TJRN - 0803788-90.2023.8.20.5129
1ª instância - 3ª Vara da Comarca de Sao Goncalo do Amarante
Polo Ativo
Polo Passivo
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Assistente Desinteressado Amicus Curiae
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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25/08/2025 07:59
Juntada de Certidão
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22/08/2025 18:25
Expedição de Ofício.
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08/07/2025 00:26
Decorrido prazo de ALVANETE COSTA PEREIRA em 07/07/2025 23:59.
-
08/07/2025 00:26
Decorrido prazo de FLAVONALDO DE OLIVEIRA em 07/07/2025 23:59.
-
17/06/2025 02:21
Publicado Intimação em 17/06/2025.
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17/06/2025 02:21
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 16/06/2025
-
17/06/2025 01:32
Publicado Intimação em 17/06/2025.
-
17/06/2025 01:32
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 16/06/2025
-
17/06/2025 01:32
Publicado Intimação em 17/06/2025.
-
17/06/2025 01:32
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 16/06/2025
-
17/06/2025 01:17
Publicado Intimação em 17/06/2025.
-
17/06/2025 01:17
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 16/06/2025
-
17/06/2025 00:51
Publicado Intimação em 17/06/2025.
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17/06/2025 00:51
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 16/06/2025
-
16/06/2025 11:46
Juntada de Petição de petição
-
16/06/2025 00:00
Intimação
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 3ª Vara da Comarca de São Gonçalo do Amarante Avenida Vereador Aildo Mendes da Silva, 1072, Loteamento Samburá, SÃO GONÇALO DO AMARANTE - RN - CEP: 59290-000 Processo: 0803788-90.2023.8.20.5129 Ação: INTERDIÇÃO/CURATELA (58) REQUERENTE: FLAVONALDO DE OLIVEIRA REQUERIDO: ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA SENTENÇA Trata-se de ação de interdição movida por FLAVONALDO DE OLIVEIRA em face de ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA Petição inicial no id 107568771.
Alega que a interditanda, sua esposa, é portadora de doença mental, não tendo condições de reger os atos da vida civil.
Requer a decretação da interdição e nomeação da requerente como seu curador Certidão de casamento no id 107569039 Declaração de anuência dos filhos no id 107569040 a 107569042 Laudos médicos no id 107568775 e id 107569037 atestando transtornos depressivos e psicóticos.
Decisão no id. 107577946 deferindo da curatela provisória e nomeando FLAVONALDO DE OLIVEIRA curador de ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA.
Termo de curatela provisória no id. 108208395 Termo da audiência de entrevista no id. 108988026.
Foi determinada a realização do exame pericial psiquiátrico e estudo social A Defensoria Pública no id. 110076231, como curador especial, apresentou quesitos para realização de exame pericial Laudo do estudo social no id. 123254094 opinando pela nomeação do autor como curador Laudo psiquiátrico no id. 128544728 informando que a interditanda é portadora de transtorno depressivo recorrente, transtorno de personalidade, transtorno afetivo bipolar e transtorno misto de ansiedade e depressão, sem capacidade de gerir os atos da vida civil.
A Defensoria Pública no id. 129332230, como curador especial, requer o deferimento da curatela Ministério Público no id. 132613789 opina pela procedência do pedido. É o relato.
Fundamento e decido.
A interdição é procedimento especial de jurisdição voluntária, em que não há partes, mas interessados, que buscam resguardar os interesses de pessoa incapaz de reger os atos da vida civil, por meio da decretação de interdição/curatela, nos termos do art.1.767 e ss do CC/02, alterado pela Lei 13.146/15, e art. 747 e ss do CPC/15.
A Lei 13.146/15, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, ora denominada Estatuto da Pessoa com Deficiência, destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania, nos termos do seu art. 1º.
O art. 2º da referida lei conceitua a pessoa com deficiência nos seguintes termos: Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência objetivou concretizar o aspecto positivo do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, exigindo uma ação do Estado e da sociedade capaz de fomentar os direitos existenciais da pessoa com deficiência, permitindo que a pessoa com algum impedimento possa se autodeterminar, bem como ser protagonista da sua vida.
Com o novo estatuto buscam-se diferenciar os atos econômicos/negociais da vida cotidiana, dos atos existenciais, direitos da personalidade.
Acredita-se que o ser humano que possui alguma deficiência não pode ser alijado de seus direitos da personalidade.
Devem-se buscar todos os meios possíveis para possibilitar à pessoa com deficiência manifestar sua autonomia da vontade, com relação às questões tais como: intimidade, família, sexualidade, religião, entre outros.
O Estatuto, no art. 4º, prevê que a pessoa com deficiência não pode sofrer qualquer tipo de discriminação.
O art. 6º da Lei 13.146/15 estabelece que: Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: I - casar-se e constituir união estável; II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar; IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
Da análise do Estatuto da Pessoa com Deficiência depreendem-se os seguintes princípios: a) Protagonismo do curatelando, ou seja, o processo de curatela deve possibilitar a efetiva participação do curatelando; b) Busca pelo melhor interesse do interditando (art. 755, §1º do NCPC); c) Proporcionalidade; limitação dos direitos na curatela deve ser a menor possível, de acordo com as limitações da pessoa; d) Temporalidade/Reversibilidade: o curador tem a finalidade de fomentar maior autonomia e melhoria da saúde do curatelado, a fim de permitir o resgate de sua autonomia plena; e) Acompanhamento periódico: o Estado deve se aparelhar para buscar um acompanhamento periódico na evolução do quadro da pessoa com deficiência.
