TJRN - 0800129-56.2025.8.20.5112
1ª instância - Juizado Especial Civel, Criminal e da Fazenda Publica da Comarca de Apodi
Polo Ativo
Polo Passivo
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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09/09/2025 11:54
Expedição de Outros documentos.
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09/09/2025 11:47
Processo suspenso em razão da expedição de RPV
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09/09/2025 11:16
Conclusos para despacho
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09/09/2025 11:13
Juntada de Certidão
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05/09/2025 00:21
Decorrido prazo de ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE em 04/09/2025 23:59.
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22/08/2025 10:45
Juntada de Petição de petição
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15/08/2025 06:22
Publicado Intimação em 15/08/2025.
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15/08/2025 06:22
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 14/08/2025
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14/08/2025 00:00
Intimação
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Juizado da Fazenda Pública da Comarca de Apodi BR 405, KM 76, Portal da Chapada, APODI - RN - CEP: 59700-000 PROCESSO: 0800129-56.2025.8.20.5112 REQUERENTE: EDINALVA DE MENEZES TORRES REQUERIDO: ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE DECISÃO INTERLOCUTÓRIA Vistos os autos do cumprimento de sentença em epígrafe, no qual figura como exequente EDINALVA DE MENEZES TORRES e como executado o ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, passo ao julgamento da impugnação ao cumprimento de sentença apresentada pela parte executada.
A controvérsia instaurada nos presentes autos versa sobre a exatidão dos cálculos elaborados pela parte exequente para cumprimento da sentença transitada em julgado que condenou o ente público ao pagamento de juros de mora e correção monetária incidentes sobre verbas salariais de dezembro de 2018, consistentes no salário mensal e gratificação natalina daquele período.
A parte exequente apresentou memória de cálculo fundamentada na utilização da calculadora automática do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte, apurando o montante de R$ 6.037,32, ao passo que o executado sustentou a ocorrência de excesso de execução, alegando que procedeu ao pagamento administrativo das verbas objeto da condenação, apresentando cálculos próprios no valor de R$ 919,05.
A impugnação apresentada pelo executado fundamenta-se na alegação de que o Estado do Rio Grande do Norte efetuou o pagamento do 13º salário de 2018 em 15/01/2021, bem como o salário de dezembro de 2018 em 29/01/2022, sustentando que tais valores não seriam mais devidos em razão da quitação administrativa posterior.
Contudo, a análise detida da fundamentação da sentença exequenda revela que a condenação não se limitou ao pagamento das verbas em si, mas especificamente aos consectários legais decorrentes da mora no adimplemento das obrigações salariais, consistentes em juros de mora e correção monetária.
Nessa trilha, o pagamento posterior das verbas principais não afasta o direito aos consectários moratórios, uma vez que estes decorrem do atraso no cumprimento da obrigação originária e possuem natureza indenizatória pela perda do poder aquisitivo e pelos prejuízos decorrentes da mora. É dizer, o servidor público faz jus ao recebimento de correção monetária e juros sobre verbas pagas em atraso, independentemente do pagamento posterior da verba principal.
A metodologia de cálculo empregada pela parte exequente revela-se tecnicamente adequada ao considerar como termo inicial para incidência dos consectários moratórios o período de competência das verbas, dezembro de 2018, aplicando-se correção monetária pelo IPCA-E e juros de mora segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança para o período anterior a dezembro de 2021, bem como a taxa SELIC para período posterior, em estrita observância aos parâmetros estabelecidos na sentença transitada em julgado.
A calculadora automática do Tribunal de Justiça constitui ferramenta oficial de reconhecida confiabilidade técnica, sendo amplamente utilizada pelos órgãos judiciários para elaboração de cálculos em execuções contra a Fazenda Pública.
A alegação do executado de que os pagamentos administrativos posteriores afastariam o direito aos consectários moratórios não encontra amparo na fundamentação da sentença exequenda, que expressamente consignou a condenação ao pagamento de juros e correção monetária incidentes sobre o pagamento das verbas salariais, excluindo-se os valores eventualmente já pagos na seara administrativa.
A interpretação adequada deste dispositivo conduz ao entendimento de que a exclusão se refere aos valores principais efetivamente pagos, e não aos consectários decorrentes da mora, que constituem o objeto específico da condenação.
