TJPB - 0801941-69.2024.8.15.0081
1ª instância - Vara Unica de Bananeiras
Polo Ativo
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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                                            10/09/2025 00:00 Intimação Fórum Des.
 
 Santos Estanislau de Vasconcelos - Praça Des.
 
 Mário Moacyr Porto, s/n - Conjunto Major Augusto Bezerra - Bananeiras/PB - CEP:58.220-000 - Tel.: (83)3279-1600 - Whatsapp: (83)99143-6320(Cartório) / (83)98889-2620(Gerência) NÚMERO DO PROCESSO: 0801941-69.2024.8.15.0081 - CLASSE: CUMPRIMENTO DE SENTENÇA (156) - ASSUNTO(S): [Indenização por Dano Moral] PARTES: MARIA EUNICE SANTOS DA CUNHA X ASSOCIACAO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL Nome: MARIA EUNICE SANTOS DA CUNHA Endereço: RUA JOSÉ ROCHA SOBRINHO, 85, CENTRO, BANANEIRAS - PB - CEP: 58220-000 Advogado do(a) AUTOR: RAMOM MOREIRA DE LIMA - PB26633 Nome: ASSOCIACAO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL Endereço: Av Santos Dumont, 2849, Complemento 701, Aldeota, FORTALEZA - CE - CEP: 60150-165 Advogado do(a) REU: PEDRO OLIVEIRA DE QUEIROZ - CE49244 VALOR DA CAUSA: R$ 10.723,20 DESPACHO.
 
 A teor do art. 854 do CPC, para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico, gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do executado, ASSOCIACAO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL - CNPJ: 07.***.***/0001-50, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na execução, qual seja, R$ 1.009,31 (um mil e nove reais e trinta e um centavos).
 
 Protocolo da ordem n. 20.***.***/4660-47.
 
 Data limite da repetição: 05 NOV 2025 Intime-se apenas o exequente para conhecimento desta decisão.
 
 Prazo via sistema de 30 dias.
 
 Findo o prazo ou em caso de algum requerimento, voltem os autos conclusos para juntada do extrato.
 
 BANANEIRAS, Segunda-feira, 08 de Setembro de 2025, 10:50:39 h. [Documento datado e assinado eletronicamente - art. 2º, lei 11.419/2006] JAILSON SHIZUE SUASSUNA JUIZ DE DIREITO
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                                            09/09/2025 19:35 Expedição de Outros documentos. 
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                                            09/09/2025 19:35 Determinado o bloqueio/penhora on line 
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                                            27/08/2025 09:10 Conclusos para despacho 
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                                            26/08/2025 15:52 Juntada de Petição de petição 
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                                            12/08/2025 02:39 Publicado Ato Ordinatório em 12/08/2025. 
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                                            12/08/2025 02:39 Disponibilizado no DJ Eletrônico em 11/08/2025 
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                                            11/08/2025 00:00 Intimação Fórum Des.
 
 Santos Estanislau de Vasconcelos - Praça Des.
 
 Mário Moacyr Porto, s/n - Conjunto Major Augusto Bezerra - Bananeiras/PB - CEP:58.220-000 - Tel.: (83)3279-1600 - Whatsapp: (83)99143-6320(Cartório) / (83)98889-2620(Gerência) NÚMERO DO PROCESSO: 0801941-69.2024.8.15.0081 - CLASSE: CUMPRIMENTO DE SENTENÇA (156) - ASSUNTO(S): [Indenização por Dano Moral] PARTES: MARIA EUNICE SANTOS DA CUNHA X ASSOCIACAO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL Nome: MARIA EUNICE SANTOS DA CUNHA Endereço: RUA JOSÉ ROCHA SOBRINHO, 85, CENTRO, BANANEIRAS - PB - CEP: 58220-000 Advogado do(a) AUTOR: RAMOM MOREIRA DE LIMA - PB26633 Nome: ASSOCIACAO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL Endereço: Av Santos Dumont, 2849, Complemento 701, Aldeota, FORTALEZA - CE - CEP: 60150-165 Advogado do(a) REU: PEDRO OLIVEIRA DE QUEIROZ - CE49244 VALOR DA CAUSA: R$ 10.723,20 ATO ORDINATÓRIO: De ordem do MM Juiz de Direito desta Comarca e nos termos do art. 350 do Código de Normas Judicial da Corregedoria de Justiça, com atualizações do Código de Processo Civil; Certidão ID 0801941-69.2024.8.15.0081, sem manifestação da parte; INTIMO a parte promovente, para tomar conhecimento da certidão retro, requerendo o que entender de direito, no prazo de 10 (dez) dias.
 