Inúmeros direitos em favor da pessoa com deficiência são elencados no Estatuto, notadamente a assistência social (art. 40); previdência social (art. 41), bem como a habilitação e reabilitação profissional (art. 34 e ss).
Assim, o ordenamento jurídico pátrio conta com uma legislação de vanguarda, com o intuito de garantir os direitos da pessoa com deficiência.
Cabe ao Estado se aparelhar e oferecer estrutura de saúde e assistência social adequada para efetivação de tais direitos.
Feitas tais considerações, resta apreciar o caso concreto.
O requerente buscou resguardar os interesses da interditanda, aduzindo ser esta portadora de doença mental.
O requerente também juntou laudo médico apto a comprovar que a interditanda não tem condições de gerir atos da vida civil.
Na instrução processual revelou-se que a interditanda realmente sofre restrições em sua capacidade civil, restando demonstrado ser portadora de distúrbio mental.
O laudo médico atesta que a interditanda não tem condições de gerir a própria vida, conforme perícia de id 128544728, sendo acometida de transtornos mentais O autor é a pessoa mais indicada a exercer a curatela, por ser esposo e apresentar anuência de parentes próximos no id 107569040 a 107569042 Considerando que o laudo não indicou quais atos o interditando estaria apto a praticar, bem como que a curatela e a restrição dos direitos civis devem ser interpretadas restritivamente, decreto a curatela da interditanda para os atos negociais e de administração, preservando os atos relativos à personalidade previstos no art. 6º do Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Saliento que o grau de interdição pode ser alterado, em nova ação, mediante a comprovação de piora no quadro de saúde do interditando, não impedindo a concessão do benefício previdenciário junto ao órgão competente, mediante o preenchimento dos requisitos legais.
Assim, do cotejo das provas produzidas, conclui-se que o interditando não possui condições de praticar, por si só, os atos da vida civil e nem pode exprimir sua vontade, de forma livre e consciente, relativo aos direitos patrimoniais/negociais, razão pela qual necessária a decretação de sua interdição, nos termos do art. 4º, III c/c art. 1.767, I do CC/02 e art. 6º da Lei 13.146/15.
No que diz respeito à nomeação do curador, tal encargo deverá recair sobre a requerente, pois é quem de fato adota medidas de cuidado.
Vale salientar os deveres do curador com relação a interditanda, notadamente à destinação dos recursos para sustento e tratamento de saúde, conforme estabelecem as normas descritas nos art. 84 e 85 do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/15) e o art. 758 do CPC/2015, in verbis: Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/15): Art. 84.
A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas. § 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei. § 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão apoiada. § 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. § 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano.
Art. 85.
A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial. § 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto. § 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as razões e motivações de sua definição, preservados os interesses do curatelado. § 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.
Código de Processo Civil/2015 Art. 758.
O curador deverá buscar tratamento e apoio apropriados à conquista da autonomia pelo interdito.
Conclusão Ante o exposto, confirmando liminar julgo procedente o pedido para determinar a interdição de ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA e declaro a interditanda relativamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil, limitando ao exercício dos atos de natureza patrimonial e negocial, na forma do art.4o.
III do Código Civil/02 c/c art. 85 da Lei 13.146/15.
Nomeio como curador FLAVONALDO DE OLIVEIRA, que deverá ser intimado da nomeação e notificado para apresentar compromisso, no prazo legal.
A sentença servirá como termo de compromisso e certidão de curatela, mediante a assinatura da pessoa nomeada como curadora, em todas as vias, devendo ser-lhe entregue uma via original.
Fica o (a) curador(a) cientificado(a) de que deverá prestar contas da administração dos bens e valores eventualmente existentes em nome do interditando se e quando for instada a tanto, devendo por isso manter registro de recebimentos e gastos relativos ao eventual patrimônio.
Comunique-se ao cartório de registro de pessoas Autorizo o pagamento dos honorários periciais relativos a perícia psiquiátrica e ao estudo social.
Expeçam-se alvarás.
Proceda-se através do SISCONDJ Com o trânsito em julgado, arquive-se Intimem-se.
SÃO GONÇALO DO AMARANTE /RN, 6 de dezembro de 2024.
DENISE LEA SACRAMENTO AQUINO Juiz(a) de Direito (documento assinado digitalmente na forma da Lei n°11.419/06) -
13/06/2025 11:18
Juntada de Petição de petição
-
13/06/2025 11:14
Expedição de Outros documentos.
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13/06/2025 11:14
Expedição de Outros documentos.
-
13/06/2025 11:14
Expedição de Outros documentos.
-
13/06/2025 11:14
Expedição de Outros documentos.
-
13/06/2025 11:14
Expedição de Outros documentos.
-
10/06/2025 10:43
Juntada de Ofício
-
14/05/2025 13:35
Juntada de Certidão
-
12/05/2025 14:41
Expedição de Ofício.
-
24/04/2025 16:47
Transitado em Julgado em 25/02/2025
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12/04/2025 00:44
Decorrido prazo de ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA em 11/04/2025 23:59.
-
12/04/2025 00:12
Decorrido prazo de ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA em 11/04/2025 23:59.
-
07/04/2025 12:46
Juntada de Outros documentos
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04/04/2025 09:59
Juntada de documento de comprovação
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03/04/2025 00:26
Decorrido prazo de FLAVONALDO DE OLIVEIRA em 02/04/2025 23:59.
