TJMA - 0803014-03.2020.8.10.0034
2ª instância - Câmara / Desembargador(a) Gabinete Do(A) Desembargador(A) Luiz Gonzaga Almeida Filho
Processos Relacionados - Outras Instâncias
Polo Ativo
Polo Passivo
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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                                            02/09/2022 09:15 Baixa Definitiva 
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                                            02/09/2022 09:15 Remetidos os Autos (outros motivos) para Instância de origem 
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                                            02/09/2022 09:02 Expedição de Certidão de trânsito em julgado. 
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                                            09/08/2022 02:37 Publicado Acórdão (expediente) em 09/08/2022. 
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                                            09/08/2022 02:37 Disponibilizado no DJ Eletrônico em 08/08/2022 
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                                            08/08/2022 00:00 Intimação PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO AGRAVO INTERNO: 0803014-03.2020.8.10.0034 – CODÓ/MA AGRAVANTE: BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S/A ADVOGADO: DIEGO MONTEIRO BAPTISTA (OAB/MA 19.142-A) AGRAVADA: FRANCISCA DA PAZ DOS SANTOS FERREIRA ADVOGADO: DENYO DAERCIO SANTANA DO NASCIMENTO (OAB/MA 15.389) RELATOR: DES.
 
 LUIZ GONZAGA ALMEIDA FILHO EMENTA AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL.
 
 AÇÃO DE INDENIZAÇÃO.
 
 TESE FIXADA ATRAVÉS DE IRDR.
 
 EMPRÉSTIMO CONSIGNADO.
 
 IRREGULARIDADE DA CONTRATAÇÃO.
 
 DANOS MORAIS E MATERIAIS DEVIDOS.
 
 DECISÃO MANTIDA.
 
 AGRAVO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.
 
 I.
 
 A irresignação do Agravante se deu em razão de decisão monocrática que reformou a sentença de base e julgou procedente os pedidos autorais para tornar nula a contração questionada pela parte autora, assim como condenar o banco em danos morais e materiais.
 
 II.
 
 Importa ressaltar que no julgamento do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas - IRDR nº. 0008932-65.2016.8.10.0000, o Tribunal de Justiça do Maranhão fixou a tese no sentido de que, apesar de não ser vedada a contratação de quaisquer modalidades de mútuo financeiro, havendo vício na contratação, é possível a nulidade do negócio jurídico por afronta as regras e princípios dispostos no ordenamento jurídico.
 
 III.
 
 Noto que a instituição financeira não provou que houve a contratação do empréstimo consignado, mediante a juntada de documentos válidos que atestem a realização de transferência da quantia, supostamente contratada, para conta bancária de titularidade da parte Agravada.
 
 IV.
 
 Tendo em vista o suso exposto, verifico a necessidade de manutenção da decisão ora vergastada e consequente condenação da instituição bancária ora Agravante, nos termos outrora delimitados.
 
 V.
 
 Agravo Interno conhecido e não provido.
 
 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de AGRAVO INTERNO sob o n.º 0803014-03.2020.8.10.0034, em que figuram como Agravante e Agravado os acima enunciados, acordam os Senhores Desembargadores da Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão “A SEXTA CÂMARA CÍVEL, POR VOTAÇÃO UNÂNIME , CONHECEU E NEGOU PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DO DESEMBARGADOR RELATOR.”. Participaram do julgamento os Senhores Desembargadores Luiz Gonzaga Almeida Filho, Douglas Airton Ferreira Amorim e José Jorge Figueiredo Dos Anjos, como presidente da sessão. Funcionou pela Procuradoria Geral de Justiça o Dr.
 
 Carlos Jorge Avelar Silva. São Luís, 04 de agosto de 2022. Desembargador LUIZ GONZAGA Almeida Filho Relator RELATÓRIO Trata-se de Agravo Interno interposto por BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S/A, contra decisão deste Relator que, nos autos da Apelação Cível (ID 8653861), em julgamento monocrático (art. 932, CPC), deu provimento ao recurso de apelação interposto pela ora agravada, a fim de reformar a sentença de base que julgou improcedente os pedidos autorais.
 
 Assim restou ementada a decisão ora combatida, vejamos: EMENTA APELAÇÃO CÍVEL.
 
 EMPRÉSTIMO CONSIGNADO.
 
 AÇÃO DECLARATÓRIA E INDENIZATÓRIA.
 
 APLICAÇÃO DE TESE FIRMADA EM IRDR.
 
 IRREGULARIDADE CONTRATUAL.
 
 DANO MORAL CONFIGURADO.
 
 REPETIÇÃO DE INDÉBITO CABÍVEL.
 
 SENTENÇA REFORMADA.
 
 DECISÃO MONOCRÁTICA ART. 932, NCPC.
 
 I.
 
 O presente caso, sem sombra de dúvidas, retrata uma relação de consumo, com todos os seus elementos característicos, com vias à plena e eficaz prestação de um serviço e o fornecimento de um produto.
 
