TRF2 - 5000848-54.2024.4.02.5112
1ª instância - 6º Nucleo de Justica 4.0 - Sjrj - Previdenciario
Polo Ativo
Polo Passivo
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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17/09/2025 00:00
Intimação
body{ padding: 10px; font-family: Times New Roman; font-size:13pt }; #divHeader{ line-height:25px; margin-bottom:30px }; #divBody{ max-width:90%; text-align:justify }CUMPRIMENTO DE SENTENÇA CONTRA FAZENDA PÚBLICA (JEF) Nº 5000848-54.2024.4.02.5112/RJRELATOR: MARIA DE LOURDES COUTINHO TAVARESREQUERENTE: ROSA MARLY GONCALVES FERREIRA DA SILVAADVOGADO(A): ELISANGELA DA COSTA COELHO ROCHA (OAB RJ199064)ATO ORDINATÓRIOIntimação realizada no sistema eproc.O ato refere-se aos seguintes eventos:Evento 52 - 12/08/2025 - Conhecido o recurso e não providoEvento 48 - 01/10/2024 - EXECUÇÃO/CUMPRIMENTO DE SENTENÇA Evento 32 - 29/07/2024 - Julgado procedente em parte o pedido tipo A -
16/09/2025 16:26
Ato ordinatório praticado – Documento encaminhado à disponibilização no Diário Eletrônico - no dia 17/09/2025 - Refer. ao Evento: 63
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16/09/2025 15:47
Expedida/certificada a intimação eletrônica
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16/09/2025 15:47
Expedida/certificada a intimação eletrônica
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16/09/2025 15:40
Classe Processual alterada - DE: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL PARA: Cumprimento de Sentença contra Fazenda Pública (JEF)
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15/09/2025 09:18
Remetidos os Autos ao JEF de Origem - RJRIOTR05G03 -> RJJUS506
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15/09/2025 09:18
Transitado em Julgado - Data: 15/9/2025
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13/09/2025 01:02
Decorrido prazo - Refer. ao Evento: 54
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05/09/2025 01:03
Decorrido prazo - Refer. ao Evento: 53
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22/08/2025 23:59
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 54
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14/08/2025 02:00
Publicado no DJEN - no dia 14/08/2025 - Refer. ao Evento: 53
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13/08/2025 02:00
Disponibilizado no DJEN - no dia 13/08/2025 - Refer. ao Evento: 53
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13/08/2025 00:00
Intimação
RECURSO CÍVEL Nº 5000848-54.2024.4.02.5112/RJ RECORRENTE: ROSA MARLY GONCALVES FERREIRA DA SILVA (AUTOR)ADVOGADO(A): ELISANGELA DA COSTA COELHO ROCHA (OAB RJ199064) DESPACHO/DECISÃO DECISÃO MONOCRÁTICA PREVIDENCIÁRIO.
BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE.SENTENÇA QUE JULGOU PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO.
A PARTE AUTORA, EM RECURSO (EVENTO 37, RECLNO1), ALEGOU INCAPACIDADE PARA ATIVIDADE DE DOMÉSTICA; IMPOSSIBILIDADE DE READAPTAÇÃO; NULIDADE DO LAUDO PERICIAL; NULIDADE DA SENTENÇA.
REQUEREU CONCESSÃO DE BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA, COM CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE.
SUBSIDIARIAMENTE, ANULAÇÃO DA SENTENÇA E REALIZAÇÃO DE NOVA PERÍCIA MÉDICA.
A CONTROVÉRSIA RECURSAL RESIDE NA ANÁLISE ACERCA DA POSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE À PARTE RECORRENTE, EM RAZÃO DAS DOENÇAS E QUEIXAS APRESENTADAS, OU, EM CASO NEGATIVO, DA VIABILIDADE DE SUA READAPTAÇÃO PROFISSIONAL.
NO CASO CONCRETO, VERIFICA-SE QUE A PARTE RECORRENTE ESTEVE EM GOZO DE AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA (NB: 636.550.109-2), COM DER EM 10/09/2021 E DCB PROGRAMADA PARA 10/12/2021, DIANTE DA INCAPACIDADE NO PÓS-OPERATÓRIO.
CONSTA NO LAUDO SABI (PERÍCIA EM 25/11/2021): "HÁ INCAPACIDADE QUADRO DE REC POS-OPERATÓRIA".
NÃO HOUVE PEDIDO DE PRORROGAÇÃO DO REFERIDO BENEFÍCIO.
ASSIM, PRESUME-SE QUE, ENTRE A DCB (10/12/2021) DO BENEFÍCIO ANTERIOR E A DER DO NOVO REQUERIMENTO (NB: 647.785.316-0), FORMULADO EM 07/02/2024, A RECORRENTE ENCONTRAVA-SE EM PLENA CAPACIDADE LABORATIVA.
RESSALTE-SE QUE O DESPACHO CONCESSÓRIO DO BENEFÍCIO ANTERIOR (EVENTO 1, INFBEN11) FOI EXPRESSO AO INFORMAR QUE, CASO A PARTE AINDA SE CONSIDERASSE INCAPACITADA NOS 15 (QUINZE) DIAS FINAIS ATÉ A DCB (10/12/2021), PODERIA SOLICITAR NOVO EXAME MÉDICO-PERICIAL MEDIANTE REQUERIMENTO DE PRORROGAÇÃO, O QUE NÃO OCORREU.
APÓS APROXIMADAMENTE DOIS ANOS DO BENEFÍCIO ANTERIOR, EM 07/02/2024, HOUVE NOVO REQUERIMENTO DE BENEFÍCIO POR AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA (NB: 647.785.316-0), O QUAL FOI INDEFERIDO.
NO LAUDO SABI DA PERÍCIA REALIZADA EM 23/02/2024 (EVENTO 3, LAUDO1, FL. 3), CONSTA: "REQUERENTE COM 56 ANOS ( DONA DE CASA - MORA EM NATIVIDADE-RJ - CI - CC = 01/12/2012 - BI EM 2021 > I 08.3 - DCB = 10/12/2021 - SEM RI - ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO ) REFERE QUE FOI SUBMETIDA A CIRURGIA CARDIACA - TROCA VALVULA MITRAL EM 10/09/2021.
NO MOMENTO REFERE DOR NO PEITO, CANSAÇO, FALTA DE AR.
CICATRIZ CIRURGICA PRECORDIAL ANTIGA COM BOM ASPECT E SEM SINAIS DE COMPLICAÇÕES.
VIDE RELATORIO DE EXAME FISICO.
IMA DR MARCOS SALGADO (CRM-RJ - 06/11/2023) REFERINDO CID 10 = I 10 + I 50.1 + Z 95.2 ECOCARDIOGRAMA (HSJA - 04/08/2023) = NÃO HÁ SINAIS DE SOBRECARGA CAVITARIA.
FUNÇÃO SISTOLICA GLOBAL BIVENTRICULAR PRESERVADA.
ACINESIA COM IAFINAMENTO PARIETAL DO SGMENTO INFEROLATERAL BASAL.
PROTESE BIOLOGICO EM POSIÇÃO MITRAL, SEM SINAIS DE DISFUNÇÃO.
V AORTICA ESPESSADA SEM RESTRIÇÃO A ABERTURA.
IA LEVE.
NO MOMENTO, NÃO HÁ ELEMENTOS DE CONVICÇÃO QUE JUSTIFIQUE INCAPACIDADE LABORATIVA TOTAL PARA A ATIVIDADE DECLARADA EM PERICIA MÉDICA." EM ANÁLISE À DOCUMENTAÇÃO MÉDICA DA RECORRENTE, CONSTA ATESTADO DE 06/11/2023, ELABORADO POR MÉDICO CARDIOLOGISTA, QUE CONFIRMA CIRURGIA E INSUFICIÊNCIA VENTRICULAR, SEM INDICAÇÃO DE INCAPACIDADE LABORAL (EVENTO 1, LAUDO10, FL. 1).