-
03/04/2025 00:14
Decorrido prazo de FLAVONALDO DE OLIVEIRA em 02/04/2025 23:59.
-
28/03/2025 00:45
Publicado Intimação em 28/03/2025.
-
28/03/2025 00:45
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 27/03/2025
-
27/03/2025 00:00
Intimação
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 3ª Vara da Comarca de São Gonçalo do Amarante Avenida Vereador Aildo Mendes da Silva, 1072, Loteamento Samburá, SÃO GONÇALO DO AMARANTE - RN - CEP: 59290-000 Processo: 0803788-90.2023.8.20.5129 Ação: INTERDIÇÃO/CURATELA (58) REQUERENTE: FLAVONALDO DE OLIVEIRA REQUERIDO: ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA SENTENÇA Trata-se de ação de interdição movida por FLAVONALDO DE OLIVEIRA em face de ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA Petição inicial no id 107568771.
Alega que a interditanda, sua esposa, é portadora de doença mental, não tendo condições de reger os atos da vida civil.
Requer a decretação da interdição e nomeação da requerente como seu curador Certidão de casamento no id 107569039 Declaração de anuência dos filhos no id 107569040 a 107569042 Laudos médicos no id 107568775 e id 107569037 atestando transtornos depressivos e psicóticos.
Decisão no id. 107577946 deferindo da curatela provisória e nomeando FLAVONALDO DE OLIVEIRA curador de ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA.
Termo de curatela provisória no id. 108208395 Termo da audiência de entrevista no id. 108988026.
Foi determinada a realização do exame pericial psiquiátrico e estudo social A Defensoria Pública no id. 110076231, como curador especial, apresentou quesitos para realização de exame pericial Laudo do estudo social no id. 123254094 opinando pela nomeação do autor como curador Laudo psiquiátrico no id. 128544728 informando que a interditanda é portadora de transtorno depressivo recorrente, transtorno de personalidade, transtorno afetivo bipolar e transtorno misto de ansiedade e depressão, sem capacidade de gerir os atos da vida civil.
A Defensoria Pública no id. 129332230, como curador especial, requer o deferimento da curatela Ministério Público no id. 132613789 opina pela procedência do pedido. É o relato.
Fundamento e decido.
A interdição é procedimento especial de jurisdição voluntária, em que não há partes, mas interessados, que buscam resguardar os interesses de pessoa incapaz de reger os atos da vida civil, por meio da decretação de interdição/curatela, nos termos do art.1.767 e ss do CC/02, alterado pela Lei 13.146/15, e art. 747 e ss do CPC/15.
A Lei 13.146/15, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, ora denominada Estatuto da Pessoa com Deficiência, destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania, nos termos do seu art. 1º.
O art. 2º da referida lei conceitua a pessoa com deficiência nos seguintes termos: Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência objetivou concretizar o aspecto positivo do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, exigindo uma ação do Estado e da sociedade capaz de fomentar os direitos existenciais da pessoa com deficiência, permitindo que a pessoa com algum impedimento possa se autodeterminar, bem como ser protagonista da sua vida.
Com o novo estatuto buscam-se diferenciar os atos econômicos/negociais da vida cotidiana, dos atos existenciais, direitos da personalidade.
Acredita-se que o ser humano que possui alguma deficiência não pode ser alijado de seus direitos da personalidade.
Devem-se buscar todos os meios possíveis para possibilitar à pessoa com deficiência manifestar sua autonomia da vontade, com relação às questões tais como: intimidade, família, sexualidade, religião, entre outros.
O Estatuto, no art. 4º, prevê que a pessoa com deficiência não pode sofrer qualquer tipo de discriminação.
O art. 6º da Lei 13.146/15 estabelece que: Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: I - casar-se e constituir união estável; II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar; IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
Da análise do Estatuto da Pessoa com Deficiência depreendem-se os seguintes princípios: a) Protagonismo do curatelando, ou seja, o processo de curatela deve possibilitar a efetiva participação do curatelando; b) Busca pelo melhor interesse do interditando (art. 755, §1º do NCPC); c) Proporcionalidade; limitação dos direitos na curatela deve ser a menor possível, de acordo com as limitações da pessoa; d) Temporalidade/Reversibilidade: o curador tem a finalidade de fomentar maior autonomia e melhoria da saúde do curatelado, a fim de permitir o resgate de sua autonomia plena; e) Acompanhamento periódico: o Estado deve se aparelhar para buscar um acompanhamento periódico na evolução do quadro da pessoa com deficiência.
Inúmeros direitos em favor da pessoa com deficiência são elencados no Estatuto, notadamente a assistência social (art. 40); previdência social (art. 41), bem como a habilitação e reabilitação profissional (art. 34 e ss).
Assim, o ordenamento jurídico pátrio conta com uma legislação de vanguarda, com o intuito de garantir os direitos da pessoa com deficiência.
Cabe ao Estado se aparelhar e oferecer estrutura de saúde e assistência social adequada para efetivação de tais direitos.
Feitas tais considerações, resta apreciar o caso concreto.
O requerente buscou resguardar os interesses da interditanda, aduzindo ser esta portadora de doença mental.
O requerente também juntou laudo médico apto a comprovar que a interditanda não tem condições de gerir atos da vida civil.
Na instrução processual revelou-se que a interditanda realmente sofre restrições em sua capacidade civil, restando demonstrado ser portadora de distúrbio mental.
