TJPA - 0807206-31.2024.8.14.0000
2ª instância - Câmara / Desembargador(a) Desembargadora Luana de Nazareth Amaral Henriques Santalices
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
-
20/10/2024 15:32
Juntada de Petição de petição
-
22/07/2024 09:56
Arquivado Definitivamente
-
22/07/2024 09:56
Juntada de Certidão
-
22/07/2024 09:51
Baixa Definitiva
-
19/07/2024 18:17
Juntada de Petição de contrarrazões
-
18/07/2024 00:21
Decorrido prazo de THIAGO MESQUITA ANGLADA em 17/07/2024 23:59.
-
28/06/2024 00:18
Publicado Sentença em 28/06/2024.
-
28/06/2024 00:18
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 28/06/2024
-
27/06/2024 00:00
Intimação
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ DESEMBARGADORA LUANA DE NAZARETH A.
H.
SANTALICES 2ª TURMA DE DIREITO PRIVADO AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) Nº: 0807206-31.2024.8.14.0000 AGRAVANTE: AGRAVANTE: THIAGO MESQUITA ANGLADA AGRAVADO: AGRAVADO: UNIMED DE BELEM COOPERATIVA DE TRABALHO MEDICO RELATORA: Desembargadora LUANA DE NAZARETH A.H.SANTALICES Trata-se de Recurso de Agravo de Instrumento interposto por THIAGO MESQUITA ANGLADA, inconformado com a decisão de 1º grau que indeferiu a assistência judiciária gratuita requerida nos autos da AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA (Processo de Nº 0879832-86.2022.8.14.0301), formulada pelo ora agravado em desfavor de UNIMED DE BELÉM COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO.
Aduziu em suas razões recursais que muito embora tenho juntado aos autos de 1º grau documentação que atesta que preenche os requisitos necessários à concessão do benefício da gratuidade da justiça, o magistrado a quo indeferiu seu pedido nos seguintes termos: [...] “Vistos, etc.
A despeito de oportunizada à parte requerente a comprovacão do preenchimento dos pressupostos legais para o deferimento da gratuidade da justica, verifico que a mesma deixou de juntar aos autos todos os documentos comprobatórios, conforme indicado na decisão de ID 80462477, juntando apenas alguns documentos no ID81388524, insuficientes para provar a hipossuficiencia alegada.
Ademais, constato que existem outros elementos que evidenciam a suficiencia de renda para arcar com as custas, despesas processuais e honorários advocatícios sem comprometimento do seu sustento ou de sua família, em especial a constituicão de advogado particular.
Sendo assim, a parte requerente não demonstrou de forma clara e conclusiva que o pedido de gratuidade merece ser deferido.
Ademais, anote-se que nos termos da atual redacão da Súmula no 06 do TJ/PA “A alegacão de hipossuficiencia economica configura presuncão meramente relativa de que a pessoa natural goza do direito ao deferimento da gratuidade de justica prevista no artigo 98 e seguintes do Có digo de Processo Civil (2015), podendo ser desconstituída de ofício pelo próprio magistrado caso haja prova nos autos que indiquem a capacidade economica do requerente.” Posto isto, tendo em vista que o requerente não preenche os requisitos previstos em lei, INDEFIRO O PEDIDO DE GRATUIDADE DA JUSTICA.
A parte requerente deverá recolher as custas do processo, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de cancelamento da distribuicão, independente de nova intimacão (art. 290 do CPC).
Intime-se. [...] Diante disso, informa que desde a inicial o Agravante se declarou necessitado na forma da lei, não podendo arcar com as custas processuais, tampouco com honorários advocatícios, justificativa pelo qual se deve reconhecer o seu direito subjetivo à prestacão de assistencia jurídica gratuita e integral.
De modo que apresentou os documentos que atestam o referido direito ao benefício, quais sejam: 1.
Comprovante de Inscrição no Cad. Único; 2.
Fatura de energia elétrica em nome de seu genitor com a classificação de “Baixa Renda”; 3.
Comprovante de matrícula em escola pública.
De modo que pugna pelo CONHECIMENTO e PROVIMENTO do presente RECURSO, para o fim de reformar a decisão que indeferiu que indeferiu a AJG, requerendo que seja deferida de forma integral os benefícios da justiça gratuita.
Regularmente distribuído, coube-me a relatoria do feito. É o Relatório.
Decido.
O presente feito comporta julgamento monocrático.
Por se tratar de matéria já sedimentada no âmbito da Jurisprudência deste Egrégio Tribunal e do Superior Tribunal de Justiça, procedo ao julgamento monocrático em conformidade com o art. 932, VIII, do CPC/2015 c/c art. 133, XII, alíneas “a” e “d”, do Regimento Interno desta Corte, que assim dispõem: ART. 932.