 BANANEIRAS, Sexta-feira, 08 de Agosto de 2025, 07:47:48 h. [Documento datado e assinado eletronicamente - art. 2º, lei 11.419/2006] MARIANA RIAN ESPINOLA MANGUEIRA ZENAIDE NOBREGA Técnico Judiciário
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                                            08/08/2025 07:48 Expedição de Outros documentos. 
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                                            08/08/2025 07:48 Ato ordinatório praticado 
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                                            08/08/2025 07:47 Juntada de informação 
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                                            08/08/2025 03:08 Decorrido prazo de ASSOCIACAO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL em 07/08/2025 23:59. 
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                                            15/07/2025 03:07 Publicado Ato Ordinatório em 15/07/2025. 
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                                            15/07/2025 03:07 Disponibilizado no DJ Eletrônico em 14/07/2025 
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                                            11/07/2025 20:58 Expedição de Outros documentos. 
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                                            11/07/2025 20:58 Ato ordinatório praticado 
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                                            11/07/2025 20:55 Juntada de informação 
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                                            03/07/2025 02:26 Decorrido prazo de ASSOCIACAO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL em 02/07/2025 23:59. 
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                                            10/06/2025 04:16 Publicado Despacho em 05/06/2025. 
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                                            10/06/2025 04:16 Disponibilizado no DJ Eletrônico em 04/06/2025 
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                                            03/06/2025 23:01 Expedição de Outros documentos. 
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                                            03/06/2025 23:01 Proferido despacho de mero expediente 
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                                            30/05/2025 11:49 Evoluída a classe de PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) para CUMPRIMENTO DE SENTENÇA (156) 
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                                            12/05/2025 06:43 Conclusos para despacho 
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                                            12/05/2025 06:43 Processo Desarquivado 
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                                            10/05/2025 16:45 Juntada de Petição de petição 
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                                            24/04/2025 07:53 Arquivado Definitivamente 
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                                            24/04/2025 07:53 Expedição de Outros documentos. 
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                                            23/04/2025 22:23 Determinado o arquivamento 
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                                            23/04/2025 09:03 Conclusos para despacho 
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                                            23/04/2025 09:03 Transitado em Julgado em 21/03/2025 
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                                            21/03/2025 10:14 Decorrido prazo de ASSOCIACAO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL em 20/03/2025 23:59. 
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                                            20/03/2025 19:30 Decorrido prazo de MARIA EUNICE SANTOS DA CUNHA em 12/03/2025 23:59. 
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                                            21/02/2025 20:04 Publicado Sentença em 21/02/2025. 
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                                            21/02/2025 20:04 Disponibilizado no DJ Eletrônico em 20/02/2025 
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                                            20/02/2025 00:00 Intimação Fórum Des.
 
 Santos Estanislau de Vasconcelos - Praça Des.
 
