TJES - 5007414-91.2025.8.08.0000
2ª instância - Câmara / Desembargador(a) Gab. Desemb. Pedro Valls Feu Rosa - Vitoria
Polo Passivo
Partes
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Assistente Desinteressado Amicus Curiae
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
-
31/07/2025 00:00
Intimação
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO PROCESSO Nº 5007414-91.2025.8.08.0000 HABEAS CORPUS CRIMINAL (307) IMPETRANTE: ZACARIAS FERNANDES MOCA NETO e outros COATOR: 2ª VARA CRIMINAL DE GUARAPARI RELATOR(A): ______________________________________________________________________________________________________________________________________________ EMENTA ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO Gabinete do Desembargador Pedro Valls Feu Rosa PROCESSO Nº 5007414-91.2025.8.08.0000 HABEAS CORPUS CRIMINAL (307) IMPETRANTE: ZACARIAS FERNANDES MOCA NETO PACIENTE: EDUARDO SANTOS SIMOES DE ALMEIDA COATOR: 2ª VARA CRIMINAL DE GUARAPARI Advogado do(a) IMPETRANTE: ZACARIAS FERNANDES MOCA NETO - ES9358 ACÓRDÃO Ementa: Direito Penal e Processual Penal.
Habeas Corpus.
Prisão em flagrante de advogado.
Alegação de ilegalidade.
Prerrogativas profissionais.
Inviolabilidade do local de trabalho.
Ausência de inscrição na OAB local.
Acompanhamento por advogado.
Ordem denegada.
I.
Caso em exame 1.Trata-se de Habeas Corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de advogado preso em flagrante durante evento público realizado em quadra escolar no município de Guarapari/ES, sob alegação de violação de prerrogativas profissionais, diante da suposta inexistência de acompanhamento da OAB e da inviolabilidade do local de trabalho.
A prisão foi homologada pela autoridade judicial, sendo concedida liberdade provisória mediante fiança e imposição de medidas cautelares.
II.
Questão em discussão 2.
A controvérsia posta nos autos envolve: (i) saber se a prisão em flagrante do paciente violou as prerrogativas profissionais previstas no art. 7º, II, IV e § 3º da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da Advocacia), especialmente quanto à inviolabilidade do local de trabalho e à obrigatoriedade de presença de representante da OAB no ato de prisão em flagrante por motivo ligado ao exercício profissional; e (ii) saber se o local da prisão e as circunstâncias em que se deu autorizavam o reconhecimento de ilegalidade do flagrante e a concessão da ordem de habeas corpus.
III.
Razões de decidir 3.
O local em que o paciente foi preso – quadra escolar alugada, sem alvará de funcionamento e com aglomeração de cerca de 500 pessoas – não se caracteriza como ambiente profissional inviolável nos termos do Estatuto da Advocacia, dado seu caráter público, informal e sem controle institucional. 4.
A conduta atribuída ao paciente extrapola o exercício regular da advocacia, com relatos de agressividade, ofensas e ameaças a colegas de profissão, inclusive por meio de redes sociais, o que levou à sua condução à delegacia. 5.
Embora alegada ausência de representante da OAB no momento do flagrante, consta dos autos que o paciente foi assistido por advogado desde a delegacia e que a audiência de custódia contou com a presença da Comissão de Prerrogativas da OAB/ES, não se verificando qualquer prejuízo ou ilegalidade manifesta. 6.
O paciente não possui inscrição na OAB do Espírito Santo, o que compromete a regularidade de sua atuação no estado.
A prisão foi devidamente homologada, sem apontamento de abusos ou ilegalidades no procedimento, sendo aplicadas medidas cautelares e arbitrada fiança, devidamente recolhida.
IV.
Dispositivo e tese 7.
Ordem denegada.
Prisão em flagrante legal.
Inexistência de violação de prerrogativas profissionais quando constatado que o local não configurava ambiente de trabalho inviolável, a atuação do advogado era irregular e houve acompanhamento jurídico desde a lavratura do flagrante.
Vitória/ES, data da assinatura eletrônica PEDRO VALLS FEU ROSA DESEMBARGADOR ______________________________________________________________________________________________________________________________________________ ACÓRDÃO Decisão: À unanimidade, denegar a ordem, nos termos do voto do Relator. Órgão julgador vencedor: Gabinete Des.
PEDRO VALLS FEU ROSA Composição de julgamento: Gabinete Des.
PEDRO VALLS FEU ROSA - PEDRO VALLS FEU ROSA - Relator / Gabinete Des.
FERNANDO ZARDINI ANTONIO - FERNANDO ZARDINI ANTONIO - Vogal / Gabinete Desª.
RACHEL DURÃO CORREIA LIMA - RACHEL DURAO CORREIA LIMA - Vogal VOTOS VOGAIS Gabinete Des.
FERNANDO ZARDINI ANTONIO - FERNANDO ZARDINI ANTONIO (Vogal) Acompanhar Gabinete Desª.
