TRF1 - 0008802-45.2016.4.01.3400
1ª instância - 17ª Brasilia
Polo Ativo
Advogados
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Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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16/01/2025 00:00
Intimação
PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Distrito Federal 17ª Vara Federal Cível da SJDF SENTENÇA TIPO "A" PROCESSO: 0008802-45.2016.4.01.3400 CLASSE: EMBARGOS À EXECUÇÃO (172) POLO ATIVO: UNIAO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) POLO PASSIVO:JORGE TISSOT e outros REPRESENTANTES POLO PASSIVO: CAROLINE DANTE RIBEIRO - DF31766 SENTENÇA UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) opõe embargos ao cumprimento de sentença nº 2005.34.00.008708-5 (0008693-17.2005.4.01.3400), alegando excesso de execução no montante de R$ 56.791,91 (cinquenta e seis mil, setecentos e noventa e um reais e noventa e um centavos) no que toca aos embargados/exequentes JORGE TISSOT e JOSE ANTONIO SEVERO.
Despacho (volume 1, pág. 91) determina que a embargante informe o valor do excesso em relação aos exequentes, bem como determinou a expedição de a requisição de pagamento em relação a Silveli Aparecida de Santis e Maria Regina Calixto Farah Lopes, pois os cálculos não foram impugnados.
Na petição (volume 1, pág. 93) a UNIÃO informa o valor da causa no montante de R$ 56.791,91 (cinquenta e seis mil, setecentos e noventa e um reais e noventa e um centavos).
Decisão (volume 1.2, págs. 23/24) recebe os presentes embargos, no efeito suspensivo, tão somente quanto à parte controvertida.
Impugnação (volume 1, págs. 112/122).
Por meio do despacho (volume 1, pág. 126) foi determinado a remessa dos autos encaminhados à SECAJ para manifestação e elaboração de cálculos.
Parecer da SECAJ (volume 1, pág128/129).
Manifestação dos embargados/exequentes (volume 1, págs. 132/136).
Conclusos para julgamento desde 04/11/2022.
Decido.
Inicialmente, informo que iniciei a jurisdição neste juízo em 14/06/2024, em razão de remoção da 2ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Anápolis.
Os embargados ingressaram com cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública nº 2005.34.00.008708-5 (0008693-17.2005.4.01.3400), promovido por MARA REGINA CALIXTO FARAH LOPES, JORGE TISSOT, JOSÉ ANTONIO SEVERO e SILVELI APARECIDA DE SANTIS em face da União Federal (Fazenda Nacional).
A UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL), concorda com o cálculo em relação a SILVELI APARECIDA DE SANTIS e MARA REGINA CALISTO FARAH LOPPES e entende devido em relação a JORGE TISSOT o valor de R$ 2.189,55, atualizado para 07/2014 e para JOSÉ ANTONIO SEVERO o valor de R$ 15.640,50, atualizado para 07/2014, gerando um excesso de execução no montante de R$ 56.791,91 (cinquenta e seis mil, setecentos e noventa e um reais e noventa e um centavos).
Pois bem, observa-se que a UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) na apuração do indébito utiliza o critério de cálculo denominado “esgotamento”.
Trago à baila explicação sobre tal método inserida nos autos do processo n. 0072268-47.2015.4.01.3400, veja-se: (...) 3.
Referida sistemática de cálculo assenta-se unicamente na exclusão do montante anteriormente tributado com esteio na Lei nº 7713/88 da base de cálculo do Imposto de Renda devido sob a vigência da Lei 9.250/95. 4.
Segundo o critério do “esgotamento”, uma vez ultrapassado o prazo prescricional, o cálculo de eventual devolução do Imposto de Renda pago indevidamente depende do conhecimento dos valores das contribuições pagas pelo interessado ao fundo de previdência complementar no período de 01.01.1989 a 31.12.1995, no que resulta o montante não-tributável. 5.