 Mário Moacyr Porto, s/n - Conjunto Major Augusto Bezerra - Bananeiras/PB - CEP:58.220-000 - Tel.: (83)3279-1600 - Whatsapp: (83)99143-6320(Cartório) / (83)98889-2620(Gerência) NÚMERO DO PROCESSO: 0801941-69.2024.8.15.0081 - CLASSE: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) - ASSUNTO(S): [Indenização por Dano Moral] PARTES: MARIA EUNICE SANTOS DA CUNHA X ASSOCIACAO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL Nome: MARIA EUNICE SANTOS DA CUNHA Endereço: RUA JOSÉ ROCHA SOBRINHO, 85, CENTRO, BANANEIRAS - PB - CEP: 58220-000 Advogado do(a) AUTOR: RAMOM MOREIRA DE LIMA - PB26633 Nome: ASSOCIACAO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL Endereço: Av Santos Dumont, 2849, 701, Aldeota, FORTALEZA - CE - CEP: 60150-165 Advogado do(a) REU: PEDRO OLIVEIRA DE QUEIROZ - CE49244 VALOR DA CAUSA: R$ 10.723,20 SENTENÇA.
 
 Vistos, etc.
 
 Relatório dispensado nos termos do art. 38, da Lei nº 9.099/95.
 
 DECIDO.
 
 O feito comporta julgamento antecipado, nos termos do art. 355, I, do Código de Processo Civil, considerando a desnecessidade de produção de outras provas para a solução do litígio, sobretudo pelo desinteresse das partes.
 
 Cuida-se de relação estritamente contratual, que pode ser resolvida à luz da prova documental, legislação e entendimento jurisprudencial sobre o tema.
 
 A solução prestigia a celeridade processual, com base no art. 5º, LXXVIII, da Constituição Federal, artigos 4º e 6º, do CPC, bem como reforça a vedação de diligências inúteis e meramente protelatórias, com base no art. 370, parágrafo único, do diploma processual.
 
 Quanto à preliminar de falta de interesse de agir, a ausência de requerimento na via administrativa não inviabiliza a postulação em juízo, mormente em face do art. 5º, XXXV, da Constituição Federal, que dispõe que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
 
 Destarte, não havendo necessidade de esgotamento da via administrativa para se recorrer ao Judiciário, dita preliminar deve ser rejeitada.
 
 No caso em análise, as partes controvertem sobre a legitimidade de descontos com o título "CONTRIB.
 
 AAPEN 0800 591 0527", ocorridos no benefício previdenciário da requerente.
 
 A relação jurídica estabelecida entre as partes é de natureza consumerista, estando caracterizadas a figura do consumidor e do fornecedor no âmbito da prestação de serviços, regendo-se a demanda, portanto, pelas normas e princípios atinentes ao direito do consumidor, inclusive com relação à inversão do ônus da prova.
 
 Nesse aspecto, incumbe ao promovido elidir, satisfatoriamente, o fato constitutivo do direito explicitado na inicial, demonstrando fato modificativo, extintivo ou impeditivo do direito do consumidor, nos moldes do art. 373, II, do Código de Processo Civil, combinado com o art. 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor.
 
 Analisando detidamente o conjunto probatório dos autos, verifica-se que restaram comprovados os descontos no benefício previdenciário da parte autora, a título de contribuição denominada "CONTRIB.
 
 AAPEN 0800 591 0527", conforme documento de ID. 103315867.
 
 A parte requerida,
 
 por outro lado, não demonstrou, através de elementos de prova convincente, a regularidade na contratação de seus serviços, não anexando aos autos documento idôneo que comprovasse a efetiva associação ou filiação da parte autora perante a respectiva associação, não se desincumbindo de seu ônus de provar fato modificativo, extintivo ou impeditivo do direito do autor, conforme prescreve o art. 373, II, do CPC.
 
 Ressalte-se que a ficha de filiação de id. 107041915 não se mostra como um documento idôneo, contrariando, inclusive a Legislação Estadual que veda celebração de contrato com aposentado e pensionista por meio de ligação telefônica, bem como a obrigatoriedade da assinatura física em contrato com desconto consignado em benefício ou conta corrente, concluindo o Supremo Tribunal Federal que a lei estadual da Paraíba é constitucional, limitando-se a resguardar os idosos de fraudes, contrariando os argumentos da Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif) de que a legislação impede o acesso das pessoas idosas à tecnologia e às plataformas eletrônicas.
 