HÁ TAMBÉM ATESTADO DE 30/04/2024, POR SAULO CONSOLE DE OLIVEIRA, CRM-RJ 1028464, INDICANDO INCAPACIDADE LABORAL (EVENTO 18, ATESTMED2).
EM ANÁLISE AO LAUDO PERICIAL (EVENTO 19, LAUDPERI1), FOI CONSTATADO QUE A PERICIADA APRESENTA I34.0 (INSUFICIÊNCIA DA VALVA MITRAL), E11 (DIABETES MELLITUS NÃO INSULINO-DEPENDENTE) E E03.9 (HIPOTIREOIDISMO NÃO ESPECIFICADO), SEM INCAPACIDADE PARA O TRABALHO.
DIANTE DA ANÁLISE MINUCIOSA: (I) DO PERÍODO EM QUE A RECORRENTE ESTEVE EM GOZO DE AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA, DE 10/09/2021 A 10/12/2021, EM RAZÃO DA RECUPERAÇÃO PÓS-OPERATÓRIA; (II) DO INTERVALO DE 2 ANOS E 1 MÊS ENTRE 10/12/2021 E 07/02/2024, EM QUE PERMANECEU SEM QUALQUER BENEFÍCIO E SEM FORMALIZAR NOVO REQUERIMENTO; (III) DO FATO DE QUE A DOCUMENTAÇÃO MÉDICA CONSTANTE NOS AUTOS QUE APONTA INCAPACIDADE FOI ELABORADA POR PROFISSIONAL SEM ESPECIALIDADE COMPATÍVEL COM O QUADRO APRESENTADO (EVENTO 18, ATESTMED2), LIMITANDO-SE A FAZER REFERÊNCIA A ATESTADO EMITIDO POR CARDIOLOGISTA ASSISTENTE DA RECORRENTE, O QUAL NÃO MENCIONA INCAPACIDADE LABORAL (EVENTO 1, LAUDO10, FL. 1); E (IV) DA CONSTATAÇÃO DE QUE O LAUDO PERICIAL FOI ELABORADO DE FORMA TÉCNICA, OBJETIVA E IMPARCIAL, POR PERITO ESPECIALISTA EM CIRURGIA CARDIOVASCULAR (RQE Nº 31.590), QUE, AO RESPONDER AOS QUESITOS DA PARTE AUTORA, AFIRMOU QUE "PODE REALIZAR EXERCÍCIOS NORMALMENTE, DENTRO DOS LIMITES DE UMA SENHORA DE 56 ANOS QUE TRABALHA DESDE MUITO JOVEM." E QUE "O QUADRO CLÍNICO NÃO SE AGRAVARÁ POR TRABALHO DOMÉSTICO" CONCLUO PELA AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORATIVA, DIANTE DA NÃO COMPROVAÇÃO DO AGRAVAMENTO DA DOENÇA OU DE NOVA DOENÇA INCAPACITANTE.
NÃO É POSSÍVEL CONCEDER APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE APENAS COM BASE NAS CONDIÇÕES SOCIAIS DA RECORRENTE E NA NATUREZA DA PROFISSÃO, DIANTE DA AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE RECONHECIDA.
FICA PREJUDICADA A ANÁLISE DA REABILITAÇÃO.
MANTÉM-SE A SENTENÇA PARA EVITAR REFORMATIO IN PEJUS.
RECURSO INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA DESPROVIDO. 1.1.
O direito ao benefício por incapacidade decorre não da existência de doença em tratamento (pois nem sempre a existência de doença afetará a capacidade laborativa) ou da dificuldade de empregabilidade, e sim da existência de efetiva limitação funcional, aferida por um profissional da Medicina, que resulte em incapacidade temporária para o exercício normal da função laborativa habitual (benefício por incapacidade temporária, antigo auxílio-doença) ou em incapacidade permanente para o exercício de qualquer atividade laborativa (benefício por incapacidade permanente, antiga aposentadoria por invalidez). 1.2.
O deferimento de benefício por incapacidade temporária não depende da verificação de incapacidade laboral de médio ou longo prazo, bastando que exceda quinze dias.
Em muitos casos, o segurado só é submetido à perícia judicial após a cessação da incapacidade. O fato de o laudo pericial atestar a inexistência de incapacidade na data da perícia não significa que ela não existisse na data em que foi requerida administrativamente; o perito necessariamente deve se pronunciar sobre a existência ou não de incapacidade no período anterior à perícia, levando em consideração a prova documental e as regras comuns de experiência a respeito da duração/evolução doença (desde que a parte autora tenha apresentado documentação que permita chegar a essa conclusão). 1.3.
A adequada impugnação perante o Poder Judiciário do ato administrativo que indefere requerimento de concessão ou de prorrogação de benefício por incapacidade depende de petição inicial que (i) afirme e demonstre a qualidade de segurado do autor, (ii) narre quais são as moléstias, desde quando estão presentes, se decorreram de acidente de trabalho, qual a sua extensão/gravidade, quais restrições acarretam para a atividade laborativa habitual, (iii) não apenas enuncie a profissão como também descreva quais as atividades exercidas, e (iv) apresente, tanto quanto possível, o histórico médico e documentos contemporâneos ao ato administrativo que sirvam para infirmar a conclusão deste: Enunciado 118 do FOREJEF da 2ª Região: Nas ações de benefícios por incapacidade, deve constar da petição inicial a especificação de todas as queixas médicas que motivaram o requerimento administrativo, a profissão ou atividade habitual, a descrição da função desempenhada em seu ambiente de trabalho e as limitações decorrentes das queixas médicas narradas.
Enunciado 24 do FOREPREV da 2ª Região: Nas demandas de natureza previdenciária em que a parte autora pede benefício por incapacidade, constitui requisito essencial da petição inicial – cuja ausência autoriza o Juiz a determinar a emenda da peça – a especificação clara dos seguintes itens:a) qual é a profissão e/ou atividade laborativa habitual exercida pelo autor;b) qual é a doença ou lesão que acomete o autor (não bastando mencionar o CID);c) qual o tipo de incapacidade que a doença ou lesão gera, e como ela interfere na capacidade do autor de exercer especificamente a sua atividade laborativa habitual.
Art. 129-A (incluído pela Lei 14.331/2022).
Os litígios e as medidas cautelares relativos aos benefícios por incapacidade de que trata esta Lei, inclusive os relativos a acidentes do trabalho, observarão o seguinte:I – quando o fundamento da ação for a discussão de ato praticado pela perícia médica federal, a petição inicial deverá conter, em complemento aos requisitos previstos no art. 319 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil):a) descrição clara da doença e das limitações que ela impõe;b) indicação da atividade para a qual o autor alega estar incapacitado;c) possíveis inconsistências da avaliação médico-pericial discutida; ed) declaração quanto à existência de ação judicial anterior com o objeto de que trata este artigo, esclarecendo os motivos pelos quais se entende não haver litispendência ou coisa julgada, quando for o caso;II – para atendimento do disposto no art. 320 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), a petição inicial, qualquer que seja o rito ou procedimento adotado, deverá ser instruída pelo autor com os seguintes documentos:a) comprovante de indeferimento do benefício ou de sua não prorrogação, quando for o caso, pela administração pública;b) comprovante da ocorrência do acidente de qualquer natureza ou do acidente do trabalho, sempre que houver um acidente apontado como causa da incapacidade;c) documentação médica de que dispuser relativa à doença alegada como a causa da incapacidade discutida na via administrativa. O INSS, por sua vez, deve apresentar os laudos produzidos na via administrativa.
O sigilo, próprio apenas das relações médico-paciente, não pode ser invocado pelos advogados públicos para recusar a juntada de documentação essencial à discussão sobre o deferimento de benefício previdenciário, sujeita ao princípio da publicidade e ao dever de colaboração para a instrução do processo (art. 37 da CRFB/1988, art. 11 da Lei 10.259/2001 e art. 564, VIII, da IN 45/2010): Enunciado 1 do FOREJEF da 2ª Região: Nas demandas sobre benefícios por incapacidade, o ente público réu deve, nos termos do art. 11 da Lei 10.259/01, instruir sua contestação com o laudo da perícia realizada na via administrativa, vedada a alegação de sigilo médico, em virtude de a própria parte autora haver trazido a juízo a discussão sobre a doença/incapacidade.