RACHEL DURÃO CORREIA LIMA - RACHEL DURAO CORREIA LIMA (Vogal) Acompanhar ______________________________________________________________________________________________________________________________________________ RELATÓRIO _______________________________________________________________________________________________________________________________________________ NOTAS TAQUIGRÁFICAS ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ VOTO VENCEDOR ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO Gabinete do Desembargador Pedro Valls Feu Rosa PROCESSO Nº 5007414-91.2025.8.08.0000 HABEAS CORPUS CRIMINAL (307) IMPETRANTE: ZACARIAS FERNANDES MOCA NETO PACIENTE: EDUARDO SANTOS SIMOES DE ALMEIDA COATOR: 2ª VARA CRIMINAL DE GUARAPARI Advogado do(a) IMPETRANTE: ZACARIAS FERNANDES MOCA NETO - ES9358 VOTO Como relatado, trata-se de Habeas Corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de EDUARDO SANTOS SIMÕES DE ALMEIDA, contra suposto ato coator perpetrado pelo MM.
Juiz de Direito da 2ª Vara Criminal de Guarapari/ES.
Sustenta o impetrante que o paciente, advogado regularmente inscrito na OAB/ES, teria sido preso, em flagrante, no exercício da profissão, em contexto de reunião com clientes previamente convocados para atividade lícita, relacionada ao rompimento da barragem de Fundão.
Aduz que a prisão foi ilegal, pois não observou as prerrogativas profissionais previstas no art. 7º, incisos II, IV e § 3º do Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/94), como a inviolabilidade do local de trabalho e a presença obrigatória de representante da OAB, em caso de flagrante por motivo relacionado ao exercício profissional. É incontroverso que o paciente foi preso no dia 10 de maio de 2025, no município de Guarapari/ES, durante evento ocorrido na quadra do Colégio CESME, no bairro Itapebussu, onde cerca de 500 pessoas se encontravam reunidas.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, a Polícia Militar foi acionada pela presidente da subseção da OAB de Guarapari, Sra.
Mônica Goulart, sob a alegação de que estaria sendo realizada, no local, captação ilícita de clientela por advogado não inscrito na OAB/ES.
Consta do Boletim de Ocorrência o seguinte: POR DETERMINAÇÃO DO CPU(SUBTENENTE JULlMAR), QUE FOI ACIONADO PESSOALMENTE PELA PRESIDENTE DA OABDEGUARAPARI, SENHORA MONICASILVA FERREIRA GOULART, A GUARNiÇÃO DA RP 5570 PROSSEGUIU ATÉ A QUADRADO COLÉGIO CESME NO BAIRRO ITAPEBUSSU OND.E HAVIA UMA GRANDE QUANTIDADE.DE PESSOAS.
CHEGANDO LÁ JÁ SE ENCONTRAVAM NO LOCAL A GUARNiÇÃO DOCPU RP 5668, PT 312 E PT 5678.
A QUADRA DA ESCOLA ESTAVA CHEIA COM APROXIMADAMENTE UMAS 500 PESSOAS E ESTAVA BASTANTE QUENTE O LOCAL NÃO HAVIA NENHUM OUTRO ÓRGÃO DE APOIO COMO BOMBEIRO, SAMU OU NENHUM TIPO DE AMBULÂNCIA; EQUE NINGUÉM QUE ESTAVA NO LOCAL SE MANIFESTOU COMO RESPONSÁVEL PELO EVENTO APESAR DO CPU TER TENTADO FAZER CONTATO COM DIVERSAS PESSOAS.
DIANTE DISTO OS MILITARES ACOMPANi-IARAM A SENHORA MONICA (PRESIDENTE DA OAB SUBSEÇÃO DE GUARAPARI), E ALGUNS ADVOGADOS QUE A ACOMPANHAVAM, POIS NO LOCAL HAVIA UM DENÚCIA DE PRÁTICA DE CAPTAÇÃO ILEGAL.DE CLIENTES POR PARTE DE UM ADVOGADO DO ESTADO DE MINAS GERAIS.
NO LOCAL DO EVENTO HAVIAM COMPUTADORES, IMPRESSORAS E CAIXAS DE SOM.
NESTE MOMENTO A OAB TENTOU NOTIFICAR O CONDUZIDO OU SEUS REPRESENTANTES QUE SE RECUSARM A RECEBER A NOTIFICAÇÃO.
CONSTATADO QUE ELE NÃO SE ENCONTRAVA NO LOCAL E EM VIRTUDE DOS ÂNIMOS AFLORADOS OS ADVOGADOS REPRESENTANTES DA OAB/ES SE RETIRARAM DO LOCAL VALE RESSALTAR QUE AS GUARNiÇÕES ACOMPANHARAM ATÉ A SAíDA DOS MESMOS E NÃO HOUVE NECESSIDADE DE ATUAÇÃO POLICIAL NO LOCAL, APENAS O ACOMPANHAMENTO DO FATO.
MAIS TARDE POR VOLTA DAS 14:00 HORAS, O CPU DO DIA RECEBEU UM CONTATO DO COMANDANTE DO BATALHÃO TENENTE CORONEL WALTER, DETERMINANDO QUE O CPU RETORNASSE AO LOCAL DO FATO E MANTIVESSE CONTATO COM A SENHORA ERICA PEREIRA NEVES (OAB 10.140 ES) QUE É PRESIDENTE DA SECCIONAL OAB/ES E COM O ADVOGADO DOUTOR JOÃO LUCAS, QUE TERIAM SIDO OFENDIDOS E AMEAÇADOS DRA MONICA FERREIRA GOULART, INCLUSIVE EXPONDO EM REDES SOCIAIS E GRUPOS DE MENSAGENS UM ViDEO OFENSIVO Á OAB, SENDO TAL FATO PRATICADO PELO SENHOR SENHOR EDUARDO SANTOS SIMÓES DE ALMEIDA.
