TRF2 - 5012820-94.2025.4.02.0000
2ª instância - Câmara / Desembargador(a) Gabinete 10
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
-
19/09/2025 02:30
Publicado no DJEN - no dia 19/09/2025 - Refer. ao Evento: 9
-
18/09/2025 08:24
Juntada de Petição - Refer. ao Evento: 10
-
18/09/2025 08:24
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 10
-
18/09/2025 02:01
Disponibilizado no DJEN - no dia 18/09/2025 - Refer. ao Evento: 9
-
18/09/2025 00:00
Intimação
Agravo de Instrumento Nº 5012820-94.2025.4.02.0000/ES AGRAVANTE: BARUCK CONSTRUTORA LTDAADVOGADO(A): PEDRO RENATO PACHECO ROSA (OAB RS115055)ADVOGADO(A): LUCAS SIQUEIRA MENEGHESSO (OAB BA074367) DESPACHO/DECISÃO Trata-se de recurso de Agravo de Instrumento interposto por BARUCK CONSTRUTORA LTDA em face de decisão interlocutória proferida pelo MM.
Juízo Federal da 2ª Vara Federal Cível de Vitória/ES, nos autos de Mandado de Segurança Cível nº 50211951920254025001, que indeferiu a liminar requerida, na qual se objetivava, de imediato, a remessa dos débitos da impetrante, ora agravante, à PGFN, considerando a alegada urgência decorrente da necessidade de emissão de CPEN para viabilizar a adesão à transação tributária (evento 11, DESPADEC1).
Em suas razões recursais (evento 1, INIC1), a parte Agravante afirma que a Receita Federal do Brasil descumpriu dever legal expresso de remeter, no prazo de 90 (noventa) dias, os débitos vencidos e exigíveis à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, nos termos do art. 22 do Decreto-Lei nº 147/1967, art. 39, §1º, da Lei nº 4.320/1964, art. 2º da Portaria ME nº 447/2018, art. 3º da Portaria ME nº 33/2018, Portaria MF nº 75/2012 e Portaria PGFN nº 6.155/2021.
Aduz que a omissão da Receita Federal do Brasil inviabiliza a adesão ao Edital PGDAU nº 11/2025, cujo prazo expira em 30 de setembro de 2025, comprometendo de forma concreta e imediata a regularização fiscal da empresa.
Alega que a conduta administrativa afronta os princípios constitucionais da legalidade, eficiência, razoável duração do processo, boa-fé objetiva, bem como o princípio do tratamento favorecido às micro e pequenas empresas, consagrado no art. 170, IX, da Constituição Federal.
Assevera que o envio em lote dos débitos vencidos é juridicamente viável, previsto no art. 1º, §3º, da Portaria MF nº 75/2012, de modo que não há justificativa para exclusão de débitos de pequeno valor do encaminhamento.
Requer a antecipação de tutela recursal para determinar que a Receita Federal do Brasil realize a imediata remessa dos débitos vencidos há mais de 90 (noventa) dias à PGFN, reformando, assim, a decisão agravada com o reconhecimento da ilegalidade da omissão administrativa. É o Relatório.
Decido.
A interposição do recurso de Agravo de Instrumento, por si só, não obsta a produção de efeitos da decisão recorrida, salvo determinação judicial em sentido contrário. Neste contexto, poderá o relator suspender a eficácia da decisão impugnada, na forma do art. 995, "caput" e seu parágrafo único, do CPC/2015, ou deferir, em sede de antecipação de tutela, a pretensão do recurso, conforme previsto no art. 1.019, I, do CPC.
Para tal exceção, deverá a parte recorrente demonstrar a presença dos requisitos autorizadores, isto é, a probabilidade do direito alegado e o risco de dano irreparável.
Em sede de análise perfunctória, verifica-se a plausibilidade do pedido formulado pela agravante, vez que apresentou aos autos elementos aptos à implementação dos requisitos autorizadores da concessão da medida liminar vindicada.