Enunciado 47 do FOREJEF da 2ª Região: A juntada aos autos do processo judicial dos laudos elaborados em sede administrativa (relatório SABI) não viola a garantia constitucional da privacidade nas relações médico-paciente, sem prejuízo de eventual decretação de segredo de justiça sobre tais documentos. 1.4.
Como as manifestações dos médicos do INSS divergem daquelas apresentadas pelos médicos que assistem a parte autora, e como o magistrado não é especialista em Medicina, cabe ao perito valorar a documentação que as partes juntaram aos autos e interpretá-la, à luz da técnica que domina, a fim de apresentar as suas conclusões.
Enquanto a base da relação médico-paciente é a confiança do profissional na anamnese e nos sintomas relatados pelo paciente (porque se presume o objetivo comum de ambos de identificar e curar a enfermidade), a tarefa própria do perito é a desconfiança quanto à real existência e quanto à gravidade da moléstia narrada.
Receituário e atestados de incapacidade subscrito pelo médico da parte autora não são dotados de força probatória significativa, a menos que preencham os requisitos de um laudo, isto é, discorram sobre as limitações funcionais, a forma como foram aferidas (testes/manobras) e como interferem na execução da atividade laborativa específica do paciente. 1.5.
O art. 465 do CPC/2015 exige que a prova pericial seja realizada por perito especializado no objeto da perícia.
Em ações referentes a benefício por incapacidade, o objeto da perícia não é o diagnóstico de doença para a prescrição de remédios ou de tratamento, e sim a aferição da existência das alegadas restrições funcionais e a estimativa de prazo para a recuperação da capacidade laborativa.
Em regra, é suficiente a nomeação de clínicos gerais ou médicos do trabalho, que são especialistas em Medicina (Enunciado 57 das TR-ES; Enunciado 112 do FONAJEF; TNU, PEDILEF 2008.72.51.004841-3).
Somente diante de quadro médico raro, complexo ou de difícil diagnóstico, mediante requerimento expresso da parte autora, é necessária a designação de especialista no ramo da Medicina que permitirá o melhor diagnóstico (TNU, PEDILEF 2008.72.51.001862-7), como, por exemplo, a depender das circunstâncias, as psiquiátricas, neurológicas, reumatológicas e nefrológicas. 1.6.
O laudo pericial pode ser sucinto e objetivo, nunca vago nem omisso, e deve atender aos pressupostos mínimos de idoneidade elencados no art. 473 do CPC/2015 (exposição do objeto da perícia, análise técnica ou científica, indicação do método utilizado e resposta conclusiva a todos os quesitos, em linguagem simples e com coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões). Se estes requisitos fossem flexibilizados, o perito estaria autorizado a algo que nem o magistrado pode: apontar a solução para o caso mediante simples afirmação não fundamentada a respeito da existência ou não de capacidade laborativa.
O laudo incompleto ou defeituoso priva o magistrado da oportunidade de inteirar-se sobre os elementos de fato do caso concreto.
O juiz deve aferir a adequação aos requisitos do art. 473 do CPC/2015.
Se não for constatada incoerência lógica ou falta de fundamentação, o laudo pericial será o elemento de prova fundamental, uma vez que o juiz não tem conhecimento médico para se debruçar sobre os documentos a fim de buscar elementos que corroborem ou o infirmem suas conclusões quanto à aferição da (in)existência de doença/lesão e de limitações funcionais. 1.7.1.
O laudo pericial, elaborado por profissional tecnicamente competente e equidistante dos interesses subjetivos das partes (imparcial), é a prova que, em regra, deve prevalecer quanto à aferição da doença/lesão e das limitações funcionais, principalmente quando ratifica as conclusões do laudo SABI do INSS.
Nesse sentido, o § 2º do art. 129-A da Lei 8.213/1991, incluído pela Lei 14.331/2022: "Quando a conclusão do exame médico pericial realizado por perito designado pelo juízo mantiver o resultado da decisão proferida pela perícia realizada na via administrativa, poderá o juízo, após a oitiva da parte autora, julgar improcedente o pedido." 1.7.2.
Cabe ao perito descrever quais são as limitações funcionais, mas é o juiz quem deve aferir a compatibilidade dessas limitações com a atividade laborativa habitual. 1.7.3.
Consoante arts. 371 e 479 do CPC/2015, o juiz pode deixar de acolher as conclusões do laudo pericial quanto à aferição das limitações funcionais, com base em outra prova juntada aos autos, somente se faltar higidez ao laudo. 1.7.4.
Se alguma das partes diverge das conclusões ou de alguma consideração incidental do laudo, tem o ônus de impugná-lo assim que for intimada para isso.
Disso decorre a necessidade de a impugnação ser técnica (preferencialmente subscrita por um assistente médico) para apontar falhas. 1.7.5.a) O não oferecimento de impugnação minimamente fundamentada ao laudo pericial acarreta a preclusão.
Se a parte não ofereceu ao juízo, para apreciação em sentença, seus argumentos contra as premissas e conclusões tomadas pela perícia judicial, a consequência é que as questões ventiladas no recurso inominado não foram suscitadas antes da sentença e não podem ser conhecidas, nos termos da Súmula 86 das TR-RJ: “Não podem ser levados em consideração, em sede recursal, argumentos novos, não contidos na inicial e não levados a debate no decorrer do feito, sob pena de violação ao princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa.” DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL.
CONCESSÃO DE AUXÍLIO DOENÇA.
LAUDO JUDICIAL NÃO IMPUGNADO NO JUÍZO DE ORIGEM, MAS APENAS NO RECURSO.
INOVAÇÃO RECURSAL.
RECURSO DA AUTORA NÃO CONHECIDO.
SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA.(5ª TR-RJ Especializada, recurso 5000786-54.2018.4.02.5102/RJ, Relator JF João Marcelo Oliveira Rocha, julgado em 13/05/2019, unânime) ADMINISTRATIVO.
DESAPROPRIAÇÃO.
OMISSÃO.
NÃO OCORRÊNCIA.
INDENIZAÇÃO.
LAUDO.
IMPUGNAÇÃO.
PRECLUSÃO.
FAZENDA PÚBLICA.
POSSIBILIDADE.
CORREÇÃO.
ADI.
MODULAÇÃO.
SÚMULA 284/STF.
INCIDÊNCIA....2.
A jurisprudência deste Colegiado reconhece a possibilidade de ocorrência de preclusão contra a Fazenda Pública por falta de impugnação tempestiva do laudo pericial, quando o expropriante deliberadamente se omite quanto à tese que poderia suscitar anteriormente....(STJ, 2ª Turma, RESP 1.690.609, Relator Min.
OG FERNANDES, julgado em 05/12/2017) PROCESSUAL CIVIL.
TRIBUTÁRIO.
VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA.
EXECUÇÃO FISCAL.
EMBARGOS À ARREMATAÇÃO.
INÉRCIA NA IMPUGNAÇÃO DO LAUDO.
PRECLUSÃO....2.
O Tribunal de origem julgou impróspera a alegação de que preço dado aos bens era vil, porquanto seria responsabilidade da recorrente que a impugnação da avaliação tivesse sido realizada em tempo oportuno.
O entendimento do STJ é firme no sentido de que é extemporânea a alegação de preço vil quando não impugnada a avaliação no tempo determinado.
Aplica-se o óbice da Súmula 83 do STJ....(STJ, 2ª Turma, AGRESP 1.570.077, Relator Min.
HERMAN BENJAMIN, julgado em 08/03/2016) AGRAVO REGIMENTAL.
RECURSO ESPECIAL.
PERITO.
INCAPACIDADE TÉCNICA.
ALEGAÇÃO SUSCITADA APÓS A CONCLUSÃO DA PERÍCIA.
NULIDADE RELATIVA.
PRECLUSÃO TEMPORAL.
