Arquivo
Sentença • Arquivo
Despacho • Arquivo
Despacho • Arquivo
Documento Diverso • Arquivo
Documento Diverso • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Informações relacionadas
Processo nº 0800514-55.2022.8.10.0078
Maria Soares
Banco Celetem S.A
Advogado: Diego Monteiro Baptista
1ª instância - TJMA
Ajuizamento: 14/03/2022 17:36
Processo nº 0801246-08.2021.8.10.0131
Douglas Maydson dos Santos Sousa
Banco do Brasil SA
Advogado: Francisco Celio da Cruz Oliveira
1ª instância - TJMA
Ajuizamento: 02/09/2021 15:22
Processo nº 0800248-31.2022.8.10.0058
Pitagoras - Sistema de Educacao Superior...
Carlos Adolpho Sousa Costa Almeida
Advogado: Renato Chagas Correa da Silva
1ª instância - TJMA
Ajuizamento: 26/01/2022 19:00
Processo nº 0800863-75.2022.8.10.0040
Tallitha Kumi Costa da Silva
Estado do Maranhao
Advogado: Barbara Nepomuceno Silva Marinho
1ª instância - TJMA
Ajuizamento: 14/01/2022 10:02
Processo nº 0800531-52.2021.8.10.0070
Wanderson Mendonca Belfort
Municipio de Arari
Advogado: Gabriel Silva Barros
1ª instância - TJMA
Ajuizamento: 27/07/2021 09:54