INCUMBE AO RELATOR: (...) VIII - EXERCER OUTRAS ATRIBUIÇES ESTABELECIDAS NO REGIMENTO INTERNO DO TRIBUNAL.
ART. 133.
COMPETE AO RELATOR: (...) XII - DAR PROVIMENTO AO RECURSO SE A DECISO RECORRIDA FOR CONTRÁRIA: A) À SÚMULA DO STF, STJ OU DO PRÓPRIO TRIBUNAL; B) A ACÓRDO PROFERIDO PELO STF OU STJ EM JULGAMENTO DE RECURSOS REPETITIVOS; C) A ENTENDIMENTO FIRMADO EM INCIDENTE DE RESOLUÇO DE DEMANDAS REPETITIVAS OU DE ASSUNÇO DE COMPETÊNCIA; D) À JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE DESTA E.
CORTE; Ressalta-se, por oportuno, que sobre o tema da gratuidade da justiça, o TJPA reeditou o Enunciado da Súmula nº 06, conforme publicado no DJ, Edição 5990/2016, de 16/06/2016, segundo o qual dispõe: SÚMULA 06: A ALEGAÇO DE HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA CONFIGURA PRESUNÇO MERAMENTE RELATIVA DE QUE A PESSOA NATURAL GOZA DE DIREITO AO DEFERIMENTO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA PREVISTA NO ARTIGO 98 E SEGUINTES DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (2015), PODENDO SER DESCONSTITUÍDA DE OFÍCIO PELO PRÓPRIO MAGISTRADO CASO HAJA PROVA NOS AUTOS QUE INDIQUEM A CAPACIDADE ECONÔMICA DO REQUERENTE.
GRIFEI Acerca da matéria, a Constituição Federal em seu art. 5º, LXXIV dispõe que: “O ESTADO PRESTARÁ ASSISTÊNCIA JURÍDICA INTEGRAL E GRATUITA AOS QUE COMPROVAREM INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS”.
Nessa esteira de raciocínio, somente será concedida a gratuidade de justiça aos que demonstrarem não dispor de recursos financeiros para arcar com as custas, despesas processuais e honorários advocatícios, sem que importe em prejuízo para o seu próprio sustento e para o de sua família, cabendo ao magistrado indeferir o pedido diante da existência de provas que demonstrem a ausência de hipossuficiência da parte que requer o benefício.
Contudo, as circunstâncias que levam ao indeferimento do pedido não ocorrem no caso dos autos.
No caso em tela, a recorrente demonstrou através de toda documentação juntada aos autos, que sua atual situação econômica o impossibilita de pagar as custas e despesas processuais, restando cristalino não ter condições financeiras para arcar com tal ônus, vez que analisados seu os documentos que indubitavelmente só possui quem de fato é hipossuficiente financeiramente, a saber: Comprovante de Inscrição no Cad. Único, Fatura de energia elétrica em nome de seu genitor com a classificação de “Baixa Renda” e Comprovante de matrícula em escola pública de ensino.
A respeito do tema, colaciono Jurisprudência desta Corte, vejamos: 3.
PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DECOBRANÇA DE SEGURO DPVAT - OPÇÃO DE INGRESSO NA JUSTIÇA COMUM OU NO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL - JUSTIÇA GRATUITA –- HIPOSSUFICIÊNCIA – NÃO DESCARACTERIZADA- JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE DO STJ E TRIBUNAIS PÁTRIOS. 4. 1- É do jurisdicionado a opção de ingresso com ação no juizado especial cível ou na justiça comum, não podendo tal faculdade condicionar-lhe o deferimento ou indeferimento do benefício da gratuidade processual; 5. 2- O simples fato de a parte optar pelo ajuizamento da ação na Justiça Comum, preterindo a opção pelo Juizado Especial Cível, não justifica o indeferimento do benefício da gratuidade judiciária; 6. 3- Os valores pleiteados na presente ação não descaracterizam a alegada hipossuficiência financeira sustentada, e para a concessão do benefício da justiça gratuita não é necessário que esteja o Agravante em situação de miserabilidade, mas apenas não tenha condições momentâneas de arcar com as despesas processuais.AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E PROVIDO. (TJPA, DESA.
CÉLIA REGINA DE LIMA PINHEIRO, JULGADO EM 20/10/2014, AI 0011382-49.213.8.14.0040) - AGRAVO DE INSTRUMENTO.
INTERLOCUTÓRIO QUE INDEFERE O PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA SEM AVERIGUAR O ESTADO DE HIPOSSUFICIÊNCIA DO AGRAVANTE MERECE REFORMA. 1.