OCORRÊNCIA.
RECURSO PROVIDO.1.
Nos termos do art. 245 do Código de Processo Civil, a declaração de nulidade relativa depende da iniciativa da parte interessada, devendo ser alegada na primeira oportunidade, sob pena de preclusão.2.
Arguição pelos autores da demanda da incapacidade técnica do perito sete meses depois de sua nomeação, após a publicação do laudo pericial que lhes foi desfavorável.3.
Manifesta a ocorrência de preclusão lógica e temporal.4.
Precedentes específicos desta Corte. 5.
Agravo Regimental acolhido, dando-se provimento ao Recurso Especial e restabelecendo-se a sentença de improcedência.(STJ, 3ª Turma, AGRESP 234.371, Relator Min.
PAULO DE TARSO SANSEVERINO, julgado em 21/10/2010) 1.7.5.b) A impugnação ao laudo pericial só deve ser considerada quando embasada em argumentos técnicos que demonstrem o seu desacerto, seja por vício na metodologia do exame (não execução de testes/manobras imprescindíveis), seja por omissão quanto à análise de alguma prova relevante ou quanto ao pronunciamento sobre alguma das doenças incapacitantes alegadas na petição inicial.
As manifestações de irresignação que se limitam a alegar que a doença persiste, que há atestados médicos que sem fundamentação adequada recomendam o afastamento do trabalho, ou que a parte autora encontra dificuldade de reinserir-se no mercado de trabalho não têm aptidão para abalar o valor probatório do laudo pericial.
São frequentes os casos em que os autores pretendem extrair da classificação de alguma doença como "degenerativa" ou "crônica" alguma espécie de presunção de gravidade ou irreversibilidade.
A classificação de uma doença como degenerativa significa apenas que não se trata de doença infecciosa (vírus, bactéria ou parasita); disso não decorre conclusão alguma sobre sua gravidade ou progressão (por exemplo, quase todos os humanos, na terceira idade, apresentam desgaste na coluna vertebral, mas isso não significa que estejam incapacitados para o trabalho ou para as atividades do dia-a-dia).
A classificação de uma doença como crônica significa apenas que ela não é passível de cura em um espaço de tempo curto, mas uma doença pode ser leve e crônica, de modo que não há relação entre cronicidade e gravidade/incapacidade. 1.7.5.c) A impugnação demanda esforço argumentativo; a simples juntada de documentos médicos em sentido contrário à conclusão do laudo pericial não constitui impugnação.
Aliás, mesmo que a parte autora esteja em juízo litigando sem a assistência de advogado, como lhe faculta a lei, a não apresentação de impugnação fundamentada acarreta preclusão: DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL.
PEDIDO DE RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO DOENÇA (DIB EM 01/07/2015 E DCB EM 14/09/2021).
AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE.
SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA.
RECURSO DO AUTOR.O AUTOR, QUE ESTAVA SEM ADVOGADO NA FASE DE INSTRUÇÃO, INTIMADO SOBRE O LAUDO JUDICIAL, AO QUE PARECE, APRESENTOU OS DOCUMENTOS MÉDICOS DO EVENTO 18.
NA VERDADE, OS DOCUMENTOS FORAM DIGITALIZADOS E JUNTADOS POR SERVIDOR DO JUÍZO DE ORIGEM.
OS DOCUMENTOS NÃO VIERAM ACOMPANHADOS DE QUALQUER PETIÇÃO COM CONTEÚDO DE IMPUGNAÇÃO AO LAUDO.A NOSSO VER, A MERA JUNTADA DOS REFERIDOS DOCUMENTOS NÃO PODE SER CONSIDERADA COMO IMPUGNAÇÃO AO LAUDO.
OU SEJA, NÃO CABE AO JUIZ DEBRUÇAR-SE GENERICAMENTE SOBRE OS DOCUMENTOS MÉDICOS JUNTADOS PELAS PARTES, SEJA PELO AUTOR OU PELO INSS, A FIM DE BUSCAR ELEMENTOS QUE CORROBOREM OU INFIRMEM O LAUDO JUDICIAL.
ESTE SE PRESUME LEGÍTIMO, EIS QUE ELABORADO POR PROFISSIONAL TECNICAMENTE COMPETENTE E EQUIDISTANTE DOS INTERESSES SUBJETIVOS DAS PARTES.
CABE À PARTE INTERESSADA OFERECER A ARTICULAÇÃO QUE SEJA POTENCIALMENTE CAPAZ DE INFIRMAR AS CONCLUSÕES DO LAUDO E APONTAR, DE MODO INTELIGÍVEL E ESPECÍFICO, QUAIS SERIAM OS ELEMENTOS DE PROVA CONSTANTES NOS AUTOS CAPAZES DE ESCORAR A SUA ALEGAÇÃO.VERIFICA-SE, AINDA, QUE OS DOCUMENTOS FORAM EMITIDOS EM 04/01/2022 E EM 11/01/2022, OU SEJA, ANTES DA PERÍCIA (REALIZADA EM 12/01/2022).
TODAVIA, NÃO CONSTAVAM DOS AUTOS ATÉ ENTÃO.
DOCUMENTOS ANTERIORES À PERÍCIA DEVEM SER JUNTADOS ATÉ A DATA DA PERÍCIA, NÃO APÓS.
APLICA-SE, NO PONTO, A SÚMULA 84 DAS TR-RJ. PORTANTO, POR AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO MINIMAMENTE INTELIGÍVEL AO TRABALHO PERICIAL REALIZADO, DE ALGUM MODO, O AUTOR PRESTOU, DE INÍCIO, CONCORDÂNCIA COM AS CONCLUSÕES OFERECIDAS PELO I.
PERITO. EM RAZÃO DISSO, O JUÍZO DE ORIGEM NÃO ENFRENTOU AS QUESTÕES QUE ELE LEVANTOU AGORA NO RECURSO.O RECURSO, DE SUA VEZ, NÃO ALEGA QUALQUER NULIDADE DESSA INTIMAÇÃO.
HOUVE, PORTANTO, EVIDENTE PRECLUSÃO.
A DISCUSSÃO ORA TRAZIDA À TURMA RECURSAL: (I) NÃO FOI SUBMETIDA AO JUÍZO DE ORIGEM; E (II) NEM DECORRE DA SENTENÇA, MAS DO LAUDO QUE LHE É ANTERIOR, QUE A PARTE AUTORA NÃO IMPUGNOU.DESSE MODO, A DISCUSSÃO – EM DECORRÊNCIA DA CONDUTA PROCESSUAL DO AUTOR – ESTÁ SENDO COLOCADA APENAS A ESTA TURMA, DE MODO ORIGINÁRIO, COM EVIDENTE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.
APLICA-SE, NO PONTO, A INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 86 DAS TR-RJ.AS SUPOSTAS IMPERFEIÇÕES DO LAUDO DEVEM SER LEVANTADAS (POR MEIO DE ARGUMENTAÇÃO CLARA E DIRETA) PERANTE O JUÍZO DA INSTRUÇÃO, CAPAZ DE DETERMINAR DILIGÊNCIAS PROBATÓRIAS COMPLEMENTARES.SOBRE O FATO DE O AUTOR TER LITIGADO SEM A ASSISTÊNCIA DE ADVOGADO NA FASE DE INSTRUÇÃO, DEVE-SE LEMBRAR QUE A LEI FACULTA, NOS JUIZADOS ESPECIAIS, QUE A PARTE AUTORA PROCEDA DESSA MANEIRA (ART. 9º DA LEI 9.099/1995 E ART. 10 DA LEI 10.259/2001).A PARTE AUTORA, AO ADERIR À FACULDADE LEGAL DE LITIGAR SEM A ASSISTÊNCIA DE ADVOGADOS, ASSUME OS ÔNUS E BÔNUS DA ESCOLHA.