 Assim, como tal, há de ser apreciada à luz das regras consumeristas da Lei nº 8.078/90.
 
 II.
 
 Por outro lado, observo que o autor instruiu a inicial com documentos onde é possível verificar a realização de descontos oriundos de contrato de empréstimo juntado pelo Banco, cujo favorecido é a instituição financeira, tendo assim comprovado o fato constitutivo de seu direito, conforme determina o art. 373, I do CPC.
 
 III.
 
 Assim, correta é a decisão que determina a devolução em dobro do valor descontado, ante a ausência de transferência do valor (TED/DOC/OP) e da validade do contrato de empréstimo consignado.
 
 Nesse sentido, a Tese nº 3 do IRDR 53.983/2016.
 
 IV.
 
 No tocante ao quantum indenizatório, o valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), se mostra suficiente para, dentro dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, indenizar o dano moral.
 
 V.
 
 Apelação Cível conhecida e provida.
 
 Houve a oposição de Agravo Interno contra a retromencionada decisão monocrática, onde o ora agravante, sustenta, que a contratação foi regular, estando perfeitamente firmada sob as exigências legais; que há provas da disponibilização do valor para a conta da parte autora e que não são devidas as condenações pleiteadas na inicial.
 
 Desse modo, requer a retratação ou que o recurso seja submetido ao órgão colegiado competente para apreciação, a fim de que seja julgado e provido.
 
 Contrarrazões em ID 18285558, requerendo a manutenção do julgado pela presença de flagrante ato ilícito.
 
 Eis o relatório. VOTO Por estarem presentes os pressupostos objetivos e subjetivos de admissibilidade, conheço o presente Agravo.
 
 Ab initio, convém frisar que o presente pleito não trouxe qualquer razão nova ou apta a ensejar a reforma da decisão objurgada, de minha lavra.
 
 A irresignação do Agravante se deu em razão de decisão monocrática que reformou a sentença de base e julgou procedente os pedidos autorais para tornar nula a contração questionada pela parte autora, assim como condenar o banco em danos morais e materiais.
 
 No caso em tela, verifico que a instituição financeira não provou que houve a contratação do empréstimo consignado, mediante a juntada de documentos válidos que atestem a realização de transferência da quantia, supostamente contratada, para conta bancária de titularidade da Agravada.
 
 Outrossim, destaco que o “documento” apresentado é prova unilateral e facilmente manipulável, por ser simples tela de computador, criada pelo próprio banco e sem autenticação alguma.
 
 Nesse sentido: SEXTA CÂMARA CÍVEL Sessão dos dias 16 a 23 de setembro de 2021.
 
 Apelação Cível nº 0002925-83.2016.8.10.0056. Apelante: Banco BMG S/A. Advogado: Dr.
 
 Rodrigo Scopel (OAB/RS 40.004) Apelada: Maria do Espírito Santo Correa da Silva. Advogada: Dra.
 
 Ana Pierina Cunha Sousa (OAB/MA 16.495) Relatora: Desª.
 
 Anildes de Jesus Bernardes Chaves Cruz. E M E N T A PROCESSO CIVIL – APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CONTRATO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS - ALEGAÇÃO DE DESCONHECIMENTO DA EXISTÊNCIA DA PACTUAÇÃO E VÍCIO DE CONSENTIMENTO – AUSÊNCIA DE ELEMENTOS PROBATÓRIOS A CONFIRMAR O CONSENTIMENTO DO CONSUMIDOR – SENTENÇA MANTIDA.
 
 I – Ausente prova escorreita da efetiva celebração do contrato de mútuo, há falar em nulidade da avença, devendo ser restituído o valor indevidamente descontado de sua conta bancária, em dobro, bem como indenizado o dano moral experimentado. II – Apelo desprovido. g.n Considerando a ausência de provas concretas sobre a licitude do pacto negocial, correta é a decisão que determina a devolução em dobro do valor descontado, ante a ausência de prova da validade do contrato de empréstimo consignado.
 
 Nesse sentido, a Tese nº 3 do IRDR 53.983/2016: 3ª TESE (POR UNANIMIDADE, APRESENTADA PELO DESEMBARGADOR RELATOR): “É cabível a repetição do indébito em dobro nos casos de empréstimos consignados quando a instituição financeira não conseguir comprovar a validade do contrato celebrado com a parte autora, restando configurada má-fé da instituição, resguardas as hipóteses de enganos justificáveis”.
 
 Quanto aos danos morais, cabe ressaltar que o Código de Defesa do Consumidor é expresso ao prever a necessidade de efetiva reparação, nos termos do art. 6º, VI e VII, de forma que a proteção da parte hipossuficiente é ampla em casos como o presente, sendo irrazoável entender-se pela exclusão dos danos morais sob o argumento de falta de provas dos transtornos sofridos.
 