AS GUARNIÇÓES MANTIVERAM CONTATO COM O SENHOR EDUARDO SANTOS SIMÓES DE ALMEIDA, FOI IDENTIFICADO COMO ADVOGADO OAB/MG 197426.
O CPU MANTEVE CONTATO COM AS PARTES, ACUSADO E VíTIMAS NO LOCAL ONDE ESTAVA OCORRENDO O EVENTO, SENO QUE POR HAVER UMA GRANDE QUANTIDADE DE PESSOAS NO LOCAL, E OS ÃNIMOS OS ADVOGADOS CITADOS SENDO· QUE O CONDUZIDO ENCONTRAVA-SE PRÓXIMO BASTANTE ALTERADO PROfERINDO AMEAÇAS CONTRA OS ADVOGADOS PRESENTES.
A PARTIR DAí OS ÂNIMOS FICARAM EXALTADOS E A POPULAÇÃO FOI INCITADA CONTRA A POLicIA, INCLUSIVE TENTANDO IMPEDIR QUALQUER AÇÃO POLICIAL MILITAR.
NESTE MOMENTO OS ADVOGADOS PRESENTES AFIRMARAM QUE ESTARIAM DANDO VOZDE PRISÃO POR CRIME DE AMEAÇA, DIFAMAÇÃO E INJÚRIA AO SENHOR EDUARDO E QUE O CONDUZIRIAM.
PRA EVITAR MAIORES TUMULTOS O ACUSADO E AS PARTES FORAM CONDUZIDOS PARA.A DELEGACIA PARA SEGURANÇA DE TODOS, TENDO EM VISTAO ALTO NÚMERO DE PESSOAS NO LOCAL.
O SENHOR EDUARDO FOI CONDUZIDO NO BANCO TRASEIRO DA RP 5322 SEM O USO DE ALGEMAS.
DURANTE O DESLOCAMENTO PROFERIU OFENSAS A DUAS ADVOGADAS QUE PASSARAM AO LADO DA VIATURA, SENDO A SENHORA AMANDA DOS SANTOS LE.DNARDO E A SENHORA ANA PAULA AGNIOS, CHAMANDO-AS DE VAGABUNDA E CUSPINDO EM DIREÇÃO A ELAS.
CHEGANDOÁ DELEGACIA A·PRESIDENTE ESTADUAL SENHORA ERICA NEVES SE APRESENTOU PARA O SENHOR EDUARDO QUE LHE RESPONDEU QUE ELA NÃO ERA NADA, QUE ELE SEQUER ERA DAQUI E, AOS GRITOS, PEDIU QUE A TIRASSEM DE PERTO DELE.
REGISTRA-SE QUE ELE CHEGOU A APROXIMARcSE MUITO.DA SENHORA ERICA E FALOU DE MANEIRA MUITO AGRESSIVA E AMEAÇANDO, FATO ESTE PRESENCIADO pELOCPU E PELO POLICIAL CIVIL ERICSON PEREIRA SANTOS.
EM CONTATO COM A SENHORA MONICA A MESMA INFORMOU QUE O CONDUZIDO INCLUSIVE, MINUTOS ANTES, POSTARA UM VíDEO EM REDE SOCIAL DE 1:31 MINUTOS OFENDENDO A HONRA DA SENHORA MONICA E AMEAÇANDO-A COM OS SEGUINTES DIZERES: "QUE A PRESiDENTE DA.DAB PARA ELE NÃO É NADA, QUE A MONICA É UMA PROSTITUTA E QUE QUER VER ELA TER.CORAGEM DEp!.SAR LÁ NOVAMENTE POIS ELE ESTARIA LÁ EM 30MINUTOS".
ENQUANTO REGISTRÀ VA-MOS A PRESENTE OCORRIONCIA SE APRESENTOU O ADVOGADO LUCAS FRANCISCO NETO QUE RELATOU QUE CONVERSANDO COM ALGUNS POPULARES DURANTE A ABORDAGEM AINDA NO LOCAL DO FATO, FOI INFORMADO QUE ALGUMAS PESSOAS DESCONFIAM DO CONDUZIDO PELO FATO DE ELE ENTREGAR PROCURAÇÓES PARA MORADORES DE GUARAPARI ASSINAREM EM QUE CONSTAM ENDEREÇOS DE MUNiCíPIOS DIRETAMENTE ATINGIDOS PELO DESASTRE AMBIENTAL DA VALE TENDO O MESMO NOS ENVIADO UMA FOTOGRAFIA DE UMA DESSAS PROCURAÇÓES.TAMBÉM RELATOU QUE ALGUMAS PESSOAS DISSERAM TER INICIALMENTE PAGO A QUANTIA DE 50 REAIS E JÁ ASSINADO PROCURAÇÓES E ENVIADO AS DOCUMENTAÇÕES.
INSTA SALIENTAR QUE O CONDUZIDO SUPOSTAMENTE FOI APRESENTAD.D AOS PESCADORES DE GUARAPARI PELA SENHORA MARCILENE RODRIGUES BELO (PRETINHA) QUE.AWALMENTE CUMPRE PENA POR ESTELIONATO RELACIONADO AO SEGURO DEFESO.