NO CASO, NÃO HOUVE QUALQUER QUEBRA DE ISONOMIA OU VIOLAÇÃO DO CONTRADITÓRIO, EIS QUE O AUTOR FOI INTIMADO EM TODAS AS OPORTUNIDADES EM QUE SUA MANIFESTAÇÃO SERIA NECESSÁRIA, SOBRETUDO PARA A VISTA DO LAUDO PERICIAL (QUE ELE NÃO IMPUGNOU).
ADEMAIS, A QUALQUER MOMENTO, O AUTOR PODERIA TER CONSTITUÍDO ADVOGADO CASO SE ENTENDESSE INCAPAZ DE APRESENTAR SEUS ARGUMENTOS NA FASE DE INSTRUÇÃO.RECURSO DO AUTOR NÃO CONHECIDO.
SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA.(5ª TR-RJ, recurso 5017587-83.2021.4.02.5120/RJ, relator JF João Marcelo Oliveira Rocha, j. em 09/05/2022) 1.8.
Diante de laudo que concluiu pela inexistência de incapacidade (parcial ou total), não há espaço para a incidência da Súmula 47/TNU (“Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz deve analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a concessão de aposentadoria por invalidez.”).
Fatores como idade avançada e baixa instrução não ensejam, isoladamente, a concessão de benefício quando o requisito da incapacidade não está preenchido, consoante Súmula 77/TNU ("O julgador não é obrigado a analisar as condições pessoais e sociais quando não reconhecer a incapacidade do requerente para a sua atividade habitual."). 1.9.
O Enunciado 84 das TR-RJ consigna orientação majoritária no sentido de que, não obstante fatos supervenientes possam ser considerados no curso do processo, o limite temporal está na data do exame pericial: “O momento processual da aferição da incapacidade para fins de benefícios previdenciários ou assistenciais é o da confecção do laudo pericial, constituindo violação ao princípio do contraditório e da ampla defesa a juntada, após esse momento, de novos documentos ou a formulação de novas alegações que digam respeito à afirmada incapacidade, seja em razão da mesma afecção ou de outra.” Eventual incapacidade surgida após o exame pericial – seja por nova doença, seja por agravamento da anteriormente constatada – enseja novo requerimento administrativo. 1.10.
Se o laudo pericial concluiu pela capacidade para o trabalho (ou constatou a incapacidade e afirmou sua preexistência à recuperação da qualidade de segurado), corroborando a conclusão técnica a que chegou o INSS, a sentença de improcedência só deve ser alterada pela Turma Recursal se (i) a parte não foi intimada para se manifestar sobre o laudo pericial (caso em que se impõe a anulação da sentença) ou alegar outro vício processual, (ii) o recurso alega fundamentadamente que houve incapacidade de curta duração, existente no momento da DER mas cessada antes da data da perícia, caso em que deverá especificar qual a prova conclusiva nesse sentido, ou (iii) o recurso demonstrar, mediante fundamentação técnica, a falta de higidez do laudo pericial (não avaliação de alguma das causas de incapacidade alegadas pela parte autora, resultado incompatível com exames laboratoriais ou de imagem etc).
Mesmo no sistema dos Juizados Especiais, a interposição de recurso depende da sua subscrição por advogado (art. 41, § 2º, da Lei 9.099/1995), a evidenciar a exigência legal de que o recurso seja uma peça técnica, a ser apreciada pela Turma Recursal com rigor quanto à forma e ao conteúdo.
O recurso que manifesta mera irresignação com a sentença ou com o laudo, sem argumentação técnica, deve ser desprovido, admitido o emprego de decisão monocrática, nos termos do Enunciado 72 das TR-RJ: “Não merece reforma a sentença que acolhe os fundamentos técnicos do laudo pericial para conceder ou negar benefício previdenciário ou assistencial quando o recurso não trouxer razões que possam afastar a higidez do laudo.” 1.11.
A data de cessação do benefício por incapacidade temporária deve ser fixada a partir de prognóstico médico embasado nas condições pessoais do segurado e no conhecimento científico do profissional.
Essa previsão de alta é um prognóstico, não uma presunção absoluta de recuperação da capacidade laboral.
Por isso, o art. 60, § 9º, da Lei 8.213/1991 faculta ao segurado o requerimento de prorrogação nos quinze dias que antecedem a DCB, caso em que o benefício será mantido, pelo menos, até a nova perícia administrativa.
Nos casos em que o pedido de implantação ou prorrogação de benefício por incapacidade temporária é deferido judicialmente, a adoção do prognóstico constante do laudo pericial não autoriza a sentença a fixar a DCB em momento anterior à sua prolação (salvo nas raríssimas hipóteses em que o perito afirmar, com certeza, uma data de restabelecimento da capacidade plena para o trabalho).
A sentença deve fixar a DCB tendo em vista o prazo necessário para a intimação das partes, para que o INSS cumpra a tutela antecipada e ative o benefício, e para que o segurado não se veja privado da oportunidade de requerer administrativamente a sua prorrogação, consoante o Enunciado 120 do FOREJEF da 2ª Região: “A data de cessação do benefício (DCB) deve ser fixada conforme a estimativa do perito judicial, salvo se, quando da sentença, ela já tiver sido superada ou estiver prestes a sê-lo, devendo ser estipulada em 45 dias da implantação do benefício, de forma a permitir que o segurado realize o pedido de prorrogação, se ainda considerar que está incapaz.” O próprio INSS, no art. 10, § 1º, a Portaria Conjunta INSS/PFE 02/2020 admite como ideal o modelo de fixação do prazo de 30 dias a contar do cumprimento da implantação/restabelecimento: “Salvo nas hipóteses de decisão judicial ou de despacho do órgão de execução da PGF com ordem expressa em sentido contrário, em se tratando de DCB vencida ou com prazo a vencer inferior a 30 dias da DDB/atualização, deve o benefício ser implantado com DCB no 30º dia posterior a data do efetivo cumprimento, como forma de possibilitar o pedido de prorrogação.” Se o juiz diverge significativamente da DCB estimada no laudo pericial, deve solicitar de ofício esclarecimentos ao perito a respeito do prognóstico de recuperação.
O magistrado (que não é expert em Medicina) até pode, confrontando as conclusões do laudo pericial com as demais provas, encurtar ou aumentar um pouco a DCB estimada pelo perito, mas, quanto mais se distanciar dessa estimativa, maior o seu ônus argumentativo e maior o rigor com que a Turma Recursal deve avaliar a solidez da fundamentação.
Quando a sentença fixa a DCB em grande descompasso com o laudo pericial, sem fundamentação suficiente, a Turma Recursal deve dar provimento ao recurso interposto pelo INSS para abreviar a duração do benefício; porém, para não suprimir a oportunidade de requerimento de prorrogação, deve assegurar que a nova DCB seja pelo menos 30 dias depois da disponibilização às partes do acórdão (parâmetro do Enunciado 99 do FOREJEF da 2ª Região).
Nos casos em que a DCB fixada na sentença já tiver sido superada ou estiver na iminência de ser, o julgamento do recurso fica prejudicado (para não privar a parte autora da oportunidade de requerer a prorrogação do benefício), mas essa perda superveniente do interesse não implica desprovimento do recurso, de modo que o INSS não pode ser condenado ao pagamento de honorários.
Precedentes da 5ª TR-RJ Especializada: recursos 0218822-02.2017.4.02.5162/01 (relator JF João Marcelo Oliveira Rocha, julgado em 29/04/2019) e 0135159-58.2017.4.02.5162/01 (relator JF Iorio D’Alessandri, julgado em 13/06/2019). 1.12.
Como ocorre com qualquer seguro, a Previdência Social pressupõe que a filiação do segurado anteceda a ocorrência de um sinistro.
Os arts. 42, § 2º, e 59, § 1º, da Lei 8.213/1991 veiculam normas que obstam a cobertura não só quando existe incapacidade anterior à filiação (ou refiliação) ao RGPS, como também quando há doenças preexistentes.
A interpretação constitucionalmente adequada da exceção que consta da parte final dos arts. 42, § 2º, e 59, § 1º, da Lei 8.213/1991 ("salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão"), em respeito ao princípio contributivo e à preservação do sistema fundado no equilíbrio financeiro e atuarial, impõe interpretação restritiva.