O INTERLOCUTORIO QUE MANDA RECOLHER PRIMEIRAMENTE AS CUSTAS PROCESSUAIS, SEM OPORTUNIZAR O AGRAVANTE A MOSTRAGEM DE SUA CONDIÇO DE HIPOSSUFICIÊNCIA, POR ENTENDER QUE O PEDIDO QUE TEM CARACTERÍSTICAS EMINENTEMENTE DE JUIZADO CÍVEL, FERE O PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA INAFASTABILIDADE DA TUTELA JURISDICIONAL, PREVISTO NO ART. 5º, XXXV, DA CF/88. 2.
Na hipótese dos autos, o Agravante apresentou indícios de hipossuficiência econômica de forma a impossibilitar o pagamento das custas do processo. 3.
A teor do que dispõe a Súmula 06 deste E.
Tribunal, a presunção de hipossuficiência econômica é relativa, contudo, somente pode ser indeferida de ofício pelo magistrado quando houver prova nos autos em sentido contrário, o que não se verifica no caso em exame. 4.
Admita-se que a perícia, será necessária para a quantificação de sua invalidez. 5.
Recurso Conhecido e Provido. (TJPA, DESA.
EDINEA OLIVEIRA TAVARES, DECISÃO PROFERIDA NA DATA 20/03/2017, AI 00109054420168140000) Desta feita, diante das provas acostadas aos autos, deve ser concedido o benefício ao agravante, eis que sua situação, efetivamente, autoriza o reconhecimento do benefício, sendo que a manutenção da decisão agravada, por certo, impediria o acesso ao Judiciário, violando-se mandamento Constitucional.
Por fim, tratando-se o acesso à Justiça de uma Garantia Constitucional, o seu tolhimento liminar afigura-se muitíssimo mais grave do que eventual concessão desnecessária do benefício, até mesmo porque sujeito à impugnação pela parte contrária, pelo que não há outra decisão a ser tomada a não ser o seu deferimento.
Ante o exposto, com fulcro no art. 932, inciso VIII do CPC c/c art. 133, inciso XII, alínea “d” do RITJPA, CONHEÇO DO RECURSO E DOU-LHE PROVIMENTO, para reformar in totum a decisão interlocutória proferida pelo Juízo da 14ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de Belém/PA, concedendo, por conseguinte, o benefício da justiça gratuita em favor do ora agravante, nos termos do art. 98 do CPC c/c Lei nº. 1.060/50.
P.R.I.C.
Belém(PA), data da assinatura eletrônica.
LUANA DE NAZARETH A.H.
SANTALICES Desembargadora Relatora -
26/06/2024 10:14
Expedição de Outros documentos.
-
26/06/2024 09:58
Conhecido o recurso de THIAGO MESQUITA ANGLADA - CPF: *02.***.*25-66 (AGRAVANTE) e provido
-
25/06/2024 15:08
Conclusos para decisão
-
25/06/2024 15:08
Cancelada a movimentação processual
-
07/06/2024 11:10
Cancelada a movimentação processual
-
03/05/2024 19:59
Juntada de Petição de petição
-
30/04/2024 22:40
Autos incluídos no Juízo 100% Digital
-
30/04/2024 22:40
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
30/04/2024
Ultima Atualização
20/10/2024
Valor da Causa
R$ 0,00
Detalhes
Documentos
Sentença • Arquivo
Sentença • Arquivo
Documento de Comprovação • Arquivo
Informações relacionadas
Processo nº 0002963-13.2011.8.14.0201
Ministerio Publico do Estado do para
Maria Doraci Merces da Silva
Advogado: Carlos Renato Nascimento das Neves
1ª instância - TJPA
Ajuizamento: 22/07/2011 09:51
Processo nº 0808633-63.2024.8.14.0000
Francinei Sousa de Andrade
Camara Municipal de Juruti
Advogado: Cesar Pereira da Costa Filho
2ª instância - TJPA
Ajuizamento: 03/09/2025 15:33
Processo nº 0008758-83.2019.8.14.0115
Joao Paulo Sonego
Justica Publica
Advogado: Candida de Jesus Ribeiro do Nascimento
2ª instância - TJPA
Ajuizamento: 20/08/2025 14:40
Processo nº 0052216-53.2014.8.14.0301
Sociba para Comercio e Representacoes Lt...
Hospital Ofir Loyola
Advogado: Leandro Bastos Pereira
1ª instância - TJPA
Ajuizamento: 16/10/2014 09:33
Processo nº 0008146-34.2017.8.14.0013
Joao Jose Ferreira Ribeiro
Seguradora Lider dos Consorcios do Segur...
Advogado: Jaco Carlos Silva Coelho
1ª instância - TJPA
Ajuizamento: 28/08/2017 11:27