O art. 2º da Portaria nº 447/2018 do Ministério da Economia determina que todos os débitos que se tornarem exigíveis devem ser encaminhados pela Receita Federal à PGFN, no prazo de 90 (noventa dias), para fins de apreciação e, posteriormente, eventual inscrição em dívida ativa. Ademais, nos termos do art. 2º da Portaria MF nº 447, de outubro de 2018, "Dentro de 90 (noventa) dias da data em que se tornarem exigíveis, os débitos de natureza tributária ou não tributária devem ser encaminhados pela RFB à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), para fins de controle de legalidade e inscrição em Dívida Ativa da União, nos termos do art. 39, § 1º, da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1946, e do art. 22 do Decreto-Lei nº 147, de 3 de fevereiro de 1967".
A inobservância do prazo regulamentar, de fato, enseja afronta à duração razoável dos processos (inclusive administrativos), quanto mais por se tratar de hipótese em que a omissão administrativa tem o condão de obstar a adesão a parcelamento tributário vantajoso, permitindo a regularização da situação fiscal do contribuinte.
Assim, a remessa dos créditos tributários à PGFN é ato vinculado da administração tributária, de modo que, se em decorrência do descumprimento do prazo previsto no Decreto-Lei 147/67 e na Portaria PGFN nº 33/2018, o contribuinte passa a sofrer prejuízos (como a impossibilidade de gozar de benefício transacional previsto em norma temporária), ele passa a possuir direito subjetivo à remessa.
Entretanto, cuida destacar que não cabe a determinação de inclusão dos débitos em Dívida Ativa, e sim, apenas a remessa, haja vista que: (i) a inscrição sequer é um ato que deva ser, necessariamente, efetuado, por se tratar de ato de controle de legalidade e, por conseguinte, pode não vir a ser efetuada em virtude de ser detectado algum vício no processo em que se apurou a constituição do crédito; (ii) a lei conferiu ao Ministro da Fazenda a competência para dispensar a inscrição em dívida ou seu ajuizamento (Portaria MF 75/2002). A documentação apresentada revela a existência de dívidas fiscais vencidas há mais de 90 (noventa) dias, sem que a RFB tenha adotado as medidas de encaminhamento à PGFN para inscrição em dívida ativa, a demonstrar o descumprimento da norma capaz de prejudicar a Impetrante, ora Agravante, impedindo-a de ingressar em programa de parcelamento.
Neste sentido, inclusive, há precedentes desta Colenda 4ª Turma Especializada do Egrégio Tribunal Regional Federal da 2ª Região: "TRIBUTÁRIO.
REMESSA NECESSÁRIA.
DEMORA NO ENCAMINHAMENTO DOS DÉBITOS PARA CONTROLE DE LEGALIDADE E INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA.
REMESSA DESPROVIDA.I.
CASO EM EXAME1.
Remessa Necessária em face de sentença proferida que concedeu a segurança para determinar que concedeu a segurança, determinando o imediato encaminhamento, para inscrição em dívida ativa, dos débitos tributários da contribuinte, vencidos há mais de 90 dias.II.
QUESTÃO EM DISCUSSÃO2.
Cinge-se a controvérsia sobre o imediato encaminhamento, para inscrição em dívida ativa, dos débitos tributários da contribuinte, vencidos há mais de 90 dias.III.
RAZÕES DE DECIDIR3.
A inobservância do prazo regulamentar, de fato, enseja afronta à duração razoável dos processos (inclusive administrativos), quanto mais por se tratar de hipótese em que a omissão administrativa tem o condão de obstar a adesão a parcelamento tributário vantajoso, permitindo a regularização da situação fiscal do contribuinte.4.
A remessa dos créditos tributários à PGFN é ato vinculado da administração tributária, de modo que, se em decorrência do descumprimento do prazo previsto na legislação, o contribuinte passa a sofrer prejuízos (como a impossibilidade de gozar de benefício transacional previsto em norma temporária), ele passa a possuir direito à remessa.5.
O prazo para que a PGFN inscreva os créditos que lhe são devidos na Dívida Ativa da União - DAU não está sujeito ao juízo de conveniência e de oportunidade da autoridade administrativa; é o contrário que se dá, em atenção ao princípio da vinculação à legalidade constitucional tributária, especialmente se, em razão da omissão não justificada objetivamente pela Administração Tributária, vem o contribuinte a ter sua esfera jurídica prejudicada. (grifei)IV.