 A restituição deve ocorrer da forma dobrada, como postulado pela promovente, devendo ocorrer da forma como estabelecido na pelo STJ nos autos do EAREsp 676.608/RS pelo Eg.
 
 Superior Tribunal de Justiça: "A restituição em dobro do indébito (parágrafo único do artigo 42 do independe da natureza do elemento volitivo do fornecedor que realizou a cobrança indevida, revelando-se cabível quando referida cobrança consubstanciar conduta contrária à boa-fé objetiva." Na ocasião, foram fixadas as seguintes teses a respeito do tema: TESE FINAL 28.
 
 Com essas considerações, conhece-se dos Embargos de Divergência para, no mérito, fixar-se a seguinte tese: A REPETIÇÃO EM DOBRO, PREVISTA NO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 42 DO CDC, É CABÍVEL QUANDO A COBRANÇA INDEVIDA CONSUBSTANCIAR CONDUTA CONTRÁRIA À BOA-FÉ OBJETIVA, OU SEJA, DEVE OCORRER INDEPENDENTEMENTE DA NATUREZA DO ELEMENTO VOLITIVO.MODULAÇÃO DOS EFEITOS 29.
 
 Impõe- se MODULAR OS EFEITOS da presente decisão para que o entendimento aqui fixado - quanto a indébitos não decorrentes de prestação de serviço público - se aplique somente a cobranças realizadas após a data da publicação do presente acórdão.
 
 Portanto, não verificada a má-fé pelo requerido, deve ser observada modulação de efeitos definida pelo STJ, de modo que, em relação aos descontos indevidos anteriores a 30/03/2021 - data em que a decisão fora publicada - se darão na forma simples; enquanto os descontos indevidos posteriores a 30/03/2021, deverão ser devolvidos na forma dobrada.
 
 Confira-se, a propósito, a jurisprudência dos tribunais pátrios: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - CONTRATAÇÃO IRREGULAR - RESPONSABILIDADE OBJETIVA - DESCONTOS EM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO - FORTUITO INTERNO - ATO DE FUNCIONÁRIO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA - DANO MORAL CONFIGURADO - QUANTUM INDENIZATÓRIO - REDUÇÃO PARA ADEQUÁ-LO À EXTENSÃO DO DANO REPETIÇÃO DE INDÉBITO EM DOBRO.
 
 Nas ações declaratórias de inexistência de débito, compete ao credor provar a autenticidade da contratação e a regularidade da dívida.
 
 Sem a prova de contratação válida, declara-se a inexistência da dívida. "As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias" (STJ, súm. 479).
 
 A configuração do dano moral pressupõe grave agressão a direito da personalidade, capaz de provocar abalo, sofrimento, humilhação, desequilíbrio psicológico por um período de tempo desarrazoado.
 
 Sendo constatado que os descontos indevidos em benefício previdenciário derivam de contratos de empréstimo fraudulentos efetivados por funcionários da instituição financeira à revelia do consumidor, impõe-se reconhecer a ocorrência de dano moral indenizável.
 
 O valor da indenização por dano moral deve ser tal que, guardando proporção com o vulto da lesão a direito da personalidade, cumpra satisfatoriamente sua finalidade compensatória, sem implicar enriquecimento ilegítimo da vítima.
 
 A constatação da intenção deliberada de efetuar a cobrança ilícita caracteriza a má fé da instituição financeira e autoriza a restituição em dobro dos valores pagos indevidamente.
 
 V.V.
 
 Deve ser mantida a quantia indenizatória arbitrada com razoabilidade e proporcionalidade ao dano, considerando as circunstâncias específicas do caso concreto.
 
 V.V.
 
