TJRJ - 0920134-44.2025.8.19.0001
1ª instância - Capital 49 Vara Civel
Polo Ativo
Polo Passivo
Partes
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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02/09/2025 15:57
Juntada de Petição de contestação
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18/08/2025 00:22
Publicado Intimação em 13/08/2025.
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18/08/2025 00:22
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 12/08/2025
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12/08/2025 00:00
Intimação
Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro Comarca da Capital 49ª Vara Cível da Comarca da Capital Palácio da Justiça, Avenida Erasmo Braga 115, Centro, RIO DE JANEIRO - RJ - CEP: DECISÃO Processo: 0920134-44.2025.8.19.0001 Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) AUTOR: ROSEAMARA SANTOS MACHADO RÉU: GRUPO HOSPITALAR DO RIO DE JANEIRO LTDA., QV BENEFÍCIOS EM SAÚDE LTDA 1.
Defiro JG à parte autora.
Anote-se. 2.
Trata-se de AÇÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO PELOS DANOS MORAIS c/c PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA proposta por ROSEAMARA SANTOS MACHADO em face de GRUPO HOSPITALAR DO RIO DE JANEIRO LTDA. e outro.
Narra a parte autora ser beneficiária do plano de saúde do 1º réu, administrado pelo 2º réu, desde julho de 2020 e através do contrato de n° 0012154 e que sempre esteve em dia com a quitação de suas mensalidades.
Alega que a relação contratual vem sendo marcada por reajustes abusivos e desproporcionais, que culminaram em um cenário de extrema onerosidade e prejuízo para a saúde e o bem-estar da Autora.
Afirma que é portadora de polimiosite há mais de dezessete anos, com graves sequelas motoras (CID M 33.2), o que a mantém acamada há mais de oito anos.
Soma-se a isso um quadro de obesidade, histórico de trombose e outras comorbidades que exigem cuidados contínuos e específicos.
Diante dessa complexa situação, a Autora obteve, em 06/05/2023, por meio de Tutela deferida na demanda de nº 0803309-78.2023.8.19.0068, o direito à internação domiciliar (home care), essencial para a manutenção de sua saúde e qualidade de vida.
Em meio a essa já fragilizada condição de saúde, a Requerente foi diagnosticada, em 16/06/2023, com linfoma de células T do adulto (C84.5), iniciando imediatamente tratamento quimioterápico.
Apesar de atualmente estar em remissão, o tratamento e o acompanhamento médico continuam sendo imprescindíveis.
Ressalta que nesse contexto de vulnerabilidade e dependência de cuidados médicos que a operadora do plano de saúde, aproveitando-se da impossibilidade da Autora em trocar de plano, tem infligido aumentos exorbitantes e injustificáveis nas mensalidades.
Aduz que tentou resolver o imbróglio administrativamente, mas não obteve êxito.
Diante do exposto, pugna em sede de tutela, para determinar que a parte Ré reajuste as mensalidades respeitando o percentual máximo estabelecido pela ANS de 6,06%, que resulta numa mensalidade de R$ 736, 77 (setecentos e trinta e seis reais e setenta e sete centavos) ou, subsidiariamente, outro percentual considerado razoável.
Indefiro a tutela requerida, diante da inexistência de lastro probatório a autorizar a a mesma em cognição não exauriente.
Ademais, não vislumbro a presença do periculum in mora- situação emergencial necessária para a concessão da medida liminar nos ermos em que foi requerida. 1.3.Não sendo o caso improcedência liminar e estando apta a inicial apresentada, deixo de designar, com arrimo no artigo 139, II e VI do CPC, a audiência a que se refere o artigo 334 do CPC. É certo, primeiro, que a solução consensual dos conflitos é objetivo a ser perseguido por meio do processo (artigo 3º do CPC), mas também é imperioso assegurar, evitando-se a prática de atos inúteis, a observância do princípio constitucional de duração razoável do processo (CR, artigo 5º, LXXVIII), replicado no artigo 139, II do CPC As partes deverão negociar diretamente, sem necessidade de peticionamento nestes autos, por meio da plataforma institucional de resolução de disputas do TJRJ, +Acordo.
A plataforma pode ser acessada pelo site do Tribunal de Justiça, no menu "Advogado" ->"+Acordo" (maisacordo.tjrj.jus.br). 4.