A tese sustentada pelo executado conduziria ao esvaziamento completo da condenação, uma vez que qualquer pagamento posterior, ainda que extemporâneo, afastaria integralmente o direito aos consectários moratórios, interpretação que contraria frontalmente o princípio da vedação ao enriquecimento sem causa e a finalidade reparatória da condenação.
A planilha elaborada pela Divisão de Contadoria Judicial e Estatística da Procuradoria Geral do Estado apresenta metodologia inadequada ao deduzir integralmente os valores pagos administrativamente sem considerar que a condenação se refere especificamente aos consectários moratórios e não às verbas principais.
A correta interpretação da sentença exequenda impõe o reconhecimento de que o direito aos juros e correção monetária surge no momento do descumprimento da obrigação de pagamento no prazo legal, consolidando-se independentemente de quitação posterior da verba principal.
A Súmula nº 682 do Supremo Tribunal Federal consagra o entendimento de que não ofende a Constituição a correção monetária no pagamento com atraso dos vencimentos dos servidores públicos, reforçando a legitimidade da pretensão executória.
O Superior Tribunal de Justiça consolidou jurisprudência no sentido de que o prazo prescricional para cobrança dos consectários moratórios inicia-se a partir do pagamento da obrigação principal sem a devida atualização, demonstrando que o pagamento posterior não afasta o direito preexistente aos consectários.
A impugnação apresentada pelo executado não logrou demonstrar erro material ou excesso nos cálculos apresentados pela parte exequente, limitando-se a sustentar tese jurídica inadequada sobre os efeitos do pagamento administrativo posterior.
POSTO ISSO, rejeito a impugnação ao cumprimento de sentença e, com arrimo no § 3º, incisos I e II, do art. 535 do CPC, homologo os cálculos apresentados pela parte exequente ao ID 147924181 no valor total de R$ 6.037,32 nos termos da fundamentação, ressaltando que o valor deverá ser corrigido por ocasião da expedição do RPV/PRECATÓRIO.
Caso o valor homologado ultrapasse o limite do RPV do respectivo ente federativo, intime-se o exequente para, no prazo de 10 dias, manifestar-se expressamente acerca da renúncia do excedente, caso já não o tenha feito.
Decorrido o prazo recursal ou havendo renúncia expressa, observe-se o disposto na Resolução 08/2015-TJ, quanto à forma de requisição (Precatório ou RPV), conforme os limites legais estabelecidos na lei local.
Fica autorizada a retenção, em favor do advogado vencedor, dos honorários contratuais no percentual estabelecido no contrato, caso este seja juntado aos autos.
Em se tratando de precatório, expeça-se ofício via SIGPRE, anexando os documentos indispensáveis.
Transcorrido o prazo sem pagamento voluntário do RPV, determino o sequestro da quantia devida, cuja ordem de bloqueio deverá ser realizada via sistema Sisbajud, observando-se o previsto no § 3º, do art. 5º, da Portaria nº 638/2017-TJRN.
Após, efetive-se o sequestro e levantamento da quantia em favor do credor, intimando-o acerca da satisfação do crédito e vindo os autos conclusos em seguida para extinção da execução.
Ultimadas as providências legais, arquive-se com baixa.
Intimem-se.
Cumpra-se.
Apodi/RN, data do sistema. (assinado digitalmente consoante Lei n° 11.419/2006) FABIO FERREIRA VASCONCELOS Juiz de Direito -
13/08/2025 11:05
Expedição de Outros documentos.
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13/08/2025 11:05
Expedição de Outros documentos.
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13/08/2025 10:50
Outras Decisões
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26/06/2025 11:06
Conclusos para decisão
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26/06/2025 09:31
Juntada de Petição de petição
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10/06/2025 01:00
Publicado Intimação em 10/06/2025.
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10/06/2025 01:00
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 09/06/2025
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09/06/2025 00:00
Intimação
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Juizado da Fazenda Pública da Comarca de Apodi BR 405, KM 76, Portal da Chapada, APODI - RN - CEP: 59700-000 Processo nº: 0800129-56.2025.8.20.5112 CERTIDÃO/INTIMAÇÃO CERTIFICO, em razão do meu ofício, que a(s) parte(s) executada(s) apresentou(ram) tempestivamente impugnação à execução.