 Acerca da configuração do dano moral em caso de falha no serviço prestado por instituição financeira e da desnecessidade de prova do abalo psíquico, colaciono alguns julgados do Superior Tribunal de Justiça: PROCESSUAL CIVIL.
 
 AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
 
 FRAUDE BANCÁRIA.
 
 RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. DANO MORAL IN RE IPSA.
 
 NEXO DE CAUSALIDADE.
 
 SÚMULA N. 7/STJ.
 
 QUANTUM INDENIZATÓRIO.
 
 REDUÇÃO.
 
 INOVAÇÃO EM SEDE DE AGRAVO REGIMENTAL.
 
 IMPOSSIBILIDADE.
 
 PRECLUSÃO.
 
 RECURSO MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE.
 
 IMPOSIÇÃO DE MULTA.
 
 ART. 557, § 2º, DO CPC. 1. "As instituições bancárias respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes ou delitos praticados por terceiros - como, por exemplo, abertura de conta-corrente ou recebimento de empréstimos mediante fraude ou utilização de documentos falsos -, porquanto tal responsabilidade decorre do risco do empreendimento, caracterizando-se como fortuito interno" (REsp n. 1.199.782/PR, Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 24/8/2011, DJe 12/9/2011). 2.
 
 O recurso especial não comporta o exame de temas que impliquem revolvimento do contexto fático-probatório dos autos, a teor do que dispõe a Súmula n. 7/STJ. 3.
 
 A ausência de recurso da parte agravante quanto ao valor arbitrado a título de indenização por dano moral impede a análise do tema em sede de agravo regimental, diante da preclusão da matéria. 4.
 
 A interposição de recurso manifestamente inadmissível ou infundado autoriza a imposição de multa, com fundamento no art. 557, § 2º, do CPC. 5.
 
 Agravo regimental desprovido, com a condenação do agravante ao pagamento de multa no percentual de 1% (um por cento) sobre o valor corrigido da causa, ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao depósito do respectivo valor (art. 557, § 2º, do CPC).( AgRg no AREsp 92579 / SP AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2011/0218531-0 Relator(a) Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA (1146) Órgão Julgador T4 - QUARTA TURMA Data do Julgamento 04/09/2012 Data da Publicação/Fonte DJe 12/09/2012) Grifei Vale registrar que a conduta do Banco provocou, de fato, abalos morais a consumidora, visto que, ao descontar indevidamente valores de sua aposentadoria, provocou privações financeiras e comprometeu seu sustento, trazendo-lhe sérios prejuízos e abalos internos.
 
 Com efeito, fixada a premissa de que o negócio jurídico pactuado entre os litigantes é defeituoso, o dano moral é in re ipsa, hipótese em que a mera conduta ilícita já é suficiente para demonstrar os transtornos e aborrecimentos sofridos pela agravada.
 
 Tendo em vista o suso exposto, verifico a necessidade de manutenção da decisão ora vergastada e consequente condenação da instituição bancária ora Agravante, nos termos outrora delimitados.
 
 Isto posto, mantendo o que fora proferido em decisão monocrática, VOTO pelo CONHECIMENTO e NÃO PROVIMENTO do presente Agravo Interno.
 
 Entretanto, nos termos do art. 540 do RITJ/MA, submeto o presente à colenda 6ª Câmara Cível. É COMO VOTO Sala das Sessões da Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, em São Luís, 04 de agosto de 2022. Desembargador LUIZ GONZAGA Almeida Filho RELATOR A9
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                                            05/08/2022 17:47 Enviado ao Diário da Justiça Eletrônico 
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                                            05/08/2022 09:55 Conhecido o recurso de BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S.A. - CNPJ: 07.***.***/0001-50 (REQUERENTE) e não-provido 
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                                            04/08/2022 17:05 Deliberado em Sessão - Julgado - Mérito 
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                                            21/07/2022 17:10 Inclusão do processo para julgamento eletrônico de mérito 
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                                            17/07/2022 10:10 Pedido de inclusão em pauta virtual 
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                                            05/07/2022 06:06 Decorrido prazo de BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S.A. em 04/07/2022 23:59. 
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                                            02/07/2022 12:35 Conclusos ao relator ou relator substituto 
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                                            01/07/2022 21:08 Juntada de contrarrazões 
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                                            09/06/2022 02:29 Publicado Despacho (expediente) em 09/06/2022. 
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                                            09/06/2022 02:29 Disponibilizado no DJ Eletrônico em 08/06/2022 
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                                            08/06/2022 00:00 Intimação SEXTA CÂMARA CÍVEL AGRAVO INTERNO nº 0803014-03.2020.8.10.0034 AGRAVANTE: BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S/A ADVOGADO: DIEGO MONTEIRO BAPTISTA (OAB/MA 19.142-A) AGRAVADO: FRANCISCA DA PAZ DOS SANTOS FERREIRA ADVOGADO: DENYO DAERCIO SANTANA DO NASCIMENTO (OAB/MA 15.389) RELATOR: Desembargador LUIZ GONZAGA Almeida Filho DESPACHO Intime-se a Agravada para, querendo, manifestar-se sobre o recurso de Agravo Interno no prazo de 15 (quinze) dias, conforme o art. 1.021,§ 2° do CPC.
 