DISPOSITIVO6.
Remessa Necessária desprovida.DECISAO: Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Egrégia 4ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região decidiu, por unanimidade, negar provimento à remessa necessária, nos termos do relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.(TRF2 , Remessa Necessária Cível, 5087172-80.2024.4.02.5101, Rel.
ALBERTO NOGUEIRA JUNIOR , 4ª TURMA ESPECIALIZADA , Rel. do Acordao - ALBERTO NOGUEIRA JUNIOR, julgado em 27/06/2025, DJe 04/07/2025 19:01:07)" "DIREITO TRIBUTÁRIO.
MANDADO DE SEGURANÇA.
REMESSA NECESSÁRIA.
DÉBITOS FISCAIS.
OMISSÃO NA REMESSA À PGFN.
ADESÃO A PROGRAMAS DE REGULARIZAÇÃO.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE.
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA.I.
CASO EM EXAMEAção de mandado de segurança impetrada por pessoa jurídica contra ato do Delegado da Receita Federal do Brasil e do Procurador da Fazenda Nacional, visando à remessa dos débitos tributários vencidos e exigíveis há mais de 90 dias à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), com a finalidade de permitir sua inscrição em dívida ativa e viabilizar adesão a programas de regularização fiscal.Alegação da impetrante de que a omissão da Receita Federal comprometeu sua situação fiscal e causou a exclusão do regime do Simples Nacional.Indeferimento da liminar e interposição de agravo de instrumento, parcialmente provido para determinar a remessa à PGFN dos débitos vencidos há mais de 90 dias.Sentença parcialmente concessiva da segurança, para determinar a remessa dos débitos vencidos há mais de 90 dias, com ressalva daqueles cujo valor não atinge o mínimo legal, extinguindo o feito com resolução de mérito.Remessa necessária regularmente processada; ausência de interposição de apelação voluntária.II.
QUESTÕES EM DISCUSSÃO6.
A questão em discussão consiste em saber se há direito líquido e certo do contribuinte à remessa dos débitos vencidos e exigíveis há mais de 90 dias à PGFN, mesmo diante de eventual inércia administrativa.III.
RAZÕES DE DECIDIR7.
A legislação tributária estabelece prazo de 90 dias para remessa dos créditos tributários à PGFN, conforme o art. 22 do Decreto-Lei nº 147/67, o art. 2º da Portaria ME nº 447/2018 e o art. 3º da Portaria PGFN nº 33/2018.8.
Ultrapassado o prazo legal, o envio dos débitos constitui ato vinculado, e não discricionário, cuja omissão pela Administração configura violação ao princípio da legalidade (CF, art. 5º, II) e ao princípio da eficiência (CF, art. 37, caput), além de comprometer o exercício de direitos do contribuinte, como a adesão a programas de parcelamento e transação tributária.9.
A sentença, ao determinar apenas a remessa dos débitos vencidos há mais de 90 dias e ressalvar os de valor inferior ao mínimo legal, observou corretamente os limites da atuação jurisdicional, respeitando as atribuições da PGFN quanto ao controle de legalidade e eventual inscrição em dívida ativa (Lei nº 6.830/80, art. 2º, § 3º, e Portaria PGFN nº 33/2018, art. 4º).10.
Inexistência de direito à remessa de débitos ainda não vencidos ou de valor irrisório, conforme as regras da Administração Tributária.IV.
DISPOSITIVO E TESE11.
Remessa necessária conhecida e desprovida, para manter a sentença em todos os seus termos.Tese de julgamento: A remessa de débitos tributários vencidos e exigíveis há mais de 90 dias à PGFN constitui ato vinculado da Administração, cuja omissão injustificada viola o princípio da legalidade e não pode obstar a fruição, pelo contribuinte, dos mecanismos legais de regularização fiscal.