Outrossim, INTIMO a parte exequente, para, querendo, no prazo de 15 (quinze) dias, manifestar-se acerca da defesa apresentada pela(s) parte(s) executada(s).
Apodi/RN, 6 de junho de 2025. (Assinado Digitalmente - Lei nº 11.419/2006) FRANCISCO GILBERTO DA COSTA Servidor(a) -
06/06/2025 12:37
Expedição de Outros documentos.
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06/06/2025 11:43
Juntada de Petição de petição
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15/04/2025 09:28
Expedição de Outros documentos.
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15/04/2025 09:17
Proferido despacho de mero expediente
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07/04/2025 17:32
Conclusos para despacho
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07/04/2025 17:31
Evoluída a classe de PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA (14695) para CUMPRIMENTO DE SENTENÇA (156)
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07/04/2025 17:30
Processo Reativado
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07/04/2025 17:01
Juntada de Petição de execução / cumprimento de sentença
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18/03/2025 10:51
Arquivado Definitivamente
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18/03/2025 10:51
Expedição de Certidão.
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18/03/2025 10:50
Transitado em Julgado em 17/03/2025
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18/03/2025 02:03
Decorrido prazo de ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE em 17/03/2025 23:59.
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18/03/2025 00:59
Decorrido prazo de ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE em 17/03/2025 23:59.
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12/03/2025 00:49
Decorrido prazo de EDINALVA DE MENEZES TORRES em 11/03/2025 23:59.
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12/03/2025 00:22
Decorrido prazo de EDINALVA DE MENEZES TORRES em 11/03/2025 23:59.
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20/02/2025 00:27
Publicado Intimação em 20/02/2025.
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20/02/2025 00:27
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 19/02/2025
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19/02/2025 00:00
Intimação
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Fórum Des.
Newton Pinto - Rodovia BR 405, Km 76, Portal de Chapada, Apodi/RN CEP 59700-000 – Fone: (84) 3673-9757 – E-mail: [email protected] PROCESSO N.º: 0800129-56.2025.8.20.5112 AUTOR: Edinalva de Menezes Torres RÉU: Estado do Rio Grande do Norte SENTENÇA
Vistos. 1) RELATÓRIO Relatório dispensado, nos termos do art. 38 da Lei nº 9.099/95, que se aplica subsidiariamente ao Juizado Especial da Fazenda Pública (art. 27 da Lei nº 12.153/2009).
DECIDO. 2) FUNDAMENTAÇÃO Trata-se de demanda ajuizada pela parte autora em face do Estado do Rio Grande do Norte, objetivando o pagamento indenização por danos materiais, consistentes em juros de mora e correção monetária, decorrentes do pagamento atrasado dos salários do funcionalismo público.
O processo comporta julgamento antecipado de plano, ante a desnecessidade de produção de outras provas em audiência de instrução, sendo a matéria meramente de direito, na forma do art. 355, inciso I, do Código de Processo Civil de 2015.
Não há como acolher a prejudicial do mérito da prescrição que foi arguida pelo ente demandado.
Compulsando os autos, verifico que o adimplemento do 13º e do salário de dezembro/2018 da parte Autora foi realizado em 2021 e 2022, respectivamente.
Dessa forma, compreendo que a prescrição deve ser contada a partir da data quando o Estado efetuou o pagamento do salário de dezembro de 2018 e da gratificação natalina sem a incidência de juros e correção monetária.
Nesse sentido é o entendimento do STJ sobre o assunto, a saber: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.
ADMINISTRATIVO E PROCESSO CIVIL.
SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL.
JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA.
ATRASO NO PAGAMENTO.
PRESCRIÇÃO.
NÃO-OCORRÊNCIA. 1.
O prazo prescricional em relação à correção monetária e aos juros moratórios se inicia a partir do momento em que é efetuado o pagamento do débito em atraso sem a atualização, tendo em vista que é nesse momento que se caracteriza lesão do direito subjetivo à recomposição do valor monetário e aos juros da prestação. 2.
Agravo regimental improvido. (STJ - AgRg no Ag: 951717 MG 2007/0218234-0, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de Julgamento: 17/12/2007, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJ 18/02/2008 p. 94REVJMG vol. 183 p. 311) ADMINISTRATIVO.