ESTAVA PRESENTE NO LOCAL DOS FATOS O SENHORADRIAN CRISTIAN QUE FOI QUEM REALIZOU A LOCAÇÃO DO ESPAÇO.
TAMBÉM ESTAVA PRESENTE A SENHORA MARCILANE QUE É FILHA DA SENHORA MARCILENECA~NEIRO CHAGAS.
NO VíDEO ACIMA REFERIDO O CONDUZIDO TAMBÉM CITA A PESSOA DE DOUTOR FÁBIO (ADVOGADO DA COLÓNIA DOS PESCADORES ALMIRANTE Z3).
VALE RESSALTAR QUE O ACUSADO JÁ POSSUI ALGUNS BOLETINS CONTRA ELE SENDO ESTES BU57742535, BU57728609 EBU52696306.
INFORMO PARA FINS DE CONHECIMENTO QUE FIZERAM-SE PRESENTES VÁRIOS ADVOGADOS NO DPJ, INCLUSIVE O SENHOR ZACARIAS FERNADES MOÇA NETO, OAB 9358/ES QUE FORA INDICADO COMO DEFENSOR DO CONDUZIDO, TENDO O CITADO ACOMPANHADO O CONDUZIDO DURANTE A PERMANÉNCIA NA DELEGACIA.
Conforme relatado, o paciente foi conduzido à delegacia sem o uso de algemas e, durante o trajeto, teria proferido ofensas verbais a advogadas que transitavam próximo à viatura, chamando-as de “vagabunda” e cuspindo em sua direção.
Importante elucidar, que, em verdade, dos documentos carreados nos autos, o paciente mostrou-se a todo tempo agressivo, tanto com as vítimas, bem como com os militares que foram ao local dos fatos.
Os delitos imputados (ameaça e injúria em suas formas majoradas) são afiançáveis e, inclusive, ensejaram a concessão de liberdade provisória, mediante o cumprimento de medidas cautelares diversas da prisão e o pagamento de fiança no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), valor este, devidamente recolhido pelo paciente.
A audiência de custódia foi realizada no mesmo dia, com a presença dos advogados Zacarias Fernandes Moça Neto (impetrante) e Bianca Binda, além do representante da Comissão de Prerrogativas da OAB/ES, Dr.
Fábio Marçal.
A magistrada responsável, ao homologar a prisão, registrou que o autuado não relatou qualquer forma de tortura, abuso ou ilegalidade na condução do flagrante.
A defesa argumenta que o local da prisão seria inviolável, por tratar-se de ambiente de trabalho do advogado, nos termos do art. 7º, II, do Estatuto da Advocacia.
Todavia, essa alegação não se sustenta diante do conjunto probatório constante nos autos.
O evento se deu em quadra escolar locada, sem qualquer registro de autorização municipal, sem alvará de funcionamento, sem controle formal de acesso e com aglomeração de centenas de pessoas.
O próprio Boletim de Ocorrência, corroborado por diversos depoimentos, evidencia que o espaço não se prestava à atuação profissional típica e discreta, mas sim à reunião de massa, promovida sem coordenação institucional.
Não bastasse isso, a alegação de que o paciente estava no exercício regular da profissão também encontra resistência probatória.
Depoimentos colhidos no procedimento de flagrante dão conta de que o ambiente estava tensionado, com comportamentos agressivos, ameaças e ofensas sendo proferidas pelo paciente, inclusive por redes sociais.
Soma-se a isso, o fato de que o paciente, apesar de ser advogado devidamente inscrito na OAB/MG, não apresenta qualquer inscrição junto à Seccional da Ordem do Advogados no Estado do Espírito Santo, o que importa, na impossibilidade de sua atuação profissional, não só em Guarapari (local dos fatos), mas em todo o território capixaba.
Quanto à ausência de representante da OAB no momento da prisão, importa destacar que, embora o impetrante alegue que a lavratura do flagrante não contou com esse acompanhamento, o que se depreende dos autos é que o paciente foi assistido por advogado desde a delegacia e que, na audiência de custódia, contou com a presença da Comissão de Prerrogativas.
No presente caso, não há comprovação inequívoca de que a lavratura do flagrante ocorreu sem qualquer acompanhamento jurídico, tampouco que o paciente tenha sido privado de garantias legais mínimas.
Dessa forma, entendo que o flagrante se reveste de absoluta legalidade, tendo sido cumpridas todas as deposições do Código de Processo Penal.
Ante o exposto, com amparo no parecer da Procuradoria-Geral de Justiça, denego a ordem. É como voto.
Vitória/ES, data da assinatura eletrônica PEDRO VALLS FEU ROSA DESEMBARGADOR _________________________________________________________________________________________________________________________________ VOTOS ESCRITOS (EXCETO VOTO VENCEDOR) -
30/07/2025 15:09
Expedição de Intimação - Diário.