Depois, o referido quantum – montante não tributável –, devidamente atualizado, será excluído da tributação a partir do início do recebimento do benefício de aposentadoria complementar, esgotando-se este montante mês a mês, respeitada a prescrição. 6.
Ressalte-se que, se o crédito a ser deduzido for superior aos rendimentos auferidos no ano-base, o saldo remanescente do crédito apurado será utilizado, para dedução, no ano-base seguinte.
E assim sucessivamente, até o seu esgotamento. 7.
Em demonstração do critério do “esgotamento”, exemplifica-se, hipoteticamente, o cálculo do indébito de um contribuinte que possua um saldo de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), correspondente ao valor das contribuições vertidas pelo beneficiário ao fundo de previdência privada sob a égide da Lei nº 7.713/88, e tenha percebido, no ano-base de 1996, já sob a vigência da lei nº 9.250/95, o montante de R$ 50.000,00 de benefício complementar e o valor de R$ 200.000,00 a título de demais rendimentos tributáveis, conforme tabela abaixo: 8.
Observe-se, da explanação acima, que o saldo correspondente às contribuições vertidas pelo beneficiário ao fundo de previdência privada no período de 1989 a 1995 será deduzido unicamente do montante relativo ao benefício complementar percebido no ano-base de 1996, de modo que a dedução perdurará até o total esgotamento do saldo em questão, afastando-se o bis in idem daí decorrente. 9.
Perceba-se que a jurisprudência pátria também evoluiu no trato da questão, já que, outrora, tomava como parâmetro para a liquidação do indébito os valores de imposto de renda pagos durante a vigência da Lei nº 7.713/1988, e não a base de cálculo (rendimentos) sujeita à dupla incidência (indevida) de imposto de renda. 10.
Considerava-se, na ocasião, como não tributável a parcela de benefício de aposentadoria equivalente ao montante das contribuições vertidas ao plano de aposentadoria complementar entre os anos de 1989 e 1995.
Haveria, assim, a partir do recebimento da aposentadoria, uma parcela de renda não tributável, uma parcela sobre a qual o imposto de renda seria inexigível, a partir do qual seria calculado o valor do imposto a restituir ou mesmo o montante proporcional do tributo que, doravante, não deveria incidir sobre o benefício da parte interessada. 11.
Com o passar do tempo, esse entendimento jurisprudencial evoluiu no sentido de que a parcela de verba não tributável, no momento da aposentadoria, não estava mais relacionada ao quanto pago a título de Imposto de Renda pelo trabalhador entre 1989 e 1995, mas sim à renda tributável do aposentado, da qual deveria ser excluída parcela correspondente às contribuições vertidas aos fundos durante a vigência da Lei nº 7.713/1988 (ou seja, de janeiro de 1989 a dezembro de 1995), independentemente desse valor superar o imposto de renda pago nesse mesmo período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995. 12.
Outrossim, o critério do esgotamento obedece à constatação de que a isenção reconhecida ao interessado(a) tem uma limite quantitativo, qual seja, o total das contribuições vertidas pela parte interessada ao Fundo de Previdência Complementar durante a vigência da Lei nº 7.713/88 (1989 a 1995), de modo que, atingindo-se aludido limite e satisfeito o crédito a restituir ao interessado, satisfaz-se a obrigação de restituir, o que se tornava difícil de controlar com os critérios de cálculos anteriores. 13.
O critério do “esgotamento” vem sendo referendado pelos Tribunais Pátrios como método de cálculo mais adequado à liquidação do indébito decorrente da alteração da sistemática de tributação do imposto de renda, operada pelas das Leis nº 7713/88 e 9.250/95, sobre o benefício de complementação de aposentadoria, inclusive pela jurisprudência majoritária do e.
STJ (...).