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
AÇÃO DE COBRANÇA.
SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL.
VENCIMENTOS PAGOS ADMINISTRATIVAMENTE COM ATRASO.
CORREÇÃO MONETÁRIA.
PRESCRIÇÃO.
NÃO OCORRÊNCIA.
MATÉRIA ANALISADA PELO TRIBUNAL A QUO.
TERMO INICIAL DO PRAZO PRESCRICIONAL A CONTAR DO EFETIVO PAGAMENTO.
VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA. 1.
Agravo regimental no qual se alega violação do artigo 535 do CPC, uma vez que o Tribunal de origem, não obstante a oposição de embargos declaratórios, foi omisso ao não analisar o argumento do recorrente de que o direito de ação dos recorridos estaria alvejado pela prescrição. 2.
O acórdão recorrido consignou que as declarações fornecidas pela Diretora do Departamento de Recursos Humanos do Município de Governador Valadares certifica que os vencimentos relativos aos meses de novembro e dezembro de 1996 somente foram pagos às recorridas, em 12/7/2001 e 23/2/2001, sem correção. 3.
A Corte estadual rejeitou a arguição de prescrição, ventilada pelo recorrente, em razão da pretensão inicial, referente ao pagamento da correção monetária e aos juros moratórios, ter sido ajuizada em 2/5/2005, dentro do prazo de 5 (cinco) anos. 4.
A jurisprudência desta Casa é no sentido de que em se tratando de ação proposta para cobrar a correção monetária sobre o pagamento atrasado de parcelas remuneratórias, o prazo prescricional tem início a partir da data do pagamento administrativo realizado sem a devida correção. 5.
Assim, não há falar em violação do artigo 535 do CPC, uma vez que o Tribunal de origem reconheceu o direito das recorridas ao recebimento da correção monetária a contar do pagamento dos vencimentos em atraso, afastando a prescrição. 6.
Agravo regimental não provido. (STJ - AgRg no REsp: 1197128 MG 2010/0103360-2, Relator: Ministro BENEDITO GONÇALVES, Data de Julgamento: 19/10/2010, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 26/10/2010) Com efeito, o recebimento do pagamento sem ressalva administrativa não impede o credor de cobrar os consectários não adimplidos, decorrentes da mora no pagamento (arts. 394 e 397, do CC), o que pode ser feito judicialmente dentro do prazo prescricional de 5 (cinco) anos, o qual se inicia a partir do pagamento da obrigação principal em atraso, efetuado sem a inclusão dos consectários, por ser este o momento em que nasce para o prejudicado a pretensão (actio nata) de atualização monetária e compensação dos respectivos valores (precedentes do STJ).
Desta feita, este Juízo compreende que a prescrição quinquenal tem seu marco inicial do descumprimento em relação ao inadimplemento do pagamento dos juros e da correção monetária.
Portanto, REJEITO a prejudicial de mérito levantada pela parte ré.
No mérito, observo que a controvérsia inicial desta demanda se restringe à apuração da responsabilidade civil da Administração Pública por suposto dano material sofrido pela parte autora, diante do atraso no pagamento dos salários do funcionalismo público.
Analisando os autos e contexto probatório produzido, entendo que o Estado passa por um momento difícil, em que severos ajustes precisam e devem ser feitos para que a normalidade possa ser retomada.
Porém, quanto ao pedido de pagamento de juros e correção monetária, o fundamento dos pedidos presentes na inicial giram em torno do direito social do trabalhador receber seu salário, bem como, em caso de atraso, os devidos juros e correção monetária, incluídos nesta questão estão os servidores públicos estatutários.
Nesse diapasão, o não pagamento dos juros e correção monetária devidos constitui grave violação a um direito constitucional fazendo-se surgir para o servidor público, no presente caso, a aspiração ao recebimento da prestação correspondente, sob o fundamento de combate ao enriquecimento ilícito da Fazenda Pública.
Logo, comprovado o pagamento intempestivo, é direito da parte autora perceber a correção monetária relativa aos vencimentos quitados em atraso, bem como os juros decorrentes da mora.
Inclusive, o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que é possível a incidência de correção monetária e juros legais sobre a diferença de vencimentos paga em atraso em decorrência de sua natureza alimentar.