-
30/07/2025 15:01
Expedida/certificada a comunicação eletrônica
-
29/07/2025 18:13
Denegado o Habeas Corpus a EDUARDO SANTOS SIMOES DE ALMEIDA - CPF: *17.***.*27-02 (PACIENTE)
-
24/07/2025 17:14
Deliberado em Sessão - Julgado - Mérito
-
15/07/2025 10:45
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 15/07/2025
-
14/07/2025 14:15
Inclusão em pauta para julgamento de mérito
-
07/07/2025 18:36
Processo devolvido à Secretaria
-
07/07/2025 18:36
Pedido de inclusão em pauta
-
07/07/2025 12:20
Juntada de Certidão
-
04/07/2025 22:48
Retirado de pauta
-
04/07/2025 22:48
Retirado pedido de inclusão em pauta
-
04/07/2025 12:42
Conclusos para despacho a PEDRO VALLS FEU ROSA
-
03/07/2025 17:53
Juntada de Petição de pedido de providências
-
02/07/2025 13:37
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 02/07/2025
-
01/07/2025 14:38
Inclusão em pauta para julgamento de mérito
-
25/06/2025 23:20
Processo devolvido à Secretaria
-
25/06/2025 23:19
Pedido de inclusão em pauta
-
25/06/2025 08:46
Conclusos para julgamento a PEDRO VALLS FEU ROSA
-
24/06/2025 17:44
Juntada de Petição de Petição (outras)
-
24/06/2025 17:43
Juntada de Petição de Petição (outras)
-
24/06/2025 17:43
Juntada de Petição de Petição (outras)
-
24/06/2025 17:41
Juntada de Petição de Petição (outras)
-
24/06/2025 17:40
Juntada de Petição de Petição (outras)
-
24/06/2025 17:40
Juntada de Petição de Petição (outras)
-
24/06/2025 17:39
Juntada de Petição de Petição (outras)
-
24/06/2025 17:39
Juntada de Petição de Petição (outras)
-
05/06/2025 00:00
Decorrido prazo de EDUARDO SANTOS SIMOES DE ALMEIDA em 02/06/2025 23:59.
-
05/06/2025 00:00
Decorrido prazo de ZACARIAS FERNANDES MOCA NETO em 02/06/2025 23:59.
-
27/05/2025 18:03
Expedição de Certidão.
-
27/05/2025 18:03
Expedida/certificada a intimação eletrônica
-
27/05/2025 18:01
Expedição de Certidão.
-
27/05/2025 12:14
Publicado Decisão em 26/05/2025.
-
27/05/2025 12:14
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 23/05/2025
-
23/05/2025 00:00
Intimação
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO Gabinete do Desembargador Pedro Valls Feu Rosa PROCESSO Nº 5007414-91.2025.8.08.0000 HABEAS CORPUS CRIMINAL (307) IMPETRANTE: ZACARIAS FERNANDES MOCA NETO COATOR: 2ª VARA CRIMINAL DE GUARAPARI Advogado do(a) IMPETRANTE: ZACARIAS FERNANDES MOCA NETO - ES9358 DECISÃO Trata-se de “Habeas Corpus”, com pedido de liminar, impetrado em favor de EDUARDO SANTOS SIMÕES DE ALMEIDA, contra suposto ato coator perpetrado pelo MM.
Juiz de Direito da 2ª Vara Criminal de Guarapari/ES.
Sustenta o impetrante que o paciente, advogado regularmente inscrito na OAB/ES, teria sido preso, em flagrante, no exercício da profissão, em contexto de reunião com clientes previamente convocados para atividade lícita, relacionada ao rompimento da barragem de Fundão.
Aduz que a prisão foi ilegal, pois não observou as prerrogativas profissionais previstas no art. 7º, incisos II, IV e § 3º do Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/94), como a inviolabilidade do local de trabalho e a presença obrigatória de representante da OAB, em caso de flagrante por motivo relacionado ao exercício profissional. É o relatório.
Decido.
A liminar em Habeas Corpus, mesmo sem previsão legal, é autorizada pela Jurisprudência a fim de, excepcionalmente, atender casos em que a cassação do constrangimento ilegal exige intervenção imediata do Judiciário.
Essa medida está condicionada à demonstração simultânea do periculum in mora, quando há probabilidade de dano irreparável, e fumus boni iuris, quando os elementos dos autos evidenciam a existência de ilegalidade.
Pois bem.
Consta do Boletim de Ocorrência o seguinte: POR DETERMINAÇÃO DO CPU(SUBTENENTE JULlMAR), QUE FOI ACIONADO PESSOALMENTE PELA PRESIDENTE DA OABDEGUARAPARI, SENHORA MONICASILVA FERREIRA GOULART, A GUARNiÇÃO DA RP 5570 PROSSEGUIU ATÉ A QUADRADO COLÉGIO CESME NO BAIRRO ITAPEBUSSU OND.E HAVIA UMA GRANDE QUANTIDADE.DE PESSOAS.
CHEGANDO LÁ JÁ SE ENCONTRAVAM NO LOCAL A GUARNiÇÃO DOCPU RP 5668, PT 312 E PT 5678.
A QUADRA DA ESCOLA ESTAVA CHEIA COM APROXIMADAMENTE UMAS 500 PESSOAS E ESTAVA BASTANTE QUENTE O LOCAL NÃO HAVIA NENHUM OUTRO ÓRGÃO DE APOIO COMO BOMBEIRO, SAMU OU NENHUM TIPO DE AMBULÂNCIA; EQUE NINGUÉM QUE ESTAVA NO LOCAL SE MANIFESTOU COMO RESPONSÁVEL PELO EVENTO APESAR DO CPU TER TENTADO FAZER CONTATO COM DIVERSAS PESSOAS.