O laudo médico atesta que a interditanda não tem condições de gerir a própria vida, conforme perícia de id 128544728, sendo acometida de transtornos mentais O autor é a pessoa mais indicada a exercer a curatela, por ser esposo e apresentar anuência de parentes próximos no id 107569040 a 107569042 Considerando que o laudo não indicou quais atos o interditando estaria apto a praticar, bem como que a curatela e a restrição dos direitos civis devem ser interpretadas restritivamente, decreto a curatela da interditanda para os atos negociais e de administração, preservando os atos relativos à personalidade previstos no art. 6º do Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Saliento que o grau de interdição pode ser alterado, em nova ação, mediante a comprovação de piora no quadro de saúde do interditando, não impedindo a concessão do benefício previdenciário junto ao órgão competente, mediante o preenchimento dos requisitos legais.
Assim, do cotejo das provas produzidas, conclui-se que o interditando não possui condições de praticar, por si só, os atos da vida civil e nem pode exprimir sua vontade, de forma livre e consciente, relativo aos direitos patrimoniais/negociais, razão pela qual necessária a decretação de sua interdição, nos termos do art. 4º, III c/c art. 1.767, I do CC/02 e art. 6º da Lei 13.146/15.
No que diz respeito à nomeação do curador, tal encargo deverá recair sobre a requerente, pois é quem de fato adota medidas de cuidado.
Vale salientar os deveres do curador com relação a interditanda, notadamente à destinação dos recursos para sustento e tratamento de saúde, conforme estabelecem as normas descritas nos art. 84 e 85 do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/15) e o art. 758 do CPC/2015, in verbis: Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/15): Art. 84.
A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas. § 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei. § 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão apoiada. § 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. § 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano.
Art. 85.
A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial. § 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto. § 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as razões e motivações de sua definição, preservados os interesses do curatelado. § 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.
Código de Processo Civil/2015 Art. 758.
O curador deverá buscar tratamento e apoio apropriados à conquista da autonomia pelo interdito.
Conclusão Ante o exposto, confirmando liminar julgo procedente o pedido para determinar a interdição de ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA e declaro a interditanda relativamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil, limitando ao exercício dos atos de natureza patrimonial e negocial, na forma do art.4o.
III do Código Civil/02 c/c art. 85 da Lei 13.146/15.
Nomeio como curador FLAVONALDO DE OLIVEIRA, que deverá ser intimado da nomeação e notificado para apresentar compromisso, no prazo legal.
A sentença servirá como termo de compromisso e certidão de curatela, mediante a assinatura da pessoa nomeada como curadora, em todas as vias, devendo ser-lhe entregue uma via original.
Fica o (a) curador(a) cientificado(a) de que deverá prestar contas da administração dos bens e valores eventualmente existentes em nome do interditando se e quando for instada a tanto, devendo por isso manter registro de recebimentos e gastos relativos ao eventual patrimônio.
Comunique-se ao cartório de registro de pessoas Autorizo o pagamento dos honorários periciais relativos a perícia psiquiátrica e ao estudo social.
Expeçam-se alvarás.
Proceda-se através do SISCONDJ Com o trânsito em julgado, arquive-se Intimem-se.
SÃO GONÇALO DO AMARANTE /RN, 6 de dezembro de 2024.
DENISE LEA SACRAMENTO AQUINO Juiz(a) de Direito (documento assinado digitalmente na forma da Lei n°11.419/06) -
26/03/2025 08:17
Expedição de Outros documentos.
-
20/03/2025 09:16
Desentranhado o documento
-
20/03/2025 09:16
Cancelada a movimentação processual Juntada de certidão
-
20/03/2025 09:14
Juntada de Certidão
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17/03/2025 14:54
Juntada de Petição de petição
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17/03/2025 00:54
Publicado Intimação em 14/03/2025.
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17/03/2025 00:54
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 13/03/2025
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13/03/2025 00:00
Intimação
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 3ª Vara da Comarca de São Gonçalo do Amarante Avenida Vereador Aildo Mendes da Silva, 1072, Loteamento Samburá, SÃO GONÇALO DO AMARANTE - RN - CEP: 59290-000 Processo: 0803788-90.2023.8.20.5129 Ação: INTERDIÇÃO/CURATELA (58) REQUERENTE: FLAVONALDO DE OLIVEIRA REQUERIDO: ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA SENTENÇA Trata-se de ação de interdição movida por FLAVONALDO DE OLIVEIRA em face de ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA Petição inicial no id 107568771.
Alega que a interditanda, sua esposa, é portadora de doença mental, não tendo condições de reger os atos da vida civil.
Requer a decretação da interdição e nomeação da requerente como seu curador Certidão de casamento no id 107569039 Declaração de anuência dos filhos no id 107569040 a 107569042 Laudos médicos no id 107568775 e id 107569037 atestando transtornos depressivos e psicóticos.
Decisão no id. 107577946 deferindo da curatela provisória e nomeando FLAVONALDO DE OLIVEIRA curador de ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA.
Termo de curatela provisória no id. 108208395 Termo da audiência de entrevista no id. 108988026.
Foi determinada a realização do exame pericial psiquiátrico e estudo social A Defensoria Pública no id. 110076231, como curador especial, apresentou quesitos para realização de exame pericial Laudo do estudo social no id. 123254094 opinando pela nomeação do autor como curador Laudo psiquiátrico no id. 128544728 informando que a interditanda é portadora de transtorno depressivo recorrente, transtorno de personalidade, transtorno afetivo bipolar e transtorno misto de ansiedade e depressão, sem capacidade de gerir os atos da vida civil.