Quem se filia (ou refilia) ao RGPS já portador de doença ou lesão só poderá receber benefício, em caso de incapacidade posterior, se estivesse apto a trabalhar e a contribuir no momento da filiação (ou refiliação) e depois tenha sido surpreendido pela superveniente redução ou perda da capacidade laborativa.
Ou seja, a exceção legal alcança apenas as doenças e lesões que, apesar de preexistentes, estavam em estágio inicial e não resultavam em forte probabilidade de incapacidade a curto ou a médio prazo. Para os que se filiam ao RGPS tendo ciência ou suspeita de portar doença com forte potencial incapacitante a curto ou médio prazo, não há direito a benefício no momento em que surgir a incapacidade.
Interpretação diferente implicaria permitir que alguém que não contribui há décadas pudesse, no dia em que se descobre portador de qualquer doença com prognóstico ruim (por exemplo, um tumor com forte probabilidade de malignidade), recolher uma única contribuição previdenciária e, tão logo fosse submetido ao tratamento, entrar em gozo de auxílio-doença e, muito provavelmente, de aposentadoria por invalidez.
Enunciado 27 do FOREPREV: Apesar de o contribuinte individual ser segurado obrigatório, é vedado o recolhimento de contribuições pretéritas após a ocorrência de sinistro, tendo em vista a necessidade de preservar o princípio contributivo e de não excluir o risco que é inerente à caracterização do seguro e à preservação do equilíbrio atuarial. “(...) somente é devido auxílio-doença ao segurado que havendo cumprido o período de carência, ficar incapacitado.
O mesmo se diga da hipótese prescrita no parágrafo único, do citado art. 59, ou seja, se o segurado filiar-se ao sistema já portador de doença ou lesão, caso dos autos, e a incapacidade sobrevier da progressão ou do agravamento dessa doença ou lesão, o benefício somente será devido se essa incapacidade se verificar após o implemento da carência de doze meses.
Registro, por oportuno, que quando quis o legislador dispensar a carência, o fez expressamente, conforme o art. 26, II, da Lei nº 8.213/91 (...)” (TNU, PEDILEF 201050500029831, relator JF Gerson Luiz Rocha, julgado em 20/10/2016).
PREVIDENCIÁRIO.
BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE.
SENTENÇA QUE JULGOU PROCEDENTE O PEDIDO PARA CONDENAR O INSS A RESTABELECER O AUXÍLIO-DOENÇA E POSTERIORMENTE CONVERTÊ-LO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.A DII DEVE SER FIXADA EM 02/01/2012, DATA EM QUE JÁ HAVIA FORTE SUSPEITA DA EXISTÊNCIA DE NEOPLASIA MALIGNA (SUSPEITA QUE SE CONFIRMOU APÓS CIRURGIA EM 04/2012).
NESSE MOMENTO, A AUTORA NÃO CONTRIBUÍA PARA O RGPS HÁ 20 ANOS, E SÓ RECOLHEU CONTRIBUIÇÃO EM 13/02/2012.
SURGIDA A DOENÇA DE FORTE POTENCIAL INCAPACITANTE QUANDO A PESSOA NÃO OSTENTA A QUALIDADE DE SEGURADA, NÃO HÁ COBERTURA PREVIDENCIÁRIA.
O FATO DE O INSS TER DEFERIDO O AUXÍLIO-DOENÇA ATÉ 2017 NÃO SIGNIFICA QUE, EM JUÍZO, O ERRO DA AUTARQUIA DEVA SER PERPETUADO.RECURSO INTERPOSTO PELO INSS PROVIDO PARA JULGAR IMPROCEDENTE O PEDIDO.(5ª TR-RJ Especializada, recurso 5000539-55.2018.4.02.5108/RJ, relator JF Iorio D'Alessandri, julgado em 26/03/2020) 1.13.
Esta 5ª TR-RJ tem reiteradamente decidido, nos termos do art. 504 do CPC/2015, que os motivos da sentença e a verdade dos fatos por ela fixada não fazem coisa julgada.
Consequentemente, processos judiciais cuja solução de improcedência fundou-se na inexistência de incapacidade fazem coisa julgada apenas em relação às mensalidades do período entre a DER objeto do pedido e a data da perícia judicial, pois esse foi o período ou questão examinada/decidida, nos termos do art. 503, caput ("a decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida").
Logo, a existência de uma sentença de improcedência não obsta que o segurado requeira administrativamente novo benefício e, se indeferido, tenha pleno acesso à via judicial, sem que se lhe possa opor a coisa julgada (a coisa julgada formada no processo anterior apenas impede a condenação do INSS com efeitos financeiros anteriores à data do exame pericial realizado naquele feito).
No entanto, quando o julgamento de improcedência se funda na existência de uma incapacidade preexistente à filiação e que seja permanente e omniprofissional, a solução há de ser outra, "pois, nesse caso, a sentença fixa que o benefício não é devido desde a DER e nem é devido em momento algum no futuro.
A coisa julgada é fixada com essa conformação, pois, na questão decidida, o resultado é exatamente este: o benefício não é devido e não será devido no futuro.
A coisa julgada só pode ser superada mediante a comprovação de que houve a reversão da incapacidade ou da doença incapacitante, o que, em tese, é possível, em razão do avanço da medicina." (5ª TR-RJ, recurso 5012199-53.2021.4.02.5104/RJ, relator JF João Marcelo Oliveira Rocha, j. em 15/02/2023). 2.1.
Os dados relevantes a respeito da parte autora e da alegada incapacidade são: - Nascimento e idade: 18/02/1968 - 57 anos - Profissão declarada na petição inicial: doméstica - Profissão declarada na perícia: do lar - A petição inicial descreve detalhes a respeito das atividades desenvolvidas no exercício da profissão? sim, "a atividade exercida pela autora e que a incapacita é a de trabalhadora doméstica, sendo um serviço demasiadamente pesado, necessitando de demasiado esforço físico e braçal, para realizar limpezas, organizar objetos, muitas fezes utilizar escadas para alcançar lugares altos, bem como demanda muito do sistema cardiovascular, pois é um serviço de longa duração e de muito esforço." - Doenças/lesões alegadas na petição inicial como causa da incapacidade: "CID10 – I10: Hipertensão essencial (primária); CID10 – I50.1: Insuficiência ventricular esquerda; CID10 – I08.3: Transtornos das valvas mitral, aórtica e tricúspide; CID10 – Z95.2: Presença de prótese de válvula cardíaca" - Histórico laboral-contributivo: 2.2.
O perito GETULIO DA SILVA LUBANCO FILHO, especialista em cirurgia cardiovascular - RQE Nº: 31590 e cirurgia geral - RQE Nº: 31589, apresentou laudo com as seguintes conclusões (evento 19, LAUDPERI1): Conclusão: sem incapacidade atual - Justificativa: Segundo a clinica apresentada e todos os exames analisados, não há incapacidade laboral. - Houve incapacidade pretérita em período(s) além daquele(s) em que o(a) examinado(a) já esteve em gozo de benefício previdenciário? NÃO - Caso não haja incapacidade atual, o(a) examinado(a) apresenta sequela consolidada decorrente de acidente de qualquer natureza? NÃO 2.3.
A parte autora impugnou o laudo pericial (Evento 25, PET1), apontando contradição entre a conclusão do perito e o diagnóstico da doença, bem como divergência em relação à documentação médica juntada aos autos. 2.4.
A sentença tem o seguinte teor (evento 32, SENT1): FUNDAMENTAÇÃO Trata-se de ação, sob o rito da Lei nº 10.259/2001, proposta por ROSA MARLY GONCALVES FERREIRA DA SILVA em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, objetivando, em síntese a concessão do benefício previdenciário decorrente da incapacidade laboral (NB 647.785.316-0 ), DER em 07/02/2024 (evento 1, INFBEN12) .
Requer, ainda, a conversão do benefício em aposentadoria por incapacidade permanente.
Sem preliminares, passo ao exame do mérito.