 Após, conclusos.
 
 Publique-se.
 
 Intimem-se.
 
 Cumpra-se. São Luís - Ma, 07 de junho de 2022. Desembargador LUIZ GONZAGA Almeida Filho Relator
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                                            07/06/2022 14:37 Enviado ao Diário da Justiça Eletrônico 
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                                            07/06/2022 09:14 Proferido despacho de mero expediente 
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                                            27/05/2022 07:25 Conclusos ao relator ou relator substituto 
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                                            27/05/2022 03:17 Decorrido prazo de BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S.A. em 26/05/2022 23:59. 
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                                            27/05/2022 03:17 Decorrido prazo de FRANCISCA DA PAZ DOS SANTOS FERREIRA em 26/05/2022 23:59. 
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                                            26/05/2022 16:24 Juntada de agravo interno cível (1208) 
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                                            05/05/2022 01:07 Publicado Decisão (expediente) em 05/05/2022. 
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                                            05/05/2022 01:07 Disponibilizado no DJ Eletrônico em 04/05/2022 
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                                            04/05/2022 00:00 Intimação SEXTA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL: 0803014-03.2020.8.10.0034 – CODÓ/MA APELANTE: FRANCISCA DA PAZ DOS SANTOS FERREIRA ADVOGADO: DENYO DAERCIO SANTANA DO NASCIMENTO (OAB/MA 15.389) APELADO: BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S/A ADVOGADO: DIEGO MONTEIRO BAPTISTA (OAB/MA 19.142-A) RELATOR: DES.
 
 LUIZ GONZAGA ALMEIDA FILHO EMENTA APELAÇÃO CÍVEL.
 
 EMPRÉSTIMO CONSIGNADO.
 
 AÇÃO DECLARATÓRIA E INDENIZATÓRIA.
 
 APLICAÇÃO DE TESE FIRMADA EM IRDR.
 
 IRREGULARIDADE CONTRATUAL.
 
 DANO MORAL CONFIGURADO.
 
 REPETIÇÃO DE INDÉBITO CABÍVEL.
 
 SENTENÇA REFORMADA.
 
 DECISÃO MONOCRÁTICA ART. 932, NCPC.
 
 I.
 
 O presente caso, sem sombra de dúvidas, retrata uma relação de consumo, com todos os seus elementos característicos, com vias à plena e eficaz prestação de um serviço e o fornecimento de um produto.
 
 Assim, como tal, há de ser apreciada à luz das regras consumeristas da Lei nº 8.078/90.
 
 II.
 
 Por outro lado, observo que o autor instruiu a inicial com documentos onde é possível verificar a realização de descontos oriundos de contrato de empréstimo juntado pelo Banco, cujo favorecido é a instituição financeira, tendo assim comprovado o fato constitutivo de seu direito, conforme determina o art. 373, I do CPC.
 
 III.
 
 Assim, correta é a decisão que determina a devolução em dobro do valor descontado, ante a ausência de transferência do valor (TED/DOC/OP) e da validade do contrato de empréstimo consignado.
 
 Nesse sentido, a Tese nº 3 do IRDR 53.983/2016.
 
 IV.
 
 No tocante ao quantum indenizatório, o valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), se mostra suficiente para, dentro dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, indenizar o dano moral.
 
 V.
 
 Apelação Cível conhecida e provida. DECISÃO Trata-se de Apelação Cível interposta por FRANCISCA DA PAZ DOS SANTOS FERREIRA, contra a sentença proferida pelo Juízo de Direito da 2ª Vara Cível da Comarca de Codó/MA que na Ação Ordinária, em face de BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S.A., julgou improcedentes os pedidos da parte autora, nos seguintes termos: Isto Posto, Nos Termos Do Art.487, I, NCPC, JULGO IMPROCEDENTE OS PEDIDOS CONTIDOS NA INICIAL, Extinguindo O Processo Com Resolução Do Mérito.
 
 Face Ao Princípio Da Sucumbência, Condeno A Parte Autora Ao Pagamento Das Custas Processuais, Bem Como Dos Honorários Advocatício No Percentual De 10% Do Valor Da Causa, Com Fulcro No Art. 85 § 8º Do NCPC.
 
 No Entanto, Suspendo A Sua Exigibilidade, Tendo Em Vista Que O Autor É Beneficiário Da Justiça Gratuita, Nos Termos Do Art. 12 Da Lei 1060/50.
 
 Inicialmente, declarou, a parte autora, que fora surpreendida com contrato de empréstimo consignado sob o número 808035560, no valor de R$ 1.012,98 (mil e doze reais e noventa e oito centavos), divido em 72 parcelas.
 