A Defensoria Pública no id. 129332230, como curador especial, requer o deferimento da curatela Ministério Público no id. 132613789 opina pela procedência do pedido. É o relato.
Fundamento e decido.
A interdição é procedimento especial de jurisdição voluntária, em que não há partes, mas interessados, que buscam resguardar os interesses de pessoa incapaz de reger os atos da vida civil, por meio da decretação de interdição/curatela, nos termos do art.1.767 e ss do CC/02, alterado pela Lei 13.146/15, e art. 747 e ss do CPC/15.
A Lei 13.146/15, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, ora denominada Estatuto da Pessoa com Deficiência, destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania, nos termos do seu art. 1º.
O art. 2º da referida lei conceitua a pessoa com deficiência nos seguintes termos: Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência objetivou concretizar o aspecto positivo do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, exigindo uma ação do Estado e da sociedade capaz de fomentar os direitos existenciais da pessoa com deficiência, permitindo que a pessoa com algum impedimento possa se autodeterminar, bem como ser protagonista da sua vida.
Com o novo estatuto buscam-se diferenciar os atos econômicos/negociais da vida cotidiana, dos atos existenciais, direitos da personalidade.
Acredita-se que o ser humano que possui alguma deficiência não pode ser alijado de seus direitos da personalidade.
Devem-se buscar todos os meios possíveis para possibilitar à pessoa com deficiência manifestar sua autonomia da vontade, com relação às questões tais como: intimidade, família, sexualidade, religião, entre outros.
O Estatuto, no art. 4º, prevê que a pessoa com deficiência não pode sofrer qualquer tipo de discriminação.
O art. 6º da Lei 13.146/15 estabelece que: Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: I - casar-se e constituir união estável; II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar; IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
Da análise do Estatuto da Pessoa com Deficiência depreendem-se os seguintes princípios: a) Protagonismo do curatelando, ou seja, o processo de curatela deve possibilitar a efetiva participação do curatelando; b) Busca pelo melhor interesse do interditando (art. 755, §1º do NCPC); c) Proporcionalidade; limitação dos direitos na curatela deve ser a menor possível, de acordo com as limitações da pessoa; d) Temporalidade/Reversibilidade: o curador tem a finalidade de fomentar maior autonomia e melhoria da saúde do curatelado, a fim de permitir o resgate de sua autonomia plena; e) Acompanhamento periódico: o Estado deve se aparelhar para buscar um acompanhamento periódico na evolução do quadro da pessoa com deficiência.
Inúmeros direitos em favor da pessoa com deficiência são elencados no Estatuto, notadamente a assistência social (art. 40); previdência social (art. 41), bem como a habilitação e reabilitação profissional (art. 34 e ss).
Assim, o ordenamento jurídico pátrio conta com uma legislação de vanguarda, com o intuito de garantir os direitos da pessoa com deficiência.
Cabe ao Estado se aparelhar e oferecer estrutura de saúde e assistência social adequada para efetivação de tais direitos.
Feitas tais considerações, resta apreciar o caso concreto.
O requerente buscou resguardar os interesses da interditanda, aduzindo ser esta portadora de doença mental.
O requerente também juntou laudo médico apto a comprovar que a interditanda não tem condições de gerir atos da vida civil.
Na instrução processual revelou-se que a interditanda realmente sofre restrições em sua capacidade civil, restando demonstrado ser portadora de distúrbio mental.
O laudo médico atesta que a interditanda não tem condições de gerir a própria vida, conforme perícia de id 128544728, sendo acometida de transtornos mentais O autor é a pessoa mais indicada a exercer a curatela, por ser esposo e apresentar anuência de parentes próximos no id 107569040 a 107569042 Considerando que o laudo não indicou quais atos o interditando estaria apto a praticar, bem como que a curatela e a restrição dos direitos civis devem ser interpretadas restritivamente, decreto a curatela da interditanda para os atos negociais e de administração, preservando os atos relativos à personalidade previstos no art. 6º do Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Saliento que o grau de interdição pode ser alterado, em nova ação, mediante a comprovação de piora no quadro de saúde do interditando, não impedindo a concessão do benefício previdenciário junto ao órgão competente, mediante o preenchimento dos requisitos legais.
Assim, do cotejo das provas produzidas, conclui-se que o interditando não possui condições de praticar, por si só, os atos da vida civil e nem pode exprimir sua vontade, de forma livre e consciente, relativo aos direitos patrimoniais/negociais, razão pela qual necessária a decretação de sua interdição, nos termos do art. 4º, III c/c art. 1.767, I do CC/02 e art. 6º da Lei 13.146/15.
No que diz respeito à nomeação do curador, tal encargo deverá recair sobre a requerente, pois é quem de fato adota medidas de cuidado.
Vale salientar os deveres do curador com relação a interditanda, notadamente à destinação dos recursos para sustento e tratamento de saúde, conforme estabelecem as normas descritas nos art. 84 e 85 do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/15) e o art. 758 do CPC/2015, in verbis: Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/15): Art. 84.
A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas. § 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei. § 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão apoiada. § 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. § 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano.
Art. 85.
A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial. § 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto. § 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as razões e motivações de sua definição, preservados os interesses do curatelado. § 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.