Mérito O auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez cobrem os eventos de incapacidade temporária e incapacidade permanente, respectivamente, e são assegurados como direito social tutelado pela Constituição da República, nos artigos 6º e 201, inc.
I, in verbis : Art. 201.
A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) O auxílio-doença, benefício de natureza transitória e precária, tratado no artigo 59, da Lei nº 8.213/91, consistente em uma renda mensal correspondente a 91% do salário de benefício, é devido ao segurado que ficar incapacitado para o trabalho ou para sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos, nos seguintes moldes: Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. § 1º Não será devido o auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, exceto quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento da doença ou da lesão. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) Art. 60.
O auxílio-doença será devido ao segurado empregado e empresário a contar do 16º (décimo sexto) dia do afastamento da atividade, e no caso dos demais segurados, a contar da data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz. § 1º Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de 30 (trinta) dias, o auxílio-doença será devido a contar da data da entrada do requerimento. § 3o Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral. (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) Portanto, verifica-se que o auxílio-doença somente persiste como benefício previdenciário enquanto se faz presente o fator de risco social eleito pelo legislador para o deferimento de determinada prestação pecuniária.
Em se tratando do auxílio-doença, tal fator, logicamente, é a incapacidade laboral temporária.
Desta feita, o benefício em tela cessa quando o segurado for dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou quando, em sendo considerado não recuperável, for aposentado por incapacidade permanente.
Por outro tanto, a aposentadoria por invalidez (ou aposentadoria por incapacidade permanente, denominação trazida pela EC103/2019), benefício de natureza precária, é concedida quando o segurado for considerado incapaz, permanentemente, e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade laborativa que lhe garanta a subsistência.
Art. 42.
A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
Pela atenta análise do laudo da perícia judicial realizada (evento 19, LAUDPERI1), o Expert do Juízo atestou que a parte autora, embora sofra de I34.0 - Insuficiência (da valva) mitral, E11 - Diabetes mellitus não-insulino-dependente e E03.9 - Hipotireoidismo não especificado, não está incapacitada para o trabalho, sob a seguinte justificativa: "(...)Pode realizar exercícios normalmente, dentro dos limites de uma senhora de 56 anos que trabalha desde muito jovem.. (...)" O Expert do Juízo atestou que a incapacidade foi temporária, decorrente do pós operatório de cirurgia cardiovascular, que é normal nesses procedimentos Contudo, o autor trouxe aos autos laudo médicos firmado por profissional médico especialista vinculado à rede pública de saúde, de 30/04/2024 com diagnóstico médico, que atesta "a mesma foi submetida a cirurgia cardíaca em 14/10/2021, constando troca valvar miltrar com implante de prótese biológica N 31.
Paciente avaliada pelo cardiologista Dr Marcos Salgado onde a mesma ainda apresenta insuficiência ventricular esquerda de resíduos após realização de ECO apresentando disfunção sistólica.Transcreva o laudo e relato que a mesma faz acompanhamento nesta UBS e não pode realizar atividades que que requerem esforço físico, devido às condições de insuficiência ventricular esquerda( i501), hipertensão arterial (k86), diabetes não insulina dependente (t90)" ( evento 18, ATESTMED2). Neste contexto, cabe presumir a veracidade do teor do documento médico mencionado subscrito por profissional da rede pública de saúde.
A partir desse laudo é possível depreender que o estado de saúde do segurado. Com efeito, o documento médico citado é contemporâneo à data da entrada do requerimento, sendo possível constatar que a incapacidade laborativa era existente na DER (07/02/2024).
Por conseguinte, este Juízo diverge em parte do laudo médico do perito judicial.
O pedido deve ser julgado parcialmente procedente para ser concedido o benefício por incapacidade temporária a partir da data do requerimento administrativo.
Diante da falta de elementos probatórios para ser fixada a data da recuperação da capacidade laboral, impositiva a fixação do prazo de 120 (cento e vinte) dias, a partir do laudo laudo médico, de anexado no Evento 18, ATESTMED2, ou seja : 30/08/2024, em conformidade com o disposto no art. 60, caput e parágrafo 9o, da Lei nº 8213/91.
Caso o prazo para a recuperação, ora estimado, revele-se insuficiente, resta garantido ao segurado o direito de requerer a prorrogação do benefício, submetendo-se a uma perícia administrativa, conforme dispõe o art. 78, parágrafo 2º. do Regulamento da Previdência Social, atualizado pelo Decreto n. 10.410, de 30/06/2020.
No que pertine aos demais requisitos legais, não paira qualquer controvérsia, com relação à qualidade de segurado e cumprimento de carência, conforme informações constantes do dossiê de informações de benefícios (evento 4, CNIS3). II - DISPOSITIVO Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE, EM PARTE, O PEDIDO, com resolução de mérito, na forma do art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil, para condenar o INSS na: I - obrigação de fazer consistente em conceder à autora o benefício por incapacidade temporária (NB 647.785.316-0) a partir da data do requerimento administrativo (DIB em 07/02/2024), o qual deverá ser mantido até 30/08/2024 (DCB), em conformidade com o disposto no art. 60, caput e parágrafo 9o, da Lei nº 8213/91, na forma da fundamentação acima exposta.
Contudo, em função do decurso do prazo estabelecido, DETERMINO que o benefício seja mantido por, pelo menos, até 40 (quarenta) dias a partir da data de sua efetiva implantação, a fim de que o segurado possa requerer perícia administrativa para fins de prorrogação, no intuito de se averiguar a plena recuperação de sua capacidade laboral ou a reabilitação profissional para atividades compatíveis com o seu quadro clínico.
Ressalto que o benefício não poderá ser cessado antes da realização de perícia administrativa pelo INSS, salvo se a parte autora se recusar, tácita (deixar de marcar o exame antes do termo final da incapacidade fixado pelo juízo ou deixar de comparecer à perícia marcada) ou explicitamente a submeter-se a ela.
II - obrigação de pagar à parte autora as prestações em atraso desde 03/01/2023, até a implantação do beneficio, descontados eventuais valores recebidos a título de benefício previdenciário inacumulável com o presente.
Sobre as parcelas vencidas, no período anterior à publicação da EC 113/2021, deverá incidir, respeitada a prescrição quinquenal e o valor do teto dos Juizados Especiais Federais, correção monetária desde a data de vencimento de cada parcela, pelo INPC, bem como juros segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança (art. 1º-F da Lei 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009), tudo conforme decidido no RE nº 870.947 (Tema 810) e REsp nº 1.495.144/RS (repetitivo, Tema 905).
A partir da publicação da EC 113/2021 (9/12/2021), para fins de correção monetária e juros de mora deverá incidir unicamente a SELIC.
DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA Por todo o exposto, em exame de cognição exauriente, firmado juízo de certeza jurídica acerca da procedência do pedido, e configurado o risco decorrente da demora da prestação jurisdicional definitiva em virtude do caráter alimentar do direito (art. 300, CPC), DEFIRO A TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA, a fim de que seja implantado o benefício requerido, independentemente do trânsito em julgado da sentença. 2.5.
A parte autora, em recurso (Evento 37, RECLNO1), alegou incapacidade para atividade de doméstica; impossibilidade de readaptação; nulidade do laudo pericial; nulidade da sentença.
Requereu concessão de benefício por incapacidade temporária, com conversão em aposentadoria por incapacidade permanente.
Subsidiariamente, anulação da sentença e realização de nova perícia médica.
O INSS não ofereceu contrarrazões. 3. A controvérsia recursal reside na análise acerca da possibilidade de concessão de aposentadoria por incapacidade permanente à parte recorrente, em razão das doenças e queixas apresentadas, ou, em caso negativo, da viabilidade de sua readaptação profissional.
No caso concreto, verifica-se que a parte recorrente esteve em gozo de auxílio por incapacidade temporária (NB: 636.550.109-2), com DER em 10/09/2021 e DCB programada para 10/12/2021, diante da incapacidade no pós-operatório.