 Tendo este sido efetivado em seu benefício previdenciário, sem a sua prévia autorização.
 
 Sentença julgando improcedente os pedidos autorais (ID 8653858).
 
 Inconformado com a sentença de base, a Apelante interpôs o presente recurso, defendendo, em suma, a irregularidade da contratação, restando evidenciada pela ausência de informação sobre o pacto contratual e não comprovação da transferência de valores para a sua conta bancaria, bem como pela ilegalidade dos descontos indevidos.
 
 Ao final, requer o conhecimento e o provimento do recurso para julgar como totalmente procedente os pedidos autorais.
 
 Em contrarrazões o banco diz que o negócio jurídico foi firmado em observâncias aos preceitos legais, não sendo devidas as condenações pleiteadas pela parte Recorrente.
 
 Dispensado o envio dos autos à Procuradoria Geral de Justiça, nos termos do art. 676 e 677 do Regimento Interno do TJMA. É o sucinto relatório, decido.
 
 Em proêmio, verifico que o presente recurso merece ser conhecido por estarem presentes os requisitos de admissibilidade.
 
 Ressalto que a prerrogativa constante do art. 932 do Código de Processo Civil, permite ao relator decidir monocraticamente o presente apelo, na medida em que já há jurisprudência firme nesta Corte e/ou nos Tribunais Superiores acerca dos temas trazidos ao segundo grau, bem como entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas.
 
 O cerne do apelo cinge-se em verificar a legalidade do contrato firmado entre as partes.
 
 De início, importa ressaltar que no julgamento do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas – IRDR nº. 0008932-65.2016.8.10.0000, o Tribunal de Justiça do Maranhão fixou a tese no sentido de que, apesar de não ser vedada a contratação de quaisquer modalidades de mútuo financeiro, havendo vício na contratação, é possível a nulidade do negócio jurídico por afronta as regras e princípios dispostos no ordenamento jurídico.
 
 Eis a tese fixada no IRDR nº. 0008932-65.2016.8.10.0000: 1ª TESE: “Independentemente da inversão do ônus da prova – que deve ser decretada apenas nas hipóteses autorizadas pelo art. 6º VIII do CDC, segundo avaliação do magistrado no caso concreto -, cabe à instituição financeira/ré, enquanto fato impeditivo e modificativo do direito do consumidor/autor (CPC, art. 373, II), o ônus de provar que houve a contratação do empréstimo consignado, mediante a juntada do contrato ou de outro documento capaz de revelar a manifestação de vontade do consumidor no sentido de firmar o negócio jurídico, permanecendo com o consumidor/autor, quando alegar que não recebeu o valor do empréstimo, o dever de colaborar com a Justiça (CPC, art. 6º) e fazer a juntada do seu extrato bancário, embora este não deva ser considerado, pelo juiz, como documento essencial para a propositura da ação.
 
 Nas hipóteses em que o consumidor/autor impugnar a autenticidade da assinatura constante do contrato juntado ao processo, cabe à instituição financeira/ré o ônus de provar essa autenticidade (CPC, art. 429 II), por meio de perícia grafotécnica ou mediante os meios de prova legais ou moralmente legítimos (CPC, art. 369).” O presente caso, sem sombra de dúvidas, retrata uma relação de consumo, com todos os seus elementos característicos, com vias à plena e eficaz prestação de um serviço e o fornecimento de um produto.
 
 Assim, como tal, há de ser apreciada à luz das regras consumeristas da Lei nº 8.078/90.
 
 Contudo, apesar de haver a possibilidade de inversão do ônus da prova, a parte autora não olvidou em demonstrar o alegado na vestibular, trazendo verossimilhança nas alegações.
 
 Observo que esta instruiu a inicial com documentos onde é possível verificar a realização de descontos oriundos de contrato de empréstimo cujo favorecido é a instituição financeira Apelada, tendo assim comprovado o fato constitutivo de seu direito, conforme determina o art. 373, I do CPC (ID 8653844).
 
 No caso em tela, verifico que a instituição financeira não provou que houve a contratação do empréstimo consignado, mediante a juntada de documento válido que ateste a realização de transferência da quantia, supostamente contratada, para conta bancária de titularidade da Apelante.
 
 Nesse sentido: PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO SEXTA CÂMARA CÍVEL AGRAVO INTERNO N. 0805863-60.2020.8.10.0029 EM APELAÇÃO CÍVEL AGRAVANTE: BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S/A ADVOGADO: DIEGO MONTEIRO BAPTISTA(OAB/MA 19.142-A) AGRAVADA: MARIA JOSÉ DA CONCEIÇÃO ADVOGADO: EZAÚ ADBEEL SILVA GOMES ((OAB/PI 14110/ OAB/MA 22.239-A RELATOR: Desembargador LUIZ GONZAGA ALMEIDA FILHO ACÓRDÃO Nº _____________/2021 EMENTA AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL.
 