Por meio do Parecer SECAJ (volume 1, pág128/129) a SECAJ expõe: Em cumprimento ao despacho de fls.109, informamos que a Fazenda Nacional discorda da conta dos autores alegando que não foi empregada a metodologia definida na IN RFB nº 1.343/2013 (método do esgotamento das contribuições), que consiste em: 1º) Atualizar as contribuições de 01/1989 a 12/1995 - que serão excluídas da base de cálculo do IR - da data do recolhimento até a data da respectiva aposentadoria (ou até 01/1996, se aposentado antes de 12/1995) pelos índices do Manual de Cálculos do CJF. 2º) Esgotar as contribuições acima, depois de atualizadas, das complementações de aposentadoria recebidas a partir da data da inatividade dos autores (ou a partir de 01/1996, caso a aposentadoria seja anterior a 12/1995).
Além disso, se ocorrer, integralmente, o esgotamento supramencionado, da data da aposentadoria (ou de 01/1996) até a data do prazo prescricional (quando fixado pelo julgado), nada deverá ser restituído a título de IR ao exequente: pois prescrito. 3º) Verificar o montante não prescrito, por exercício, das contribuições esgotadas.
Após, ajustar a base de cálculo do IR a partir das Declarações de Ajuste Anual posteriores à aposentadoria (ou posteriores a 01/1996), deduzindo-se o referido montante do rendimento anual tributável correspondente (como se fosse uma Declaração Retificadora); abatendo-se, ainda, os valores de IR já restituídos por ocasião do ajuste anual (caso existam), apurando-se, ao final, a repetição de indébito tributário.
Esta Seção entende que a referida metodologia é a que melhor reflete o valor de IR a ser restituído sobre as contribuições de 01/1989 até 12/1995, conforme fixado pelo julgado, pois somente a partir da data da aposentadoria dos autores (ou a partir de 01/1996, quando aposentado antes ou durante a vigência da Lei 7.713/1988), quando se inicia o recebimento das complementações das aposentadorias, é que poderemos aferir se ocorreu ou não uma “possível bitributação".
Caso a parte, no momento da aposentadoria, seja acometida de uma doença grave, nos casos em que se isente a tributação de IR dos seus proventos (complementações de aposentadoria), nada deverá ser restituído a este título em virtude do julgado, pois não houve a ocorrência do “bis in idem” sobre as aludidas complementações.
Para exemplificar o exposto acima, esclarecemos que de 01/1989 até 12/1995 a regra vigente (Lei 7.713/1988) não permitia que as contribuições para o fundo de previdência fossem dedutíveis da base de cálculo para a apuração e desconto do IR nos contracheques dos contribuintes, ou seja, se trata de uma situação em que a contribuição vertida ao respectivo fundo de previdência, após o desconto do IR e já considerando o “valor líquido” da remuneração, formaria uma “Caderneta de Poupança” livre de qualquer tributo futuro, pois já descontado na fonte.
Entretanto, as contribuições desse período (e de todo o período contributivo) somente irão retornar ao contribuinte sob a forma de complementação após as datas das respectivas aposentadorias; e a partir daí temos as seguintes situações: > Não houve incidência de IR sobre as complementações (em caso de doença grave), então, não há que se falar em bitributação; > Existe incidência de IR sobre as complementações e o julgado fixou à prescrição quinquenal, então, o montante atualizado das contribuições de 01/1989 até 12/1995 esgotado, da data da aposentadoria até quingquênio anterior à data do ajuizamento da ação, pelas complementações de aposentadoria, estará prescrito.
Caso exista montante remanescente após a data da prescrição, este sim será considerado na restituição do indébito tributário.
Além disso, caso a data da aposentadoria seja posterior à data da prescrição, não há que se falar em valores prescritos; > Existe incidência de IR sobre as complementações e o julgado não fixou à prescrição quinquenal, então, todo o montante das contribuições de 01/1989 até 12/1995 esgotado, a partir da data da aposentadoria, pelas complementações será considerado na restituição do indébito tributário.
Assim, os cálculos da Fazenda Nacional nestes Embargos estão corretos.