Consta no laudo SABI (perícia em 25/11/2021): "Há incapacidade Quadro de rec pos-operatória".
Não houve pedido de prorrogação do referido benefício.
Assim, presume-se que, entre a DCB (10/12/2021) do benefício anterior e a DER do novo requerimento (NB: 647.785.316-0), formulado em 07/02/2024, a recorrente encontrava-se em plena capacidade laborativa.
Ressalte-se que o despacho concessório do benefício anterior (Evento 1, INFBEN11) foi expresso ao informar que, caso a parte ainda se considerasse incapacitada nos 15 (quinze) dias finais até a DCB (10/12/2021), poderia solicitar novo exame médico-pericial mediante requerimento de prorrogação, o que não ocorreu.
Após aproximadamente dois anos do benefício anterior, em 07/02/2024, houve novo requerimento de benefício por auxílio por incapacidade temporária (NB: 647.785.316-0), o qual foi indeferido.
No laudo SABI da perícia realizada em 23/02/2024 (Evento 3, LAUDO1, fl. 3), consta: "REQUERENTE COM 56 ANOS ( DONA DE CASA - MORA EM NATIVIDADE-RJ - CI - CC = 01/12/2012 - BI EM 2021 > I 08.3 - DCB = 10/12/2021 - SEM RI - ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO ) REFERE QUE FOI SUBMETIDA A CIRURGIA CARDIACA - TROCA VALVULA MITRAL EM 10/09/2021.
NO MOMENTO REFERE DOR NO PEITO, CANSAÇO, FALTA DE AR.
CICATRIZ CIRURGICA PRECORDIAL ANTIGA COM BOM ASPECT E SEM SINAIS DE COMPLICAÇÕES.
VIDE RELATORIO DE EXAME FISICO.
IMA DR MARCOS SALGADO (CRM-RJ - 06/11/2023) REFERINDO CID 10 = I 10 + I 50.1 + Z 95.2 ECOCARDIOGRAMA (HSJA - 04/08/2023) = NÃO HÁ SINAIS DE SOBRECARGA CAVITARIA.
FUNÇÃO SISTOLICA GLOBAL BIVENTRICULAR PRESERVADA.
ACINESIA COM IAFINAMENTO PARIETAL DO SGMENTO INFEROLATERAL BASAL.
PROTESE BIOLOGICO EM POSIÇÃO MITRAL, SEM SINAIS DE DISFUNÇÃO.
V AORTICA ESPESSADA SEM RESTRIÇÃO A ABERTURA.
IA LEVE.
NO MOMENTO, NÃO HÁ ELEMENTOS DE CONVICÇÃO QUE JUSTIFIQUE INCAPACIDADE LABORATIVA TOTAL PARA A ATIVIDADE DECLARADA EM PERICIA MÉDICA." Em análise à documenta&cc -
12/08/2025 08:52
Expedida/certificada a intimação eletrônica - Despacho/Decisão
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12/08/2025 08:52
Expedida/certificada a intimação eletrônica - Despacho/Decisão
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12/08/2025 07:45
Conhecido o recurso e não provido
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12/08/2025 06:56
Conclusos para decisão/despacho
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09/10/2024 01:24
Decorrido prazo - Refer. ao Evento: 46
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01/10/2024 11:40
Juntada de Dossiê Previdenciário
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01/10/2024 05:41
Juntada de Petição - Refer. ao Evento: 35
-
29/09/2024 23:59
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 46
-
19/09/2024 17:06
Expedida/certificada a intimação eletrônica - Despacho/Decisão
-
19/09/2024 14:20
Ato ordinatório praticado
-
19/09/2024 09:10
Juntada de Petição
-
13/09/2024 14:00
Remetidos os Autos em grau de recurso para TR - Órgão Julgador: RJRIOTR05G03
-
13/09/2024 01:06
Decorrido prazo - Refer. ao Evento: 38
-
06/09/2024 01:03
Decorrido prazo - Refer. ao Evento: 35
-
29/08/2024 23:59
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 38
-
23/08/2024 03:06
Decorrido prazo - Refer. ao Evento: 34
-
19/08/2024 17:12
Expedida/certificada a intimação eletrônica - Contrarrazões
-
19/08/2024 10:52
Juntada de Petição - Refer. ao Evento: 33
-
08/08/2024 23:59
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. aos Eventos: 33, 34 e 35
-
29/07/2024 15:17
Expedida/certificada a intimação eletrônica - Requisição - Cumprimento - Implantar Benefício - URGENTE
-
29/07/2024 15:17
Expedida/certificada a intimação eletrônica - Sentença
-
29/07/2024 15:17
Expedida/certificada a intimação eletrônica - Sentença
-
29/07/2024 15:17
Julgado procedente em parte o pedido
-
12/07/2024 17:51
Conclusos para julgamento
-
11/07/2024 19:37
Juntada de Petição - Refer. ao Evento: 27
-
11/07/2024 19:37
Confirmada a citação eletrônica - Refer. ao Evento: 27
-
09/07/2024 13:55
Convertido o Julgamento em Diligência
-
06/07/2024 17:02
Expedida/certificada a citação eletrônica
-
20/06/2024 14:30
Conclusos para julgamento
-
19/06/2024 15:35
Juntada de Petição - Refer. ao Evento: 20
-
07/06/2024 23:59
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 20
-
29/05/2024 23:39
Juntada de Certidão
-
29/05/2024 16:50
Expedição de Requisição Honorários Perito/Dativo
-
29/05/2024 16:49
Juntada de Certidão perícia realizada capacidade - Refer. ao Evento: 12
-
28/05/2024 20:28
Expedida/certificada a intimação eletrônica
-
21/05/2024 17:04
Juntada de Petição - Refer. ao Evento: 14
-
02/05/2024 11:34
Juntada de Petição
-
22/04/2024 23:59
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 14
-
15/04/2024 09:19
Juntada de Petição - Refer. ao Evento: 13
-
15/04/2024 09:19
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 13
-
12/04/2024 13:59
Expedida/certificada a intimação eletrônica - Perito
-
12/04/2024 13:58
Expedida/certificada a intimação eletrônica
-
12/04/2024 13:57
Ato ordinatório praticado perícia designada - <br/>Periciado: ROSA MARLY GONCALVES FERREIRA DA SILVA <br/> Data: 21/05/2024 às 15:20. <br/> Local: SJRJ-Itaperuna – sala 2 - Avenida Presidente Dutra, 1.172 - Itaperuna <br/> Perito: GETULIO DA SILVA LUBANCO
-
19/03/2024 09:40
Juntada de Petição - Refer. ao Evento: 9
-
19/03/2024 09:40
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 9
-
14/03/2024 19:53
Expedida/certificada a intimação eletrônica
-
14/03/2024 19:53
Decisão interlocutória
-
08/03/2024 11:44
Conclusos para decisão/despacho
-
06/03/2024 17:41
Juntada de Petição
-
06/03/2024 16:57
Juntada de Petição
-
06/03/2024 14:26
Juntada de Dossiê Previdenciário
-
06/03/2024 14:26
Juntada de Laudo Médico Pericial - SABI - INSS
-
06/03/2024 14:20
Redistribuído por auxílio de equalização - (de RJITP01F para RJJUS506J)
-
06/03/2024 14:20
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
15/09/2025
Ultima Atualização
17/09/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
ATO ORDINATÓRIO • Arquivo
ATO ORDINATÓRIO • Arquivo
DESPACHO/DECISÃO • Arquivo
DESPACHO/DECISÃO • Arquivo
EXECUÇÃO/CUMPRIMENTO DE SENTENÇA • Arquivo
EXECUÇÃO/CUMPRIMENTO DE SENTENÇA • Arquivo
ATO ORDINATÓRIO • Arquivo
ATO ORDINATÓRIO • Arquivo
SENTENÇA • Arquivo
SENTENÇA • Arquivo
DESPACHO/DECISÃO • Arquivo
DESPACHO/DECISÃO • Arquivo
DESPACHO/DECISÃO • Arquivo
DESPACHO/DECISÃO • Arquivo
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