 APELAÇÃO CÍVEL.
 
 AÇÃO DE INDENIZAÇÃO C/C REPETIÇÃO DO INDÉBITO.
 
 EMPRÉSTIMO CONSIGNADO DESCONTADO NO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.
 
 IRREGULARIDADE CONTRATUAL.
 
 AGRAVO NÃO PROVIDO.
 
 DECISÃO MANTIDA.
 
 I.
 
 Trata-se de ação cujo ponto controvertido versa sobre a regularidade ou não da contratação de empréstimo consignado, suficiente a ensejar reparação.
 
 II.
 
 Analisando o caderno processual, observo que o Banco apelante não colacionou documento válido da transferência bancária – TED, documento este que demonstraria o recebimento do numerário pela autora.
 
 Verifico, que o comprovante de transferência bancária carreada aos autos, vem desacompanhado do número do controle e de autenticação bancária, tornando-se duvidoso o recebimento do numerário pela parte autora.
 
 III..
 
 Ora, sendo que o Agravante é sabedor da necessidade de cumprir com o ônus que lhe compete, a título do que disciplina o art. 373 do CPC/15, e restando ausente prova capaz de infirmar o julgado monocrático, medida que se impõe é a manutenção da decisão recorrida.
 
 IV.
 
 Agravo Interno conhecido e não provido.
 
 SEXTA CÂMARA CÍVEL Sessão dos dias 16 a 23 de setembro de 2021.
 
 Apelação Cível nº 0002925-83.2016.8.10.0056. Apelante: Banco BMG S/A. Advogado: Dr.
 
 Rodrigo Scopel (OAB/RS 40.004) Apelada: Maria do Espírito Santo Correa da Silva. Advogada: Dra.
 
 Ana Pierina Cunha Sousa (OAB/MA 16.495) Relatora: Desª.
 
 Anildes de Jesus Bernardes Chaves Cruz. E M E N T A PROCESSO CIVIL – APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CONTRATO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS - ALEGAÇÃO DE DESCONHECIMENTO DA EXISTÊNCIA DA PACTUAÇÃO E VÍCIO DE CONSENTIMENTO – AUSÊNCIA DE ELEMENTOS PROBATÓRIOS A CONFIRMAR O CONSENTIMENTO DO CONSUMIDOR – SENTENÇA MANTIDA.
 
 I – Ausente prova escorreita da efetiva celebração do contrato de mútuo, há falar em nulidade da avença, devendo ser restituído o valor indevidamente descontado de sua conta bancária, em dobro, bem como indenizado o dano moral experimentado. II – Apelo desprovido.
 
 Assim, correta é a decisão que determina a devolução em dobro do valor descontado, ante a ausência de prova da validade do contrato de empréstimo consignado.
 
 Dessa maneira, a Tese nº 3 do IRDR 53.983/2016: 3ª TESE (POR UNANIMIDADE, APRESENTADA PELO DESEMBARGADOR RELATOR): “É cabível a repetição do indébito em dobro nos casos de empréstimos consignados quando a instituição financeira não conseguir comprovar a validade do contrato celebrado com a parte autora, restando configurada má-fé da instituição, resguardas as hipóteses de enganos justificáveis”.
 
 Quanto aos danos morais, cabe ressaltar que o Código de Defesa do Consumidor é expresso ao prever a necessidade de efetiva reparação, nos termos do art. 6º, VI e VII, de forma que a proteção da parte hipossuficiente é ampla em casos como o presente, sendo irrazoável entender-se pela exclusão dos danos morais sob o argumento de falta de provas dos transtornos sofridos.
 
 Acerca da configuração do dano moral em caso de falha no serviço prestado por instituição financeira e da desnecessidade de prova do abalo psíquico, colaciono alguns julgados do Superior Tribunal de Justiça: PROCESSUAL CIVIL.
 
 AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
 
 FRAUDE BANCÁRIA.
 
 RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. DANO MORAL IN RE IPSA.
 
 NEXO DE CAUSALIDADE.
 
 SÚMULA N. 7/STJ.
 
 QUANTUM INDENIZATÓRIO.
 
 REDUÇÃO.
 
 INOVAÇÃO EM SEDE DE AGRAVO REGIMENTAL.
 
 IMPOSSIBILIDADE.
 
 PRECLUSÃO.
 
 RECURSO MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE.
 
 IMPOSIÇÃO DE MULTA.
 
 ART. 557, § 2º, DO CPC. 1. "As instituições bancárias respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes ou delitos praticados por terceiros - como, por exemplo, abertura de conta-corrente ou recebimento de empréstimos mediante fraude ou utilização de documentos falsos -, porquanto tal responsabilidade decorre do risco do empreendimento, caracterizando-se como fortuito interno" (REsp n. 1.199.782/PR, Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 24/8/2011, DJe 12/9/2011). 2.
 