A atuação judicial limita-se a determinar o envio dos débitos, sem adentrar na esfera de competência da PGFN quanto à inscrição em dívida ativa. (grifei)Dispositivos relevantes citados: Decreto-Lei nº 147/67, art. 22; Lei nº 6.830/80, art. 2º, § 3º; Constituição Federal, art. 5º, II e LXXVIII, e art. 37, caput; Portaria ME nº 447/2018, art. 2º; Portaria PGFN nº 33/2018, arts. 3º e 4º.DECISAO: Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Egrégia 4ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região decidiu, por unanimidade, negar provimento à remessa necessária, nos termos do relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.(TRF2 , Remessa Necessária Cível, 5000204-13.2025.4.02.5101, Rel.
ALBERTO NOGUEIRA JUNIOR , 4ª TURMA ESPECIALIZADA , Rel. do Acordao - ALBERTO NOGUEIRA JUNIOR, julgado em 29/08/2025, DJe 05/09/2025 17:30:39" Isto posto, com base no art. 932, II do CPC, defiro parcialmente a antecipação da tutela recursal, tão somente, para determinar que a autoridade coatora remeta os débitos vencidos perante a Receita Federal do Brasil há mais de 90 (noventa) dias para a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
Oficie-se ao MM.
Juízo Federal de origem. Intime-se a parte agravada para contrarrazões, com base no art. 1.019, II, do CPC. -
17/09/2025 18:38
Juntada de mandado cumprido - Refer. ao Evento: 6
-
17/09/2025 14:15
Recebido o Mandado para Cumprimento pelo oficial de justiça - Refer. ao Evento: 6
-
17/09/2025 12:44
Expedida/certificada a intimação eletrônica - Despacho/Decisão - URGENTE
-
17/09/2025 12:44
Expedida/certificada a intimação eletrônica - Despacho/Decisão - URGENTE
-
17/09/2025 12:39
Expedição de ofício - documento anexado ao processo 50211951920254025001/ES
-
17/09/2025 11:10
Recebido o Mandado para Cumprimento pelo oficial de justiça - Refer. ao Evento: 5
-
17/09/2025 11:06
Expedição de Mandado - Prioridade - ESVITSECMA
-
17/09/2025 11:06
Expedição de Mandado - Prioridade - TRF2SECOMD
-
16/09/2025 17:39
Remetidos os Autos com decisão/despacho - Urgente - GAB10 -> SUB4TESP
-
16/09/2025 17:39
Concedida em parte a Tutela Provisória
-
11/09/2025 00:00
Lista de distribuição
Processo 5012820-94.2025.4.02.0000 distribuido para GABINETE 10 - 4ª TURMA ESPECIALIZADA na data de 09/09/2025. -
09/09/2025 20:55
Autos incluídos no Juízo 100% Digital
-
09/09/2025 20:55
Distribuído por sorteio - Ref. ao Despacho/Decisão do(s) evento(s) 11 do processo originário.Autos com o Relator
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
09/09/2025
Ultima Atualização
18/09/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
DESPACHO/DECISÃO • Arquivo
DESPACHO/DECISÃO • Arquivo
Informações relacionadas
Processo nº 5005811-40.2021.4.02.5103
Vinicius da Silva Mendonca
Caixa Economica Federal - Cef
Advogado: Roberto Carlos Martins Pires
1ª instância - TRF2
Ajuizamento: 30/11/-0001 00:00
Processo nº 5035585-24.2021.4.02.5101
Madalena Araujo da Costa
Caixa Economica Federal - Cef
Advogado: Roberto Carlos Martins Pires
1ª instância - TRF2
Ajuizamento: 30/11/-0001 00:00
Processo nº 5005817-47.2021.4.02.5103
Jardel Campos Gomes de Souza
Caixa Economica Federal - Cef
Advogado: Roberto Carlos Martins Pires
1ª instância - TRF2
Ajuizamento: 30/11/-0001 00:00
Processo nº 5012456-84.2021.4.02.5102
Luiz Carlos Batista de Souza
Instituto Nacional do Seguro Social - In...
Advogado: Henrique Bicalho Civinelli de Almeida
1ª instância - TRF2
Ajuizamento: 30/11/-0001 00:00
Processo nº 5005819-17.2021.4.02.5103
Josemar Augusto de Azevedo
Caixa Economica Federal - Cef
Advogado: Roberto Carlos Martins Pires
1ª instância - TRF2
Ajuizamento: 30/11/-0001 00:00