Código de Processo Civil/2015 Art. 758.
O curador deverá buscar tratamento e apoio apropriados à conquista da autonomia pelo interdito.
Conclusão Ante o exposto, confirmando liminar julgo procedente o pedido para determinar a interdição de ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA e declaro a interditanda relativamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil, limitando ao exercício dos atos de natureza patrimonial e negocial, na forma do art.4o.
III do Código Civil/02 c/c art. 85 da Lei 13.146/15.
Nomeio como curador FLAVONALDO DE OLIVEIRA, que deverá ser intimado da nomeação e notificado para apresentar compromisso, no prazo legal.
A sentença servirá como termo de compromisso e certidão de curatela, mediante a assinatura da pessoa nomeada como curadora, em todas as vias, devendo ser-lhe entregue uma via original.
Fica o (a) curador(a) cientificado(a) de que deverá prestar contas da administração dos bens e valores eventualmente existentes em nome do interditando se e quando for instada a tanto, devendo por isso manter registro de recebimentos e gastos relativos ao eventual patrimônio.
Comunique-se ao cartório de registro de pessoas Autorizo o pagamento dos honorários periciais relativos a perícia psiquiátrica e ao estudo social.
Expeçam-se alvarás.
Proceda-se através do SISCONDJ Com o trânsito em julgado, arquive-se Intimem-se.
SÃO GONÇALO DO AMARANTE /RN, 6 de dezembro de 2024.
DENISE LEA SACRAMENTO AQUINO Juiz(a) de Direito (documento assinado digitalmente na forma da Lei n°11.419/06) -
12/03/2025 10:57
Expedição de Outros documentos.
-
12/03/2025 10:56
Juntada de Certidão
-
27/02/2025 08:44
Juntada de Petição de comunicações
-
04/02/2025 02:20
Decorrido prazo de ALVANETE COSTA PEREIRA em 03/02/2025 23:59.
-
04/02/2025 01:19
Decorrido prazo de ALVANETE COSTA PEREIRA em 03/02/2025 23:59.
-
28/01/2025 02:31
Decorrido prazo de ALVANETE COSTA PEREIRA em 27/01/2025 23:59.
-
28/01/2025 01:07
Decorrido prazo de ALVANETE COSTA PEREIRA em 27/01/2025 23:59.
-
12/12/2024 13:17
Juntada de Petição de petição
-
12/12/2024 02:00
Publicado Intimação em 12/12/2024.
-
12/12/2024 02:00
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 10/12/2024
-
12/12/2024 00:55
Publicado Intimação em 12/12/2024.
-
12/12/2024 00:55
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 10/12/2024
-
10/12/2024 12:47
Juntada de Petição de petição
-
10/12/2024 00:00
Intimação
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 3ª Vara da Comarca de São Gonçalo do Amarante Avenida Vereador Aildo Mendes da Silva, 1072, Loteamento Samburá, SÃO GONÇALO DO AMARANTE - RN - CEP: 59290-000 Processo: 0803788-90.2023.8.20.5129 Ação: INTERDIÇÃO/CURATELA (58) REQUERENTE: FLAVONALDO DE OLIVEIRA REQUERIDO: ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA SENTENÇA Trata-se de ação de interdição movida por FLAVONALDO DE OLIVEIRA em face de ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA Petição inicial no id 107568771.
Alega que a interditanda, sua esposa, é portadora de doença mental, não tendo condições de reger os atos da vida civil.
Requer a decretação da interdição e nomeação da requerente como seu curador Certidão de casamento no id 107569039 Declaração de anuência dos filhos no id 107569040 a 107569042 Laudos médicos no id 107568775 e id 107569037 atestando transtornos depressivos e psicóticos.
Decisão no id. 107577946 deferindo da curatela provisória e nomeando FLAVONALDO DE OLIVEIRA curador de ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA.
Termo de curatela provisória no id. 108208395 Termo da audiência de entrevista no id. 108988026.
Foi determinada a realização do exame pericial psiquiátrico e estudo social A Defensoria Pública no id. 110076231, como curador especial, apresentou quesitos para realização de exame pericial Laudo do estudo social no id. 123254094 opinando pela nomeação do autor como curador Laudo psiquiátrico no id. 128544728 informando que a interditanda é portadora de transtorno depressivo recorrente, transtorno de personalidade, transtorno afetivo bipolar e transtorno misto de ansiedade e depressão, sem capacidade de gerir os atos da vida civil.
A Defensoria Pública no id. 129332230, como curador especial, requer o deferimento da curatela Ministério Público no id. 132613789 opina pela procedência do pedido. É o relato.
Fundamento e decido.
A interdição é procedimento especial de jurisdição voluntária, em que não há partes, mas interessados, que buscam resguardar os interesses de pessoa incapaz de reger os atos da vida civil, por meio da decretação de interdição/curatela, nos termos do art.1.767 e ss do CC/02, alterado pela Lei 13.146/15, e art. 747 e ss do CPC/15.
A Lei 13.146/15, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, ora denominada Estatuto da Pessoa com Deficiência, destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania, nos termos do seu art. 1º.
O art. 2º da referida lei conceitua a pessoa com deficiência nos seguintes termos: Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência objetivou concretizar o aspecto positivo do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, exigindo uma ação do Estado e da sociedade capaz de fomentar os direitos existenciais da pessoa com deficiência, permitindo que a pessoa com algum impedimento possa se autodeterminar, bem como ser protagonista da sua vida.