Pois bem, entende-se correta a metodologia utilizada pela Fazenda Nacional, razão pela qual os cálculos devem ser acatados.
No Superior Tribunal de Justiça há precedente referendando tal metodologia, veja-se: RECURSO ESPECIAL Nº 1.221.055 - RS (2010/0208612-8) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES RECORRENTE : VANDERLEI ALVES FUNARI ADVOGADO : RENATO AMARAL CORRÊA E OUTRO(S) RECORRIDO : FAZENDA NACIONAL ADVOGADO : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL EMENTA PROCESSUAL CIVIL.
TRIBUTÁRIO.
IMPOSTO DE RENDA.
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA.
PREVIDÊNCIA PRIVADA.
LEI 7.713/88 (ART. 6º, VII, B), LEI 9.250/95 (ART. 8º, I E II).
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
FORMA DE LIQUIDAÇÃO.
DEDUÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES VERTIDAS ENTRE 1989 E 1995 DOS RENDIMENTOS DE 1996 EM DIANTE, OBSERVADO O LIMITE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS RECEBIDOS NOS PERÍODOS DE APURAÇÃO E NÃO A FAIXA DE ISENÇÃO. 1.
O art. 8º, I, da Lei n. 9.250/95 estabelece que a base de cálculo do imposto de renda compreende a soma de todos os rendimentos, exceto os isentos, os não-tributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva. 2.
Quanto a decisão judicial reconhece, na esteira do recurso representativo da controvérsia REsp.
Nº 1.012.903 - RJ (Primeira Seção, Rel.
Min.
Teori Albino Zavascki, julgado em 8.10.2008) que "é indevida a cobrança de imposto de renda sobre o valor da complementação de aposentadoria", está a considerar somente o valor do benefício previdenciário como rendimento não tributável. 3.
Sendo assim, o valor correspondente às contribuições vertidas pela parte autora, no período entre 1989 e 1995 (ou até a data da sua aposentadoria se ocorrida em momento anterior), devidamente atualizado, constitui-se no crédito a ser deduzido exclusivamente do montante correspondente às parcelas de benefício de aposentadoria complementar, apurando-se a base de cálculo do imposto de renda.
O limite a ser respeitado na utilização dos créditos para a dedução deve ser o do valor do benefício recebido da entidade de previdência e não o da faixa de isenção.
Método de cálculo já aceito por esta Casa no REsp. n. 1.086.148-SC, Segunda Turma, Rel.
Min.
Mauro Campbell Marques, julgado em 15.04.2010. 4.
Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido.
RECURSO ESPECIAL Nº 1.375.290 - PE (2013/0006063-0) RELATOR : MINISTRO OG FERNANDES RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL ADVOGADO : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL - PR000000O RECORRIDO : VALDOMIRO BATISTA ARAUJO E OUTROSADVOGADO : TIAGO UCHOA MARTINS DE MORAES E OUTRO(S) - PE018593 EMENTA TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL.
RECURSO ESPECIAL.
ART. 535, II, DO CPC.
INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO.
IMPOSTO DE RENDA.
PREVIDÊNCIA PRIVADA.
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA.
NÃO INCIDÊNCIA SOBRE VALOR RECOLHIDO PELO CONTRIBUINTE.
TEMA JÁ APRECIADO NO REGIME DO ART. 543-C DO CPC.
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL.
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA.
TÍTULO JUDICIAL.
ADOÇÃO DO MÉTODO DE ESGOTAMENTO.
SINTONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ.
PRESCRIÇÃO A SER APRECIADA PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. 1.
Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC/73, quando o Tribunal de origem dirime, fundamentadamente, as questões que lhe são submetidas, apreciando integralmente a controvérsia posta nos autos. 2.
O imposto de renda não incide sobre os valores da complementação de aposentadoria referentes às contribuições efetivadas para a entidade de previdência privada, até o limite do que foi recolhido pelo beneficiário sob a égide da Lei n. 7.713/88 (de janeiro de 1989 a dezembro de 1995).