Nesse sentido: CONSTITUCIONAL.
ADMINISTRATIVO.
PROCESSUAL CIVIL.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA: C.F., art. 102, I, n.
AÇÃO ORDINÁRIA COLETIVA: LEGITIMAÇÃO: ENTIDADE DE CLASSE: AUTORIZAÇÃO EXPRESSA: C.F., art. 5º, XXI.
SERVIDOR PÚBLICO: REMUNERAÇÃO: CORREÇÃO MONETÁRIA.
I. - Ação ordinária em que magistrados do Rio Grande do Sul pleiteiam correção monetária sobre diferença de vencimentos paga com atraso.
Interesse geral da magistratura gaúcha no desfecho da ação.
Competência originária do Supremo Tribunal Federal: C.F., art. 102, I, n.
II. - Ação ordinária coletiva promovida por entidade de classe: C.F., art. 5º, XXI: inexigência de autorização expressa dos filiados.
Voto vencido do Relator: aplicabilidade da regra inscrita no art. 5º, XXI, da C.F.: necessidade de autorização expressa dos filiados, não bastando cláusula autorizativa constante do Estatuto da entidade de classe.
III. - Diferença de vencimentos paga com atraso: cabimento da correção monetária, tendo em vista a natureza alimentar de salários e vencimentos.
Precedentes do S.T.F.
IV. - Ação conhecida e julgada procedente (AO 152, Rel.
Min.
Carlos Velloso, Tribunal Pleno, DJ 3.3.2000).
No que se refere à correção monetária, entendo que o devedor não pode se eximir de pagar a atualização da moeda, recuperando o poder de compra, nos termos do artigo 28, § 5º da Constituição do Estado do Rio Grande do Norte, a saber: Art. 28.
No âmbito de sua competência, o Estado e os Municípios devem instituir regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (...) § 5°.
Os vencimentos dos servidores públicos estaduais e municipais, da administração direta, indireta, autárquica, fundacional, de empresa pública e de sociedade de economia mista, são pagos até o último dia de cada mês, corrigindo-se monetariamente os seus valores, se o pagamento se der além desse prazo.
Corroborando esta percepção, assim preceitua a Súmula 682 do STF: “Não ofende a Constituição a correção monetária no pagamento com atraso dos vencimentos dos servidores públicos.” Este entendimento também é emanado pelas Turmas Recursais do TJRN, observe-se: RECURSO INOMINADO.
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.
SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL.
AÇÃO DE COBRANÇA.
REMUNERAÇÕES COM PAGAMENTOS ATRASADOS.
SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA QUE CONDENOU O DEMANDADO AO PAGAMENTO DE CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA DECORRENTES DOS ATRASOS NO ADIMPLEMENTO DOS SALÁRIOS.
OBSERVÂNCIA AO DISPOSTO NO ART. 28, §5º, DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL.
PAGAMENTO QUE DEVE SER REALIZADO ATÉ O ÚLTIMO DIA DE CADA MÊS.
SENTENÇA MANTIDA.
RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. (RECURSO INOMINADO CÍVEL, 0802725-56.2019.8.20.5101, Dr.
SULAMITA BEZERRA PACHECO DE CARVALHO, Gabinete 2 da 1ª Turma Recursal Temporária, ASSINADO em 09/08/2021) Prosseguindo, destaco que as previsões da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC n.º 101/2000) não importam em óbice ao caso dos autos. É que, conforme inteligência da jurisprudência consolidada pelas Cortes Superiores, visto que a LRF, que regulamentou o art. 169 da Constituição Federal/1988, fixando os limites de despesas com pessoal dos entes públicos, não pode servir de fundamento para elidir o direito dos servidores públicos de perceber vantagem legitimamente assegurada por lei.
Ainda que se alegue que o Ente Público, por se encontrar com o percentual de gasto com pessoal no limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, está impedido de conceder vantagem, aumento, ajuste ou adequação da remuneração, a qualquer título, há de se observar que, nos termos do disposto no art. 19, §1º, IV da Lei Complementar n.º 101/2000, na verificação do atendimento de tais limites, não serão computadas as despesas decorrentes de decisão judicial.
