TJMT - 1010671-73.2023.8.11.0003
2ª instância - Câmara / Desembargador(a) Cuiaba - Gabinete 2 da 2ª Turma Recursal do Sistema de Juizados Especiais
Processos Relacionados - Outras Instâncias
Polo Ativo
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Polo Passivo
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
-
28/02/2024 16:07
Baixa Definitiva
-
28/02/2024 16:07
Remetidos os Autos outros motivos para Instância de origem
-
28/02/2024 15:35
Transitado em Julgado em 28/02/2024
-
27/02/2024 03:12
Decorrido prazo de LUANNA ALVES QUIRINO DE MORAES em 26/02/2024 23:59.
-
27/02/2024 03:12
Decorrido prazo de NU PAGAMENTOS S.A. em 26/02/2024 23:59.
-
01/02/2024 03:20
Publicado Decisão em 01/02/2024.
-
01/02/2024 03:20
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 31/01/2024
-
31/01/2024 00:00
Intimação
ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE 2.
SEGUNDA TURMA RECURSO INOMINADO (460) 1010671-73.2023.8.11.0003 RECORRENTE: NU PAGAMENTOS S.A.
RECORRIDO: LUANNA ALVES QUIRINO DE MORAES DECISÃO MONOCRÁTICA Relatório dispensado (Lei n. 9.099/1995, arts. 38 e 46; Enunciado n. 92/FONAJE).
Em síntese, o cerne da controvérsia consiste em analisar a ilicitude da inserção de dados no cadastro de inadimplentes, haja vista a negativa de relação jurídica.
Pela distribuição da carga probatória, o ônus da prova incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo do seu direito e ao réu da contraprova, existência de fato modificativo, impeditivo ou extintivo (CPC, art. 373).
Nas relações consumeristas, como é a hipótese em exame, o Código de Defesa do Consumidor prevê a inversão de tal encargo seja mediante os aspectos da verossimilhança da alegação ou a hipossuficiência da parte promovente (artigo 6º, VIII) - ope judicis -; seja da atribuição ao fornecedor de produtos ou serviços a excludente da responsabilidade objetiva no sentido de que o defeito inexiste ou comprovada a culpa exclusiva do consumidor (ou de terceiro) – ope legis.
Embora a conclusão dada pelo juízo a quo tenha sido no sentido de que as provas seriam apócrifas, o cotejo do quadro importa em acolher o recurso da ré.
Isso porque a empresa seguiu o ônus da impugnação específica e se desincumbiu do encargo probatório que lhe cabia, porquanto juntou aos autos registro fotográfico (selfie/biometria facial) encaminhado com documento pessoal.
A impugnação à contestação, por sua vez, limita-se a tese da ausência de contrato assinado.
A inversão do ônus da prova em favor do consumidor não é absoluta.
O objetivo do legislador ao conferir tal proteção referiu-se às provas demasiadamente árduas ou impossíveis ao acesso do consumidor, ou seja, aquelas que o colocam em situação de desvantagem e manifesta hipossuficiência.
Contudo, não exime a produção probatória do seu fato constitutivo, notadamente a que esteja sob o seu poder.
Ainda que seja atraente a tese do contrato escrito e assinado para toda a relação, a experiência e o dia a dia nos mostram a evolução da contratação de serviços.
As relações jurídicas cada vez mais são constituídas sob a configuração digital, com utilização de call-center e pactos eletrônicos.
No tema, foi editada a Súmula 34 das Turmas Recursais deste Estado: SÚMULA 34: “A prova documental consistente em telas sistêmicas, desde que corroboradas por outros elementos probatórios, é admissível à comprovação da existência da relação contratual.” (Aprovada em 05/06/2023).
Deve, assim, ser revestida de legitimidade a utilização de outros meios probatórios, caso contrário não será perfectibilizada a verdade dos fatos.
Nessa intelecção assinalam julgados da Turma Recursal deste Estado, inclusive da 2ª Turma: RECURSOS INOMINADOS - MERCADO PAGO - ORIGEM DO DÉBITO COMPROVADA – ASSINATURA DIGITAL - AUSÊNCIA DE PROVA DA QUITAÇÃO DA OBRIGAÇÃO - CONSUMIDORA INADIMPLENTE - INSCRIÇÃO NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO - EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO - DANO MORAL NÃO CONFIGURADO - RECURSO DA RECLAMANTE IMPROVIDO - RECURSO DA RECLAMADA PROVIDO. 1.