Precedente julgado na sistemática dos recursos repetitivos prevista no art. 543-C do CPC (REsp 1.012.903/RJ, Rel.
Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Seção, julgado em 8/10/2008, DJe 13/10/2008). 3.
O método de esgotamento adotado pelo Juízo de primeiro grau não destoa do comando constante da sentença com trânsito em julgado que, à toda evidência, reconheceu ser indevida a incidência do imposto de renda sobre verba de complementação de aposentadoria recebida de entidade de previdência privada, na proporção das contribuições que os ora recorridos efetivaram para o fundo de previdência complementar no período de 1º/1/1989 a 31/12/1995. 4.
A metodologia do esgotamento corresponde àquela em que se atualizam as contribuições recolhidas na vigência da Lei n. 7.713/88 – ou seja, na proporção das contribuições efetivadas ao fundo no período de 1º/1/1989 a 31/12/1995 – e, em seguida, abate-se o montante apurado sobre a base de cálculo do imposto de renda incidente sobre os proventos complementares no ano base 1996 e seguintes, se necessário, até o esgotamento do crédito. 5.
A confrontação do título judicial com a metodologia do esgotamento, denota que o Juízo de primeiro grau agiu em sintonia com a coisa julgada, na medida em que permitiu a atualização do valor referente às contribuições vertidas no período de 1º/1/1989 e 31/12/1995 para, em seguida, decotar referido montante da base de cálculo futura, qual seja a complementação de aposentadoria, tudo em consonância com a orientação desta Corte Superior: AgRg no REsp 1.212.993/PR, Rel.
Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe 22/5/2015; AgRg no REsp 1.471.754/PE, Rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 8/10/2014; AgRg no REsp 1.422.096/RS, Rel.
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe 5/9/2014; REsp 1.221.055/RS, Rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 5/12/2012. 6.
A metodologia utilizada para encontrar o montante decorrente das contribuições realizadas no período de 1º/1/1989 a 31/12/1995 deve obedecer ao contido no Manual de Cálculos da Justiça Federal quanto aos índices de correção monetária – isso em detrimento da Taxa Selic, mesmo após 1º/1/1995 –, já que, na espécie, o montante das contribuições realizadas pelos beneficiários no período supramencionado não ostenta natureza tributária, entendimento esse acolhido, inclusive, pelo Tribunal de origem.
Precedente: REsp 1.160.833/PR, Rel.
Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 1º/7/2010. 7.
Somente a partir da vigência da Lei n. 9.250/95 é que surgiu a questão do alegado bis in idem referente aos valores pagos a título de imposto de renda sobre as prestações mensais do benefício de complementação de aposentadoria.
Nas obrigações de trato sucessivo, que se renovam mês a mês, como no caso em apreço, em que se trata das prestações mensais do benefício de complementação de aposentadoria, o termo inicial do prazo quinquenal para se pleitear a restituição do imposto de renda retido na fonte sobre a complementação de aposentadoria segue a mesma sistemática.
Precedentes: REsp 1.536.636/DF, Rel.
Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 17/11/2015; REsp 1.306.333/CE, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 19/8/2014. 8.
A controvérsia relacionada à prescrição, contudo, não fora objeto de análise pela Corte de origem, que adotara metodologia de cálculo diversa da que acolhida pelo Juízo de piso e agora consagrada neste voto, situação que exige o retorno dos autos às instâncias ordinárias para que resolvam essa questão à luz do contexto fático-probatório, bem como da jurisprudência deste Tribunal Superior materializada nos precedentes indicados no item anterior. 9.
Recurso especial a que se dá parcial provimento para admitir, na hipótese dos autos, o uso do método de esgotamento para fins de apuração do montante a ser deduzido da base de cálculo do imposto de renda sobre a complementação de aposentaria recebida pelos ora recorridos, sem descuidar da observância dos índices de correção monetária previstos no Manual de Cálculos da Justiça Federal, bem como da orientação desta Corte Superior a respeito da prescrição.