 O recurso especial não comporta o exame de temas que impliquem revolvimento do contexto fático-probatório dos autos, a teor do que dispõe a Súmula n. 7/STJ. 3.
 
 A ausência de recurso da parte agravante quanto ao valor arbitrado a título de indenização por dano moral impede a análise do tema em sede de agravo regimental, diante da preclusão da matéria. 4.
 
 A interposição de recurso manifestamente inadmissível ou infundado autoriza a imposição de multa, com fundamento no art. 557, § 2º, do CPC. 5.
 
 Agravo regimental desprovido, com a condenação do agravante ao pagamento de multa no percentual de 1% (um por cento) sobre o valor corrigido da causa, ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao depósito do respectivo valor (art. 557, § 2º, do CPC).( AgRg no AREsp 92579 / SP AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2011/0218531-0 Relator(a) Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA (1146) Órgão Julgador T4 - QUARTA TURMA Data do Julgamento 04/09/2012 Data da Publicação/Fonte DJe 12/09/2012) Grifei PROCESSUAL CIVIL.
 
 AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
 
 FRAUDE BANCÁRIA.
 
 RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM ÓRGÃO DE RESTRIÇÃO DE CRÉDITO.
 
 DANO MORAL.
 
 REDUÇÃO DA INDENIZAÇÃO.
 
 INVIABILIDADE.
 
 RAZOABILIDADE NA FIXAÇÃO DO QUANTUM.
 
 RECURSO MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE. 1.
 
 A Segunda Seção desta Corte, por ocasião do julgamento de recurso submetido ao regime do art. 543 do CPC, assentou que "as instituições bancárias respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes ou delitos praticados por terceiros - como, por exemplo, abertura de conta-corrente ou recebimento de empréstimos mediante fraude ou utilização de documentos falsos -, porquanto tal responsabilidade decorre do risco do empreendimento, caracterizando-se como fortuito interno" (REsp n. 1.199.782/PR, Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 24/8/2011, DJe 12/9/2011). 2.
 
 O recurso especial não comporta o exame de questões que impliquem revolvimento do contexto fático-probatório dos autos, a teor do que dispõe a Súmula n. 7/STJ. 3.
 
 Contudo, em hipóteses excepcionais, quando manifestamente evidenciado ser irrisório ou exorbitante o arbitramento da indenização, a jurisprudência desta Corte permite o afastamento do referido óbice, para possibilitar a revisão. 4.
 
 No caso concreto, o Tribunal local arbitrou em R$ 10.000,00 (dez mil reais) a indenização fixada em razão da inscrição indevida do nome da autora em órgão de restrição de crédito, quantia que não se revela excessiva. 5.
 
 Agravo regimental desprovido. (AgRg no AREsp 140061 / SP AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2012/0016194-6 Relator(a) Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA. Órgão Julgador T4 - QUARTA TURMA Data do Julgamento 28/08/2012 Data da Publicação/Fonte DJe 04/09/2012) Nesse sentido, julgamento em situação análoga de relatoria do Desembargador Paulo Velten Pereira: CONTRATO DE EMPRÉSTIMO BANCÁRIO.
 
 PROVA DA EXISTÊNCIA.
 
 ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA.
 
 DEVOLUÇÃO DO VALOR INDEVIDAMENTE DESCONTADO.
 
 EXISTÊNCIA DE DANO MORAL. 1.
 
 Descontos em proventos de cliente, a título de adimplemento de empréstimo, somente se justificam em face de contrato expresso, cuja prova de existência fica a cargo da instituição financeira. 2.
 
 Uma vez caracterizada a ocorrência de enriquecimento sem causa, o consumidor tem direito à devolução em dobro da quantia indevidamente descontada de seus proventos. 3.
 
 Segundo entendimento do Tribunal, descontos indevidos em proventos de aposentadoria ocasionam dano moral in re ipsa. 4.
 
 Não merece modificação o quantum indenizatório fixado de acordo com a extensão do prejuízo moral. 5.
 
 Apelos conhecidos e improvidos.
 
 Unanimidade. (TJ/MA, Apelação Cível nº 29229-71.2008.8.10.0001 (27.063/2011 – São Luís).
 
 Quarta Câmara Cível.
 
 Relator Desembargador Paulo Sérgio Velten Pereira.
 
 Julgamento 28/02/2012) grifei.
 
 Vale registrar que a conduta do Banco provocou, de fato, abalos morais a consumidora, visto que, ao descontar indevidamente valores de sua aposentadoria, provocou privações financeiras e comprometeu seu sustento, trazendo-lhe sérios prejuízos e abalos internos.
 
 Com efeito, fixada a premissa de que o negócio jurídico pactuado entre os litigantes é defeituoso, o dano moral é in re ipsa, hipótese em que a mera conduta ilícita já é suficiente para demonstrar os transtornos e aborrecimentos sofridos pelo apelado.
 