A juntada de cédula de crédito bancário, assinado digitalmente, além de cópia do documento pessoal da Autora e “selfie”, resta comprovada a relação jurídica existente entre as partes, bem como a origem da obrigação. 2.
A prova dos fatos constitutivos de direito incumbe à parte autora, nos termos do artigo 373, I, do Código de Processo Civil. 3.
No presente caso, cabia a Reclamante comprovar que quitou seus débitos. 4.
Recurso da reclamante improvido. 5.
Recurso da reclamada provido. 6.
Sentença Reformada. (TR-MT, N.U 1003851-25.2022.8.11.0051, TURMA RECURSAL CÍVEL, JUANITA CRUZ DA SILVA CLAIT DUARTE, Segunda Turma Recursal, Julgado em 28/09/2023, Publicado no DJE 28/09/2023) RECURSO INOMINADO.
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR COBRANÇA INDEVIDA C/C DANOS MORAIS.
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.
INSCRIÇÃO EM CADASTRO DE INADIMPLENTES.
JUNTADA DE ELEMENTOS PROBATÓRIOS DIVERSOS PELA PARTE RECLAMADA.
TELAS SISTÊMICAS.
APLICAÇÃO DA SÚMULA 34 DAS TURMAS RECURSAIS DO ESTADO DE MATO GROSSO.
DOCUMENTAÇÃO PESSOAL E SELFIE APRESENTADAS NA CONTRATAÇÃO DO SERVIÇO BANCÁRIO.
IMPUGNAÇÃO GENÉRICA (GOLPE CIBERNÉTICO).
RELAÇÃO CONTRATUAL COMPROVADA.
COBRANÇA E NEGATIVAÇÃO LEGÍTIMAS.
INOCORRÊNCIA DE DANO MORAL.
SENTENÇA MANTIDA.
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
De acordo com a Súmula 34 destas Turmas Recursais: “A prova documental consistente em telas sistêmicas, desde que corroboradas por outros elementos probatórios, é admissível à comprovação da existência da relação contratual”.
In casu, verifica-se que o banco recorrido se desincumbiu do seu ônus probatório, uma vez que, além das telas sistêmicas (constando registro de entrega e desbloqueio do plástico, bem como o histórico com fatura paga anteriormente e utilização do cartão de crédito e aplicativo BRB Nação Fla), acostou aos autos documentação pessoal e selfie tiradas em tempo real e utilizadas pelo autor no momento da contratação, as quais foram alvo de impugnação genérica pelo Recorrente, que se limitou a alegar ter sido vítima de um golpe cibernético.
Comprovada a existência da relação contratual entre as partes e, via de consequência, a licitude na inclusão do Recorrente no cadastro dos órgãos de proteção ao crédito, ante a ausência de comprovação de pagamento do débito discutido na presente demanda.
Afastada a hipótese de fraude e sendo regular a cobrança efetuada pelo Recorrido, não há que se falar em sua condenação por danos morais.
Recurso conhecido e desprovido. (TR-MT, N.U 1019162-06.2022.8.11.0003, TURMA RECURSAL CÍVEL, ANTONIO HORACIO DA SILVA NETO, Segunda Turma Recursal, Julgado em 23/11/2023, Publicado no DJE 23/11/2023) RECURSOS INOMINADOS.
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL.
SERVIÇOS BANCÁRIOS.
COMPROVAÇÃO DA LEGITIMIDADE DÍVIDA.
CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO.
SELFIE.
DOCUMENTOS.
FATURAS COM HISTÓRICO DE PAGAMENTOS.
INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 34 DESTA TRU.
AUSÊNCIA DE PROVA DO ADIMPLEMENTO DO DÉBITO.
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO DO CREDOR.
DANO MORAL.
INOCORRÊNCIA.
SENTENÇA REFORMADA.
RECURSO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA CONHECIDO E PROVIDO.
RECURSO DA PARTE CONSUMIDORA NÃO PROVIDO. 1.
Comprovada a contratação e utilização dos serviços, demonstrou-se a relação jurídica e, por consequência, revela-se legítima a cobrança questionada na inicial. 2.
Age em exercício regular de direito a instituição financeira que promove a inscrição do nome do consumidor nos órgãos de proteção ao credito, se efetivamente comprovada à ausência de pagamento das obrigações pecuniárias pelo contratante. 3.
Recurso da instituição financeira conhecido e provido.
Recurso da parte consumidora não provido. (TR-MT, N.U 1020186-41.2023.8.11.0001, TURMA RECURSAL CÍVEL, ARISTEU DIAS BATISTA VILELLA, Terceira Turma Recursal, Julgado em 21/11/2023, Publicado no DJE 23/11/2023) Desse modo, o acervo probatório retira a verossimilhança das alegações iniciais, demonstra o vínculo contratual e a existência de débito inadimplido.