Cite-se e intime-se a parte ré fazendo-se constar do mandado: (a) o termo inicial do prazo de 15 dias úteis para apresentação da contestação será contado em conformidade com o artigo 231 ou 335, I do CPC, conforme o caso; (b) os requisitos da contestação, obrigatória sob pena de revelia (artigo 344), em conformidade com o artigo 336 e 337 do CPC, em especial as provas que pretende produzir especificadamente, e, no que toca aos documentos, as regras dos artigos 320 e 434 do CPC; (c) a necessidade de comprovar, em razão do pedido de gratuidade de justiça, a insuficiência de recursos para pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios, na forma do que dispõe o artigo 5º, inciso LXXIV da CR c/c artigo 1º do CPC; (d) a adequação da procuração a norma do artigo 105 do CPC; (e) a regra do artigo 246, parágrafo 1º e 437 do CPC; (f) a advertência de que a faculdade prevista no art. 340 do CPC é aplicável exclusivamente aos processos físicos, tendo em vista a facilidade de acesso aos autos proporcionada pelo processo eletrônico; nesse caso, deverá a parte, em atendimento ao caput do artigo, comunicar eletronicamente a este Juízo a protocolização da contestação no foro de seu domicílio, observado o prazo da contestação, sob pena incidência dos efeitos da revelia (Enunciado n. 36 CEDES do E.
TJERJ); (g) por fim, cuidando-se, a parte, de advogado em causa própria, a regra do artigo 106 do CPC. 5.
Tendo-se em conta que a benesse prevista no artigo 6º VII da Lei 8078/90 é norma de procedimento e não de julgamento, passo a apreciar o referido pleito.
Primeiramente, destaque-se que é aplicável às demandas de tutela coletiva em defesa do consumidor o disposto no artigo 6ºVIII do Diploma Consumerista, conforme precedentes do STJ Em princípio, o ônus da prova, segundo o artigo 373 I e II do Código de Processo Civil, incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo do seu direito, e ao réu quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Acrescente-se, ainda, que a prova a ser produzida não é para o interesse das partes simplesmente mas sim para formar o convencimento do julgador.
Ocorre, todavia, que à luz das novas imposições insertas pelo Código de Defesa do Consumidor, veio a se adotar a teoria da inversão do ônus da prova em favor do consumidor, levando em conta que esse é a parte vulnerável da relação de consumo.
O artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, ao tratar da inversão do ônus da prova exige para sua aplicação a existência de verossimilhança das alegações e a hipossuficiência técnica do consumidor.
A hipossuficiência técnica é aquela que à luz da relação de consumo, diante da desigualdade estabelecida entre fornecedor e consumidor, reconhece que o consumidor é a parte mais fraca da relação e, portanto, merecedor de proteção do Estado-interventor, como medida excepcional na relação contratual.
Desta forma, como ao consumidor é reconhecida ou presumida, maior dificuldade para a produção probatória a lei consumerista possibilita ao magistrado inverter a mão do ônus da prova que, neste caso, passa a ser, excepcionalmente, do fornecedor.
Tal ocorre como forma de criar uma presunção de veracidade no que tange as alegações e conteúdo probatório dos autos.
Deste modo, se o fornecedor não fizer a prova contrária do que foi alegado pelo autor, então, a presunção da veracidade passará a ser absoluta e não mais relativa, levando a procedência do pedido formulado na inicial.
In casu, vislumbro a hipossuficiência técnica da parte autora a ensejar a inversão do ônus da prova, que ora DEFIRO.
RIO DE JANEIRO, 8 de agosto de 2025.
MARISA SIMOES MATTOS PASSOS Juiz Substituto -
08/08/2025 16:49
Expedição de Outros documentos.
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08/08/2025 16:49
Não Concedida a Antecipação de tutela
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08/08/2025 13:37
Conclusos ao Juiz
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08/08/2025 13:37
Ato ordinatório praticado
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08/08/2025 11:18
Juntada de Petição de petição
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07/08/2025 15:39
Expedição de Certidão.
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07/08/2025 15:19
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
07/08/2025
Ultima Atualização
02/09/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
Decisão • Arquivo
Ato Ordinatório • Arquivo
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