DIANTE DISTO OS MILITARES ACOMPANi-IARAM A SENHORA MONICA (PRESIDENTE DA OAB SUBSEÇÃO DE GUARAPARI), E ALGUNS ADVOGADOS QUE A ACOMPANHAVAM, POIS NO LOCAL HAVIA UM DENÚCIA DE PRÁTICA DE CAPTAÇÃO ILEGAL.DE CLIENTES POR PARTE DE UM ADVOGADO DO ESTADO DE MINAS GERAIS.
NO LOCAL DO EVENTO HAVIAM COMPUTADORES, IMPRESSORAS E CAIXAS DE SOM.
NESTE MOMENTO A OAB TENTOU NOTIFICAR O CONDUZIDO OU SEUS REPRESENTANTES QUE SE RECUSARM A RECEBER A NOTIFICAÇÃO.
CONSTATADO QUE ELE NÃO SE ENCONTRAVA NO LOCAL E EM VIRTUDE DOS ÂNIMOS AFLORADOS OS ADVOGADOS REPRESENTANTES DA OAB/ES SE RETIRARAM DO LOCAL VALE RESSALTAR QUE AS GUARNiÇÕES ACOMPANHARAM ATÉ A SAíDA DOS MESMOS E NÃO HOUVE NECESSIDADE DE ATUAÇÃO POLICIAL NO LOCAL, APENAS O ACOMPANHAMENTO DO FATO.
MAIS TARDE POR VOLTA DAS 14:00 HORAS, O CPU DO DIA RECEBEU UM CONTATO DO COMANDANTE DO BATALHÃO TENENTE CORONEL WALTER, DETERMINANDO QUE O CPU RETORNASSE AO LOCAL DO FATO E MANTIVESSE CONTATO COM A SENHORA ERICA PEREIRA NEVES (OAB 10.140 ES) QUE É PRESIDENTE DA SECCIONAL OAB/ES E COM O ADVOGADO DOUTOR JOÃO LUCAS, QUE TERIAM SIDO OFENDIDOS E AMEAÇADOS DRA MONICA FERREIRA GOULART, INCLUSIVE EXPONDO EM REDES SOCIAIS E GRUPOS DE MENSAGENS UM ViDEO OFENSIVO Á OAB, SENDO TAL FATO PRATICADO PELO SENHOR SENHOR EDUARDO SANTOS SIMÓES DE ALMEIDA.
AS GUARNIÇÓES MANTIVERAM CONTATO COM O SENHOR EDUARDO SANTOS SIMÓES DE ALMEIDA, FOI IDENTIFICADO COMO ADVOGADO OAB/MG 197426.
O CPU MANTEVE CONTATO COM AS PARTES, ACUSADO E VíTIMAS NO LOCAL ONDE ESTAVA OCORRENDO O EVENTO, SENO QUE POR HAVER UMA GRANDE QUANTIDADE DE PESSOAS NO LOCAL, E OS ÃNIMOS OS ADVOGADOS CITADOS SENDO· QUE O CONDUZIDO ENCONTRAVA-SE PRÓXIMO BASTANTE ALTERADO PROfERINDO AMEAÇAS CONTRA OS ADVOGADOS PRESENTES.
A PARTIR DAí OS ÂNIMOS FICARAM EXALTADOS E A POPULAÇÃO FOI INCITADA CONTRA A POLicIA, INCLUSIVE TENTANDO IMPEDIR QUALQUER AÇÃO POLICIAL MILITAR.
NESTE MOMENTO OS ADVOGADOS PRESENTES AFIRMARAM QUE ESTARIAM DANDO VOZDE PRISÃO POR CRIME DE AMEAÇA, DIFAMAÇÃO E INJÚRIA AO SENHOR EDUARDO E QUE O CONDUZIRIAM.
PRA EVITAR MAIORES TUMULTOS O ACUSADO E AS PARTES FORAM CONDUZIDOS PARA.A DELEGACIA PARA SEGURANÇA DE TODOS, TENDO EM VISTAO ALTO NÚMERO DE PESSOAS NO LOCAL.
O SENHOR EDUARDO FOI CONDUZIDO NO BANCO TRASEIRO DA RP 5322 SEM O USO DE ALGEMAS.
DURANTE O DESLOCAMENTO PROFERIU OFENSAS A DUAS ADVOGADAS QUE PASSARAM AO LADO DA VIATURA, SENDO A SENHORA AMANDA DOS SANTOS LE.DNARDO E A SENHORA ANA PAULA AGNIOS, CHAMANDO-AS DE VAGABUNDA E CUSPINDO EM DIREÇÃO A ELAS.
CHEGANDOÁ DELEGACIA A·PRESIDENTE ESTADUAL SENHORA ERICA NEVES SE APRESENTOU PARA O SENHOR EDUARDO QUE LHE RESPONDEU QUE ELA NÃO ERA NADA, QUE ELE SEQUER ERA DAQUI E, AOS GRITOS, PEDIU QUE A TIRASSEM DE PERTO DELE.