 No tocante ao quantum indenizatório, no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) entendo que a referida quantia se mostra suficiente para, dentro dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, indenizar o dano moral.
 
 A propósito: EMPRÉSTIMO CONSIGNADO.
 
 INEXISTÊNCIA DE PROVA DA CONTRATAÇÃO OU DO DEPÓSITO.
 
 DANO IN RE IPSA.
 
 VALOR DA INDENIZAÇÃO.
 
 PROPORCIONAL. 1.
 
 Deve ser mantida a condenação a banco que não se desincumbiu de provar a regularidade da contratação ou a efetiva disponibilização do numerário ao consumidor. 2.
 
 Não havendo razão para os descontos, configura-se o enriquecimento sem causa, dando ensejo à obrigação de restituir o indevidamente auferido mercê do descumprimento do dever geral de suum cuique tribuere. 3.
 
 O só desconto indevido de benefício previdenciário, mercê de empréstimo não contratado, configura dano moral in re ipsa, segundo entendimento predominante neste Tribunal. 4.
 
 Arbitrada em patamar razoável, não discrepante daqueles adotados pelo Tribunal para casos semelhantes, deve ser mantida a reparação por danos morais na quantia fixada. 5.
 
 Apelo conhecido e desprovido.
 
 Unanimidade. (TJ-MA – AC: 00034414020148100035 MA 0093512019, Relator: PAULO SÉRGIO VELTEN PEREIRA, Data de Julgamento: 10/09/2019, QUARTA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 20/09/2019 00:00:00) (grifou-se) Ante o exposto, torna-se imperativa a aplicação do art. 932 do CPC, que ora invoco para CONHECER E DAR PROVIMENTO monocraticamente ao presente recurso, reformando a sentença de base para: a) Declarar a nulidade do contrato de empréstimo em nome do autor e ora Apelante; b) Condenar o Recorrido à repetição do indébito das parcelas indevidamente descontadas – devendo estas serem apuradas em fase de liquidação de sentença –, com correção monetária e juros de mora com termo inicial pelo artigo 405 do CC, devendo ser aplicado o índice oficial de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. c) Condeno, ainda, o Banco réu ao pagamento de R$ 3.000,00 (três mil reais), pelos danos morais gerados, a ser corrigido monetariamente pelo IGPM, a partir da data do seu arbitramento, conforme Súmula 362 do STJ.
 
 Os juros de mora incidirão a partir da citação.
 
 Por fim, com base no art. 85, § 2º do Novo Código de Processo Civil, fixo os honorários advocatícios no percentual de 10% incidentes sobre o valor da condenação.
 
 Publique-se e, uma vez certificado o trânsito em julgado – o que o Sr.
 
 Coordenador certificará –, devolvam-se os autos à Vara de origem, dando-se baixa na distribuição e no registro.
 
 Intimem-se.
 
 Cumpra-se. São Luís – MA, 02 de maio de 2022 Desembargador LUIZ GONZAGA Almeida Filho Relator A9
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                                            03/05/2022 13:07 Enviado ao Diário da Justiça Eletrônico 
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                                            03/05/2022 08:55 Conhecido o recurso de BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S.A. - CNPJ: 07.***.***/0001-50 (APELADO), BANCO BRADESCO S.A. - CNPJ: 60.***.***/0001-12 (REPRESENTANTE) e FRANCISCA DA PAZ DOS SANTOS FERREIRA - CPF: *32.***.*44-72 (APELANTE) e provido 
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                                            30/03/2022 14:46 Conclusos ao relator ou relator substituto 
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                                            30/03/2022 14:45 Cumprimento de Levantamento da Suspensão ou Dessobrestamento 
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                                            10/12/2020 02:25 Decorrido prazo de BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S.A. em 09/12/2020 23:59:59. 
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                                            10/12/2020 02:25 Decorrido prazo de FRANCISCA DA PAZ DOS SANTOS FERREIRA em 09/12/2020 23:59:59. 
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                                            01/12/2020 00:12 Publicado Decisão (expediente) em 01/12/2020. 
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                                            01/12/2020 00:12 Disponibilizado no DJ Eletrônico em 01/12/2020 
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                                            29/11/2020 08:55 Cumprimento de Suspensão ou Sobrestamento 
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                                            28/11/2020 19:38 Enviado ao Diário da Justiça Eletrônico 
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                                            28/11/2020 19:38 Enviado ao Diário da Justiça Eletrônico 
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                                            28/11/2020 09:15 Processo Suspenso por Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas 5 
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                                            25/11/2020 15:19 Recebidos os autos 
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                                            25/11/2020 15:19 Conclusos para despacho 
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                                            25/11/2020 15:19 Distribuído por sorteio 
Detalhes
                                            Situação
                                            Ativo                                        
                                            Ajuizamento
                                            25/11/2020                                        
                                            Ultima Atualização
                                            05/08/2022                                        
                                            Valor da Causa
                                            R$ 0,00                                        
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