 A partir do novo entendimento firmado pelo STJ, no julgamento dos embargos de divergência AEREsp n. 600.663/RS, consolidou-se que a regra do CDC é a restituição em dobro em favor do consumidor, ao passo que a restituição se dará de forma simples, excepcionalmente, se tiver havido engano justificável por parte do fornecedor e pretenso credor na cobrança reputada indevida.
 
 Com a nova orientação jurisprudencial do STJ, o ônus da prova recai sobre a parte que alega a ocorrência do engano justificável.
 
 Assim, ao fornecedor incumbirá comprovar que a cobrança decorreu de engano justificável, a fim de afastar a pretensão de devolução em dobro em favor do consumidor.
 
 Nos termos da modulação dos efeitos determinada pelo STJ, não se exigirá a prova da má-fé apenas nas cobranças realizadas após a publicação do acórdão, o que ocorreu em30.03.2021.
 
 No caso, como as cobranças impugnadas são anteriores à modificação do entendimento pelo STJ, a ausência de prova da má-fé do fornecedor afasta a pretensão de restituição em dobro dos valores desembolsados pelo consumidor.
 
 Não se cuidando de danos in re ipsa, incumbe à parte autora o ônus de comprovar que a falha no serviço causou-lhe humilhação, dor ou sofrimento desarrazoados.
 
 RECURSO PROVIDO EM PARTE PARA REDUZIR OS DANOS MORAIS NOS TERMOS DO VOTO DO1º VOGAL, VENCIDOS EM PARTE O RELATOR, A 2a VOGAL E O 3ºVOGAL. (TJMG - Apelação Cível 1.0000.21.224316-6/002, Relator (a): Des.(a) Manoel dos Reis Morais , 20a CÂMARA CÍVEL, julgamento em 05/10/2022,publicação da súmula em 06/10/2022).
 
 Com relação aos danos extrapatrimoniais narrados na exordial, o pedido é improcedente.
 
 No caso, não vislumbro a existência de dano a ser indenizado, porquanto entendo que os transtornos suportados pela parte autora, embora não desejáveis, não são suficientes para gerar ofensa injusta aos direitos da personalidade, ainda mais considerando a reduzida expressividade do valor descontado (R$ 26,40) pelo promovido, que não tem aptidão de comprometer a subsistência da requerente.
 
 Nesse sentido, já entendeu o Superior Tribunal de Justiça que, em situações como a dos autos, não há mais que mero aborrecimento.
 
 Confira-se: AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
 
 AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO E DANOS MORAIS.
 
 DESCONTO INDEVIDO.
 
 VALOR ÍNFIMO.
 
 INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 283 E 284/STF.
 
 DANO MORAL INEXISTENTE.
 
 MERO ABORRECIMENTO.
 
 RECURSO NÃO PROVIDO. 1.
 
 A ausência de impugnação, nas razões do recurso especial, de fundamento autônomo e suficiente à manutenção do aresto recorrido atrai, por analogia, o óbice da Súmula 283 do STF. 2.
 
 O Tribunal de origem concluiu que o desconto indevido de uma parcela no valor de R$ 28,00 (vinte e oito reais) no benefício previdenciário da recorrente não acarretou danos morais, pois representa valor ínfimo, incapaz de comprometer sua subsistência, bem como o valor foi restituído com correção monetária, de modo que ficou configurado mero aborrecimento. 3.
 
 A jurisprudência desta Corte entende que, quando a situação experimentada não tem o condão de expor a parte a dor, vexame, sofrimento ou constrangimento perante terceiros, não há falar em dano moral, uma vez que se trata de mero aborrecimento ou dissabor, mormente quando a falha na prestação de serviços, embora tenha acarretado aborrecimentos, não gerou maiores danos ao recorrente, como ocorreu na presente hipótese. 4.
 
 Agravo interno não provido. (STJ - AgInt no AREsp: 1354773 MS 2018/0223715-7, Relator: Ministro RAUL ARAÚJO, Data de Julgamento: 02/04/2019, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 24/04/2019).
 