REGISTRA-SE QUE ELE CHEGOU A APROXIMARcSE MUITO.DA SENHORA ERICA E FALOU DE MANEIRA MUITO AGRESSIVA E AMEAÇANDO, FATO ESTE PRESENCIADO pELOCPU E PELO POLICIAL CIVIL ERICSON PEREIRA SANTOS.
EM CONTATO COM A SENHORA MONICA A MESMA INFORMOU QUE O CONDUZIDO INCLUSIVE, MINUTOS ANTES, POSTARA UM VíDEO EM REDE SOCIAL DE 1:31 MINUTOS OFENDENDO A HONRA DA SENHORA MONICA E AMEAÇANDO-A COM OS SEGUINTES DIZERES: "QUE A PRESiDENTE DA.DAB PARA ELE NÃO É NADA, QUE A MONICA É UMA PROSTITUTA E QUE QUER VER ELA TER.CORAGEM DEp!.SAR LÁ NOVAMENTE POIS ELE ESTARIA LÁ EM 30MINUTOS".
ENQUANTO REGISTRÀ VA-MOS A PRESENTE OCORRIONCIA SE APRESENTOU O ADVOGADO LUCAS FRANCISCO NETO QUE RELATOU QUE CONVERSANDO COM ALGUNS POPULARES DURANTE A ABORDAGEM AINDA NO LOCAL DO FATO, FOI INFORMADO QUE ALGUMAS PESSOAS DESCONFIAM DO CONDUZIDO PELO FATO DE ELE ENTREGAR PROCURAÇÓES PARA MORADORES DE GUARAPARI ASSINAREM EM QUE CONSTAM ENDEREÇOS DE MUNiCíPIOS DIRETAMENTE ATINGIDOS PELO DESASTRE AMBIENTAL DA VALE TENDO O MESMO NOS ENVIADO UMA FOTOGRAFIA DE UMA DESSAS PROCURAÇÓES.TAMBÉM RELATOU QUE ALGUMAS PESSOAS DISSERAM TER INICIALMENTE PAGO A QUANTIA DE 50 REAIS E JÁ ASSINADO PROCURAÇÓES E ENVIADO AS DOCUMENTAÇÕES.
INSTA SALIENTAR QUE O CONDUZIDO SUPOSTAMENTE FOI APRESENTAD.D AOS PESCADORES DE GUARAPARI PELA SENHORA MARCILENE RODRIGUES BELO (PRETINHA) QUE.AWALMENTE CUMPRE PENA POR ESTELIONATO RELACIONADO AO SEGURO DEFESO.
ESTAVA PRESENTE NO LOCAL DOS FATOS O SENHORADRIAN CRISTIAN QUE FOI QUEM REALIZOU A LOCAÇÃO DO ESPAÇO.
TAMBÉM ESTAVA PRESENTE A SENHORA MARCILANE QUE É FILHA DA SENHORA MARCILENECA~NEIRO CHAGAS.
NO VíDEO ACIMA REFERIDO O CONDUZIDO TAMBÉM CITA A PESSOA DE DOUTOR FÁBIO (ADVOGADO DA COLÓNIA DOS PESCADORES ALMIRANTE Z3).
VALE RESSALTAR QUE O ACUSADO JÁ POSSUI ALGUNS BOLETINS CONTRA ELE SENDO ESTES BU57742535, BU57728609 EBU52696306.
INFORMO PARA FINS DE CONHECIMENTO QUE FIZERAM-SE PRESENTES VÁRIOS ADVOGADOS NO DPJ, INCLUSIVE O SENHOR ZACARIAS FERNADES MOÇA NETO, OAB 9358/ES QUE FORA INDICADO COMO DEFENSOR DO CONDUZIDO, TENDO O CITADO ACOMPANHADO O CONDUZIDO DURANTE A PERMANÉNCIA NA DELEGACIA.
No caso em apreço, a controvérsia gira em torno da legalidade da prisão em flagrante do paciente, advogado, sob a acusação de ter cometido, durante reunião com seus clientes, os crimes de ameaça (por duas vezes), injúria majorada (três vezes na presença de várias pessoas) e injúria majorada praticada em rede social, todos previstos no Código Penal.
A defesa alega que a reunião ocorria em local privado, com acesso controlado, mediante apresentação de procuração em nome do paciente, sendo, portanto, atividade própria do exercício da advocacia.
Ainda, relata que a prisão teria sido motivada por perseguição institucional e desentendimentos com membros da OAB/ES, culminando com a invasão do local por terceiros acompanhados de policiais militares, sem mandado judicial.
Apesar das alegações defensivas, observa-se dos autos que a prisão em flagrante foi regularmente homologada pela autoridade judicial competente, após audiência de custódia, na qual estiveram presentes o advogado constituído Dr.
Zacarias Fernandes Moça Neto, OAB/ES 9.538 e Dra.
Bianca Binda, OAB/ES e representante da Comissão de Prerrogativas da OAB/ES Dr.
Fábio Marçal, OAB/ES 30.853.
Consta da própria decisão homologatória, que não houve vícios materiais ou formais capazes de macular o flagrante, sendo expressamente registrado que o paciente não relatou qualquer forma de tortura ou agressão no momento da prisão.