Com o novo estatuto buscam-se diferenciar os atos econômicos/negociais da vida cotidiana, dos atos existenciais, direitos da personalidade.
Acredita-se que o ser humano que possui alguma deficiência não pode ser alijado de seus direitos da personalidade.
Devem-se buscar todos os meios possíveis para possibilitar à pessoa com deficiência manifestar sua autonomia da vontade, com relação às questões tais como: intimidade, família, sexualidade, religião, entre outros.
O Estatuto, no art. 4º, prevê que a pessoa com deficiência não pode sofrer qualquer tipo de discriminação.
O art. 6º da Lei 13.146/15 estabelece que: Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: I - casar-se e constituir união estável; II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar; IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
Da análise do Estatuto da Pessoa com Deficiência depreendem-se os seguintes princípios: a) Protagonismo do curatelando, ou seja, o processo de curatela deve possibilitar a efetiva participação do curatelando; b) Busca pelo melhor interesse do interditando (art. 755, §1º do NCPC); c) Proporcionalidade; limitação dos direitos na curatela deve ser a menor possível, de acordo com as limitações da pessoa; d) Temporalidade/Reversibilidade: o curador tem a finalidade de fomentar maior autonomia e melhoria da saúde do curatelado, a fim de permitir o resgate de sua autonomia plena; e) Acompanhamento periódico: o Estado deve se aparelhar para buscar um acompanhamento periódico na evolução do quadro da pessoa com deficiência.
Inúmeros direitos em favor da pessoa com deficiência são elencados no Estatuto, notadamente a assistência social (art. 40); previdência social (art. 41), bem como a habilitação e reabilitação profissional (art. 34 e ss).
Assim, o ordenamento jurídico pátrio conta com uma legislação de vanguarda, com o intuito de garantir os direitos da pessoa com deficiência.
Cabe ao Estado se aparelhar e oferecer estrutura de saúde e assistência social adequada para efetivação de tais direitos.
Feitas tais considerações, resta apreciar o caso concreto.
O requerente buscou resguardar os interesses da interditanda, aduzindo ser esta portadora de doença mental.
O requerente também juntou laudo médico apto a comprovar que a interditanda não tem condições de gerir atos da vida civil.
Na instrução processual revelou-se que a interditanda realmente sofre restrições em sua capacidade civil, restando demonstrado ser portadora de distúrbio mental.
O laudo médico atesta que a interditanda não tem condições de gerir a própria vida, conforme perícia de id 128544728, sendo acometida de transtornos mentais O autor é a pessoa mais indicada a exercer a curatela, por ser esposo e apresentar anuência de parentes próximos no id 107569040 a 107569042 Considerando que o laudo não indicou quais atos o interditando estaria apto a praticar, bem como que a curatela e a restrição dos direitos civis devem ser interpretadas restritivamente, decreto a curatela da interditanda para os atos negociais e de administração, preservando os atos relativos à personalidade previstos no art. 6º do Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Saliento que o grau de interdição pode ser alterado, em nova ação, mediante a comprovação de piora no quadro de saúde do interditando, não impedindo a concessão do benefício previdenciário junto ao órgão competente, mediante o preenchimento dos requisitos legais.
Assim, do cotejo das provas produzidas, conclui-se que o interditando não possui condições de praticar, por si só, os atos da vida civil e nem pode exprimir sua vontade, de forma livre e consciente, relativo aos direitos patrimoniais/negociais, razão pela qual necessária a decretação de sua interdição, nos termos do art. 4º, III c/c art. 1.767, I do CC/02 e art. 6º da Lei 13.146/15.
No que diz respeito à nomeação do curador, tal encargo deverá recair sobre a requerente, pois é quem de fato adota medidas de cuidado.
Vale salientar os deveres do curador com relação a interditanda, notadamente à destinação dos recursos para sustento e tratamento de saúde, conforme estabelecem as normas descritas nos art. 84 e 85 do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/15) e o art. 758 do CPC/2015, in verbis: Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/15): Art. 84.
A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas. § 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei. § 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão apoiada. § 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. § 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano.
Art. 85.
A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial. § 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto. § 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as razões e motivações de sua definição, preservados os interesses do curatelado. § 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.
Código de Processo Civil/2015 Art. 758.
O curador deverá buscar tratamento e apoio apropriados à conquista da autonomia pelo interdito.
Conclusão Ante o exposto, confirmando liminar julgo procedente o pedido para determinar a interdição de ABIA TRINDADE RIBEIRO DE OLIVEIRA e declaro a interditanda relativamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil, limitando ao exercício dos atos de natureza patrimonial e negocial, na forma do art.4o.
III do Código Civil/02 c/c art. 85 da Lei 13.146/15.
Nomeio como curador FLAVONALDO DE OLIVEIRA, que deverá ser intimado da nomeação e notificado para apresentar compromisso, no prazo legal.
A sentença servirá como termo de compromisso e certidão de curatela, mediante a assinatura da pessoa nomeada como curadora, em todas as vias, devendo ser-lhe entregue uma via original.
Fica o (a) curador(a) cientificado(a) de que deverá prestar contas da administração dos bens e valores eventualmente existentes em nome do interditando se e quando for instada a tanto, devendo por isso manter registro de recebimentos e gastos relativos ao eventual patrimônio.
Comunique-se ao cartório de registro de pessoas Autorizo o pagamento dos honorários periciais relativos a perícia psiquiátrica e ao estudo social.