Com isso, a inscrição restritiva constitui exercício regular de direito e afasta o dever de indenizar.
Cabe enfatizar que compete ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a responsabilidade pela notificação prévia do devedor, consoante Súmula 359/STJ.
Com isso, considerando a ausência de divergências quanto ao tema, o relator pode, monocraticamente, negar ou dar provimento a recurso com base na jurisprudência dominante das Turmas Recursais e precedentes qualificados (ex vi art. 932, IV e V, CPC; Súmulas 1 e 2, TR-MT).
SÚMULA 01: O Relator, em decisão monocrática, poderá negar seguimento a recurso manifestamente inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificadamente os fundamentos da decisão recorrida ou, negar provimento a recurso que esteja dentro dos ditames do artigo 932, IV, “a”, “b” e “c” do Novo CPC, cabendo recurso de agravo interno, no prazo de 15 (quinze) dias, para a decisão colegiada da Turma Recursal. (nova redação aprovada em 12/09/2017).
SÚMULA 02: O Relator, em decisão monocrática, poderá dar provimento a recurso se a decisão recorrida estiver dentro das hipóteses do artigo 932, V, “a”, “b” e “c” do Novo CPC, cabendo recurso de agravo interno, no prazo de 15 (quinze) dias para a decisão colegiada da Turma Recursal. (nova redação aprovada em 12/09/2017).
O procedimento visa imprimir celeridade ao julgamento dos recursos cuja matéria já está consolidada no âmbito desta Turma Recursal.
Em face do exposto, CONHEÇO do recurso e, com base na Súmula 34/TR-MT, monocraticamente, DOU-LHE PROVIMENTO para reformar a sentença recorrida e julgar improcedentes os pedidos da petição inicial.
Deixo de condenar a parte ré em custas e honorários advocatícios em razão do êxito recursal (art. 55, Lei n. 9.099/1995).
Anoto que poderá ser aplicada multa entre um a cinco por cento do valor atualizado da causa, caso haja interposição de agravo inadmissível ou infundado (art. 1.021, §4º, CPC).
Intimem-se.
Cumpra-se.
Preclusa a via recursal, retornem os autos à origem. Às providências.
Data registrada no sistema PJe.
Juiz Antônio Veloso Peleja Júnior Relator -
30/01/2024 22:15
Expedição de Outros documentos
-
30/01/2024 22:15
Conhecido em parte o recurso de NU PAGAMENTOS S.A. - CNPJ: 18.***.***/0001-58 (RECORRENTE) e provido
-
08/01/2024 16:04
Recebidos os autos
-
08/01/2024 16:04
Conclusos para decisão
-
08/01/2024 16:04
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
08/01/2024
Ultima Atualização
30/01/2024
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Sentença • Arquivo
Sentença • Arquivo
Sentença • Arquivo
Sentença • Arquivo
Sentença • Arquivo
Despacho • Arquivo
Despacho • Arquivo
Despacho • Arquivo
Despacho • Arquivo
Despacho • Arquivo
Informações relacionadas
Processo nº 0007425-92.2011.8.11.0040
Arruda Alvim, Aragao, Lins, Sato e Vasco...
Eduardo Cristiano Ossuchi
Advogado: Tarcisio Alexandre de Oliveira
1ª instância - TJMT
Ajuizamento: 12/12/2011 00:00
Processo nº 1021078-81.2022.8.11.0001
Acelino Antunes dos Santos
Fundo de Investimento em Direitos Credit...
Advogado: Giza Helena Coelho
1ª instância - TJMT
Ajuizamento: 03/03/2022 13:01
Processo nº 1020975-40.2023.8.11.0001
Daiana Gessica Pires da Silva
Itapeva Xi Multicarteira Fundo de Invest...
Advogado: Christiano Drumond Patrus Ananias
1ª instância - TJMT
Ajuizamento: 02/05/2023 08:54
Processo nº 1021266-40.2023.8.11.0001
Jose Marcio de Oliveira
Liberty Seguros S/A
Advogado: Edgard Pereira Veneranda
1ª instância - TJMT
Ajuizamento: 03/05/2023 09:21
Processo nº 1009856-85.2023.8.11.0000
Renan Ricarde Reis
Ministerio Publico do Estado de Mato Gro...
Advogado: Jullianny Kelly Sousa Santos
2ª instância - TJMT
Ajuizamento: 30/04/2023 22:07