O atraso no pagamento dos salários da parte autora não se mostra legítimo, pois, é direito básico de qualquer trabalhador receber a contraprestação salarial devida pelo exercício de suas funções, conforme prevê o artigo 7º, incisos VII e X, da Constituição Federal, assim, como consequência, deve ser obedecido o disposto no art. 28, §5º, da Constituição Estadual, com o pagamento efetuado até o último dia de cada mês, incorrendo a Administração Pública em mora quando ultrapassado esse período, devendo haver a compensação monetária pelo atraso nos pagamentos.
Nesse contexto, entendo que o(a) demandante faz jus ao recebimento da correção monetária e juros sobre os salários pagos em atraso, referente ao período de dezembro de 2018 (salário e 13º).
Ademais, tratando-se de ação de cobrança, o termo inicial da incidência dos juros moratórios corresponde à data da citação, a teor do previsto no art. 405 do Código Civil e não a partir do vencimento da verba como sustenta a parte promovente.
Destarte, a autora faz jus ao recebimento do valor equivalente à correção monetária e dos respectivos juros sob a verba cujo pagamento se buscava através da presente demanda, até a data que fora efetivamente paga, a ser calculada segundo os parâmetros indicados do dispositivo desta sentença, na esteira da decisão do Supremo Tribunal Federal que colocou fim na presente discussão (RE 870947/SE). 3) DISPOSITIVO Diante do exposto, REJEITO A PRELIMINAR e, com fundamento no art. 487, inciso I, do CPC/2015, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para condenar o ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE apenas ao pagamento, em favor da parte autora, dos juros e correção monetária incidentes sobre o pagamento das verbas salariais de dezembro de 2018 (salário e 13º), excluindo-se os valores eventualmente já pagos na seara administrativa, tendo o pagamento sido realizado de forma parcial ou integral (devendo ser devidamente comprovado na fase de cumprimento de sentença, caso ocorra).
Os valores datados entre julho/2009 e 08/12/2021 serão calculados com base em juros de mora segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança e correção monetária com base no IPCA-E.
Nesse caso, a correção monetária será calculada mês a mês, tendo em vista tratar-se de prestações sucessivas e os juros de mora a contar da citação.
Ao passo em que os valores a partir de 09/12/2021 serão corrigidos pela SELIC, como índice de atualização monetária, de remuneração do capital e de compensação da mora, nos termos do art. 3º, da Emenda Constitucional nº 113/2021.
Deixo de condenar as partes ao pagamento de custas e honorários advocatícios, porque incabíveis nos Juizados Especiais, em primeiro grau de jurisdição, como dispõe o artigo 55 da Lei nº 9.099/95.
Da mesma forma, não está a presente sentença sujeita ao reexame necessário (art. 11 da Lei. 12.153/2009).
Com o trânsito em julgado, arquivem-se os autos.
Publique-se.
Registre-se.
Intimem-se.
Cumpra-se.
Submeto, nos termos do art. 40 da Lei n.º 9.099/95, o presente projeto de sentença para fins de homologação por parte do Juiz de Direito.
Apodi/RN, data registrada no sistema.
CAMILA VANESSA DE QUEIROZ VIDAL Juíza Leiga HOMOLOGAÇÃO Com arrimo no art. 40 da Lei nº 9.099/95, bem como por nada ter a acrescentar ao entendimento acima exposto, homologo na íntegra o projeto de sentença para que surta seus jurídicos e legais efeitos.
Apodi/RN, data registrada no sistema.
FÁBIO FERREIRA VASCONCELOS Juiz de Direito (Documento assinado digitalmente, consoante Lei n.º 11.419/2006) -
18/02/2025 18:52
Expedição de Outros documentos.
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18/02/2025 18:51
Expedição de Outros documentos.
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18/02/2025 16:38
Julgado procedente o pedido
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07/02/2025 10:01
Conclusos para julgamento
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07/02/2025 09:59
Juntada de Petição de alegações finais
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29/01/2025 17:31
Expedição de Outros documentos.
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29/01/2025 16:50
Juntada de Petição de contestação
-
17/01/2025 16:40
Expedição de Outros documentos.
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17/01/2025 16:25
Proferido despacho de mero expediente
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16/01/2025 10:21
Conclusos para despacho
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16/01/2025 10:21
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
16/01/2025
Ultima Atualização
14/08/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Detalhes
Documentos
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