 Nessa mesma linha vem entendendo o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.
 
 Vejamos: AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA/NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO C/C INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
 
 ANUIDADE DE CARTÃO DE CRÉDITO NÃO CONTRATADO.
 
 TARIFAS BANCÁRIAS.
 
 PARTE AUTORA QUE DECLARA NÃO HAVER CELEBRADO O CONTRATO EM LIÇA. ÔNUS DA PROVA DA INSTITUIÇÃO DEMANDADA.
 
 BANCO RÉU NÃO REALIZOU A JUNTADA DO CONTRATO.
 
 DANOS MATERIAIS CARACTERIZADOS.
 
 DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS.
 
 MERO ABORRECIMENTO.
 
 DESCONTOS ÍNFIMOS.
 
 RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL.
 
 JUROS DE MORA FLUEM A PARTIR DO EVENTO DANOSO (SÚMULA 54 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA).
 
 RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.
 
 SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.
 
 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros da Primeira Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, à unanimidade de votos, em CONHECER do recurso para DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, nos termos do voto do Relator.
 
 Fortaleza, data e hora indicadas no sistema.
 
 DESEMBARGADOR FRANCISCO MAURO FERREIRA LIBERATO Presidente do Órgão Julgador /Relator (TJ-CE - Apelação Cível: 0200006-20.2023.8.06.0084 Guaraciaba do Norte, Relator: FRANCISCO MAURO FERREIRA LIBERATO, Data de Julgamento: 17/11/2023, 1a Câmara Direito Privado, Data de Publicação: 18/11/2023).
 
 APELAÇÃO CÍVEL.
 
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO CONSUMIDOR.
 
 AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS.
 
 EMPRÉSTIMO CONSIGNADO.
 
 PRELIMINARES DE DESERÇÃO, AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR E VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE.
 
 INOCORRÊNCIA.
 
 INSTRUMENTO CONTRATUAL NÃO APRESENTADO.
 
 INSTITUIÇÃO FINANCEIRA QUE NÃO SE DESINCUMBIU DE SEU ÔNUS PROBATÓRIO (ART. 373, INCISO II DO CPC).
 
 FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EVIDENCIADA.
 
 RESTITUIÇÃO EM DOBRO DOS DESCONTOS. (EA REsp 676608/RS do STJ).
 
 DANOS MORAIS NÃO CARACTERIZADOS.
 
 DESCONTOS INEXPRESSIVOS.
 
 MULTA COMINATÓRIA EXORBITANTE.
 
 OBRIGAÇÃO DE FAZER JÁ ATENDIDA.
 
 MULTA EXCLUÍDA CONFORME O ART. 537, § 1º DO CPC.
 
 RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.
 
 ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acorda a 1a Câmara Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, por unanimidade, em conhecer do recurso interposto, para dar-lhe parcial provimento, nos termos do voto do Relator.
 
 Fortaleza, data da assinatura digital.
 
 DESEMBARGADOR JOSÉ RICARDO VIDAL PATROCÍNIO Relator (TJ-CE - Apelação Cível: 0056577-08.2021.8.06.0167 Sobral, Relator: JOSE RICARDO VIDAL PATROCÍNIO, Data de Julgamento: 08/11/2023, 1a Câmara Direito Privado, Data de Publicação: 08/11/2023).
 
 Desse modo, ausente a demonstração de que os desgastes suportados pelo promovente não ultrapassaram meros aborrecimentos, não há que se falar em condenação da entidade bancária ao pagamento de indenização por danos morais.
 
 Por fim, indefiro o pedido de gratuidade de justiça à parte promovida.
 
 Isso porque, de acordo com a súmula 481 do STJ, faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais.
 
 No caso, não basta a simples declaração, sendo necessária a juntada de comprovação documental, o que não ocorreu na hipótese dos autos.
 