Expeçam-se alvarás.
Proceda-se através do SISCONDJ Com o trânsito em julgado, arquive-se Intimem-se.
SÃO GONÇALO DO AMARANTE /RN, 6 de dezembro de 2024.
DENISE LEA SACRAMENTO AQUINO Juiz(a) de Direito (documento assinado digitalmente na forma da Lei n°11.419/06) -
09/12/2024 11:10
Juntada de Certidão
-
09/12/2024 09:41
Expedição de Outros documentos.
-
09/12/2024 09:39
Expedição de Outros documentos.
-
09/12/2024 09:34
Expedição de Outros documentos.
-
06/12/2024 17:04
Julgado procedente o pedido
-
02/10/2024 11:13
Conclusos para julgamento
-
01/10/2024 21:03
Juntada de Petição de petição
-
26/08/2024 07:07
Expedição de Outros documentos.
-
26/08/2024 07:05
Juntada de ato ordinatório
-
25/08/2024 11:44
Juntada de Petição de petição
-
18/08/2024 13:06
Juntada de Petição de comunicações
-
15/08/2024 13:09
Expedição de Outros documentos.
-
15/08/2024 13:08
Juntada de ato ordinatório
-
15/08/2024 13:05
Juntada de laudo pericial
-
27/06/2024 11:40
Juntada de Petição de petição
-
27/06/2024 07:33
Decorrido prazo de ALVANETE COSTA PEREIRA em 25/06/2024 23:59.
-
27/06/2024 07:33
Decorrido prazo de ALVANETE COSTA PEREIRA em 25/06/2024 23:59.
-
20/06/2024 22:50
Juntada de Petição de petição
-
19/06/2024 08:30
Expedição de Outros documentos.
-
19/06/2024 08:27
Juntada de ato ordinatório
-
19/06/2024 08:26
Juntada de informação
-
11/06/2024 07:57
Juntada de Certidão
-
11/06/2024 07:51
Juntada de laudo pericial
-
07/05/2024 19:55
Decorrido prazo de ALVANETE COSTA PEREIRA em 06/05/2024 23:59.
-
07/05/2024 19:55
Decorrido prazo de ALVANETE COSTA PEREIRA em 06/05/2024 23:59.
-
26/04/2024 01:59
Decorrido prazo de ALVANETE COSTA PEREIRA em 25/04/2024 23:59.
-
26/04/2024 01:59
Decorrido prazo de ALVANETE COSTA PEREIRA em 25/04/2024 23:59.
-
09/04/2024 17:33
Juntada de Petição de petição
-
09/04/2024 17:31
Juntada de Petição de petição
-
08/04/2024 09:16
Expedição de Outros documentos.
-
08/04/2024 09:15
Juntada de Certidão
-
04/04/2024 15:49
Juntada de Petição de petição
-
03/04/2024 23:56
Juntada de Petição de petição
-
03/04/2024 16:21
Expedição de Outros documentos.
-
03/04/2024 16:20
Expedição de Outros documentos.
-
03/04/2024 16:19
Desentranhado o documento
-
03/04/2024 16:19
Cancelada a movimentação processual Juntada de ato ordinatório
-
03/04/2024 16:19
Juntada de ato ordinatório
-
02/04/2024 08:32
Expedição de Outros documentos.
-
02/04/2024 08:30
Juntada de Certidão
-
02/02/2024 14:36
Juntada de Certidão
-
29/01/2024 12:09
Juntada de Petição de comunicações
-
24/01/2024 20:25
Juntada de Petição de petição
-
25/11/2023 04:12
Decorrido prazo de ALVANETE COSTA PEREIRA em 24/11/2023 23:59.
-
06/11/2023 08:11
Juntada de Petição de petição
-
24/10/2023 08:23
Expedição de Outros documentos.
-
24/10/2023 08:21
Juntada de Certidão
-
20/10/2023 06:09
Decorrido prazo de ALVANETE COSTA PEREIRA em 19/10/2023 23:59.
-
20/10/2023 05:50
Decorrido prazo de ALVANETE COSTA PEREIRA em 19/10/2023 23:59.
-
17/10/2023 10:05
Juntada de termo
-
17/10/2023 09:49
Audiência de interrogatório realizada para 17/10/2023 09:30 3ª Vara da Comarca de São Gonçalo do Amarante.
-
17/10/2023 09:49
Decisão de Saneamento e de Organização do Processo
-
17/10/2023 09:49
Audiência de instrução realizada conduzida por Juiz(a) em/para 17/10/2023 09:30, 3ª Vara da Comarca de São Gonçalo do Amarante.
-
03/10/2023 08:06
Juntada de Petição de petição
-
29/09/2023 10:15
Expedição de Outros documentos.
-
29/09/2023 10:14
Juntada de ato ordinatório
-
29/09/2023 10:11
Juntada de termo
-
25/09/2023 07:14
Juntada de Certidão
-
22/09/2023 14:17
Expedição de Outros documentos.
-
22/09/2023 14:12
Audiência de interrogatório designada para 17/10/2023 09:30 3ª Vara da Comarca de São Gonçalo do Amarante.
-
22/09/2023 14:09
Expedição de Outros documentos.
-
22/09/2023 13:28
Concedida a Antecipação de tutela
-
22/09/2023 12:22
Conclusos para decisão
-
22/09/2023 12:22
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
22/09/2023
Ultima Atualização
16/06/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
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