Assim, com base na jurisprudência do STJ e nas informações da SECAJ os embargos à execução devem ser acolhidos.
Isso posto, JULGO PROCEDENTES os embargos à execução, com resolução de mérito, nos termos do art. 487, I, do CPC, em razão do excesso de execução no montante de R$ 56.791,91 (cinquenta e seis mil, setecentos e noventa e um reais e noventa e um centavos) atualizado até 07/2014.
CONDENO a parte embargada ao pagamento de honorários advocatícios em favor da UNIÃO FEDERAL, os quais fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor do excesso R$ 56.791,91 (cinquenta e seis mil, setecentos e noventa e um reais e noventa e um centavos) devidamente atualizado, com fundamento no art. 85, § 3º, I, do CPC.
HOMOLOGO os cálculos da UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) em relação JORGE TISSOT o valor de R$ 2.189,55, atualizado para 07/2014 e para JOSÉ ANTONIO SEVERO o valor de R$ 15.640,50, atualizado para 07/2014.
DECLARO extinta a execução em relação a exequente SILVELI APARECIDA DE SANTIS, pois foi homologado a sua desistência na ação de conhecimento.
Após o trânsito em julgado, translade-se cópia desta sentença para os autos do cumprimento de sentença nº 0008693-17.2005.4.01.3400, atualize os cálculos e expeça-se a RPV dos dois exequentes.
Na sequência, intime-se a UNIÃO e se nada requerido, arquivem-se os autos.
Publicada e registrada eletronicamente.
Brasília, DF, 15 de janeiro de 2025.
ALAÔR PIACINI Juiz Federal -
14/05/2022 01:40
Decorrido prazo de JORGE TISSOT em 13/05/2022 23:59.
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14/05/2022 01:40
Decorrido prazo de JOSE ANTONIO SEVERO em 13/05/2022 23:59.
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12/04/2022 18:07
Expedida/certificada a intimação eletrônica
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12/04/2022 18:07
Expedição de Outros documentos.
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30/03/2022 15:07
Processo devolvido à Secretaria
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30/03/2022 15:07
Proferido despacho de mero expediente
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14/10/2020 12:28
Conclusos para decisão
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18/06/2020 22:52
Decorrido prazo de JORGE TISSOT em 16/06/2020 23:59:59.
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18/06/2020 22:52
Decorrido prazo de JOSE ANTONIO SEVERO em 16/06/2020 23:59:59.
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18/06/2020 22:52
Decorrido prazo de UNIAO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) em 16/06/2020 23:59:59.
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03/04/2020 18:48
Juntada de petição intercorrente
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18/03/2020 11:11
Expedição de Outros documentos.
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18/03/2020 07:34
Juntada de Petição (outras)
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18/03/2020 07:34
Juntada de Petição (outras)
-
18/03/2020 07:34
Juntada de Petição (outras)
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03/12/2019 11:51
MIGRACAO PJe ORDENADA - 1 V.
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05/11/2019 12:14
PETICAO / OFICIO / DOCUMENTO: JUNTADO(O)
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15/10/2019 07:50
PETICAO / OFICIO / DOCUMENTO: RECEBIDA(O) EM SECRETARIA - PETIÇÃO DE MARA REGINA CALIXTO FARAH LOPES.