 Ante o exposto e com fundamento no artigo 487, I, do Código de Processo Civil, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos formulados na inicial para: a) DECLARAR inexistente o contrato discutido nos autos e, consequentemente, o débito que dele decorreria a título "CONTRIB.
 
 AAPEN 0800 591 0527"; b) CONDENAR a instituição promovida a restituir à parte autora os valores descontados indevidamente de seu benefício previdenciário, na forma dobrada, devidamente corrigidos.
 
 Sobre o valor obtido, deve-se acrescer correção monetária pelo INPC, a contar de cada pagamento e de juros de legais de 1%(um por cento) ao mês a partir da citação.
 
 Danos morais indevidos, conforme disposto na fundamentação.
 
 Sem custas ou honorários advocatícios em razão do disposto no art. 55 da Lei 9.099/95.
 
 Publicação e registro eletrônico.
 
 Intime-se.
 
 Cumpra-se.
 
 Havendo inconformismo, intime-se a parte contrária para suas contrarrazões e remeta-se os autos a Turma Recursal para os fins de direito.
 
 O PRESENTE ATO JUDICIAL, assinado eletronicamente, servirá como instrumento para citação, intimação, notificação, deprecação ou ofício para todos os fins.
 
 Segue no timbre os dados e informações necessários que possibilitam o atendimento de seu desiderato pelo destinatário (Conforme autorização do Código de Normas da CGJ/PB).
 
 BANANEIRAS, Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2025, 20:47:22 h. [Documento datado e assinado eletronicamente - art. 2º, lei 11.419/2006] JAILSON SHIZUE SUASSUNA JUIZ DE DIREITO
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                                            19/02/2025 18:54 Expedição de Outros documentos. 
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                                            19/02/2025 18:54 Julgado procedente em parte do pedido 
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                                            18/02/2025 20:44 Conclusos para julgamento 
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                                            18/02/2025 20:44 Retificado o movimento Conclusos para julgamento 
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                                            10/02/2025 11:26 Conclusos para julgamento 
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                                            10/02/2025 11:25 Retificado o movimento Conclusos para despacho 
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                                            10/02/2025 08:40 Conclusos para despacho 
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                                            09/02/2025 18:29 Recebidos os autos do CEJUSC 
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                                            03/02/2025 09:20 Audiência de conciliação conduzida por Conciliador(a) realizada para 03/02/2025 09:00 Cejusc I - Cível - Família - Fazenda - Bananeiras - TJPB. 
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                                            03/02/2025 08:22 Juntada de Petição de petição 
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                                            03/02/2025 08:21 Juntada de Petição de contestação 
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                                            19/12/2024 00:47 Decorrido prazo de MARIA EUNICE SANTOS DA CUNHA em 18/12/2024 23:59. 
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                                            10/12/2024 08:57 Juntada de Certidão 
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                                            10/12/2024 08:54 Expedição de Aviso de recebimento (AR). 
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                                            10/12/2024 08:54 Expedição de Outros documentos. 
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                                            09/12/2024 21:17 Audiência de conciliação conduzida por Conciliador(a) designada para 03/02/2025 09:00 Cejusc I - Cível - Família - Fazenda - Bananeiras - TJPB. 
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                                            09/12/2024 14:28 Recebidos os autos. 
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                                            09/12/2024 14:28 Remetidos os Autos ao CEJUSC ou Centros de Conciliação/Mediação Cejusc I - Cível - Família - Fazenda - Bananeiras - TJPB 
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                                            09/12/2024 10:43 Proferido despacho de mero expediente 
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                                            11/11/2024 20:28 Conclusos para despacho 
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                                            06/11/2024 15:26 Autos incluídos no Juízo 100% Digital 
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                                            06/11/2024 15:26 Distribuído por sorteio 
Detalhes
                                            Situação
                                            Ativo                                        
                                            Ajuizamento
                                            06/11/2024                                        
                                            Ultima Atualização
                                            10/09/2025                                        
                                            Valor da Causa
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