Ademais, no que tange à alegação de inviolabilidade do local de trabalho, necessário esclarecer que o “local de trabalho” do paciente consistia na quadra do Colégio CESME, no bairro Itapebussu, em Guarapari/ES, que contava com aproximadamente 500 pessoas no local, sem qualquer autorização para o evento e sem apoio dos Bombeiros e SAMU.
Não se tratava de escritório particular, mas sim de uma quadra de escola, sem qualquer autorização para comportar 500 pessoas, ainda mais, sem qualquer tipo de alvará de funcionamento, atestando a segurança do evento.
Soma-se a isso, o fato de que o paciente, apesar de ser advogado devidamente inscrito na OAB/MG, não apresenta qualquer inscrição junto à Seccional da Ordem do Advogados no Estado do Espírito Santo, o que importa, na impossibilidade de sua atuação profissional, não só em Guarapari (local dos fatos), mas em todo o território capixaba.
Dessa maneira, ao contrário do sustentado pela defesa, não há qualquer tipo de perseguição institucional, por parte dos representantes da OAB/ES em face do paciente.
Muito pelo contrário.
Os representantes da Ordem dos Advogados do Estado do Espírito Santo, cumprindo o seu dever funcional de fiscalizar o correto exercício da advocacia em seu território, foram até o local, em razão de indícios de prática de captação ilícita de clientes por parte de Eduardo.
Ao chegarem ao ginásio da escola, constataram, além da suposta captação ilícita de clientes, conduta vedada pelo Estatuto da Advocacia, que Eduardo não poderia sequer atuar no Estado do Espírito Santo, por ausência de inscrição junto à Seccional da Ordem dos Advogados deste Estado.
Importante elucidar, que, em verdade, dos documentos carreados nos autos, o paciente mostrou-se a todo tempo agressivo, tanto com as vítimas, bem como com os militares que foram ao local dos fatos.
Os delitos imputados (ameaça e injúria em suas formas majoradas) são afiançáveis e, inclusive, ensejaram a concessão de liberdade provisória, mediante o cumprimento de medidas cautelares diversas da prisão e o pagamento de fiança no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), valor este, devidamente recolhido pelo paciente.
Por outro lado, há, ainda, indícios nos autos de que os crimes supostamente praticados pelo paciente se estendem a outros tipos penais, eis que conforme exarado no Boletim de Ocorrência, as procurações, em tese, elaboradas pelo paciente, constavam com endereços dos potenciais outorgantes, como residentes de municípios atingidos pelo desastre ambiental da Vale, e não do Município de Guarapari/ES, onde ocorreu o mutirão de atendimento.
Dessa forma, entendo que o flagrante se reveste de absoluta legalidade, tendo sido cumpridas todas as deposições do Código de Processo Penal.
Portanto, em análise detida da inicial, verifico não existir qualquer embasamento para fundamentar a concessão da medida liminar, uma vez que não restou demonstrado o “fumus boni iuris”, bem como não há que se falar em ausência dos requisitos da custódia cautelar.
Diante de todo o exposto, INDEFIRO o pedido de liminar.
Requisitem-se informações à autoridade coatora.
Ouça-se a Procuradoria-Geral de Justiça.
Após, venham-me conclusos os autos.
Intime-se.
Vitória/ES, data da assinatura eletrônica PEDRO VALLS FEU ROSA DESEMBARGADOR -
22/05/2025 17:04
Expedição de Certidão.
-
22/05/2025 17:03
Expedição de Intimação - Diário.
-
20/05/2025 19:56
Processo devolvido à Secretaria
-
20/05/2025 19:56
Não Concedida a Medida Liminar EDUARDO SANTOS SIMOES DE ALMEIDA - CPF: *17.***.*27-02 (PACIENTE).
-
19/05/2025 08:24
Conclusos para despacho a PEDRO VALLS FEU ROSA
-
19/05/2025 08:24
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
19/05/2025
Ultima Atualização
31/07/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Detalhes
Documentos
Acórdão • Arquivo
Acórdão • Arquivo
Relatório • Arquivo
Despacho • Arquivo
Relatório • Arquivo
Relatório • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Informações relacionadas
Processo nº 5011077-40.2021.8.08.0048
Joanita de Oliveira
Portus Instituto de Seguridade Social
Advogado: Sergio Cassano Junior
1ª instância - TJES
Ajuizamento: 24/08/2021 16:41
Processo nº 5007364-65.2025.8.08.0000
Bruno de Oliveira
Safra Credito, Financiamento e Investime...
Advogado: Sandala Almonfrey de Oliveira
2ª instância - TJES
Ajuizamento: 16/05/2025 17:37
Processo nº 0001682-52.2023.8.08.0012
Gleicekely de Paulo Rosa
Matheus Calzi Farias
Advogado: Larissa Farias de Almeida
1ª instância - TJES
Ajuizamento: 21/03/2023 00:00
Processo nº 0000636-41.2015.8.08.0066
Gleice Mara Salezze
Municipio de Marilandia
Advogado: Diego Gaigher Garcia
1ª instância - TJES
Ajuizamento: 13/05/2025 08:38
Processo nº 5006845-90.2025.8.08.0000
Wesley Borges Alves
Juiz(A) de Direito Fabio Gomes e Gama Ju...
Advogado: Mayara Molino Leite
2ª instância - TJES
Ajuizamento: 08/05/2025 23:14