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26/09/2019 14:46
PETICAO / OFICIO / DOCUMENTO: JUNTADO(O)
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12/09/2019 12:22
PETICAO / OFICIO / DOCUMENTO: RECEBIDA(O) EM SECRETARIA
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03/09/2019 15:01
RECEBIDOS EM SECRETARIA
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02/09/2019 16:24
CARGA: RETIRADOS ADVOGADO REU - COM 01 VOLUME
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30/08/2019 10:30
Intimação NOTIFICACAO PELA IMPRENSA: PUBLICADO DESPACHO
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29/08/2019 14:18
Intimação NOTIFICACAO PELA IMPRENSA: PUBLICACAO REMETIDA IMPRENSA DESPACHO
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14/05/2019 10:07
Intimação NOTIFICACAO PELA IMPRENSA: ORDENADA PUBLICACAO DESPACHO
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14/05/2019 10:07
RECEBIDOS EM SECRETARIA
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03/05/2019 08:57
CARGA: RETIRADOS FAZENDA NACIONAL - COM 01 VOLUME
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26/04/2019 16:12
Intimação NOTIFICACAO / VISTA ORDENADA FAZENDA NACIONAL
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26/04/2019 16:11
RECEBIDOS EM SECRETARIA
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12/04/2019 15:58
REMETIDOS VARA PELA CONTADORIA
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08/02/2019 14:18
Recebidos os Autos pela Contadoria
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08/02/2019 12:24
REMETIDOS CONTADORIA - COM 01 VOLUME
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08/02/2019 11:40
REMESSA ORDENADA: CONTADORIA
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04/02/2019 00:00
DEVOLVIDOS C/ DESPACHO
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01/02/2019 10:56
Conclusos para despacho
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04/05/2018 18:26
PETICAO / OFICIO / DOCUMENTO: JUNTADO(O)
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02/05/2018 16:43
PETICAO / OFICIO / DOCUMENTO: RECEBIDA(O) EM SECRETARIA - PETIÇÃO DE JORGE TISSOT E OUTRO. (IMPUGNAÇÃO AOS EMBARGOS À EXECUÇÃO)
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24/04/2018 15:03
RECEBIDOS EM SECRETARIA
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23/04/2018 14:41
CARGA: RETIRADOS ADVOGADO REU - COM 01 VOLUME
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19/04/2018 18:36
Intimação NOTIFICACAO PELA IMPRENSA: PUBLICACAO REMETIDA IMPRENSA DECISAO - PUBLICAÇÃO PREVISTA PARA O DIA 23/04/2018
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18/04/2018 11:30
Intimação NOTIFICACAO PELA IMPRENSA: ORDENADA PUBLICACAO DECISAO
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18/04/2018 11:29
RECEBIDOS EM SECRETARIA
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13/04/2018 08:53
CARGA: RETIRADOS FAZENDA NACIONAL - COM 01 VOLUME
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10/04/2018 11:44
Intimação NOTIFICACAO / VISTA ORDENADA FAZENDA NACIONAL
-
10/04/2018 11:43
TRASLADO PECAS CERTIFICADO
-
02/04/2018 10:35
TRASLADO PECAS ORDENADO
-
26/03/2018 14:17
RECEBIDOS EM SECRETARIA
-
23/03/2018 14:16
DEVOLVIDOS C/ DECISAO OUTROS (ESPECIFICAR)
-
22/03/2018 13:56
Conclusos para despacho
-
18/07/2017 09:06
PETICAO / OFICIO / DOCUMENTO: JUNTADO(O)
-
06/07/2017 14:14
PETICAO / OFICIO / DOCUMENTO: RECEBIDA(O) EM SECRETARIA
-
06/07/2017 14:13
RECEBIDOS EM SECRETARIA
-
16/06/2017 09:11
CARGA: RETIRADOS FAZENDA NACIONAL
-
13/06/2017 13:33
Intimação NOTIFICACAO / VISTA ORDENADA FAZENDA NACIONAL
-
13/06/2017 13:32
RECEBIDOS EM SECRETARIA
-
02/06/2017 13:32
DEVOLVIDOS C/ DECISAO OUTROS (ESPECIFICAR)
-
07/04/2016 13:02
Conclusos para despacho
-
07/04/2016 13:01
INICIAL AUTUADA
-
07/04/2016 12:38
DISTRIBUICAO POR DEPENDENCIA
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
12/01/2016
Ultima Atualização
16/01/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
Sentença Tipo A • Arquivo
Sentença Tipo A • Arquivo
Despacho • Arquivo
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